24 setembro 2014

Debate sobre autonomia do Banco Central: a realidade nua e crua!

(Fotos: Agência Brasil)
(Fotos: Agência Brasil)
O fogo intenso que a candidata Dilma (PT) vem fazendo recair sobre Marina Silva (PSB), a quem acusou grosseiramente de ser “sustentada por banqueiros”, tem como um dos pontos principais o ataque à ideia da ex-senadora de promover a independência, por lei, do Banco Central, de forma a assegurar que suas decisões sobre controle da inflação e defesa da moeda não estejam submetidas a conveniências políticas.
Dilma não passa duas horas sem falar no assunto, como fez ontem, dirigindo-se a jornalistas:
– Minha filha, meu filho, esse povo da autonomia do Banco Central quer é o modelo anterior. Quer é fazer um baita ajuste (…), aumentar os juros pra danar, reduzir emprego e reduzir salário, porque emprego e salário não garantem a produtividade, segundo eles. Eu sou contra isso, eu tenho lado.
Dilma só pode ser contra um BC independente, uma vez que seu governo notoriamente lançou mão de mais pressão sobre o Banco Central para “segurar” os juros do que fez o próprio Lula, durante oito anos de lulalato (2003-2011) — que conferiu credibilidade à política econômica de seu governo que a sucessora está longe de alcançar.
O problema está na imensa hipocrisia contida nos ataques de Dilma a Marina. Pois fui justamente seu ainda hoje ministro da Fazenda, Guido Mantega, quem, como principal assessor para assuntos econômicos do então candidato Lula, viu-se durante a campanha presidencial de 2002 incumbido de estudar in loco, na Europa, como funcionam os bancos centrais que, por lei, gozam de independência, sejam de que partido forem os respectivos governos. ISSO FOI FEITO POR ENCOMENDA DE LULA.
Repito: POR ENCOMENDA DE LULA.
A sede do Banco Central, em Brasília: autonomia diante de interferências políticas daria credibilidade à política econômica -- e Lula, ninguém menos, chegou a cogitar de conceder independência à instituição (Foto: exame.abril.com.br)
A sede do Banco Central, em Brasília: autonomia diante de interferências políticas daria credibilidade à política econômica — e Lula, ninguém menos, chegou a cogitar de conceder independência à instituição (Foto: exame.abril.com.br)
Na ocasião, como muitos se lembrarão, o PT queria afastar de si a imagem de terror dos mercados, de partido que daria calote na dívida externa se chegasse ao poder e, em seu processo de agradar ao poder econômico, Lula chegou a cogitar de ir além da autonomia de que o BC dispunha na prática sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso — aventando, assim, a ideia de uma instituição independente e profissional, mas com essas características asseguradas em lei.
Dirceu — imaginem vocês!!!! — chegou a fazer um anúncio a respeito
O PT estava na fase de consolidar o “Lulinha paz e amor”, que começou com a “Carta aos Brasileiros” na qual Lula procurava acalmar os mercados e evitar uma débacle da economia.
A uma certa altura da campanha, o então deputado José Dirceu (SP) – futuro chefe da Casa Civil de Lula e, posteriormente, a partir das revelações surgidas em 2005, o chefe da quadrilha responsável pelo escândalo do mensalão — chegou a prever que o Banco Central gozaria de “plena autonomia” durante o governo Lula, em anúncio que o candidato faria mais adiante.
Depois da notícia apregoada por Dirceu, contudo, pouco se falou no assunto. E, na verdade, o tal anúncio jamais ocorreu. Lula, no entanto, durante seus oito anos no Planalto, teve um histórico muito positivo de não interferência no trabalho do presidente que indicou para o Banco Central, Henrique Meirelles, ex-presidente mundial do BankBoston. Sua atitude se manteve com Mantega como ministro da Fazenda.
Mantega, já ministro, com Henrique Meirelles, presidente do BC durante o governo Lula: autonomia, na prática, foi respeitada (Foto: Agência Brasil)
Mantega, já ministro, com Henrique Meirelles, presidente do BC durante o governo Lula: autonomia, na prática, foi respeitada (Foto: Agência Brasil)
De todo modo, muita gente boa, no PT daquela época, namorou com a ideia, avançadíssima e ousada para um governo “de esquerda”, embora tecnicamente muito desejável e adotada mundo afora, de blindar o BC de qualquer influência política. Leiam a história a seguir.
A ideia era ir além do que foi o governo de FHC
Independência do Banco Central, ou plena autonomia operacional significa, entre outras coisas, que o governo, começando pelo presidente da República, fixaria as metas de inflação, e a partir daí o BC e sua diretoria, que constituem o Comitê de Política Monetária (Copom), disporiam expressa e formalmente de liberdade para perseguir esses objetivos sem interferência do Poder Executivo.
Vejam bem: quem fixaria a meta seria o governo eleito. O GOVERNO. O BC adotaria as medidas técnicas que considerasse necessárias para chegar a essa meta.
Além disso, o presidente e os diretores do BC passariam a ser detentores de mandatos fixos e “cruzados” – ou seja, cuja duração não coincidiria com a do mandato do presidente da República.
Mecanismos institucionais seriam previstos para que, em casos extremos de não-cumprimento de metas e outros especificados em lei, o presidente pudesse destituir o presidente e/ou diretores do BC — mas só nesses casos, especificados em LEI.
O passo do PT seria tanto mais ousado por ir além do que fizeram o próprio governo FHC e seus quadros liberais: a gestão FHC conferiu virtual autonomia operacional ao BC, na prática, mas não ousou transformar isso em lei. Até porque, na ocasião, para que lei nesse sentido pudesse ser aprovada, era necessário, antes, desatar o complicado nó do artigo 192 da Constituição, que previa uma única lei complementar para regulamentar dezenas de aspectos do sistema financeiro.
O nó seria desatado pelo Congresso com emenda à Constituição proposta ainda na gestão de FHC mas só aprovada em maio de 2003, com o apoio do PT, que permitiu o desmembramento da regulamentação do artigo.
A sede do Banco da Inglaterra, o BC do Reino Unido: Mantega visitou-o para se informar ainda como assessor do então candidato Lula (Foto: thisismoney.co.uk)
A sede do Banco da Inglaterra, o BC do Reino Unido: Mantega visitou-o para se informar ainda como assessor do então candidato Lula (Foto: thisismoney.co.uk)
A ideia de blindar legalmente o BC começou em agosto de 2002, em Londres, uma das escalas – a outra foi Frankfurt, capital financeira da Alemanha – da viagem em que o então principal assessor econômico de Lula, professor Guido Mantega, que é desde 2005 ministro da Fazenda, reuniu-se com diversos investidores europeus, em agenda organizada pelo Deutsche Bank.
Em Londres, Mantega manteve longas reuniões com diretores do Bank of England, o BC do Reino Unido, para entender seu funcionamento. Fez extensas anotações e trouxe vasto material na bagagem. O Bank of England ganhou plena autonomia operacional logo após a primeira vitória eleitoral do primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, em 1997, e os resultados de seu trabalho a partir de então são considerados excelentes.
Em Frankfurt, sede tanto do Bundesbank, o BC alemão, como do Banco Central Europeu, igualmente recolheu informações.
De volta, Mantega relatou o que viu e ouviu a Lula.
Também levou as informações às reuniões periódicas que Dirceu e o coordenador do programa de Lula, o então prefeito Antônio Palocci, de Ribeirão Preto (SP), mais tarde o primeiro ministro da Fazenda do governo petista, mantinham com o grupo de economistas que colaborava com o programa econômico do PT: Luciano Coutinho (hoje presidente do BNDES), João Sayad, ex-ministro do Planejamento e à época secretário de Finanças da prefeita Marta Suplicy em São Paulo, o então professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luiz Gonzaga Belluzzo e o ainda professor da mesma universidade Ricardo Carneiro e o atual chefe da Casa Civil de Dilma, Aloizio Mercadante, à época em campanha para o Senado.
O governo Lula não interferiu no BC
(Foto: Michael Probst/AP)
(Foto: Michael Probst/AP)
O plano com que o PT namorou, e que acabou não sendo levado à frente, guardava as linhas gerais aqui descritas. Na época, eu colaborava com a televisão do portal Terra e, nesta condição, entrevistei Mantega, com colegas ou sozinho, 3 ou 4 vezes durante a campanha, além de conversar informalmente com o hoje ministro. Ele me confirmou todos esses dados, fora dos microfones e câmeras.
Os envolvidos na discussão preferiram a autonomia operacional ao conceito de plena independência, que existe tanto no Federal Reserve Board (Fed), o BC dos Estados Unidos, e BCs como o Europeu — que é absolutamente independente dos 19 países que adotam o euro como moeda –, o Bundesbank, o Banco do Canadá e o do Japão, legalmente aptos a combater a inflação sem qualquer interferência do governo.
Embora a autonomia não migrasse para a lei, o governo Lula, na prática, e acertadamente, não interferiu no trabalho do o ex-tucano Henrique Meirelles e seus diretores. Não se pode dizer o mesmo de Dilma.
E agora a presidente finge que nada disso existiu, que seu próprio mentor, Lula, não cogitou da medida pela qual ela demoniza Marina — num show de hipocrisia e demagogia que não a enaltece.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/ao-demonizar-marina-por-querer-a-independencia-do-banco-central-campanha-de-dilma-e-hipocrita-e-desleal-sabem-por-que-porque-ninguem-menos-do-que-lula-cogitou-de-adotar-a-mesma-coisa/

A maior parte da Categoria, já sabe quem é quem nessa história!

Em uma matéria questionável e em grande parte inverídica, veiculada no site do Sindicato dos Bancários do Pará, no dia 18 de setembro de 2014, a Direção Sindical quer induzir a categoria a erro, mas a AFBEPA crê que isso não colará, pois quem acompanha de fato o que essa gestão atual vem fazendo com a categoria sabe discernir o joio do trigo.


Vamos aos fatos que essa Gestão Sindical divulga:

Primeiro Ponto, o Título: "A oposição que os banqueiros gostam!"

Ora, poupem a categoria de uma afronta dessa natureza. Hoje, a AFBEPA conquistou um alto percentual de Legitimidade no coração da categoria por causa de sua Luta e defesa incansável dos Interesses e Direitos do Funcionalismo do Banpará. 

A AFBEPA incomoda tanto que ao fim da luta da Campanha Salarial 2012/2013, a Direção do Banpará retirou a liberação de uma das dirigentes da AFBEPA. Esse foi o mesmo ano, onde a Direção do Banpará iniciou a Campanha não assinando o Ajuste Prévio, que manteria as nossas conquistas de 2011.


Segundo Ponto: "Fique atento! Tem gente em campo fazendo o jogo dos patrões".

A Categoria já sabe, e muito bem, quem faz o jogo dos patrões.


Terceiro Ponto: "Em 2012, a sereia cantou no Banpará. Naquele ano a proposta da oposição de antecipação da greve levou os trabalhadores do Banpará a perder o tíquete extra de R$ 3.000,00 (três mil reais), pelo qual estamos lutando até hoje para reconquistá-lo".

Grande parte dos bancários e bancárias do Banpará acompanha a luta da AFBEPA para somar Direitos, Manter Conquistas e defender os nossos Interesses. Em 2009, lutamos junto com o funcionalismo contra o Banpará, a Contraf, Fetec, Sindicato e Governo, pela implantação do nosso Plano de Cargos e Salários. Foi uma Luta árdua, mas vencemos!

Ata da assembleia que aprovou a Ação de Cumprimento na Justiça do Trabalho em 2009

A AFBEPA junto com o Funcionalismo lutou por Eleições Diretas para a escolha dos Representantes nos Comitês, que ficava ao bel prazer de indicação do Sindicato dos Bancários. Fomos Vitoriosos!!

A AFBEPA teve que lutar contra o Sindicato, por causa da Anulação de Eleição para o CONSAD, quinze minutos antes do seu término, sem que nunca houvesse uma explicação para o candidato prejudicado e a categoria que votou.

Desde 2008, a implantação do Ponto Eletrônico está parada. No Encontro Estadual de 2010, um Dirigente da Contraf falou no Encontro que o Sindicato poderia até aquiescer com a prorrogação de prazo para o Banpará, mas que solicitasse contrapartida, o que não ocorreu.

Pois é, são várias as inoperâncias da Entidade Sindical, que não Luta, não tem firmeza e é negligente.

A perda do Tíquete Extra se deve única e exclusivamente ao fato do Sindicato dos Bancários do Pará ter assinado o ACT 2012/2013. Se não concordava por que assinou??

Tanto é isso que a Justiça do Trabalho tem dado improcedência do nosso pedido por causa da conduta sindical.

Ano passado, novamente, o Sindicato fez em torno de 400 trabalhadores perderem o direito à Promoção no PCS em janeiro/2015. Por quê?? Porque concordaram em assinar algo que não se debateu em mesa, a mudança de marco para promoção por Merecimento. 

Quando a Presidenta da AFBEPA foi ler o documento do Banpará, atentou que tinha esse ponto que não havia sido debatido em mesa, e, rapidamente, encaminhou um email para todos os dirigentes da mesa solicitando assembléia da categoria e reunião com o Banco, mas não houve resposta.

Email da Presidenta da AFBEPA, Kátia Furtado, enviado às dirigentes sindicais


Para refletir:

  • Em 2011, o funcionalismo do Banpará fez 3 (três) dias de greve, conseguimos com a greve e a nossa Unidade: Melhor Reajuste do Anuênio; Tíquete Extra de R$-3.200,00; Uma Promoção no PCS para Todos, entre outros, e a AFBEPA, diante desse cenário, não pediu ao funcionalismo que continuasse em greve.


  • Em 2012, a Direção do Banpará, já em agosto, não assinou o Ajuste Prévio, o que significava o desinteresse em manter as nossas conquistas, como não manteve o nosso Tíquete Extra.


  • Em 2013, seguimos o calendário da CONTRAF, sem maiores perdas para o Banpará, pois assim o Sindicato quis, contudo o Tíquete Extra não nos foi devolvido.


Então o que justifica até agora a sua retenção e sequestro pela Direção do Banpará??

Se em 2012 a desculpa foi a perda que o Banpará teve com a greve antecipada, em 2013 não houve greve antecipada e o Lucro aumentou, então por que se mantém o sequestro??

A maior parte da Categoria, já sabe quem é quem nessa história. As inverdades não têm colado.

E, por fim, é absolutamente fundamental para a Categoria Bancária um Movimento de Oposição que melhore o que está posto.

É hora de trabalhar! A AFBEPA em todas as suas divulgações tem chamado o funcionalismo a defender o nosso interesse neste momento: a luta por maiores e melhores salários. Este é o único momento do ano que temos para defender esse interesse.

VAMOS À LUTA!!!

UNIDOS SOMOS FORTES.

Fonte: blog da afbepa.

06 setembro 2014

Governo do PT: Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras

A edição da revista Veja que começou a circular neste sábado traz a relação de políticos (confira abaixo) que, segundo a semanal, foram apontados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como beneficiários de um esquema de corrupção na estatal operado por ele em sua passagem pela diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012. Os nomes remetem a aliados das duas candidatas que lideram as pesquisas eleitorais para a Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB).

A relação dos citados pelo ex-executivo vai dos atuais presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – dois dos principais aliados de Dilma no Congresso – até o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em um desastre aéreo no último dia 13 e de quem Marina era candidata a vice-presidente. A participação de cada um dos mencionados ainda será objeto de investigação.

Nos depoimentos que prestou até agora à Justiça, por meio da chamada delação premiada – acordo que prevê a redução da pena do acusado em caso de colaboração efetiva com as investigações –, Paulo Roberto apontou o envolvimento dos seguintes políticos no desvio de dinheiro público da estatal:
Edison Lobão (PMDB) – ministro das Minas e Energia
João Vaccari Neto (PT) – secretário nacional de finanças do partido
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado
Ciro Nogueira (PP-PI), senador e presidente nacional do partido
Romero Jucá (PMDB-RR), senador e ex-líder dos governos FHC, Lula e Dilma
Cândido Vaccarezza (PT-SP), deputado federal
João Pizzolatti (PP-SC), deputado federal
Mario Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades, ex-deputado e atual conselheiro do TCM-BA
Sergio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro
Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão
Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência, morto no dia 13 de agosto em um desastre aéreo

Revista usa fundo vermelho na capa, a exemplo do que fizera em edição com depoimento de Marcos Valério sobre o mensalão em 2012
Segundo a revista Veja, Paulo Roberto entregou, ao todo, os nomes de três governadores (considerando-se aí a atual governadora Roseana Sarney e os ex-governadores Sergio Cabral e Eduardo Campos), um ministro (Edison Lobão), um ex-ministro (Mário Negromonte), seis senadores e 25 deputados, além do secretário de finanças do PT. O ex-diretor da Petrobras também confirma que houve pagamento de propina no negócio que resultou na polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O prejuízo bilionário para a empresa brasileira com a compra da unidade norte-americana motivou a instalação da CPI da Petrobras.

O esquema partia de grandes empresas – a maior citada por ele é a Camargo Corrêa – que, para fechar contratos milionários com a Petrobras, transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos da base do governo e a políticos. Estes, antes de receber, tinham o dinheiro lavado por doleiros.

De acordo com Paulo Roberto, relata Veja, algumas das maiores empreiteiras do país, como a Camargo Corrêa, participavam do esquema. Segundo o ex-diretor contou, elas transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos e políticos da base aliada para fechar contratos milionários com a Petrobras. Antes de chegar ao destino final, o dinheiro era lavado por doleiro, diz a revista.

Os números dos envolvidos pelo ex-diretor no esquema operado e, agora, delatado por ele variam conforme a apuração. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Paulo Roberto disse que 32 parlamentares, um governador e cinco partidos políticos recebiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da estatal no período em que ele comandava a diretoria de Abastecimento. O único nome mencionado na reportagem do Estadão é o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com a Folha de S. Paulo, 61 congressistas e pelo menos um governador receberam dinheiro desviado da empresa. A  exemplo de Veja, a Folha cita o envolvimento direto de três partidos da base de Dilma: PT, PMDB e PP.

Por envolverem parlamentares e ministro de Estado, os depoimentos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por andar andamento e julgar processos contra autoridades federais. Réu em duas ações penais – uma sobre ocultação e destruição de documentos e outra sobre corrupção –, o ex-diretor da Petrobras aceitou a delação premiada para escapar de uma pena que poderia chegar a 50 anos.

Um dos principais alvos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Paulo Roberto é acusado de ter recebido propina e de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Ele está preso em Curitiba, mas, pelo acordo firmado, deverá ser posto em liberdade com uma tornozeleira assim que concluir a série de depoimentos.