05 outubro 2011

Trabalhadores dos Correios aprovam continuidade da greve, apesar da orientação da maioria do comando da FENTECT.

Trabalhadores rejeitam proposta acordada entre empresa, governo e direções governistas e continuam a greve

Jornais, TV, rádio, internet. Na terça-feira à noite todos os meios de comunicação da burguesia anunciavam o fim da greve dos Correios como fato consumado. O secretário geral da FENTECT e membros da maioria do Comando de Negociações da FENTECT (CUT/PT e CTB/PCdoB) haviam fechado acordo com a direção da empresa em audiência de conciliação realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho. Era um claro golpe para dar fim a greve.

A proposta da ministra do TST, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, em nada melhorava o que já tinha sido negociado: reajuste salarial de 6.87 %, reajuste linear de RS 80,00 para outubro, devolução dos 6 dias descontados da greve, com desconto a partir de janeiro/2012, parcelado em 12 vezes. Os demais dias seriam compensados com trabalho nos finais de semana (sábados e domingos). Economicamente é pior que a anterior, pois além de manter o desconto dos 6 dias quer a compensação dos demais dias nos finais de semana. Os trabalhadores já estão em greve há 22 dias.

A greve continua – Apesar dessa traição das direções governistas, conforme vão acontecendo as assembléias, a ampla maioria dos trabalhadores está rejeitando o acordo e votando pela continuidade da greve. Já foi assim no Distrito Federal, em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Acre e Paraíba.

De acordo com Geraldo Rodrigues, o Geraldinho, da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios) nem a mídia, nem o acordo entre empresa e maiotria do comando intimidou os trabalhadores, que votaram pela greve por unanimidade. “Em São Paulo, os dirigentes atrasaram a assembléia em mais de 1 hora e quando chegaram, os trabalhadores gritavam que a greve continua; frente a força da assembléia, os dirigentes do sindicato de São Paulo tiveram de indicar a continuidade da paralisação diferente da orientação do comando”, salientou o Geraldinho.

Se a maioria da direção achou que seria fácil acabar com a greve, se enganou. Dois membros da FENTECT ontem mesmo divulgaram uma carta de repúdio ao acordo e defenderam a continuidade da greve.

Um deles José Gonçalves de Almeida (Jacó), que classificou a proposta de indecente, acredita que a maioria das assembléias rejeitará essa proposta. “Isto demonstra o tamanho da insatisfação dos trabalhadores, que estão continuando a greve passando por cima da orientação da maioria da direção”, ressalta.

Para Jacó, o grande desafio deste momento é enfrentar a política do governo Dilma, que pretende derrotar essa greve, assim com a de bancários de bancos públicos, e implantar uma política de arrocho. “A empresa está seguindo a orientação do governo, diante disso, temos fortalecer a greve nacionalmente, mesmo contra a maioria da direção, até que governo e empresa apresentem uma proposta que atenda às reivindicações dos trabalhadores.

A categoria está reivindicando reposição da inflação de 7,16%; reposição das perdas salariais de 24,76%, de 1994 à 2010; piso salarial de R$ 1.635,00; aumento linear de R$ 200; vale alimentação/refeição de R$ 28; vale-cesta de R$ 200; vale extra em dezembro/2011 no valor de R$ 750, entre outras propostas, e o não desconto dos dias parados.

A CSP-Conlutas apóia e está ao lado dos trabalhadores dos Correios nesta luta!



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