31 agosto 2011

Visitas as agências do interior do Estado!

Nos dias 26, 28 e 29/08 estive visitando as agências de Castanhal,
Capanema e Bragança, no Nordeste paraense. Foi uma visita
produtiva, pois além  de distribuir o Jornal da AEBA, tive a
oportunidade de conversar com cada colega pessoalmente,
dando-lhes informações sobre a campanha salarial, CASF e
CAPAF. As principais reclamações foram sobre a extrapolação da
jornada de trabalho e com relação a cota-extra da CASF, pois tem
colega que não pagou a cota e a CASF não autorizou alguns
procedimentos. Mas falei sobre a suspensão da cota pela justiça,
fato que muitos colegas não sabiam.Além disso, fiz alguns
esclarecimentos sobre a CAPAF, em resposta a uma colega em
Bragança,  que aderiu semana passada, perguntou-me: Por que
a AEBA é contra os planos da CAPAF. Respondi: A AEBA é
contra e sempre será na retirada de direitos dos empregados do banco.
Expliquei-lhe que direitos são esses e depois de nossa conversa, a
colega chegou a conclusão de que foi enganada, inclusive com a
anuência da pelegada do Sindicato que esteve em Bragança
pregando a pré-adesão. Enfim foi muito produtivo essa viajem,
pois é muito importante estar junto com a categoria, principalmente
a do interior, sempre esquecida.
Vejam as fotos das visitas:
 Agência de Castanhal
Agência de Capanema
Agência de Bragança.
Mais Capanema..

21 agosto 2011

Ocorreu neste domingo a VI parada GLBTT de Ananindeua. Segundo estimativa dos organizadores,
mais de 5 mil brincantes estiveram presente na parada. Foi um ato tranquilo, com 3 trios elétricos
puxando milhares de pessoas. Parabéns aos organizadores, bem como ao público em geral que soube
respeitar as adversidades, sem homafobia. Enfim foi muito legal. Vejam as fotos:
Eu e minha filha, na concentração na praça da Bíblia.
Dinho, Marlon e Rodrigo
Este turma é gente boa!!!!
Marlon, Fátima, Michele e Pina.

Bandeira do grupo GLBTT.

19 agosto 2011

Para refletir.

As campanhas salariais e a crise.

Você é um trabalhador insatisfeito com seu salário. Talvez começando agora sua campanha salarial como os metalúrgicos, petroleiros, bancários, trabalhadores dos correios, operários da construção civil e muito outros. Está também vendo o noticiário sobre a crise internacional, e sabe que os patrões vão querer usar a crise para evitar dar aumentos.

O seu salário você conhece bem. Sabe que não chega até o final do mês, e que muitas vezes já está empenhado para pagar contas ou empréstimos.

Sabe também por experiência própria que entre você e os patrões não existe uma "família", como eles dizem. Falam isso para disfarçar os seus interesses, contrários aos dos trabalhadores. O capitalismo vive para aumentar o lucro das empresas, e seus lucros aumentam quando nossos salários diminuem. Quando nós falamos em aumentar nossos salários, eles se enfurecem porque isso reduz seus lucros.

Agora os patrões vão tentar utilizar a crise internacional para justificar não dar aumentos salariais. Mas o Brasil segue crescendo, com uma previsão de 4% de aumento do PIB em 2011. A produtividade das empresas aumentou, nosso ritmo de trabalho é infernal. Não existe nenhuma justificativa para não aumentar os salários.

Você sabe que só com a luta podemos conquistar reajustes em nossos salários. Isso já representa um acordo importante entre nós. Vão vir representantes da CUT e da Força Sindical com uma conversa fiada de "pacto social contra a crise", de aliança com os patrões para "evitar a desindustrialização". Não existe acordo ou pacto com os empresários que signifique melhora em nossas vidas. A razão é simples: para os patrões, interessa que ganhemos cada vez menos.

As grandes empresas são as que estão melhor preparadas para enfrentar as crises. Em primeiro lugar porque têm altíssimos lucros. O crescimento econômico do Brasil está sendo completamente absorvido pelos patrões. Um estudo do Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Sócioeconômicos) mostra que cada um dos trabalhadores das 500 maiores empresas do país gerou um lucro anual de 452 mil dólares, ou seja, quase meio milhão de dólares. Basta comparar isso com o que ganham os trabalhadores para ver como a riqueza de alguns poucos significa o sofrimento da maioria. Os metalúrgicos da GM recebem só o equivalente a 8% do faturamento dessa empresa. Os operários da construção civil só recebem 6% do faturamento. Os trabalhadores têm todo o direito de reivindicar uma parte digna dos frutos de seu trabalho.

Dilma é uma aliada?
Mas é importante falar sobre outro tema. Para você, a luta é só contra os patrões, porque você acha que tem Dilma como aliada. Será mesmo?

O governo tem inúmeras maneiras de pressionar uma empresa, porque é quem decide o rumo dos empréstimos dos bancos estatais, assim como os subsídios. Não existiu, nos oito anos de mandato de Lula ou agora com Dilma, nenhum episódio de pressão do governo sobre uma empresa em defesa de uma greve.

Pode ser que você ache que Dilma não tenha nada a ver com a definição dos salários. Não é bem assim. A política econômica aplicada no país hoje é definida pelo governo, no caso agora por Dilma. Por exemplo, foi Dilma quem impôs o reajuste atual do salário mínimo - 1,3% abaixo da inflação do período. Ou seja, a principal determinação salarial do país (o salário mínimo) foi realizada diretamente por Dilma, e impôs um arrocho que não tinha sido visto em nenhum dos governos Lula e mesmo com FHC.

O governo, nesse momento, está divulgando que os trabalhadores não devem se engajar em lutas salariais porque isso aumentaria a inflação. No entanto, os reajustes são apenas uma forma de reivindicar de volta o que a inflação já nos levou. Portanto, não causam inflação;são uma defesa contra a inflação. Se os trabalhadores seguirem a posição de Dilma, ficarão sem nenhuma defesa contra a inflação.

Agora Dilma vai se preocupar com os reflexos da crise sobre as grandes empresas. Já entregou 25 bilhões de reais para as empresas em subsídios e redução de impostos. Não anunciou nada para defender os salários e proteger os empregos dos trabalhadores.

É muito importante que possamos lutar juntos contra os patrões. As grandes empresas são as responsáveis pela crise. São elas as que têm se beneficiado até agora do crescimento. São elas que devem pagar as conseqüências da crise.

Devemos também exigir junto ao governo Dilma que se faça um reajuste automático dos salários, toda vez que a inflação atingir 2%. E que garanta a estabilidade no emprego do conjunto dos trabalhadores. 

Fonte: www.pstu.org.br

Empréstimo de R$366 milhões!


Sobre a nota do PT: ela não responde nada

Li atentamente a nota do PT, em relação as criticas sobre o empréstimo do R$ 366. Após a nota, conversei  com administradores, contadores, advogados e auditores fiscais, e destas conversas concluímos o seguinte:
  1. Há quatro graves acusações à ex-governadora Ana Júlia. A primeira delas diz respeito a ter apresentado 16 notas fiscais em duplicidade, ou seja, apresentou as mesmas notas para prestação de contas do empréstimo junto ao BNDES, referente ao 366 e apresentou as mesmas notas na prestação de contas do "Ação Metrópole", que também teve como agente financeiro o Banco do Brasil. Eram dois empréstimos diferentes, mas foram utilizadas as mesmas notas !!!!. Sobre este assunto, da duplicidade das notas, o PT  se cala, na entrevista coletiva, é que o deputado Bordalo diz que foi um erro de digitação, o que a AGE rebate dizendo que é impossível acontecer este erro, pois a prestação de contas foi feita por entes diferentes da Administração Estadual, ou seja, diferentes órgãos teriam que ter errado a digitação.
  2. A segunda acusação, com base no ofício do BNDES, é de que a aplicação dos recursos do empréstimo do BNDES, não foi feita com base na Lei autorizativa, por isso o BNDES não aceitou a prestação de contas. Na nota do PT, declara-se que a operação financeira 02 (o programa junto ao BNDES, que possibilitou o socorro financeiro aos estados que perderam recurso com a crise de 2008), não tinha objeto específico, para o PT, o programa do BNDES não tinha um fim especifico para aplicação, o recurso poderia ser aplicado em qualquer objeto que o governo estadual pretende-se, mas havia necessidade de que o empréstimo com a sua destinação fosse aprovado por uma Lei estadual. Aqui que está a questão, se o programa do BNDES não definia um fim especifico, mas exigia uma lei autorizativa, a ALEPA ao votar a Lei definiu fins especifico para o empréstimo do governo do Estado. A Assembleia Legislativa do Pará não deu carta branca para o governo Ana Júlia. A Lei autorizativa da Assembleia dividiu partes dos recursos, entre prefeituras, emendas parlamentares e obras do governo, ou seja o governo não tinha base política suficiente para aprovar uma lei autorizativa, de acordo com que ele queria, e foi para o acordo. Quero lembrar que quem propôs o repasse de parte dos recursos para as prefeituras, foi o governo Ana Júlia. A proposta inicial era de que 30% fosse repassado para as prefeituras. A oposição pressionou e aprovou uma lei que subia para 51% este repasse. Fizeram-se cálculos, aprovarem-se planilha, aprovou-se o critério de divisão, com base na população dos municípios, tudo feito em acordo com o governo. Pergunto: onde está a ilegalidade da Lei Autorizativa ???????? Ela não existe, se fosse assim, o próprio BNDES não teria aprovado a liberação de parte dos recursos. Toma-se conhecimentoAGORAAAAAAAA, que o governo Ana Júlia entrou com um pedido de ilegalidade da Lei em Dezembro de 2010. Só após  gastar os recursos. Observem, o governo não poderia gastar os recursos fora da lei autorizativa.
  3.  A terceira acusação é que a  prestação de contas do BNDES junto ao BNDES foi protocalada no BNDES, dia 25 de Fevereiro de 2011, já na gestão de Jatene. Ela teria sido feita fora do prazo e fora dos trâmites aceitáveis. A nota do PT também não responde a isso.
Todos com que conversei e que leram o relatório da AGE (como eu li também), afirmam que ele é consistente. Agora cabe ao MPE, para onde foi encaminhado o relatório da AGE, e ao Tribunal de Contas do Estado, definirem suas posições em relação a este empréstimo e, em relação a prestação de contas, mas uma coisa chama atenção: o silêncio de Ana Júlia e sua ausência na entrevista de ontem. 

Lembro que quem vai responder à justiça é a ex-governadora e não o PT, a este cabe o ônus político do desgaste de sua imagem.
Fonte: Blog da Edilza Fontes

13 agosto 2011

Greve do SINASEFE já paralisa instituições educacionais em 19 estados!



Nesta quarta-feira (10/08) o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), filiado à CSP-Conlutas, chegou ao décimo dia de sua greve nacional. O movimento já é considerado histórico pela quantidade de adesões logo nos primeiros dias, chegando a paralisar as atividades em mais de 100 instituições educacionais em 19 estados brasileiros. 
O SINASEFE representa servidores e servidoras da Carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) dos Institutos Federais de Ciência e Tecnologia (IF’s) (antigos CEFET’s); Instituições Militares de Ensino; Colégio Pedro II/RJ; Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES); Instituto Benjamin Constant (IBC) e servidores/as dos ex-territórios federais.
A categoria deliberou pela greve no final de julho, durante sua 101ª Plenária, levando em consideração que, desde julho de 2010 (quando venceu o último acordo feito com o governo), não foram apresentadas propostas oficiais sobre as reivindicações dos/as servidores/as. Nem mesmo durante reuniões que deveriam ser de negociação, realizadas entre SINASEFE e Ministério do Planejamento, o governo não formalizou uma resposta às demandas apresentadas pela entidade, fato que se repetiu com o coletivo dos servidores públicos federais (SPF’s). Recebidas somente após manifestações em Brasília, as entidades representativas passaram por várias reuniões e, no último encontro, o governo afirmou que não concederá reajuste linear para os SPF’s em 2011 e 2012 e que trataria com as entidades em separado, desrespeitando o coletivo.

A luta dos servidores/as do SINASEFE é por itens como a democratização das instituições de ensino, realização de concursos, reestruturação das carreiras, reajuste salarial de 14,67% (IPCA + variação do PIB)  dentre outros pontos. O destaque da pauta de reivindicações é a destinação de 10% do PIB para a Educação Pública, uma luta que também é construída por outras entidades, como ANDES-SN, ANEL e CSP-Conlutas.


Monalisa Resende
Jornalista SINASEFE

10 agosto 2011

Só 12%? Que vergonha, hein, Contraf-CUT!


04/08/2011 às 08:04

Como já se esperava, encontro fechado só serve pra ratificar o pacotão dos pelegos da CUT: mesa única, pauta rebaixada e índice miserável. Os patrões agradecem...
Clique na foto para ampliá-la
Na Trincheira 186
03/08/2011
Não podia mesmo acabar de outra forma. Mais uma vez, melancolicamente, a conferência nacional fajuta da Contraf-CUT, um grotesco encontro fechado só para sindicalistas pelegos, ocorrido entre os dias 29 e 31 de julho, serviu apenas para aprovar um pacotão já pré-concebido pelos caciques petistas, em conluio com o governo federal e os banqueiros. Desse final de semana, regado a muito lazer, caviar e champagne, o que surge, dentre as paredes de um luxuoso hotel cinco estrelas em São Paulo, é meramente 'mais do mesmo'.
Como sempre, desde a ascensão do PT e da derradeira deterioração da CUT, o encontro dos 'contraficantes' traz à luz mais uma pautinha pra lá de rebaixada, com um índice miserável de 12,8%, muito abaixo das perdas salariais da categoria, que vão além dos 30% nos bancos privados e dos 100% nos bancos públicos. Muito abaixo também dos fabulosos lucros bilionários obtidos sistematicamente pelos banqueiros no Brasil.
A insistência criminosa dos cutistas também na péssima estratégia de mesa única de negociação continua sendo a forma ideal para blindarem o governo federal e sua política econômica contrária aos trabalhadores. Assim, com a farsa da mesa única, os cutistas pretendem manter o governo distante das negociações econômicas e, sintomaticamente, distante também das pressões das greves dos bancários da CEF e do BB, que ainda não repuseram suas perdas salariais gigantescas, um assunto que aborrece sobremaneira qualquer pelego governista da CUT.
Sob domínio e comando dos pelegos da Contraf-CUT, a campanha salarial dos bancários já nasce derrotada. Contra as traições destes lacaios governistas, resta aos trabalhadores, mais uma vez em 2011, atropelar a direção viciada do movimento sindical nas assembléias de base e sobretudo durante a greve.
A conjuntura exige uma vigorosa virada de mesa, que envolva a destituição do comando e a rejeição dessa pauta rebaixada que os cutistas meramente chancelaram e agora querem enfiar goela baixo dos bancários, sem nenhuma legitimidade. Chega de Contraf-CUT!
Fonte: SEEB-Ma

03 agosto 2011

Reunião da diretoria do Centro Comunitário da Cidade Nova I

Ocorreu ontem, depois de um longo período de recesso, a reunião ordinária
da diretoria do Centro Comunitário da Cidade Nova I. Vários assuntos foram
tratados como o espaço do Infocentro, onde a partir de segunda-feira, dia
08.08, abrirá novas turmas de informática básica, no turno da tarde, com o
Prof. Jairo, sendo que o Prof. Rafael continuará pela manhâ. Outro assunto
discutido foi o da assembléia que ocorreu dia 10/05/2011, onde foi aprovado
o referendo sobre a nova direção do Centro, sendo aprovada a eleição por
aclamação de apenas uma chapa. Havia uma proposta, de alguns moradores,
de que fizessem outra assembléia, o que tumultuou o ambiente, inclusive indo
a agressões verbais entre um morador e uma diretora do Centro. Por isso, e
principalmente, por ter ocorrido a assembléia conforme prevê o estatuto da
entidade, a diretoria deliberou que foi válida e que a ata, bem como as assinaturas
dos presentes, serão levadas, junto com os nomes da nova diretoria para o triênio
2011/2014, para o cartório de Ananindeua, depois de ter sido analisada pela Drª
Roberta Caldas, Advogada que está assessorando a diretoria do Centro. Vejam
as fotos da reunião:
O presidente do Centro, Marlon George, reeleito por mais um mandato.
D. Rosa, Marlon, D. Jesus, Lúcio, Fátima e Seu Luiz, diretores do Centro na reunião.
Momentos de descontração dos diretores do Centro.

02 agosto 2011

O que está por trás do debate sobre desindustrialização do país?

 

Renato Lobato
de Taubaté (SP)
 

• Nas últimas semanas, ganhou fôlego na grande imprensa, jornal do sindicato dos metalúrgicos do ABC e nas declarações de líderes sindicais e empresariais, um debate sobre o perigo das importações da China que supostamente poderá provocar a desindustrialização do Brasil. Seminários foram realizados e as propostas serão levadas ao governo Dilma.

Nos últimos três anos o Brasil aumentou a importação de produtos industrializados, principalmente carros. Ao mesmo tempo, passou a exportar mais produtos primários (minério de ferro, soja, açúcar, carne etc.) do que produtos industrializados. Isso em razão do fato da indústria ter se concentrado no mercado interno, com o incrível aumento do crédito.

Mas nesse debate vemos alguns conceitos estranhos sendo esgrimidos pelos líderes sindicais, como por exemplo, a defesa de uma suposta indústria nacional no setor automobilístico. A Volkswagen do Brasil, a Ford do Brasil, a General Motors do Brasil, a FIAT do Brasil seriam, supostamente, parte dessa “indústria nacional”.
Pra além do absurdo contido nesse argumento, é interessante notar que algumas dessas empresas praticamente salvaram suas matrizes nos últimos anos, com o envio de bilhões de dólares para o exterior. Vemos aí que de nacional elas só tem a ajuda dos governos FHC e Lula, quando fizeram suas reestruturações à custa de empréstimos do BNDES. Até hoje parte de suas exportações se dá sob financiamentos generosos do banco.

Nas empresas construtoras de caminhões e ônibus, o oligopólio é ainda mais concentrado. A única empresa realmente brasileira, a Busscar, pediu falência no ano passado. Na ocasião, não vimos nem metade do barulho que hoje fazem os líderes sindicais, e também não vimos generosidades por parte do BNDES ou do governo Lula para com essa única empresa nacional.

Quem são as empresas que estão roubando os nossos empregos?
Em primeiro lugar, a CUT e Força Sindical dizem defender o emprego e a indústria nacional. Mas um estudo feito pelo DIEESE, em conjunto com o sindicato dos metalúrgicos do ABC, traça um mapa das importações, e ai começa as contradições dos discursos dos líderes sindicais.

O estudo não deixa dúvidas sobre as ditas empresas “nacionais”. São elas que mais importam (veja abaixo).

RANKING DAS 15 MAIORES IMPORTADORAS DE VEÍCULOS

91.417 HYUNDAI
88.365 GM
77.685 FIAT
72.418 FORD
54.445 KIA MOTORS
43.993 TOYOTA
38.104 VOLKSWAGEN
30.551 CITROEN
19.445 HONDA
15.921 MERCEDES BENZ
14.346 NISSAN
12.137 PEUGEOT
10.507 REUNALT
9.632 MITSUBISHI
8.517 BMW


Mas o grande inimigo parece ser os chineses, que por enquanto não tem nenhuma fábrica montada no país. Porém, há planos de começar a construção de fábricas da Cherry e Lifan em breve como noticiam os jornais.

Outro argumento dos líderes sindicais afirma que a indústria chinesa, montando carros no Brasil, vai trazer também “empregos de má qualidade”. Cabe perguntar: como é hoje o emprego nas montadoras ditas nacionais?

Respondemos: os salários são completamente diferenciados em cada região do país. Vejamos alguns exemplos de emprego surgidos nos últimos anos na base do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Na Volks, trabalhadores na Quality (35 no total), prestadora de serviços automotivos na linha de produção, os salários chegam a R$ 600 reais, e a empresa que vinha atrasando salários há meses, fechou mês passado sem ainda pagar o que deve aos trabalhadores. Já na Ford toda a logística é feita pela NHL, multinacional norte- americana onde a média de salário é de R$900. Esses são exemplos de emprego de qualidade?

Por outro lado, empresários falam sobre perigo da concorrência desleal dos importados, que boa parte deles importa, e exigem reformas nas leis trabalhistas e a redução de impostos. Nos últimos meses, porém, veio à tona uma serie de reportagens do jornalista Joel Leite sobre os custos do carro no Brasil, os mais caros do mundo, que garantem margens de lucros muito superiores a do resto do mundo.

O que esta por trás deste debate
Estamos ainda sob o efeito da crise econômica mundial, com depressão nos mercados automobilístico da Europa e EUA, até pouco tempo atrás os maiores mercados e produtores. Para recuperar as taxas de lucro houve, nos últimos anos, uma transferência de plantas montadoras de veículos para países como China, Rússia, Índia e Brasil (hoje nosso país tem 20 marcas com plantas instaladas ou em construção (há 20 anos eram apenas quatro).

É nesses países que se concentram os salários mais baixos, mão de obra qualificada e recursos públicos a baixo custo. Mas a crise econômica aumentou a necessidade de aumentar a extração de mais-valia dos trabalhadores, e aí entram os líderes sindicais pelegos. Defendem acordos coletivos que se chocam mesmo com legislação trabalhista brasileira, como fez recentemente o Sr. Sergio Nobre, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, por meio de seu projeto se CSE (Comitê Sindical de Base). O projeto afirma que empresas e sindicatos possam fazer acordos “especiais”, sem ficar presos à legislação. Isso nós já conhecemos, foi o banco de horas e o contrato temporário de trabalho, exemplos de acordos por fora da legislação que depois o Congresso transformou em lei. Essas foram as contribuições da CUT e Força Sindical a chamada mini- reforma trabalhista realizada por FHC nos anos 90.

Em defesa da indústria nacional, dos salários e empregos decentes
Se os companheiros realmente querem mesmo defender uma indústria nacional forte, não fariam uma campanha para empresas estrangeiras, como faz a CUT, no caso da compra caça sueco pela FAB.

Seria muito mais benéfico, por exemplo, à reativação da indústria aeronáutica brasileira, por meio do projeto dos caças FX-2. O país tem um grande parque aeronáutico, construído pelo Estado e privatizado por Collor. O investimento nesse projeto, segundo especialistas como Ozires Silva, fundador da EMBRAER, poderia produzir um caça nacional investindo em tecnologia e criando emprego.
Para defender os empregos, esses sindicalistas também deveriam estar presentes nas campanhas salariais de metalúrgicos no segundo semestre. Unificar os metalúrgicos da Bahia, São Paulo e Minas Gerais numa grande campanha salarial unificada, em defesa de um piso nacional unificado; contrato nacional; e redução da jornada para 36 horas semanais, já que boa parte dos metalúrgicos nas montadoras em São Paulo tem jornada oficial de 40 horas.

E não poderíamos deixar de falar – na falta de cobrança por parte dos líderes sindicais - sobre dois pontos a mais: a mudança na política econômica do governo, que faz o dólar ficar mais barato perante o real e facilita a importação; e a exigência de aumento dos impostos sobre produtos importados, encarecendo assim estes produtos em detrimento aos fabricados aqui. Pois a grande verdade é que o governo considerado aliado pelos sindicalistas da CUT, Força Sindical e CTB é o principal culpado pela situação, junto com o grande empresariado.

Opressões e preparação da Jornada de Lutas serão temas da reunião Coordenação Nacional da CSPConlutas.

A reunião da Coordenação Nacional, que ocorre de 5 a 7 de agosto, em Belo Horizonte (MG), terá como destaque o debate sobre Opressões e a organização da  Jornada de Lutas de Agosto.

A reunião também pretende nortear o debate sobre o processo de mobilizações que se configura país afora com greves de profissionais da Educação de escolas publicas e universidades federais e dos metalúrgicos que lutam contra o governo e os patrões. Além disso, farão parte do debate as mobilizações travadas por organizações do movimento popular, como o MTST, que se mobilizam contra as remoções e desocupações em massa que se intensificam com a proximidade da Copa e Olimpíadas.


Opressão e Exploração – O debate sobre opressões ocorrerá no segundo dia de reunião, 6 de agosto. O tema ganha visibilidade e se configura nos recentes casos de violência aos homossexuais, em exemplos como a da professora Neusa Maria Marcondes que ganhou na justiça processo de crime de racismo contra a diretora de escola que a chamou de “macaca” e das mulheres que sofrem com a violência doméstica e sexual. As questões de gênero, raça e de orientação sexual implicarão no debate sobre machismo, racismo e homofobia sob a ótica dos trabalhadores.

Esta mesa terá a participação dos responsáveis pelos setoriais de mulheres, negros, e LGBT, além de convidados: a professora e autora do livro “A feminização no mundo do trabalho”, Claudia Mazzei Nogueira; o professor e mestre da UFMA e do quilombo Raça e Classe, Roseverck Santos; o presidente da Parada Gay Ideraldo Beltrame  e o deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ).

Será apresentada às entidades que compõem a Central a importância da participação de toda a base da CSP-Conlutas na luta pelo fim das opressões como parte da luta política contra a exploração, constituindo-se em um espaço de formação.

Jornada de Lutas e atividades para o próximo período – A reunião da Coordenação também irá debater a reta final de preparação da jornada de lutas, que ocorre de 17 a 26 de agosto com uma grande marcha à Brasília no dia 24, convocada pela Central junto com outras entidades nacionais. Essa Coordenação Nacional tem o objetivo organizar trabalhadores, entidades do movimento popular e estudantes a unirem suas forças e participarem efetivamente dessa mobilização.

Também estarão em discussão na Coordenação Nacional as demais questões sobre a conjuntura nacional e a convocação do primeiro Congresso da CSP-Conlutas em 2012.  No último dia da Coordenação Nacional serão votadas as propostas de resoluções e moções bem como as propostas aprovadas pelos setoriais de trabalho.

As informações sobre os critérios de participação foram enviadas pela secretaria via endereço eletrônico.

A reunião será realizada na sede Sinttel/MG (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais). Rua Sen. Lúcio Bittencourt, 140, Carlos Prates, Belo Horizonte (MG).
 Fonte: cspconlutas