31 julho 2011

Quem fica com a metade do bolo?



 
 
  Capa do jornal
• Você trabalhador conhece a saúde e a educação pública no país. Certamente já ficou indignado em um hospital ou escola pública.

Sabe que os hospitais estão lotados e que o atendimento é ruim. Deve ter alguém na família que não conseguiu ser atendido, com consequências sérias. Também conhece algum trabalhador da saúde e sabe que eles ganham pouco e trabalham muito.

Com toda certeza sabe da situação das escolas públicas. Você mesmo sofreu, assim como seus filhos hoje, com a qualidade ruim do ensino público. As escolas de seu bairro seguramente têm problemas com a conservação e com a segurança. Você vê os professores fazendo greve querendo salários melhores.

É justa sua indignação com a situação da educação e da saúde públicas. É claro que falta dinheiro para a manutenção e ampliação dos hospitais e escolas, assim como para aumentar os salários dos profissionais de educação e saúde.

É bem provável que apóie Dilma, como a maioria dos trabalhadores do país. E acha que ela não tem nada a ver com isso, ou que ainda não teve tempo para mudar a situação.

Mas ninguém disse a você que, com o orçamento aprovado por Dilma para seu governo em 2011, a situação dos serviços públicos vai piorar. O primeiro orçamento de Dilma separa 49,5% de tudo o que é arrecadado no país, entre impostos e taxas, para os banqueiros. Enquanto isso, apenas 2,92% vai para a educação e 3,53% para a saúde. Os seja, quem vai ficar com a metade do bolo são banqueiros.

Isso nunca aconteceu, é como se você tivesse entregando metade de todo seu imposto de renda e das taxas sobre os produtos que você compra para os bancos. É por isso que falta dinheiro para a saúde e educação.

Tudo isso deve ser uma grande surpresa. Afinal, Lula disse que "pagou a dívida" e que não devíamos mais nada. Mas isso, infelizmente, não é verdade, e agora o governo tem de esconder que a dívida está maior do que nunca, e para pagá-la tem de gastar metade do orçamento com os agiotas da dívida.

Na verdade o que o governo Lula fez foi aumentar as reservas internacionais em dólares, em um volume semelhante ao da dívida externa. Ou seja, as reservas do país seriam suficientes para pagar a dívida. Mas a dívida continua aí. Não foi paga, como dizem. A dívida externa continua altíssima e, pior, agora existe uma dívida interna ainda maior.

Os trabalhadores são sérios com suas contas. Quando você compra uma geladeira, um televisor, paga suas prestações. Os defensores do governo fazem essa comparação para defender que se continue pagando a dívida do país com os banqueiros. No entanto, existem duas grandes diferenças.

A primeira é que não existe uma “geladeira”, ou “televisor”. Não foram os trabalhadores que fizeram essa dívida, e ela não beneficiou em nada os trabalhadores. Ao contrário, nem você e nenhum trabalhador sequer sabe da existência dessa dívida, apesar de termos de pagar por ela todos os dias.

A segunda diferença é que essa é uma típica dívida de agiota, daquelas que quanto mais se paga, mais se deve. A dívida externa era de 148 bilhões de dólares no início do governo FHC. Em seus dois governos, FHC pagou U$ 348 bilhões, ou seja, mais que duas vezes seu valor total. Mas a dívida externa aumentou para US$ 236 bilhões ao final do governo FHC. Hoje está em de dólares 284 bilhões.

Em relação à dívida interna é a mesma coisa: era de R$ 670 bilhões no começo do governo Lula. Em seus dois governos, Lula pagou cerca de dois trilhões de reais em parcelas e juros aos banqueiros, ou seja, três vezes o valor da dívida que encontrou. No entanto, a dívida aumentou para outros dois trilhões de reais.

É como se um banco começasse a cobrar uma dívida a todos os moradores de seu bairro. Uma dívida que nenhum deles fez. Para pagar essa dívida, os salários dos trabalhadores são cortados, assim como o dinheiro para conservar as escolas e hospitais. Esse pesadelo é real: você está sendo roubado todos os dias em seu salário, na educação e na saúde pública a que tem direito, para pagar uma dívida que não fez.

Os defensores dos banqueiros dizem que não se pode dar um calote na dívida. Mas defendem o que está sendo feito hoje, que é um calote social. Existe um calote social de enorme crueldade, que sacrifica a vida, a educação e a saúde de milhões de trabalhadores para garantir que não haja um calote nos banqueiros. Os governos FHC, Lula e agora Dilma se recusam a enfrentar os banqueiros e preferem continuar sem investir seriamente na saúde e educação.

Você ainda acredita no governo Dilma. Mas pode e deve, junto conosco, exigir que ela pare de pagar aos banqueiros e destine já 10% do PIB para a educação como reivindicam as entidades da educação, como o ANDES-SN e a ANEL. Pode e deve, junto conosco, reivindicar um mínimo de 6% do PIB para a saúde. Assim as verbas para a saúde e educação poderiam ser mais que dobradas.

30 julho 2011

Por que o PSTU desperta o ódio da Globo e de Cabral?



• No dia 14 de julho, quinta-feira, durante entrevista em estúdio com a professora Beatriz Lugão, da Coordenação Geral do SEPE, a repórter da Globo preparou o terreno: “agora uma pergunta delicada”. A partir daí, em um curto espaço de tempo, foi disparada uma série de ataques a nosso partido, o PSTU.

Os apresentadores tentaram passar a imagem que a greve dos profissionais da educação estaria a serviço de candidaturas às próximas eleições municipais; citou supostas agressões ao secretário estadual de Educação, Sr. Wilson Risolia; e chegou a apontar a participação do PSTU nos atos contra Obama, afirmando um “descontrole” no protesto em frente ao Consulado. O pano de fundo era tentar uma desqualificação de nosso partido e da greve, uma das mais fortes já vistas.

Veja a entrevista


Os profissionais da educação saberão responder ao desrespeito com a categoria, saberão responder à tentativa da Globo de reduzi-los a ingênuos, a mera massa de manobra acrítica. A manutenção da greve e a conquista das reivindicações será uma boa e contundente resposta.

O ódio de classe nutrido contra o PSTU pela Globo, por Cabral, pelos ricos e poderosos é uma reação à política de nosso partido de ser um porta-voz dos anseios e necessidades dos trabalhadores e do povo pobre e ao fato de nosso partido ser parte integrante de suas lutas, mobilizações e reivindicações.

Temos orgulho de ter estado e permanecido ao lado dos trabalhadores e do povo pobre vitimados nas enchentes da região serrana. Junto com outros partidos e entidades políticas e sindicais ajudamos a materializar os comboios de solidariedade classista organizados a partir da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) que levaram mantimentos, remédios e água às vítimas. Mas levamos também a denúncia que mais que vítimas das chuvas nossos irmãos e irmãs trabalhadoras foram vítimas da irresponsabilidade dos diferentes governos – Cabral e Dilma entre eles – que não investiram em prevenção e ainda hoje deixam parte das vítimas sem apoio. Temos orgulho de hoje estarmos, junto aos desabrigados e moradores da região serrana lutando contra a corrupção nas prefeituras, e exigindo a imediata reconstrução dos bairros operários que estão abandonados pelo poder publico.

Quando Dilma promulgou o ridículo aumento do salário mínimo e os deputados aumentaram os próprios salários em 62%, nosso partido nas ruas exigiu aumento zero para deputados e 62% para o salário mínimo.

A mando de Obama e Dilma, o governo Cabral montou uma farsa tentando acusar o PSTU de ser uma organização terrorista. Agradecemos aos trabalhadores, aos intelectuais, aos democratas, aos partidos e dirigentes sindicais que se colocaram na intransigente defesa do nosso partido e de todos os perseguidos políticos durante a visita do presidente dos Estados Unidos.

Cabral tentou, com uma farsa jurídica, dar satisfações à Dilma e ao novo senhor da guerra – Barack Obama mandou para os presídios do Rio estudantes, professores, advogados, lutadores, que simplesmente defendiam nosso petróleo e os interesses do nosso povo. O PSTU se orgulha de ter estado à frente, com outros partidos, sindicatos e organizações do movimento social, das mobilizações que quebraram a tentativa de criar consenso em torno da visita do chefe maior do imperialismo. Fomos parte ativa em denunciar que Obama veio ao Brasil a convite de Dilma para arrancar garantias de posse do pré-sal para empresas ianques, para conseguir fôlego político para atacar a Líbia, para garantir a manutenção de tropas na ocupação do Haiti. Os protestos obrigaram Obama a abandonar a cerimônia na Cinelândia, e ter de se esconder no Theatro Municipal.

Antes mesmo de o Rio se tingir de vermelho com a força da luta dos bombeiros e do apoio da população, nossos militantes já levavam solidariedade à luta dessa categoria. O vermelho de nossas bandeiras tremulou junto às de outros partidos e sindicatos no acampamento da Assembléia Legislativa e estava na marcha dos 50 mil em apoio aos bombeiros e aos profissionais de educação. Temos orgulho de ter produzido um slogan que dizia “somos todos bombeiros”, e ter feito um adesivo e um cartaz defendendo a liberdade dos 439 bombeiros presos por Cabral , adesivo usado por dezenas de milhares de trabalhadores e estudantes que denunciavam Cabral como ditador do Rio e exigia reajsute para os bombeiros e professores.

Há anos o vermelho de nossas bandeiras é parte da luta dos profissionais da educação. Temos orgulho de ser parte de uma das categorias que mais luta em nosso estado. Estaremos comemorando juntos e orgulhosamente a vitória da greve.

Os ataques da Globo, as farsas jurídicas de Cabral não nos intimidam. Ao contrário, o temor que nossas poucas bandeiras causam nada mais é que o pesadelo constante dos ricos e poderosos: cedo ou tarde os trabalhadores e o povo pobre descobrirão o poder de sua unidade e saberão quebrar as correntes que os mantém presos à exploração. O vermelho de nossas bandeiras não os permite esquecer que a alternativa ao mundo deles, esse mundo de fome, miséria e violência que o capitalismo reserva, está mais viva que nunca. A alternativa é que nós trabalhadores tomemos nossos destinos em nossas próprias mãos e governemos nós mesmos, no socialismo com democracia.

Aos ataques e ao ódio da Globo, de Cabral, dos ricos e poderosos respondemos com uma certeza: nenhum passo daremos atrás!

Juntos, sendo parte dos profissionais da educação, respondemos a eles: A GREVE CONTINUA, CABRAL A CULPA É SUA!

Julho de 2011
PSTU Rio de Janeiro

25 julho 2011

Paul Krugman: "Podemos estar perto de reviver a crise de 1930"


Para aqueles que conhecem a história da década de 1930, o que está ocorrendo agora é muito familiar. Se alguma das atuais negociações sobre a dívida fracassar, poderemos estar perto de reviver 1931, a bancarrota bancária mundial que alimentou a Grande Depressão. Mas se as negociações tiverem êxito, estaremos prontos para repetir o grande erro de 1937: a volta prematura à contração fiscal que terminou com a recuperação econômica e garantiu que a depressão se prolongasse até que a II Guerra Mundial finalmente proporcionasse o "impulso" que a economia precisava. O artigo é de Paul Krugman.

Esta é uma época interessante, e digo isso no pior sentido da palavra. Agora mesmo estamos vivendo, não uma, mas duas crises iminentes, cada uma delas capaz de provocar um desastre mundial. Nos EUA, os fanáticos de direita do Congresso podem bloquear um necessário aumento do teto da dívida, o que possivelmente provocaria estragos nos mercados financeiros mundiais. Enquanto isso, se o plano que os chefes de Estado europeus acabam de pactuar não conseguir acalmar os mercados, poderemos ter um efeito dominó por todo o sul da Europa, o que também provocaria estragos nos mercados financeiros mundiais.

Somente podemos esperar que os políticos em Washington e Bruxelas consigam driblar essas ameaças. Mas há um problema: ainda que consigamos evitar uma catástrofe imediata, os acordos que vêm sendo firmados dos dois lados do Atlântico vão piorar a crise econômica com quase toda certeza.

De fato, os responsáveis políticos parecem decididos a perpetuar o que está sendo chamado de Depressão Menor, o prolongado período de desemprego elevado que começou com a Grande Recessão de 2007-2009 e que continua até o dia de hoje, mais de dois anos depois de que a recessão, supostamente, chegou ao fim.

Falemos um momento sobre por que nossas economias estão (ainda) tão deprimidas. A grande bolha imobiliária da década passada, que foi um fenômeno tanto estadunidense quanto europeu, esteve acompanhada por um enorme aumento da dívida familiar. Quando a bolha estourou, a construção de residências desabou, assim como o gasto dos consumidores na medida em que as famílias sobrecarregadas de dívidas faziam cortes.

Ainda assim, tudo poderia ter ido bem se outros importantes atores econômicos tivessem aumentado seu gasto e preenchido o buraco deixado pela crise imobiliária e pelo retrocesso no consumo. Mas ninguém fez isso. As empresas que dispõem de capital não viram motivos para investi-lo em um momento no qual a demanda dos consumidores estava em queda.

Os governos tampouco fizeram muito para ajudar. Alguns deles – os dos países mais débeis da Europa e os governos estaduais e locais dos EUA – viram-se obrigados a cortar drasticamente os gastos diante da queda da receita. E os comedidos esforços dos governos mais fortes – incluindo aí o plano de estímulo de Obama – apenas conseguiram, no melhor dos casos, compensar essa austeridade forçada.

De modo que temos hoje economias deprimidas. O que propõem fazer a respeito os responsáveis políticos? Menos que nada. A desaparição do desemprego da retórica política da elite e sua substituição pelo pânico do déficit tem verdadeiramente chamado a atenção. Não é uma resposta à opinião pública. Em uma sondagem recente da CBS News/The New York Times, 53% dos cidadãos mencionava a economia e o emprego como os problemas mais importantes que enfrentamos, enquanto que somente 7% mencionava o déficit. Tampouco é uma resposta à pressão do mercado. As taxas de juro da dívida dos EUA seguem perto de seus mínimos históricos.

Mas as conversações em Washington e Bruxelas só tratam de corte de gastos públicos (e talvez de alta de impostos, ou seja, revisões). Isso é claramente certo no caso das diversas propostas que estão sendo cogitadas para resolver a crise do teto da dívida nos EUA. Mas é basicamente igual ao que ocorre na Europa.

Na quinta-feira, os “chefes de Estado e de Governo da zona euro e as instituições da UE” – esta expressão, por si só, dá uma ideia da confusão que se tornou o sistema de governo europeu – publicaram sua grande declaração. Não era tranquilizadora. Para começar, é difícil acreditar que a complexa engenharia financeira que a declaração propõe possa realmente resolver a crise grega, para não falar da crise europeia em geral.

Mas mesmo que pudesse, o que ocorreria depois? A declaração pede drásticas reduções do déficit “em todos os países salvo naqueles com um programa” que deve entrar em vigor “antes de 2013 o mais tardar”. Dado que esses países “com um programa” se veem obrigados a observar uma estrita austeridade fiscal, isso equivale a um plano para que toda a Europa reduza drasticamente o gasto ao mesmo tempo. E não há nada nos dados europeus que indique que o setor privado esteja disposto a carregar o piano em menos de dois anos.

Para aqueles que conhecem a história da década de 1930, isso é muito familiar. Se alguma das atuais negociações sobre a dívida fracassar, poderemos estar perto de reviver 1931, a bancarrota bancária mundial que tornou grande a Grande Depressão. Mas se as negociações tiverem êxito, estaremos prontos para repetir o grande erro de 1937: a volta prematura à contração fiscal que terminou com a recuperação econômica e garantiu que a depressão se prolongasse até que a II Guerra Mundial finalmente proporcionasse o impulso que a economia precisava.

Mencionei que o Banco Central Europeu – ainda que, felizmente, não a Federal Reserve – parece decidido a piorar ainda mais as coisas aumentando as taxas de juros?

Há uma antiga expressão, atribuída a diferentes pessoas, que sempre me vem à mente quando observo a política pública: “Você não sabe, meu filho, com que pouca sabedoria se governa o mundo”. Agora, essa falta de sabedoria se apresenta plenamente, quando as elites políticas de ambos os lados do Atlântico arruínam a resposta ao trauma econômico fechando os olhos para as lições da história. E a Depressão Menor continua.

(*) Paul Krugman é professor de Economía em Princeton e Prêmio Nobel 2008.

11 julho 2011

OS DEZ MANDAMENTOS DA AUTORIDADE PÚBLICA!

por Chico Alencar (*)

Nosso Estado laico, advindo da República, tem raízes culturais da tradição judaico-cristã. Por isso, quando autoridades públicas flagradas em desmandos surpreendem ao pedir controles sobre sua atuação, cabe ir lá atrás e lembrar o capítulo 20 do Livro do Êxodo, do Antigo Testamento bíblico, escrito no ano 1.250 antes de Cristo.
Ali um Deus libertador, que ‘faz sair seu povo da casa da escravidão’, já oferecia a Moisés regras de conduta, um decálogo de princípios. Estes imperativos e proibições orientaram uma prática de vida que, atualizada, pode inibir a sucessão de transgressões à moralidade pública, corriqueira em nossa política contemporânea.
A releitura dos ‘Dez Mandamentos’ há de ser útil a qualquer autoridade brasileira, cingidas que estão aos preceitos constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência:

1. AMARÁS A PROMOÇÃO DO BEM COMUM, e não dos seus bens patrimoniais – “bezerros de ouro” da prosperidade particular -, com todo o teu coração e entendimento;

2. NÃO PRONUNCIARÁS A EXPRESSÃO ‘INTERESSE PÚBLICO’ EM VÃO, confundindo-a com a idolatria dos negócios privados;

3. GUARDARÁS NÍTIDA SEPARAÇÃO ENTRE DEDICADO TRABALHO E SALUTAR DESCANSO, desfrutando deste sem nenhuma vantagem indevida ou ‘mimo’ interessado derivado daquele;

4. HONRARÁS TODOS OS ANTECESSORES QUE, na vida pública,PRATICARAM A HONESTIDADE, o serviço, a defesa de causas de justiça para as maiorias desvalidas;

5. NÃO MATARÁS A ESPERANÇA DO POVO com práticas que degeneram o sentido maior da política, corrompendo-a pelo poder dissolvente do dinheiro e da hipocrisia;

6. NÃO COMETERÁS ATOS DE PROMISCUIDADE ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO, ao manter relações impublicáveis de intimidade com aqueles que têm interesses em contratos do estado;

7. NÃO ROUBARÁS O ERÁRIO, em nenhuma das variadas e inventivas formas que a corrupção sistêmica criou: tráfico de influência, compras sem licitação, isenções fiscais sem critério, polpudas doações de campanha com retorno em obras públicas superfaturadas;

8. NÃO DARÁS FALSO TESTEMUNHO nem obrigarás sua assessoria de imprensa a mentir para esconder viagens e relações que não resistem à transparência e aos critérios da moralidade administrativa;

9. NÃO COBIÇARÁS, fascinado pela ascensão à vida de luxo e prazeres, o que NÃO TE PERTENCE, nem darás a teus cônjuges, parentes consangüíneos diretos ou amigos privilégios e oportunidades que não são oferecidas às pessoas comuns;

10. ZELARÁS COM RIGOR MÁXIMO PELO PATRIMÔNIO PÚBLICOsobre o qual tens mandato e que transitoriamente gerencias.

* Deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ)

Chapa apoiada pela CSP-Conlutas vence eleição do maior sindicato do Estado do Amapá.


FORA A PELEGADA!!!!!!!!
Na noite do dia 29 de junho, antes mesmo de terminar a apuração geral, a chapa 1, já era considerada vencedora pela comissão eleitoral dada a ampla diferença de votos.

O SINSEPEAP (Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Estado do Amapá) tem 59 anos de história, desde sua fundação era controlada pelo mesmo grupo. Nos últimos anos estava à frente da entidade a Articulação Sindical, corrente sindical que sai em meio a vários casos de corrupção dentro no sindicato.

Uma eleição em meio a várias greves da Educação

Nos últimos meses, a exemplo de vários estados do Brasil, o Amapá também foi palco de várias lutas em defesa dos salários e direitos dos trabalhadores em Educação e na busca de uma Educação pública gratuita e de qualidade, foi dessa forma  que os militantes da CSP-Conlutas atuaram e foram decisivos na condução do processo que acabou desvendando o caráter governista e oportunista da direção ligada à CUT.

A greve dos trabalhadores em Educação de Macapá foi dirigida pelos militantes da CSP-Conlutas e arrancou o reajuste de 19,5% e no Estado a luta e engajamento dos militantes da Central Sindical e Popular conseguiram terminar de forma vitoriosa a greve Estadual.

A CSP-Conlutas dirigirá a maior Executiva Municipal do estado

Na capital, a Executiva Municipal terá como vice-presidente o auxiliar educacional Ailton Costa, militante do PSTU e dirigente sindical da CSP-Conlutas. “O nosso trabalho de base foi fundamental para garantir a vitória”, disse Ailton. Também na Executiva Estadual teremos representantes, o diretor de política e formação sindical e a diretoria de Gênero e políticas sociais, sobretudo no momento em que crescem os casos de machismo em um setor predominantemente composto por mulheres.

A direção eleita terá a tarefa histórica de reorganizar a entidade e recolocá-la no campo das lutas com independência de classe e para isso será importantíssimo discutirmos com a base o papel das centrais sindicais governistas, principalmente por que o SINSEPEAP ainda é filiado a CUT.

Almir Brito – Professor e dirigente sindical da CSP-Conlutas no Amapá

Na mira da mídia 1 - Escândalo na Alepa: "Imunidade não é impunidade"

Deu no blog do Edmilson:


Investigações
Edmilson Rodrigues volta a defender CPI e diz que chegou a hora de Juvenil


O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), autor do pedido de apuração das fraudes na Assembleia Legislativa do Estado, junto ao Ministério Público do Estado e à Polícia Civil, defende que chegou a hora do ex-presidente da Casa, Domingos Juvenil(PMDB), ser denunciado à justiça, já que o peemedebista está sem mandato e não possui foro privilegiado. E mesmo em relação ao senador Mário Couto (PSDB), outro que presidiu a Alepa e também teve a gestão posta em cheque, Edmilson aponta que a “imunidade não deve permitir a impunidade”. Em entrevista à jornalista Enize Vidigal, ele defende a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos envolvidos nas irregularidades e cobra das autoridades a prisão do ex-diretor financeiro da Alepa, Sérgio Duboc, que teve a preventiva decretada, mas está foragido. Edmilson afirma ainda que a base de sustentação do governo no Legislativo boicotou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta por ele, mas o deputado crê que a CPI ganha ambiente mais fértil, no próximo semestre, com o avanço das investigações do MPE e as constatações que virão à tona através do Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Receita Federal. A proposta de CPI foi formalizada em 22 de fevereiro mas, até o início do recesso parlamentar, tinha alcançado 11 das 14 assinaturas necessárias.

A CPI sofreu boicote?

Tenho clareza de que houve um boicote da bancada majoritária, que dá sustentação ao governo. Isso se deve à citação de deputados com mandato em depoimentos dos que hoje estão denunciados na Justiça ou, porventura, dos [deputados] que participaram da gestão do Juvenil ou do Mário Couto e, por serem membros da Mesa (Diretora da Alepa), assinaram e têm responsabilidade por alguns procedimentos administrativos fraudulentos. Acredito que essa situação criou um imbróglio impeditivo da CPI. Há um receio de que a CPI acabe por atingir apoiadores do governo, como o PMDB, por ser uma grande bancada da base de sustentação. Ao não instalar a CPI, a história do Poder Legislativo do Estado fica maculada indelevelmente. A imprensa e a sociedade estão cumprindo o seu papel pressionando e o Ministério Público está cumprindo o seu papel a contento, ainda que precise dar passos maiores para chegar aos verdadeiros mandantes do crime.

04 julho 2011

3º CONGRESSO DOS EMPREGADOS DO BANCO DA AMAZÔNIA.

Ocorreu neste final de semana, com a abertura na sexta-feira e prosseguindo no sábado, o 3º Congresso dos Empregados do Banco da Amazônia, no Hotel Beira-Rio.  Um evento de extrema importância para a categoria do BASA,  onde seriam debatidos e retiradas propostas para a Campanha Salarial deste ano. Mais de 50 bancários de várias regiões do Pará e de outros estados compareceram ao evento. Sendo que deste, apenas 45 eram delegados eleitos em suas bases.
No primeiro momento, logo no inicio do evento, no credenciamento, houve um debate sobre os delegados do Amazonas, que segundo os organizadores do evento(Contraf-Feteccn e SEEB-PA) os mesmos não poderiam ser delegados em virtude de não ter sido enviado a relação com os nomes para o SEEB-PA. Um absurdo, pois ficou comprovado que os delegados do Amazonas estavam legitimamente eleitos em suas bases, o que o sindicato burocrático do Pará estava negando isso.
Após resolver esta pendenga, vale destacar, por pressão da maioria dos delegados presentes, foi dado o encaminhamento pela mesa da separação em grupo com os temas: Saúde e Condições de Trabalho; Emprego e Remuneração e PCCS. Dentre as proposta que foram apresentadas durante o Congresso e que foram aprovadas pela plenária, destacamos:
- novo PCCS, eixo central da Campanha Salarial no Banco da Amazônia
- Possibilidade de encarreiramento do quadro de apoio e acesso a todas as funções;
- Piso de salário do Dieese de R$ 2.255,00;
- TC`s: Implantação do piso mínimo da categoria profissionais;
- Possibilidade imediata do quadro de apoio ter acesso as demais funções comissionadas;
- Elevar o piso dos TB`s para o mesmo patamar dos demais Bancos Federais;
- Salários iguais para os Supervisores de Agência com os Supervisores da Matriz.
Emprego e Remuneração
- Combate a todas as formas de terceirização;
- Ampliação das contratações;
- Concurso público regionalizado;
- Isonomia salarial entre novos e antigos funcionários;
- Tíquete refeição e alimentação com valor equivalente a um salário mínimo,
- Rever o mapa de dotação de pessoal das unidades a partir do plano de negócios.
Saúde e Condições de trabalho
- CASF: fim da contribuição extra, aumento da contrapartida paga pelo banco;
- Combate as metas e ao assédio moral;
- Mapear as condições de trabalho das unidades, diante da precariedade de instalações e equipamentos;
- Proibição de transporte de valores feito por funcionários;
- Proibição de penalizações aos funcionários em agências nos casos de diferenças e furtos no transporte de valores por empresas terceirizadas.
            Depois de todo este debate, a direção da AEBA propôs, como forma de agregar, que os delegados aprovassem que a AEBA estará na mesa de negociação durante a campanha salarial, como sempre esteve. Esta proposta foi deixada de lado pela mesa para o final do congresso com a finalidade de não haver votação. E foi o que aconteceu. A maioria dos delegados presentes ao encontro queria que a AEBA participasse da mesa, o que foi negado pela direção da CONTRAF/CUT/PT, SEEB-PA, num total desrespeito ao processo democrático que sempre nortearam esses eventos. Após todo esse episódio, estes representantes do trabalhadores se retiram do evento, abandonando uma categoria que veio de longe para discutir e votar propostas que irão nortear nossa campanha salarial, bem como nossas vidas futuras. Que sindicalista são esses? Na verdade, são um bando de medrosos, pois sabiam que a AEBA tinha a maioria do  Congresso e com certeza ela estaria na mesa de negociação.
            Após a fugas dos “ratos”, foi criado uma nova mesa representada pelo SEEB-MA, SEEB-TO, SEEB-AM, AFBNB e AEBA, o que se fez a votação dos delegados presentes. Ou seja, 29 delegados presentes votaram pela AEBA estar na mesa de negociação. Que democracia é essa que não respeitam a base.  Vejam as fotos, inclusive a do bancário da CUT/PT:
 Mesa composta por representante da AFBNB(Henrique), SEEB-MA(Arnaldo), AEBA(Silvio), SEEB-TO(Crispim), SEEB-AM(Andréa e Miquilis).

 Os delegados votaram em peso para a AEBA estar na mesa de negociação!
A pelegagem ficou assustada com tamanha repercussão do debate, inclusive o cutista/petista
que está sentado de costa.