27 fevereiro 2011

Agora é a festa!!!!

Neste domingo aconteceu a festa em comomoração ao
aprovação do meu filho Júnior no IFPA(Cefet),       em
Tecnólogo em Sistemas de Telecomunicações.  Foi
um festa bonita(churrascada) com os familiares para
comemorarmos essa vitória que com certeza será
relevante para a carreira do Júnior. Parabéns, filho!!
Novo calouro do IFPA!
Júnior e sua amiga(vizinha)
Na hora do famoso trigo!!!
Júnior e minha mãe(avó)!
 Na hora do ovo na cabeça!





SENADORA RECEBE SINDICALISTAS DO BASA


Dirigentes da AEBA e AABA com a senadora Marinor Bri
A senadora Marinor Brito, líder do PSOL no senado federal, recebeu em audiência os dirigentes da AEBA (Associação dos Empregados do Banco da Amazônia e da AABA (Associação dos Aposentados do Basa). Os sindicalistas relataram uma série de preocupações com relação à CAPAF (Caixa de Previdência Complementar do Banco da Amazônia) que segundo eles, é o único Fundo de Pensão deficitário do sistema das estatais, o que evidencia que seu problema maior decorre de mais de 5 décadas de má gestão.
- O BASA (Banco da Amazônia S/A) sempre foi o responsável pela administração majoritária da CAPAF, uma vez que é o responsável pela indicação de três dos seis membros do conselho deliberativo, cabendo ao presidente deste conselho o voto de qualidade em caso de empate nas votações. Portanto, cabe à direção do BASA todas as responsabilidades que levaram a "quebra" da CAPAF, pois é quem de fato controla esse fundo de previdência. São esses dirigentes indicados pela diretoria do BASA os únicos responsáveis por aplicações financeiras mal sucedidas, diversos investimentos duvidosos, e aquisição de títulos e ações no mercado financeiro à revelia dos empregados e aposentados do BASA - explicaram membros da AEBA.
A senadora Marinor Brito se comprometeu, através de sua assessoria, a marcar audiência para os próximos dias com o desembargador presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) José Maria Quadros de Alencar e com o presidente do Basa, Abidias José de Sousa Araújo, para tratar das questões trabalhistas e sobre a situação da CAPAF, respectivamente.
 
Fonte: blog da Marinor

Basa perde na JT!!!


O AI-5 do Banco da Amazônia foi derrubado na Justiça do Trabalho, através de sentença exarada pela juíza Amanda Cristhina Mileo Gomes Mendonça, da 16ª Vara do Trabalho de Belém. Cliquem no número do processo 0000193-37.2011.5.08.0016 para ler todas as peças na íntegra.

Fonte: blog da Franssinete Florenzano

26 fevereiro 2011

Muitas Felicidades!!!!!

FELICIDADE DUPLA!

Ontem, dia 25/02, foi um dia feliz para mim. Meu filho, Júnior, 
com apenas 16 anos, passou no vestibular no 
IFPA(antigo CEFET),  no curso de Tecnólogo de 
Sistemas de Telecomunicações. É o momento mais 
feliz de um pai presenciar este momento,
principalmente em uma instituição pública e federal. 
Parabéns Júnior, que Deus te siga com todo o carinho e 
amor que tenho por você. Além disso, minha filha
Marllen passou no Mestrado em Ecologia Aquática e 
Pesca, na UFPA.
Parabéns Júnior e Marllen. Sigam em frente filhos!!!!!!!

Eu e meu filho, Júnior, futuro Tecnólogo em Sistemas de Telecomunicações.
 Minha filha, Marllen, futura Mestra pela UFPA.

22 fevereiro 2011

O impacto econômico e social do analfabetismo


Por Fabio Arruda Mortara*

A despeito dos avanços verificados nas duas últimas décadas, o ensino brasileiro, em especial no tocante às escolas públicas, segue abaixo de um padrão de excelência congruente com a meta nacional de desenvolvimento. O problema está muito evidente no Anuário Estatístico 2010 da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), que acaba de ser divulgado. O estudo desse importante organismo das Nações Unidas mostra que, em nosso país, a proporção de pessoas analfabetas é de 9,6%, acima da média de 8,3% registrada na região.

O índice leva em consideração os maiores de 15 anos incapazes de ler ou escrever, com clareza e entendimento, um relato simples e breve de sua própria vida cotidiana. Ou seja, indivíduos absolutamente despreparados para quaisquer postos de trabalho na economia contemporânea e totalmente excluídos do acesso à escrita e à leitura, essencial à formação mínima de todo cidadão.

Para se compreender de maneira mais clara a gravidade da situação apontada no relatório da Cepal, é importante cruzar os seus dados com informações da pirâmide demográfica nacional e alguns números do mercado da cadeia produtiva da comunicação gráfica. Com base na população atual de 190.732.694, os maiores de 15 anos (cerca de 89% do total, segundo o Censo 2010 do IBGE) são 169,75 milhões de habitantes. Se 9,6% destes não sabem ler e escrever, o número de brasileiros alijados desse direito essencial é de 16,3 milhões de pessoas.

Os reflexos mercadológicos dessa lamentável realidade não são menos graves. Se cada um desses brasileiros excluídos da sociedade do conhecimento soubesse ler e comprasse apenas e tão somente um livro por ano, o impacto nas vendas das 16,3 milhões de unidades seria de quase 4,5%, considerando a comercialização total de 370 milhões de exemplares/ano, apontada na edição mais recente da Pesquisa de Produção e Vendas do Mercado Editorial, realizada pela FIPE para a CBL e o SNEL. Caso cada uma dessas pessoas comprasse apenas dois cadernos por ano, ou seja, 32,6 milhões de exemplares, uma gráfica de grande porte especializada nesse segmento teria de trabalhar 46 dias, em período integral e utilizando toda a sua capacidade instalada (cerca de 700 mil unidades/dia), somente para atender a essa demanda específica.

Numericamente, os contingentes representados pelos brasileiros analfabetos são equivalentes à população integral do Chile ou da Holanda. Assim, incluí-los no mercado de consumo de todos os bens, produtos e serviços ao alcance de quem sabe ler e escrever significaria criar no próprio Brasil um mercado do tamanho do existente naqueles dois países. Na ponta da produção, o gargalo do ensino também apresenta consequências danosas, considerando o apagão de mão de obra explicitado de modo crescente por vários setores de atividade.

O flagelo do analfabetismo e a escolaridade de baixa qualidade transcendem, portanto, à questão social da exclusão, já suficientemente grave. É um problema a ser enfrentado com firmeza e eficácia pelas políticas das prefeituras, Estados e União, constitucionalmente responsáveis pela educação pública universal. A sociedade também precisa atuar no âmbito dessa meta, como têm feito as entidades de classe do setor gráfico, mobilizadas em prol da melhoria da formação de profissionais para o setor e da excelência do ensino no País.

*Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é presidente do Sindicato da Indústria Gráfica no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP) e diretor da Associação Brasileira da Indústria Gráfica.

*Publicado originalmente no site da abigraf - http://www.abigraf.org.br/.

Milhares em protesto contra abolição dos direitos sindicais!!

por LusaOntem
Manifestantes marcham contra a abolição de direitos sindicais no estado norte-americano do Wisconsin
Milhares de trabalhadores, aos quais se juntaram estudantes, continuam a protestar junto ao Capitólio de Wisconsin, nos Estados Unidos, contra um projecto de lei apresentado pelo novo governador, que pretende banir os direitos sindicais.

Cerca de 70.000 pessoas, entre apoiantes e opositores do projecto de lei, estão hoje concentradas junto ao Capitólio de Wisconsin (centro-leste). Os protestos no local começaram na terça-feira.
A proposta de orçamento do governador republicano, Scott Walker, inclui a eliminação dos direitos colectivos dos funcionários públicos com vista a equilibrar as contas do estado.
A medida devia ter sido votada na quinta-feira, mas tal não foi possível devido à ausência de 14 legisladores democratas que decidiram deslocar-se ao Ilinois numa tentativa de impedir o quórum necessário para a realização da votação.
Caso a lei tivesse sido aprovada, os funcionários passaríam a pagar prestações mais elevadas para o seguro de saúde e respetivos fundos de pensões
Os protestos, convocados por sindicatos federais e estatais, obrigaram ao encerramento de escolas em Madison, a capital do estado de Wisconsin, onde decorre também uma grave de professores. Os protestos estenderam-se também à cidade de Milwaukee e a outros estados republicanos como Ohio, Indiana e Pensilvania. O Presidente norte-americano, Barack Obama, já reagiu e acusou o governador Walker de estar a lançar um "assalto" contra os sindicatos.

20 fevereiro 2011

Nota do PSTU: Salário mínimo de Dilma é ataque aos trabalhadores, que sofrem com a inflação .

Leia a declaração do PSTU sobre votação do salário mínimo nesse dia 16 na Câmara



Direção Nacional do PSTU
 


• A Câmara dos Deputados aprovou a proposta do governo de R$ 545 para o salário mínimo. Trata-se da primeira vez, desde 1997, que o reajuste do mínimo não repõe sequer a inflação. O mínimo vai ser arrochado em 1,3% em termos reais.

É um ataque duro para o povo que tem de enfrentar nesse momento o aumento da inflação. Os índices reais de elevação dos preços dos alimentos já atingem 16%, com o feijão e a carne ultrapassando 50%.

Isso vai entrar na história como a estreia de Dilma Roussef no poder. Ela impôs exatamente sua proposta, sem nenhuma abertura para negociação nem sequer com seus próprios aliados. Como conhece os deputados governistas do PT, PMDB e PDT, condicionou à liberação dos cargos de segundo escalão a obediência na votação. Conseguiu um sucesso absoluto na Câmara. Na semana que vem, deve repetir o êxito no Senado, com as mesmas armas.

Não existe nenhuma justificativa para isso na economia. O crescimento do PIB em 2010, estimado em 7,8% pelo próprio governo, indica que não existia nenhum problema para o aumento. Os lucros dos patrões não param de crescer.

Segundo o que os deputados aprovaram, o governo poderá definir o valor do salário mínimo até 2015 sem ter de consultar nem o Congresso, a partir da fórmula "inflação do ano anterior mais o crescimento econômico de dois anos antes". Ou seja, por mais quatro anos, quando houver crescimento, vai haver um pequeno aumento do mínimo, bem aquém do crescimento dos lucros dos patrões. E quando houver crise, o mínimo vai diminuir. E o governo poderá decidir tudo sozinho.

Lamentável o papel da CUT e Força Sindical, que fizeram negociações ao redor R$ 560 - outra proposta de arrocho salarial- e se recusaram a mobilizar contra o governo. Fizeram cena nas negociações, para evitar se queimar demais. Mas essas centrais governistas recebem centenas de milhões de reais do Estado e seguirão sendo o braço de Dilma no movimento de massas. Chamamos a CUT e a Força Sindical a romperem com o governo e se integrarem às mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Resta saber qual será o reflexo disso entre os que a elegeram. Trata-se de um tapa na cara dos trabalhadores que viram o salário dos mesmos parlamentares ser reajustado em 62% e o da própria presidenta em 133%, muito acima da inflação.

O PSTU defende que o reajuste do salário mínimo seja de 62%, exatamente o mesmo dos parlamentares, o que significaria R$ 826. E que isso fosse só o início da correção real do salário mínimo, em direção ao salário do Dieese (R$ 2200) até o fim do mandato de Dilma.

Os ataques aos trabalhadores não param aí. O governo anunciou um corte no orçamento de R$ 51 bilhões, o maior da história. É uma soma correspondente a quatro vezes o que é gasto pelo governo no Bolsa Família, e mais que o previsto de gastos com o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) neste ano.

Esse corte vai atacar duramente o funcionalismo e a partir daí os serviços básicos do Estado como saúde e educação. Foram cancelados os concursos públicos e anunciado um plano de congelamento salarial dos servidores.

Vai haver também cortes nas verbas sociais. Já está anunciado corte de um bilhão na educação. O objetivo é claro: garantir o superávit fiscal, de acordo com o que é reivindicado pelos banqueiros, para seguir pagando religiosamente a dívida interna e externa.

Dilma, com esse corte fiscal e o arrocho no salário mínimo, quis mostrar para as multinacionais e banqueiros sua disposição de governar rigidamente para eles. O governo quer garantir que os frutos do crescimento econômico fiquem nas mãos das grandes empresas. Os ricos devem ficar mais ricos para seguir investindo no país a e apoiando o governo.

O PSTU dizia na campanha eleitoral que um voto em Dilma ou em Serra seria fortalecer uma alternativa que atacaria as conquistas dos trabalhadores. Agora passou a eleição, e Dilma não precisa mais disfarçar. O ataque veio rápido e duro.

O PSTU faz um alerta aos trabalhadores e jovens de todo o país. Esse é apenas o primeiro ataque. É hora de se preparar para se defender dos outros que virão. A inflação já se anuncia como um grande ataque aos salários de todos os trabalhadores com os aumentos nos alimentos e transportes que enfrentamos todos os dias.

Chamamos a todos os sindicatos, entidades estudantis e populares a participarem do ato no dia 24 de fevereiro em Brasília, convocado pela CSP-Conlutas, Cobap, FST, Intersindical e outras entidades para seguirem na luta por um reajuste de 62% para o salário mínimo e preparem as próximas lutas.

Fonte: www.pstu.org.br

Moções de rupúdio a este ato cruel da direita!

As moções podem ser enviadas para o e-mail marxista82@yahoo.com.br

Abaixo à ditadura!

Assistente Social e militante é cruelmente espancado pela PM em SP - pedimos solidariedade!



Vinícius, assistente social, servidor público no município de SP, mestrando em Serviço Social na PUC-SP, militante do PCB e do movimento de saúde foi cruelmente espancado por cerca de 8 policiais hoje, 17/02/2011 em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, organizado por vários movimentos sociais. Está internado no Hospital do Servidor Público Municipal e fará cirurgia amanhã. As fotos elucidam o abuso feito pela polícia militar.

Solicitamos às organizações e movimentos sociais que encaminhem moções de repúdio às atitudes dos policiais militares e solidariedade ao nosso companheiro, para que tal fato seja investigado e que a polícia militar seja responsabilizada.

Abaixo seguem os links das notícias e fotos:
http://noticias.uol.com.br/album/110217protesto_album.jhtm?abrefoto=15#fotoNav=16
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,protesto-contra-alta-do-onibus-em-sp-acaba-em-confronto-com-a-pm,680968,0.htm
Vejam as fotos no site www.estadao.com.br 
  

16 fevereiro 2011

Julgamento no STF sobra as pensões de ex-governadores do Pará!

Quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Direto do Plenário: suspenso julgamento sobre subsídio vitalício para ex-governador do Pará
Pedido de vista do ministro Dias Toffoli suspendeu o julgamento da medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4552, ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Ordem dos Advogados do Brasil para questionar subsídios vitalícios para ex-governadores do Pará.
Apenas a ministra Cármen Lúcia, relatora da ADI, proferiu voto nessa sessão, manifestando-se pela suspensão da cabeça do artigo 305 (e seu parágrafo primeiro) da Constituição do Estado do Pará, dispositivo que prevê o benefício, até o julgamento de mérito da ação.
fonte: STF

12 fevereiro 2011

LIT-QI: Mubarak caiu! Grande Triunfo da Revolução no Egito! Contra a transição impulsionada pela burguesia e o imperialismo, continuar as mobilizações!


internacional@pstu.org.br  
LIT-QI: Mubarak caiu! Grande Triunfo da Revolução no Egito! Contra a transição impulsionada pela burguesia e o imperialismo, continuar as mobilizações!

Declaração da Liga Internacional dos Trabalhadores sobre a revolução no Egito que derrubou o ditador Hosni Mubarak


LIT-QI
 


• A gloriosa revolução egípcia deu um exemplo histórico a todos os povos do mundo e um novo e decisivo passo na expansão da revolução árabe. Hosni Mubarak, o ditador odiado e o mais importante agente do imperialismo e de Israel na região foi obrigado a sair pela ação determinada das massas durante 18 dias consecutivos. A derrubada desse ditador é, por isso, um enorme triunfo das massas egípcias e árabes.


Comemoração nas ruas do Cairo após a queda de Mubarak

A revolução colocou o regime contra a parede
O centro desse gigantesco processo esteve na Praça Tahrir (ou Libertação) no centro da capital, Cairo, que se converteu no centro dos protestos que percorreram todo o país. Milhões de egípcios exigiram “Fora Mubarak” e o regime. A ocupação da praça se tornou a expressão do poder do povo mobilizado, por oposição a um regime e suas instituições que deixaram de conseguir governar. O governo mandava acabar com a ocupação da praça e ninguém obedecia; decretou toque de recolher, mas as massas não lhe davam ouvidos. O processo galvanizou o país inteiro, e pudemos ver as massivas manifestações nas grandes cidades como Alexandria, Suez, Port Said e se estendendo a todos os cantos do país.

Com o país paralisado, o governo orquestrou uma tentativa contra-revolucionária de ataque violento contra os manifestantes, com o objetivo de derrotá-los e esvaziar a Praça Tahrir. Apesar da passividade do Exército e da covardia de um ataque de bandos armados contra manifestantes desarmados, os ocupantes da Praça Tahrir não se deixaram intimidar e expulsaram corajosamente os bandos do regime, compostas por policiais e mercenários.

Ao mesmo tempo em que perpetrava este ataque contra o movimento revolucionário, o governo chamou ao diálogo as forças de oposição toleradas e com a participação dos seguidores de El Baradei e da Irmandade Muçulmana. Apesar de estas forças não terem chegado a acordo com o regime, a sua participação significou de fato a legitimação de uma tentativa de transição negociada. Como resultado foram apenas anunciadas "reformas constitucionais" até as eleições de setembro e promessas de "concessões" vazias. As massas não acreditaram nessas manobras e continuaram exigindo a imediata saída de Mubarak, mantendo a ocupação da Praça no Cairo e principais cidades do país.

Já nos últimos dias, a classe operária e os trabalhadores começaram a intervir de forma decisiva com sua arma mais poderosa: a greve. Expressão disso foi a entrada em cena dos trabalhadores do Canal de Suez, dos trabalhadores da saúde e do transporte no Cairo, bem como dos trabalhadores das telecomunicações. Até mesmo os trabalhadores de órgãos de imprensa como Al Ahram resolveram parar contra o regime. Esta onda de greves que juntava reivindicações por melhores condições de vida com a exigência de saída de Mubarak foi paralisando a economia egípcia de forma cada vez mais comprometedora para os interesses da burguesia nacional e internacional. Os trabalhadores iam demonstrando assim que, enquanto Mubarak estivesse no poder, iriam até o limite para conseguir o que queriam.

Frente a tudo isto, o Exército foi incapaz de reprimir diretamente as mobilizações e se manteve assistindo as marchas massivas e a ocupação da Praça. O contato constante dos soldados e baixa oficialidade com os manifestantes aprofundaram os elementos de crise no Exército, o que foi tornando cada vez mais perigosa uma possível ordem da cúpula de repressão em massa, que poderia ter como resultado imediato a divisão do Exército frente à força revolucionaria do povo egípcio.


Ativista egípcio carrega bandeira manchada de sangue

Mubarak é obrigado a renunciar
Frente à insustentável manutenção de Mubarak, o imperialismo começou a procurar articular uma "transição segura", que garantisse um "governo leal", cuja tarefa fosse "estabilizar" o país, mantendo as instituições centrais do regime, com algumas concessões democráticas. O imperialismo apostou na cúpula do Exército para levar a cabo essa tarefa, tendo em conta a sua ligação orgânica ao imperialismo, a sua importância como pilar fundamental do regime e força repressiva, e também pelo certo prestígio que ainda mantinha entre as massas.

Após vários anúncios que apontavam no sentido da renúncia na noite de 10 de fevereiro, Mubarak fraudou a expectativa da nação com um discurso que, em que em vez de anunciar seu retiro, anunciava a sua manutenção no poder com a transmissão de alguns poderes para Suleiman.

A reação furiosa da população na Praça Tahrir no Cairo e em todo o país apontava a uma radicalização dos protestos que se esperavam ainda maiores para o dia 11. Na mesma noite, os manifestantes cercaram espaços centrais como o palácio presidencial e estação estatal de TV, que estavam protegidos pelo Exército. Esta situação se foi tornando cada vez mais alarmante, particularmente para a cúpula das Forças Armadas, pois colocava a possibilidade real de enfrentamentos dos manifestantes com os organismos de segurança. Tendo em conta os importantes elementos de crise no Exército, não havia qualquer garantia que uma tentativa de tomada destes edifícios pela população pudesse ser freada pelos soldados.

Com a ampliação massiva dos protestos e a perda definitiva do controle por parte do regime, Suleiman foi obrigado a vir à televisão para anunciar telegraficamente a renúncia de Mubarak e a entrega da condução do país ao Comando Central do Exercito. A saída de Mubarak foi uma conquista enorme, imposta pelas mobilizações das massas e por isso sentida com enorme alegria e emoção.

O centro do acordo é a estabilização burguesa através do Exército
Compartilhamos a enorme e justa alegria que perpassa as massas egípcias e de todo o mundo por haver se livrado de um ditador assassino e corrupto. Mas queremos fazer um alerta: o Comando do Exército egípcio que assumiu o poder, aparecendo como uma suposta mudança frente à liderança de Mubarak, sempre foi a espinha dorsal da ditadura egípcia.

Na verdade, o alto comando do Exército é proprietário de várias empresas em diferentes setores da economia (controlando cerca de 30 a 40% da economia do país), tendo-se enriquecido à sombra da ditadura, à custa da fome e miséria do povo.

Além disso, o Exercito é o pilar central do regime de Mubarak e cumpre um papel fundamental como aliado estratégico dos EUA e Israel na região, que se expressa diretamente na ajuda militar de cerca de 2 bilhões de dólares anuais dos EUA a esta instituição.

Pôde se ver esse papel das Forças Armadas quando deram cobertura às hordas pró-Mubarak, ao permitir que entrassem na praça para espancar manifestantes nos dias 2 e 3 de Fevereiro. Com a crise provocada pelo curso da revolução, a cúpula militar tenta agora assumir diretamente o processo, livrando-se da figura incômoda de Mubarak para manter seus privilégios e nenhuma mudança significativa no país. A maior expressão disso é a indicação de Mohamed Hussein Tantawi, Ministro da Defesa dos últimos 20 anos de Mubarak, para encabeçar o novo governo até as próximas eleições.

A política que o imperialismo em conjunto com o Exército quer impor àqueles que se mobilizaram durante 18 dias para tirar Mubarak e acabar com a ditadura é a aceitação uma abertura democrática controlada, em que os principais pilares do regime repressivo se mantêm, e que se garante o cumprimento dos acordos políticos, econômicos e militares com o imperialismo e particularmente com Israel.

Nesse processo de abertura controlada, os setores da oposição burguesa preparam-se para cumprir um papel fundamental. Nesse sentido, o setor encabeçado por El Baradei e a Irmandade Muçulmana já deram declarações favoráveis para compor com os militares um governo de unidade nacional que permita uma transição negociada até as próximas eleições e aceitam que se mantenham os acordos com o imperialismo e Israel.


Manifestante sobe em tanque de guerra durante protesto

Só a mobilização independente das massas pode levar adiante a revolução egípcia!
A grande vitória alcançada pela revolução egípcia com a derrubada de Mubarak é apenas o começo e não o fim da luta contra opressão do povo daquele país.

O imperialismo e a burguesia egípcia estão tentando impedir que o povo alcance uma vitória maior do que aquela que já conseguiu, evitando que a ruptura com o anterior regime se estenda. A maior expressão disso é que a proposta de novo governo é encabeçado por um homem estreitamente ligado a Mubarak e de plena confiança do imperialismo americano. A cúpula do exército, comprometida em todos esses anos de ditadura, não vai querer que se punam os crimes, que se julguem e prendam os repressores e torturadores, nem que se firam os interesses econômicos dos grupos que floresceram à sombra de Mubarak. Não vai querer a liberdade para que se possam denunciar os crimes da ditadura nem para que os trabalhadores tenham liberdade sindical e direito de greve que ameaçariam os lucros fabulosos desses grupos aos que a eles são vinculados. Um governo integrado pelos homens de Mubarak é um obstáculo à revolução!

A ditadura matou e torturou milhares de opositores. Durante os 18 dias de mobilizações, 300 mortos caíram para derrubar Mubarak. Para romper de vez com a era Mubarak é preciso, por isso, dissolver os aparatos repressivos que mantiveram pelo terror 30 anos de ditadura e punir os responsáveis pelas prisões, torturas e mortes daqueles que lutaram pelos seus direitos. Pela dissolução de todos os aparelhos repressivos! Punição a todos os responsáveis pelas torturas e mortes.

É necessário também continuar a mobilização para garantir imediatamente a libertação de todos os presos políticos e totais liberdades de associação sindical, de organização partidária e imprensa.

Sabemos que há uma divisão de classe nas fileiras do Exército. A confraternização e a incapacidade dos soldados e oficialidade média para reprimir as mobilizações são expressão disso. É necessário que os soldados e a oficialidade média tenham as mais amplas liberdades democráticas para se organizarem de forma independente das suas cúpulas, e se juntar às reivindicações e anseios da classe trabalhadora egípcias que não são os do imperialismo nem os dos generais de Mubarak.

Pela dissolução imediata do Parlamento fraudulento! Para acabar com o regime de Mubarak, não basta fazer reformas parciais na Constituição, como estão propondo o novo governo e a oposição burguesa! Pela convocatória de uma Assembleia Constituinte soberana com plenos poderes, sem ninguém que tenha sido parte dos organismos do regime de Mubak! Assembleia constituinte para romper os acordos com o imperialismo, para expropriar os bens de Mubarak e do conjunto do antigo regime, e construir um Egito socialista ao serviço dos trabalhadores e do povo!

A opressão do povo egípcio não se resume à ditadura e está ancorada na exploração e desemprego que condenam à fome e à miséria a maioria da população. A revolução não coloca em causa somente o atual regime, mas afeta diretamente o imperialismo dominante, sendo objetivamente uma revolução operária e socialista.

Para uma ruptura de fundo com o antigo regime é, por isso, fundamental romper os pactos militares e políticos com o imperialismo e Israel. Fora o imperialismo do Egito! Pela imediata e plena abertura da fronteira com a Faixa de Gaza!

Por um aumento imediato e geral dos salários que corresponda ao custo da cesta básica! Por um plano econômico de emergência e a redução imediata da jornada de trabalho sem redução de salário de forma a garantir trabalho para todos! Pela expropriação das grandes empresas nacionais e multinacionais e do sistema financeiro!


A única forma de garantir os anseios da juventude é a continuidade da revolução

A condição indispensável para cumprir os anseios das massas de construir um novo Egito, é que as mobilizações independentes continuem. Foram as mobilizações das massas e não o Exército que derrubaram Mubarak. Chamamos por isso as massas egípcias a não depositarem o destino da sua revolução nas mãos do Exército e a confiarem nas suas próprias forças.

A juventude, que cumpriu um papel extraordinário na vanguarda dessa mobilização e mostrou um heroísmo ao permanecer na praça todos esses dias apesar da repressão, deve continuar organizada e exigir as conquistas! A classe trabalhadora, além de estar no centro do combate contra Mubarak, já mostrou que pode parar o país.

A partir da vitória dos que ocuparam e mantiveram a Praça Tahir, está colocada a necessidade de continuar e impulsionar a mobilização e organização independente dos trabalhadores e jovens, de chamar um encontro urgente dos trabalhadores e do povo que discuta um programa o serviço das massas, oposto ao da cúpula militar e ao da oposição burguesa, e tome o poder em suas mãos para levá-lo a cabo.

É preciso desenvolver a revolução árabe!
Depois da Tunísia, a revolução árabe teve um grande triunfo com a derrubada de Mubarak. Vamos estendê-la a toda a região! Pela derrubada das demais ditaduras e monarquias reacionárias do mundo árabe e do Oriente Médio!

Mubarak foi um esteio da ordem imposta pelo imperialismo na região, cujo centro é o Estado de Israel. A revolução árabe não será triunfante enquanto o Povo Palestino estiver sob o tacão de Israel. Todo apoio ao Povo Palestino! Pela destruição do Estado de Israel!

Esse processo revolucionário tem também como desafio enfrentar os regimes ditatoriais teocráticos, como o Irã, que reprimiu durante as mobilizações contra a fraude ano retrasado e que mantém a exploração do seu povo, apesar do choque eventuais com o imperialismo.

A revolução árabe coloca na ordem do dia recuperar a unidade da nação árabe na perspectiva de construir uma grande Federação das Repúblicas Socialistas Árabes!

São Paulo, 11 de Fevereiro de 2011

Governo e patrões não vão calar a nossa luta por trabalho, salário, terra, moradia e direitos sociais!

No Brasil crescem as ações policiais e as medidas judiciais contra as mobilizações, as greves e as manifestações dos trabalhadores. O aparato repressivo do Estado espanca ativistas em greve, prende, tortura e muitas vezes mata lideranças do campo e dos movimentos sociais urbanos.
A Justiça julga greves ilegais e abusivas. Além disso, impõe os interditos proibitórios, que são as famigeradas ações judiciais utilizadas indevidamente por empresas para inviabilizar os movimentos grevistas e as próprias entidades sindicais, por meio de multas vultosas a essas entidades.
Assim acabam na prática com o direito à greve, garantido na Constituição Federal de 1988.
Já no campo, sua função é evitar as ocupações de terras sob a alegação de que o direito de posse ou de propriedade está sendo ameaçado. Desta forma determina-se a reintegração de posse aos latifundiários contra as ocupações pela reforma agrária e decretasse a prisão e a condenação de lideranças dos sem terra. Não raro, esses confrontos resultam em mortes de trabalhadores, essas, porém, ficam impunes. O mesmo acontece com as ocupações na cidade, as ocupações urbanas.
Os que lutam por moradia ainda sofrem com os despejos cujos terrenos são utilizados para a especulação imobiliária promovida pelas grandes construtoras.
Ao se utilizarem desses recursos, patrões, latifundiários, empreiteiros e seus governantes corruptos protegem unicamente seus interesses. É importante frisar que essas medidas foram utilizadas com freqüência nos tempos de Ditadura Militar. Entretanto, sobrevivem aos governos do PSDB e do PT, ainda que a Constituição Federal assegure a livre organização dos trabalhadores.
Ao criminalizarem as lutas, os poderosos, pasmem, estão criminalizando a pobreza.
Buscam transformar em crime o direito de lutar por moradia, por terra e por uma vida digna, que deveriam ser garantidos pelo Estado. Eles estão criminalizando os trabalhadores que lutam por direitos sociais e trabalhistas e contra a exploração nas empresas.
Participe - Esta é uma campanha contra a criminalização da pobreza no Brasil, das lutas e das organizações dos trabalhadores e da juventude.
Vamos botar o bloco na rua, trabalhadores urbanos e rurais, estudantes e movimento popular. Vamos buscar a solidariedade de nossa classe para denunciar e acabar com a criminalização de nossas lutas e da pobreza nesse país.
Violentas e ilegais não são as greves, as ocupações de prédios, de terrenos e de terras.
Isso não é crime. Crime é punir os que lutam pelo justo direito à alimentação, à moradia, à terra, ao trabalho, aos salários e aos direitos sociais e trabalhistas.
Vamos levantar nossas bandeiras:
- Liberdade de manifestação e expressão
- Fim das perseguições e punições aos trabalhadores que lutam
- Amplo e irrestrito direito de greve
- Reintegração de todos os demitidos políticos
- Fim dos processos criminais e administrativos
- Fim da violência e dos assassinatos dos que lutam no campo e na cidade
- Fim dos ataques às organizações sindicais e sociais



fonte: CSP-Conlutas

Mubarak renuncia Multidão faz festa nas ruas do Egito; carta da CSP-Conlutas foi lida na praça!

Hosni Mubarak não aguentou a força das gigantescas mobilizações que vinham ocorrendo desde o dia 25 de janeiro no Cairo. Nesta sexta-feira, ele abandonou o poder. O anúncio da renúncia foi feito pelo vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, no início da tarde, que também renunciou. Segundo Suleiman, um conselho militar assumirá no lugar do ex-presidente.
Esta é uma primeira vitória de um povo que foi para as ruas e arrancou com suas próprias mãos a deposição de um ditador que já estava há mais de 30 anos no poder. Hoje é um dia de festa no Egito.
Mas essa luta não acabou. Quem está governando agora é uma Junta Militar na tentativa de garantir no governo figuras que durante todos esses anos estiveram lado a lado com o carrasco do povo egipcio. É preciso impedir que voltem ao poder. É necessário manter a mobilização para garantir a prisão do ditador e seus colaboradores, bem como as plenas liberdades democráticas, com a libertação de todos os presos políticos e o direito de organização política e sindical.
Viva a luta do povo Egipcio!
 Nota da CSP-Conlutas de apoio à luta do povo egípcio foi lida na praça Tahrir
Uma nota enviada pela CSP-Conlutas foi lida nesta quinta-feira, um dia antes da renúncia de Mubarak, na praça Tahrir, no Cairo, palco das grandes mobilizações que derrubou o ditador.
Quem nos avisou da leitura foi o enviado do jornal Opinião Socialista Luiz Gustavo Porfírio, que está no Egito para fazer a cobertura desse acontecimento histórico da luta dos trabalhadores, dos jovens e do povo daquele país.
Segundo Luiz Gustavo, a leitura foi em um dos palcos, o segundo maior que está instalado na praça.  "O palco é dirigido pela Coalizão da Juventude, uma frente que reúne vários grupos da juventude que chamaram os protestos", comentou.
A carta foi lida por um dos coordenadores da Coalizão, Walid Abdel Raouf.  “Ele disse que os sindicatos e a juventude do Brasil estão muito alegres com os protestos do Egito e que há muita solidariedade de lá”, nos contou o correspondente do Opinião Socialista, ressaltando que a mensagem foi muito bem recebida. “A massa ovacionou, gostou bastante”, disse.
Luiz Porfório, que também filmou a leitura está aguardando uma oportunidade para subi-la para a internet, quando postaremos em nossa página eletrônica.
A nota lida na praça Tahrir foi aprovada na última reunião da coordenação nacional da Central realizada nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro.
Leia abaixo:
TODO APOIO À REVOLUÇÃO NO EGITO!
Desde o dia 25 de janeiro o Egito foi tomado por gigantescas mobilizações contra a ditadura que governa o país há 30 anos. Os protestos aconteceram em cadeia após a queda de governos autoritários na Tunísia e também se espalharam pela Argélia , Jordânia e Iêmem. Dois terços dos 80 milhões de egípcios tem menos de 30 anos e essa numerosa juventude está mostrando sua força num ascenso colossal. Empunhando cartazes com a foto do jovem Khaled Said, que foi brutalmente torturado e assassinado pela ditadura, milhões de manifestantes mostram que o Egito não aceitará mais o governo de Hosni Mubarak.
Uma verdadeira revolução democrática está em curso, já ocorreram as maiores mobilizações da história do país. O governo não poupou esforços para conter violentamente os protestos, já são mais de 800 presos e mais de 100 mortos. Mas as ruas continuam tomadas por milhares de jovens e trabalhadores que desafiam o toque de recolher, as bombas de gás lacrimogêneo, os tanques de guerra e todo o arsenal repressivo do governo.
Não é só a legítima luta pela liberdade que move milhões de trabalhadores e jovens egípcios. Cerca de 40% dos habitantes vivem com 2 dólares por dia. O desemprego, a fome e a miséria também são parte da indignação da população.
O Egito é um país muito importante na região, além de ser o mais populoso, domina o canal de Suez e é peça chave para manter o vergonhoso bloqueio à Faixa de Gaza. Mubarak é fiel aliado do imperialismo, depois de Israel, é o país que mais recebe dinheiro dos EUA na região: US$ 2,5 bilhões. A primeira declaração dos Estados Unidos, feita por Hilary Clinton, afirmava a estabilidade do país e dava ao velho aliado um voto de confiança. Neste momento em que as mobilizações crescem a cada dia e estão totalmente fora do controle do governo e mesmo da oposição, Obama fala em democracia como valor universal e pede reformas. Na verdade, o que determina a posição norte-americana, em relação aos governos de todo o mundo, não são os seus valores, mas os interesses dos EUA. Foram décadas de colaboração imperialista com a ditadura, essa declaração neste momento só indica que a força dos protestos está levando Obama a pensar em uma saída negociada que estabilize o quanto antes o país.
Nós, ativistas e lutadores do movimento social brasileiro apoiamos a corajosa luta dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre no Egito. Exigimos do Governo Dilma que rompa relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o Egito enquanto perdurar a ditadura neste país. Defendemos o Fora Mubarak, nenhuma confiança nas Forças Armadas egípcias e uma alternativa de poder da classe trabalhadora, sem a presença de políticos burgueses e que participaram do antigo regime.
Coordenação Nacional da CSP-Conlutas
6 de fevereiro de 2011
Foto: Amr Abdallar/Reuters

Mais uma vez o povo derrota uma ditadura



No 18º dia de protestos, o chefe do regime ditatorial do Egito, Hosni Mubarak, declarou a renúncia ao cargo de presidente, após 30 anos de permanência no cargo. O anúncio foi feito pelo vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, que também apresentou sua renúncia.

O povo está em festa nas ruas do Cairo e em todo o país. As gigantescas manifestações populares abriram o caminho à democratização do país e mudanças sociais e políticas mais profundas.
fonte: Blog do Acaí

08 fevereiro 2011

CONTRAF CUT E O ACORDO DE ASSÉDIO MORAL: LAVANDO AS MÃOS COM AS LÁGRIMAS DOS BANCÁRI@S.

Os bancos no Brasil nunca lucraram tanto. Todos os anos nos deparamos com notícias de recordes na lucratividade do setor bancário. Porém, há elementos perversos nessa lucratividade estratosférica – elementos que poucos conhecem e que o governo, influenciado diretamente pelos banqueiros, atua para manter. O primeiro desses elementos são as altas taxas de juros no Brasil. Os bancos brasileiros ganham rios de dinheiro apenas emprestando para o governo, são bilhões de juros e amortizações pagos pela sociedade a poucos grandes conglomerados financeiros. Os juros básicos da economia pressionam os juros do crédito de varejo. Cheque especial com juros de mais de 130% ao ano é um descalabro e nos acostumamos a achar isso normal. Isso significa que um empréstimo é pago com mais de 100% do seu valor de face – somente um mercado de crédito concentrado e a carência de crédito das famílias – alimentada pelos baixos salários – podem produzir um cenário tão complicado para os trabalhadores. Outro elemento dessa lucratividade são as altas taxas de administração, abertura de crédito e tarifas – isso significa que os clientes pagam não apenas todo o custo de transação – uma transação entre dois – mas também que isso tem sido uma fonte de receita para os Bancos.  
            Mas há um elemento dessa lucratividade que é ainda mais disfarçado em termos da sociedade: a opressão e a exploração dos bancári@s. A exploração significa opressão econômica e se manifesta no arrocho salarial, na dependência de funções comissionadas e na PLR injusta. A opressão não econômica se manifesta principalmente no Assédio Moral. 
            O Assédio Moral moral no trabalho, em síntese, é a ausência de uma moral nas relações de trabalho. Sempre tem hierarquia, ou seja, é do chefe para o subordinado – ou, falando de forma mais clara, o assédio é a moral do lucro e da exploração que se impõe sobre qualquer outro tipo de relações humanas no trabalho. O chefe não quer saber quem você é, o que você é e que você merece respeito, ou que você é capaz etc. Não quer saber que você é filho, pai, esposa, marido, humano. Ele quer o resultado financeiro, o lucro, e para isso vai se utilizar todos meios de convencimento possíveis. O assédio moral anula sua personalidade, lhe transforma numa máquina totalmente controlada, impede qualquer tipo de reação do empregado para com o chefe, é o controle total do humano trabalhador pelo patrão. A humilhação e as ameaças são as suas formas básicas. Ao anular a personalidade do trabalhador, uma vez que não é possível segregar as demais dimensões, nos sentimos anulados como mulheres e homens, incapazes, sem auto-estima, depressivos e complexados. Nossa possibilidade de  sociabilidade como iguais nos foi brutalmente arrancada pelas metas e resultados dos gestores.     
            Recentemente a CONTRAF CUT fechou um acordo com vários bancos (Bradesco, Itaú-Unibanco, Santander, CEF, HSBC, Votorantim, Bicbanco, Citibank e Safra) e assinou um reconhecimento formalizado do assédio moral e não apenas isso, resolveu combatê-lo pelos métodos que os próprios assediadores exigiram. Esse acordo pode ter sérios resultados negativos para os trabalhadores no âmbito judicial – hoje os Bancos acumulam um grande passivo trabalhista por assédio. Esse acordo não foi debatido com a Base dos sindicatos, a CONTRAF CUT sempre faz acordos por cima, sem debater com a categoria.
            O acordo de assédio moral da CONTRAF, chamado de PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE CONFLITOS NO AMBIENTE DE TRABALH não é uma vitória do movimento bancário e sim mais uma negociata que a alta cúpula do movimento bancário fechou com seus chefes. Assédio moral deve ser combativo pelo movimento com conscientização da base, defesa judicial bem preparada e campanhas de denuncias na imprensa e para os órgãos de governo. Esse acordo lembra as velhas câmaras de conciliação previa que evitam perdas trabalhistas às empresas.
           
Vamos debater o acordo ponto por ponto:

  1. As denuncias podem ser encaminhadas ao Banco ou ao Sindicato – nisso não há nenhuma novidade, na verdade há uma crença pelo Sindicato de que o Banco vai resolver o problema, mera ingenuidade ou leviandade descarada. O Sindicato deveria dizer: Bancários façam-nos as denuncias de assédio moral que vamos defendê-los política e judicialmente.
  2. A apuração dos fatos deverá ser em até 60 dias corridos a partir da apresentação da questão ao banco. Neste período não poderá haver qualquer divulgação do fato denunciado, nem pelo sindicato, nem pelo Banco – ou seja, se for um fato muito grave o sindicato se comprometeu com o silencio e abriu mão daquilo que é seu principal objetivo, a defesa política dos bancários e bancárias. Imaginem que o sindicato não poderá fazer um ato na frente da agência, nem uma nota à imprensa, nada, deve calar-se.
  3. O sindicato não encaminhará ao banco denúncia recebida anonimamente – ou seja. O sindicato se exime de qualquer atitude diante de uma denuncia anônima, não poderá tomar nenhuma atitude legal nesse caso.
Pelos termos desse acordo os Sindicatos estão presos ao procedimento elaborado com a FENABAN sem poder atuar por outros meios.  Espero firmemente que a Justiça do trabalho não o reconheça caso contrário, veremos os casos de vitórias judiciais dos assediados diminuírem drasticamente, como veremos também as estatísticas de denuncias reduzidas. Mas isso não significará que o ASSÉDIO MORAL NO TRABLHO TENHA ACABADO, pelas próprias condições do trabalho não existe atividade bancária e financeira sem assédio. Significará apenas que se antes ele era negado apenas pela emprega, agora será negado também pelas entidades sindicais.

Com sindicatos assim, quem precisa de banqueiros assediadores?
Fonte: blog da oposiçao bancária do Pará

06 fevereiro 2011

Aeba busca alternativas para viabilização da Capaf




O presidente da Associação dos Empregados do Basa (Aeba), Sílvio Kanner (na foto), disse ao Espaço Aberto que a entidade estuda alternativas jurídicas para defender os direitos de todos os participantes e assistidos da Capaf, a Caixa de Previdência Complementar do Banco da Amazônia. “Partimos do presuposto de que o Banco é o patrocinador do Fundo de Previdência e, em última instância, o responsável pela aposentadoria complementar dos seus empregados”, disse Kanner. A seguir, a entrevista.

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A Capaf anunciou, oficialmente, que não tem mais recursos para pagar as aposentadorias e pensões a aposentados e pensionistas de seu Plano BD.Quais as providências adotadas pela entidade que o senhor dirige para defender o direito adquirido dos Participantes e Assistidos pelo Fundo de Pensão?
Estamos atuando em dois sentidos. Inicialmente, estudamos alternativas jurídicas que visam garantir o pagamento dos benefícios, independentemente da posição de cada participante de migrar ou não para o novo plano. O seu direito ao beneficio deve ser garantido. Ele não está legalmente obrigado a migrar. Nesse aspecto, partimos do presuposto de que o Banco é o patrocinador do Fundo de Previdência e, em última instância, o responsável pela aposentadoria complementar dos seus empregados. A segunda via de atuação está voltada para a informação, mobilização e articulação polític a - visando reestabelecer negociações. Não podemos nesse momento nos colocar em posições inegociáveis e impedir a construção de uma solução que respeite o direito de todos. O plano possui limitações estruturais graves que não estão na nossa capacidade de mudar, como, por exemplo, as ações judiciais e outras.

Fala-se que a Capaf tem um déficit de mais de R$ 1 bilhão de reais. Por que nunca houve uma separação entre déficit e dívida? O Basa, que sempre indicou os administradores da Capaf, não tem responsabilidades sobre essa situação crítica a que chegou o Fundo de Pensão de seus funcionários?
É obvio que sim. A gestão da Capaf sempre foi controlada pelas diretorias do Banco. O gestor deve ser responsável pelo que administra. Temos documentos que comprovam que a Capaf não tomou providências determinantes em seu momento para evitar a situação atual e a realidade demonstra, inclusive, que as omissõ es de ações administrativas tempestivas contribuíram para agravar o problema. Exemplo:muitas ações judiciais relacionam-se com a suspensão da contribuição dos participantes após 30 anos, de acordo com a Portaria 375, certidão de nascimento da Capaf, datada de 1969. A Capaf sabe que a contribuição, por direito, deve encerrar nesse ponto, mas continua cobrando e gerando passivo judicial. O Banco criou verbas remuneratórias, na década de 90, para atender interesses exclusivos da diretoria à época sobre a qual não aportou os devidos recursos de contribuição gerando mais passivo. Uma parte desse déficit, como você afirma de fato, é divida, ou seja, não deveria estar em debate, deveria ser apenas reconhecida e paga. Esperamos que, depois desse processo traumático, os trabalhadores possam ter o direito de eleger pelo voto direto um diretor para a Capaf, como ocorre em outros fundos de pensão.

Comenta-se que a Previc, ex-SPC , passou sete anos (1993/2000) supervisionando a administração da Capaf, com o objetivo de sanear a entidade, que já apresentava , na época, sinais de desequilíbrio atuarial. Por que a situação da Capaf de lá pra cá só fez piorar?
A Previc tem uma grande responsabilidade, por omissão, no caso da Capaf. Nesse período de acompanhamento pela Previc, o passivo multiplicou por 10, sem que nenhuma providência fosse tomada. No Brasil há dois pesos e duas medidas. O governo protege os ricos e sempre tenta jogar a dívida nas costas dos mais pobres. Se os contratos são tão importantes para o governo, por que não cumpre o contrato com os seus trabalhadores? O Banco da Amazônia é uma instituição que vem sobrevivendo, apesar do governo e das suas diretorias. Vem sobrevivendo com um esforço sem tamanho dos seus empregados, dos quais exigem um esforço ainda maior, sem que eles próprios tenham feito a sua parte. Gostaria muito que as pessoas que leem este blog nos ajudassem no sentido de pautar o governo quanto ao fortalecimento do Banco. O Banco da Amazônia é o nosso Banco, está aqui, podemos resolver os problemas aqui, ter uma instituição Bancária com a cara e a diversidade da Amazônia, mas para isso temos que lutar contra a vontade das autoridades de Brasília. Poderíamos ter um Banco com mais de 5 mil empregados, com salários dignos, com presença nos municípios da região, mas para isso o governo precisa mudar de posição e isso inclui ajudar a resolver o problema da Capaf e também reconhecer sua omissão, via órgão regulador do sistema de Fundos de Pensão, em mais de 40 anos de gestão não profissional na Capaf.

Os novos planos de previdência, aprovados pela Previc e pelo Basa, previam uma adesão de 95% dos participantes e assistidos da Capaf, sob pena de não serem implantados. Há números oficiais quanto aos índices de aprovação e rejeição desses no vos planos?
A Aeba nunca foi informada oficialmente sobre o percentual de adesão. Como não foi informada sobre muitos outros aspectos. Queremos ver o contrato que o Basa firmará com a Capaf. Queremos o parecer da Previc, devidamente fundamentado que deu base para a aprovação dos Planos. Queremos ver a Nota Técnica Atuarial que baseia o cálculo dos benefícios. Queremos saber como será, precisamente, o aporte da parte do Banco, pois o que se desenha é um pagamento do déficit mensal, utilizando-se para isso, inclusive, o resultado das investimentos da massa do aporte financeiro.

O presidente do Basa disse, em entrevista à imprensa, que as entidades avalizaram os novos Planos elaborados pela Deloitte e aprovados na esfera federal pela Previc. Não havia um plano anterior, elaborado pela Consultora Globalprev, que, segundo se comenta, era bem melhor que a versão agora submetida aos Participantes e Assistidos da Capaf? Qual dos dois planos era endossado pelas entidades? O Basa alega que tem um documento firmado pelas entidades aprovando a solução Capaf. Confere?
As entidades participaram de um processo de discussão que resultou numa proposta, elaborada com o auxilio da GlobalPrev, que foi decididamente rejeitada pela Banco. Após isso, as entidades assinaram um acordo em torno do Plano da Delloite. Em primeiro lugar, as entidades não debateram com suas bases acerca dos preceitos desse acordo e, em segundo lugar, o que veio da Previc contém mudanças significativas em relação ao que havia sido acordado.

Qual vai ser o Plano B das entidades, de vez que a Capaf anunciou que não há mais dinheiro e ainda paira a ameaça de intervenção e liquidação da Capaf pela Previc? A solução passa agora só pela via judicial?
Nossa opinião é a de que a Capaf e o Banco deveriam solicitar da Previc mais tempo e solicitar também a reabe rtura de negociações. De nossa parte, estamos tentando buscar isso, pois achamos que é possível avançar de forma negociada. Mas, em último caso, não podemos ficar parados diante do não pagamento dos benefícios. Então, aí sim, temos que buscar alternativas judiciais. Principalmente a Associação dos Aposentados, que representa o elo mais frágil da corrente, pois são os aposentados e pensionistas que estão nesse momento mais afetados pela suspensão dos pagamentos dos benefícios. Na AEBA, temos uma preocupação muito grande com a solução Capaf, pois os atuais trabalhadores da ativa são os aposentados de amanhã. Por isso, buscaremos também alternativas judiciais para garantir que a Capaf cumpra seu contrato com eles, que garanta sua reserva matemática e seus benefícios quando se aposentarem.

Entrevista diponível no Blogger do Espaço Aberto em 02/02/2011 08:00 horas

Planejamento Estratégico da AEBA-Associação dos Empregados do BASA

Na tarde de sexta-feira(4),  a Associação dos Empregados do Banco da Amazônia iniciou seu planejamento anual de atividades para 2011. Esteve presente toda a diretoria executiva, diretores regionais e alguns representantes da AEBA nas agências. “Este primeiro momento foi bastante proveitoso, esperamos que os trabalhos de amanhã sigam com a mesma metodologia e disposição dos participantes, dessa forma sairão daqui excelentes propostas e estratégias de trabalho que atenderão às necessidades dos nossos associados para a resolução efetiva, satisfatória de todos os que confiam nessa entidade para defender seus interesses. O planejamento foi pensado para a definição de estratégias através das discussões e o nivelamento de todos os objetivos de quem faz a AEBA. Todos têm acrescentado muito ao debate. É importante que a situação de cada região seja colocada nesse momento para termos conhecimento e avaliarmos as necessidades de cada uma e alinharmos nossos posicionamento para o enfrentamento em favor dos nossos colegas” Enfatizou Silvio Kanner, presidente da AEBA.
 
O evento iniciou com uma discussão sobre conjuntura econômica e como as instituições financeiras foram afetadas pela crise econômica mundial e os reflexos sentidos pelos trabalhadores, vitimados pela lógica da lucratividade. No caso do Banco da Amazônia, essa lógica foi incorporada a partir do novo plano de negócios incorporado pela instituição, que já se mostrou ineficiente, vitimando o trabalhador com processos que não caminham pela falta de estrutura física, tecnológica e carência de pessoal. Como parte da abordagem dos eixos estabelecidos para os debates do Planejamento 2011, o primeiro Painel “Planos de Cargos e Salários – PCS”, foi discutido no final da tarde e teve como facilitador Marlon George, diretor de administração, patrimônio e finanças da AEBA.