30 setembro 2012

PT é o partido que mais se enfraquece nestas eleições.

 Partidos aliados ao governo da presidenta Dilma Rousseff caminham para vencer as eleições municipais deste ano em cerca de dois terços das cidades com mais de 150 mil eleitores, segundo levantamento feito pelo PT e obtido pela Rede Brasil Atual. Os números têm por base balanços atualizados de pesquisas públicas e internas.  
Ao todo, há 119 municípios nessa faixa, mas em 21 deles não havia pesquisas recentes até o fechamento do relatório. Os candidatos de legendas aliadas ao Planalto despontam em primeiro lugar em 65% das demais 98 cidades – sendo 20 do PT, 15 do PMDB, 13 do PSB, 7 do PDT e 3 do PP, entre outros.
O PT também aparece bem posicionado em 15 das 83 cidades em que pode haver segundo turno (mais de 200 mil eleitores), incluindo oito capitais: Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Porto Velho, Cuiabá, Rio Branco, São Paulo e Goiânia.
Nesse recorte, a disputa mais embolada ocorre em Porto Velho (RO). Pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira (26) mostra Lindomar Garçon (PV) liderando com 29% das intenções de voto. Como a margem de erro é de 4 pontos percentuais, quatro candidatos aparecem tecnicamente empatados em segundo lugar: Mário Português (PPS) com 17%, Mauro Nazif (PSB) com 16%, Mariana Carvalho (PSDB) com 15% e Fatima Cleide (PT) com 12%.
Em Salvador (BA), segundo Ibope de ontem (27), a situação está mais bem definida: o petista Nelson Pelegrino tem 34%, seguido por ACM Neto (DEM), com 31%.
Na capital da Paraíba, João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT) aparece em primeiro lugar com 29%, de acordo com Ibope do dia 21. Lutam pelo segundo posto Cícero Lucena (PSDB), com 20%; José Maranhão (PMDB), com 18%; e Estela Bezerra (PSB) com 14%.
Em Fortaleza (CE), há equilíbrio entre três candidatos, mas Elmano Freitas (PT) sobe nas intenções de voto e, segundo o Datafolha divulgado ontem (27), já está com 24%, ultrapassando Moroni Torgan (DEM), que tem 18% ficou atrás também de Roberto Claudio (PSB), com 19%.
Em Cuiabá (MT), as pesquisas mostram Mauro Mendes (PSB) liderando com 38%, tecnicamente empatado com Lúdio Cabral (PT) com 36%. Em Goiânia (GO), o candidato do PT, Paulo Garcia, tem 38% e é seguido de muito longe por Jovair Arantes (PTB), com 11,5%. Na soma de votos válidos, Garcia pode vencer no primeiro turno.
Na capital do Acre, Rio Branco, Marcos Alexandre (PT) lidera com 43%, à frente de Tião Bocalom (PSDB), que está com 39%. O movimento é de queda do tucano e de ascensão do petista.
Na capital de São Paulo, as pesquisas mostram Fernando Haddad (PT) brigando pelo segundo lugar com José Serra (PSDB), na casa dos 18%, enquanto Celso Russomano (PRB) lidera com índices que vão de 34% a 30%.
Além dessas oito capitais, os petistas também acreditam que podem virar o jogo em Belo Horizonte. O quadro atual, porém, mostra Márcio Lacerda (PSB) à frente de Patrus Ananias (PT) e em condições de vencer no primeiro turno, já que lá a disputa ficou polarizada entre os dois candidatos.

DISPUTAS LOCAIS

Embora as pesquisas apontem o fortalecimento dos partidos que dão sustentação parlamentar ao governo Dilma, criando condições favoráveis para o projeto de reeleição em 2014, no plano local essas legendas muitas vezes atuam em campos opostos e travam disputas encarniçadas, tanto na política como nas concepções ideológicas e programáticas. É o que acontece hoje em municípios como Londrina (PR), Caxias do Sul (RS), São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte (MG), Santo André (SP), Cuiabá (MT), Recife (PE) e Fortaleza (CE), entre muitos outros.
O cenário embaralha a lógica tradicional da política e confunde a cabeça do eleitor. Em São Paulo, por exemplo, a campanha petista detectou que muitos eleitores potenciais do PT teriam migrado para Celso Russomanno, cujo partido, o PRB, está na base de apoio do governo federal.
Para a cientista política Maria Victoria Benevides, sem uma reforma política essas situações muitas vezes desconfortantes vão continuar. “Alianças muitas vezes espúrias, que não se dão em torno de propostas comuns ou ideologias, mas que são meras alianças eleitorais, muitas vezes exigem um preço elevado, exigem concessões”, diz. “Precisamos de uma reforma que exigisse mais autenticidade nas alianças, em torno de propostas políticas, ideológicas e programáticas”, acredita a professora, que acrescenta: “Não sou contra alianças, mas contra a confusão que o atual sistema gera na cabeça do eleitor, e que faz ele acreditar que só existe política para politicagem, e não como um meio de organizar a sociedade”. 
Maria Victoria Benevides defende uma reforma que faça valer de fato a fidelidade partidária, financiamento público de campanha, que mexa na questão do tempo de TV da propaganda eleitoral. “Grandes acordos são feitos para maximizar o tempo na TV”, constata.
Embora afirme que todo o nosso sistema político “deva passar por uma revisão séria”, ela não crê que tal reforma passe no Congresso Nacional. Teria de ser feita com “amplo apoio popular e mobilização da sociedade civil”, diz. “Se depender só do Congresso, não acredito que saia. Já ouvi de políticos que aprovar uma reforma poderia ser um ‘suicídio político.’”
Rede Brasil Atual)

27 setembro 2012

Greve no BASA: banco cede e apresenta proposta para à categoria.


 No discurso cobrando da diretoria do banco a abertura da mesa de negociação.
 Mesa de negociação: Wilson, Gilson e Marlon(AEBA), juntamente com os diretores do banco Sr. Evaristo e Gilvandro Negrão.
Camarada Flavinha(MNOB) e os colegas do banco.
A greve nacional dos funcionários do Banco da Amazônia  fez com que a diretoria  do banco atendesse ao apelo da categoria pela retomada da mesa específica e apresentasse proposta para ser deliberada pelos trabalhadores. Na rodada desta quarta-feira (26) representaram os trabalhadores Silvio Kanner(CONTEC), Gilson(SEEB-MA), Marlon e Wilson(AEBA). Na rodada, o banco apresentou uma proposta que deverá ser analisada hoje na assembléia da
categoria no sindicato. 

22 setembro 2012

Bancários e servidores dos correios fazem passeata no 4º dia de greve.

No 4º dia de greve da categoria dos bancários ocorreu
ontem uma passeata, juntamente com os funcionários dos
correios que também estão em greve. A passeata saiu da
escadinha da Doca, seguindo o corredor da Presidente
Vargas até no prédio da matriz do BASA. Na passeata
houve protestos das categorias com relação a intransigência
do Governo Dilma em negociar com os trabalhadores. No
caso dos bancários, o governo se esconde atrás da mesa da
FENABAN, que representa os banqueiros, e não negocia as
pautas específicas dos bancos públicos(BB, Caixa, BASA e
BNB). Nos correios é a mesma coisa, ou seja, a direção da
estatal ajuizou o dissídio coletivo no Tribunal Superior do
Trabalho-TST em Brasília, jogando a greve para a justiça
decidir ao invés de negociar com as entidades sindicais. Vale
lembrar que os bancários do BASA e os trabalhadores dos
correios, na campanha salarial do ano passado, foram
prejudicados pelo Governo Dilma(PT) com os descontos
dos dias parados da greve(um total desrespeito com o direito
de greve). Isso tudo com a ratificação da CONTRAF-CUT, que
diz nos representa, mas na verdade é uma entidade pelega porque
está atrelada ao governo,Vejam a frase do atual presidente da CUT
nacional, o bancário Wagner Freitas, no ato dos bancários e dos
carteiros em São Paulo Freitas alertou a classe trabalhadora 
para que esteja atenta às eleições municipais e acompanhe de perto 
a forma como o julgamento do chamado "mensalão" tem sido tratado 
pela velha mídia.  Para ele, o tema virou uma oportunidade que a 
imprensa golpista encontrou  para atacar o PT e o ex-presidente Lula". 
Para nós, trabalhadores, dirigente sindical tem que defender o
trabalhador e não o Governo e o patrão. Vejam as fotos dos
protestos que a CUT do Pará não mostrou no ato aqui em
Belém.
 Faixa de protestos do Governo Dilma(PT) da categoria dos correios
 Bancários e trabalhadores dos Correios na passeata no 4º dia de greve, em Belém
 Camarada Cantaozinho protestando na passeata conjunta bancários x carteiros
Camarada Zé Maria(Banpará) e este blogueiro(BASA).

21 setembro 2012

Bancários do BRB aprovam proposta específica e encerram greve.

Reunidos em assembleia ao lado do Edifico Brasília, na manhã desta sexta-feira 21, os bancários do Banco Regional de Brasília (BRB) aprovaram a nova proposta oferecida pelo banco na rodada de negociação ocorrida nesta quinta-feira 20 e encerraram a paralisação. A proposta veio após três dias da forte greve da categoria.

O banco garantiu que não haverá punição, sob hipótese alguma, aos participantes da greve. Os dias não trabalhados seguirão o acordo que for firmado com a Fenaban.

Com a aceitação da proposta e o fim da greve, os bancários voltam ao trabalho ainda nesta sexta-feira.

Veja os principais itens da proposta: 

. Reajuste de 6,5% sobre todas as verbas salariais e benefícios. O banco seguirá a Fenaban caso o reajuste seja maior;

. Reajuste de 9% sobre o piso da carreira de escriturário (VP e CPVP). O banco seguirá a Fenaban caso o reajuste seja maior;

. Redução para 3,2% na taxa de juros do cheque especial;

. Piso de analista em TI de R$ 4.800,00;

. Licença-paternidade de 10 dias úteis;

. Para os funcionários que usufruem de 35 dias de férias, o banco 
oferecerá a opção de venda de até 15 dias;

. Aumento das bolsas de auxílio-academia de 300 para 500;

. Mínimo de dois atendentes capacitados na linguagem de libras para atendimento nas unidades de trabalho;

. Padronização das regras de concessão de auxílio-educacional com compromisso de participação do movimento sindical na discussão do modelo que vigorará no primeiro semestre de 2013;

. Instalação de Comissão de Ética para apurar denúncias e casos de assédio moral e sexual dentro do banco. Os representantes do BRB se comprometeram em reservar pelo menos uma vaga na comissão para um representante escolhido pelos trabalhadores;

. Isenção de tarifa de cadastro para financiamento de veículos até 31 de dezembro de 2012;

. Equiparação da remuneração de atividade de caixa com os empregados da Caixa Econômica Federal;

. Os outros itens permanecem iguais aos do acordo anterior.

A CULPA DA GREVE NO BANPARÁ É DO GOVERNO ESTADUAL E DA DIREÇÃO DO BANCO!


Dia 24 de setembro, próxima segunda-feira, se inicia o pagamento dos salários dos servidores públicos do Estado e, por culpa direta do governador Simão Jatene, do vice-governador Helenilson Pontes, do candidato do tucano a Prefeitura Zenaldo Coutinho, que indicou o atual presidente do Banpará e da direção do Banco, os funcionários públicos encontrarão as agências em greve.

Conhecemos a intransigência do governo Estadual que, há muitos anos, vem tratando os servidores públicos a pão e água. Mentem para a população, enganam os eleitores, prometem mundos e fundos, mas quando assumem o poder, cai a máscara e o que aparece é a verdadeira face tucana desse partido que despreza os trabalhadores e o povo.

Os bancários e bancárias do Banpará estão em uma justa, legal e legítima greve, lutando pelo direito de negociar sua Minuta específica de reivindicações. Já lemos no próprio site do Banpará que a direção daquele Banco provisionou, na ata de reunião do Conselho de Administração, do qual é presidente o vice-governador, o percentual de 13% para reajuste das verbas salariais. Também verificamos os resultados publicados no Balanço do semestre e vimos que o Banpará tem todas as condições de oferecer uma proposta digna para reajustar os salários de seus funcionários.

Argumentam o arrocho por causa da situação da Celpa. Não são os trabalhadores que tem pagar pelos erros do governo. Se agora a Celpa está dando prejuízo ao Estado, foi porque a privatizaram e ainda assumiram, em lugar da empresa que a comprou, e com o dinheiro público, todos os riscos desse desmando que se configurou um verdadeiro crime contra os interesses e a soberania do Estado do Pará.
Sabemos que o Banpará é uma empresa de economia mista que tem crescido e dado lucro. Em 2011, foram repassados, como dividendos, R$ 66 milhões ao governo estadual. No primeiro trimestre de 2012, foram repassados mais R$ 10 milhões.

Portanto, apoiamos incondicionalmente a greve dos bancários e bancárias do Banpará, assim como repudiamos publicamente quaisquer atos atentatórios ao direito de greve e o uso e abuso de poder econômico do governo estadual e do Banco. Se querem fazer voltar a funcionar as agências do Banpará, que usem o caminho correto, limpo, democrático das negociações respeitosas para com as entidades representativas dos funcionários.

Quando se tem vontade política, com respeito e espírito democrático, com desejo real de valorização dos trabalhadores, se encontra a justa saída.

20 setembro 2012

Greve dos bancários: Diretor da AEBA faz piquete em Castanhal.

Após 3 dias de greve da categoria bancária, a adesão ao
movimento dos bancários em todo país cresce a cada dia
e a tendência é a de que aumentará com o passar dos dias
para forçar os banqueiros e o governo Dilma e Jatene a
a negociarem e apresentarem uma proposta digna aos
trabalhadores. Mais de 8,527 agências em todo o país
fecharam hoje e no Pará mais de 65% amanheceram
fechadas. Hoje estive em Castanhal e foi muito produtivo
em virtude de todas as agências - banco Itaú, HSBC,
Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e o BASA estavam
fechadas. Muitos bancários estavam na porta das agências
fazendo piquete, sobretudo os dos bancos públicos. É
assim, com greve, que iremos quebrar o governo Dilma(BB,
Caixa, BNB, BASA), o Jatene(Banpara) de sua intransigência
em não negociar apresentando propostas dignas, principalmente
as pautas específicas da categoria. Vejam as fotos de hoje na
visita do Diretor Financeiro da AEBA e Delegado Sindical às
agências de Castanhal:
 Piquete na porta do BASA.
 Na porta do banco Itaú: fechado totalmente.
 No Bradesco, juntamente com Sandro, diretor do SEEB-PA
  Na porta giratória da Caixa Econômica. Não foi atendido ninguém.

19 setembro 2012

Greve com toda força! Nem Dilma nem os banqueiros podem nos intimidar.

Belém, 19/09/2012 10h24

Por aumento de salário, reposição das perdas, isonomia, piso do Dieese, estabilidade no emprego e por planos de saúde, previdência e de carreira que contemplem os trabalhadores!
Mais uma vez, nossa campanha salarial começa com o governo e os banqueiros desrespeitando os bancários e oferecendo uma proposta ridícula. Mesmo no meio da crise econômica mundial, os maiores bancos seguem lucrando mais de um bilhão de reais por mês no Brasil. Enquanto isso a crise é paga pelos trabalhadores.
Apesar dos lucros imensos, que seguem aumentando neste ano, os bancos demitiram milhares de bancários no 1º semestre. Da mesma forma, multinacionais como a GM, que receberam bilhões em isenções fiscais, também demitem. Isso significa que somos nós que pagamos a distribuição de recursos que Dilma faz, usando os impostos de quem trabalha para garantir o lucro de quem explora e demite.
É contra esta realidade, de quererem outra vez que nós paguemos o pato, que os bancários terão que lutar! E esta luta não será fácil, como ficou demonstrado na greve feita pelos servidores públicos federais, que chegaram a mais de 100 dias em algumas categorias, e alguns ainda estão paralisados, e resultou em um reajuste lamentável que durará por 4 anos.
Mas este cenário não deve nos intimidar. Tanto os bancos privados como os públicos estão nadando em dinheiro, mantendo ou aumentando seus lucros estratosféricos, apesar de suas provisões para a inadimplência terem sido aumentadas de forma absurda e irreal, tentando maquiar para baixo o valor do lucro deste ano. Os bancários sabem que seu trabalho aumentou muito neste último ano. O resultado foi o crescimento das doenças, do assédio moral e da exploração dos funcionários, o que explica os enormes lucros.
Por isso, a resposta aos 6% é greve! E esta greve só pode ser encerrada com a obtenção de conquistas em todas as esferas reivindicadas! Queremos aumento salarial, que caminhe no sentido de repor nossas perdas históricas; piso do Diesse já, isonomia e estabilidade no emprego.
Não se pode encerrar a greve sem avanços nestes pontos! E a Contraf/CUT e a Contec, ambas governistas e que há anos vêm traindo nossas lutas, precisam saber que este ano não permitiremos acordos rebaixados impostos goela abaixo! Ou se arranca a isonomia e conquistas de verdade, ou a greve deve seguir. Se Dilma e os banqueiros querem conflito, e ganhar fortunas às nossas custas, é conflito o que terão!
Fonte: www.aeba.org.br

Greve dos bancários: os discursos que demonizam a luta por direitos.

“Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários.”
A declaração acima é de Magnus Ribas Apostólico, diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, braço sindical da Federação Brasileiros de Bancos responsável pelas questões de disputas trabalhistas.
Posso reescrever o parágrafo com a visão do outro lado?
“Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela incapacidade do governo federal em negociar com os funcionários públicos em greve e não merece ser mais incomodada com uma negativa dos banqueiros em dividir melhor os lucros e garantir condições de trabalho.”
Quando negociações trabalhistas chegam a um limite e uma greve é deflagrada, começa uma guerra de discursos, o que é esperado. E interessante. Afinal de contas, aprendemos novas formas de moldar a língua portuguesa para servir aos nossos interesses.
Gostaria de ver como profissionais cuja matéria-prima é o discurso se comportariam em greve geral. Como já disse aqui um rosário de vezes, tenho certa inveja das categorias de trabalhadores que se enxergam como tais e se unem para reivindicar e lutar pelos seus direitos. Sim, porque nós, jornalistas, como todos sabem, não somos trabalhadores, estamos acima de toda essa coisa mundana. Salário? Para quê? Uma vez que somos seres iluminados, nada mais lógico do que vivermos de luz…
No caso de greves envolvendo o sistema financeiro, dado os anúncios de lucros bilionários divulgados a torto e a direito, essa guerra de discursos tende a colocar banqueiros contra a parede. Daí a necessidade de adotar uma postura mais agressiva, como jogar a população contra os grevistas a exemplo do que fez o diretor da Fenaban.
A evolução histórica do nosso querido capitalismo mostra que não importa o que aconteça, os donos do sistema financeiros sempre ganham. A indústria pode virar fumaça, a agricultura comer grama pela raiz e o setor de serviços fechar as portas, mas os bancos sobrevivem. Sendo salvos com recursos públicos, se preciso. Afinal de contas, os lucros deles é privado, mas o prejuízo é sempre socializado.
De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a proposta patronal de 0,58% de aumento real (descontada a inflação) foi considerada insuficiente. A demanda é por 5%, além de um implemento do plano de cargos e salários, mais segurança nas agências e maior participação nos lucros. Em nota, Juvandia Moreira, presidente do sindicato, afirma que nos “balanços dos sete maiores bancos do país, entre o primeiro semestre de 2011 e o de 2012, os ativos cresceram em média 15,56%, as operações de crédito subiram 18,63%, o patrimônio líquido aumentou 12,65%”.
Já a Fenaban afirma que a proposta global corrigirá salários, pisos, benefícios. Também diz que estão previstos reajustes do auxílio refeição, da cesta alimentação e do auxílio creche mensal. Promete que o valor da Participação nos Lucros e Resultados pode ultrapassar o equivalente a três salários de um caixa de banco.
Esperemos que a paralisação dure o menos possível e que um acordo seja logo alcançado. Enquanto isso, um pouco de paciência. Muita gente deve estar pensando “vagabundo que faz greve deveria ser demitido”, esquecendo que – dessa forma – joga pela janela uma das mais importantes formas de pressão: negar-se a gerar riqueza para a empresa enquanto seu contrato de compra e venda da força de trabalho não for rediscutido.
Sindicatos não são perfeitos, longe disso. Assim como ocorrem em outras instituições, eles possuem atores que resolvem voltar-se para os próprios umbigos e tornar a busca pelo poder mais importante que os objetivos para o qual foram escolhidos. Estamos cheios de exemplos disso. Contudo, graças à organização e pressão dos trabalhadores, importantes conquistas foram obtidas para civilizar minimamente as regras do jogo – não trabalhar até a exaustão, descansar de forma remunerada, ter salários (menos in)justos, garantir proteção contra a exploração infantil. Direitos estes que, mesmo incompletos, são chamados por alguns de “gargalos do crescimento”.
Apoio os professores federais, funcionários públicos, controladores de vôo, cobradores e motoristas de ônibus, bancários, eletricitários, metalúrgicos, metroviários, garis, residentes médicos. Apoio o santo direito de se conscientizarem, reconhecerem-se nos problemas, dizer não à exploração e entrar em greve até que a sociedade pressione e os patrões escutem. Mesmo que a manifestação deles torne minha vida um absurdo.
E torço para que você não consuma bovinamente discursos que demonizam greves. Porque, se assim for, no dia em que precisar que a sociedade entenda a sua reivindicação, pode perceber que está sozinho, gritando ao vento.
Fonte: blog do Sakamoto

18 setembro 2012

CAMPANHA SALARIAL 2012: BRB oferece 6,5% de reajuste.

Os negociadores do Banco de Brasília reunidos nesta segunda-feira (17/09) com Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação - CEBNN/CONTEC apresentaram a proposta do índice de reajuste para as verbas salariais de 6,5%. 

A comissão CONTEC disse entender que a oferta era insuficiente para apresentar aos funcionários do banco. E, em conversa com o Sindicato de Brasília, formulou nova contraproposta nos seguintes termos:

- Reajuste da FENABAN,  garantindo o mínimo de 6,5%;
- Reajuste de 10% sobre o vencimento padrão (piso) PV/VPVT;
- Aumento de 10% do tíquete alimentação/refeição, cesta alimentação,  auxílio creche/deficiente, e bolsa estudos;
- PLR específica melhorada;
- Piso de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para Analistas de Tecnologia da Informação;
- Dois anuênios para quem entrou de 2000 a 2009 (um normal e outro adicional);
- A partir de 2013, três anuênios até haver isonomia com os que já possuem;
- Licença paternidade de 10 dias úteis;
- Redução das taxas de juros de empréstimos para funcionários na mesma proporção da taxa Selic;
- Gratificação de caixa equivalente ao valor que a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL paga (corrigido);

Os negociadores ficaram de levar a solicitação para a direção do banco e avaliar o impacto da contraproposta da Comissão CONTEC para resposta posterior.

Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação - CEBNN/CONTEC

15 setembro 2012

Osmarino Amâncio: Por que estou me desfiliando do PSOL .


 
 
  Dirigente seringueiro Osmarino Amâncio
O líder seringueiro Osmarino Amâncio, considerado por muitos o sucessor de Chico Mendes, divulgou carta em que anuncia sua desfiliação ao PSOL. 

• "A minha vida toda tenho dedicado à luta em defesa dos direitos e interesses dos povos da floresta. Desde os empates que fazíamos, ainda na época em que Chico Mendes estava entre nós, nas lutas no Sindicato, nos movimentos sociais, tudo em função de conquistar melhores condições de vida e trabalho para os seringueiros e para a classe trabalhadora brasileira.

E desde há muito tempo que esta luta não tem como ser completa sem um combate incansável contra o capitalismo – este sistema injusto e desigual em que vivemos – e pela construção de uma sociedade igualitária, socialista. Uma sociedade onde a riqueza produzida pelo trabalho do povo seja usada para garantir vida digna a todos, ao invés de servir apenas para enriquecer banqueiros, os donos das madeireiras, do agronegócio e grandes empresas. Onde nossos recursos naturais sejam protegidos e não entregues às grandes empresas.

Por esta razão me liguei ao PSOL, um partido que se dizia socialista, instrumento para organizar os trabalhadores para lutar por esta sociedade igualitária que defendo. Infelizmente, não é possível mais acreditar que este partido se preste realmente a este objetivo.

Mas, há tempos venho acompanhando com desconfiança as tentativas de aproximação deste partido com a ex-senadora Marina Silva, que os povos da floresta conhecem muito bem. Não como a defensora da Amazônia como ela diz ser, e sim como o que ela realmente é – defensora dos interesses de grandes empresas que exploram recursos naturais de nossa região, responsável (quando era ministra do governo Lula) pela Lei que arrenda a mata amazônica para grandes madeireiras, e pela liberação dos transgênicos. A preocupação cresceu com notícias de que o partido vinha recebendo dinheiro de empresários para financiar sua campanha eleitoral. Não há independência política sem independência financeira.

Agora, neste processo eleitoral em curso, em vários lugares, o PSOL faz aliança com partidos da burguesia, como PPS (em Macapá), com o PSD (em Manaus), alianças até com o PTB (em Santana/AP). Sem falar que, traindo a luta dos povos das florestas, tem andado de braços dados com a ex - senadora Marina Silva para que esta faça campanha em favor do PSOL.

Num partido que cabe estas coisas todas, não cabe alguém que mantenha seus compromissos, seja com a luta dos povos das florestas, seja com as lutas da classe trabalhadora brasileira. A nossa classe já viu um partido que ela construiu – o PT – que ao longo de sua vida, para crescer, para ganhar eleições, resolveu se aliar a empresários para governar. O resultado é que este partido virou as costas para o povo e hoje governa contra nós. Eu não quero participar da repetição desta triste experiência.

Saio do PSOL, então, para poder continuar de forma coerente a minha militância em defesa da independência dos trabalhadores, e da luta dos povos da floresta e de todo o povo brasileiro para a construção de uma sociedade socialista e igualitária. "

Brasileia, 11 de setembro de 2012-09-13
Osmarino Amancio

14 setembro 2012

Campanha salarial dos bancários: Febraban diz que tem até segunda para negociar reajuste com bancários!


GREVE DIA 18.09(TERÇA-FEIRA)

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, disse nesta sexta-feira (14) que a entidade tem até segunda-feira para negociar com os bancários, que jádecretaram greve em vários Estados a partir do dia 18. 
"Continuamos intensamente em processo de negociação. O interesse é evitar a paralisação, que não é boa para os bancos, nem para os bancários e muito menos para a população", afirmou. 
Portugal não comentou qual pode ser a contraproposta dos bancos. 
Por enquanto, a Fenaban (braço jurídico da Febraban responsável pela negociação) apresentou uma proposta de reajuste de 6%, equivalente a pouco mais de 0,5% de ganho real. A data-base da categoria é 1º de setembro. Os bancários pedem 5% de aumento real. 
No ano passado, os bancários cruzaram os braços durante 21 dias, sendo aquela a greve do setor que contou com participação recorde da base, que hoje conta com cerca de 508 mil bancários. 

06 setembro 2012

Campanha salarial: BASA não avança na pauta específica da categoria!


Mesa de negociação do BASA. No detalhe, o Diretor Evaristo com representantes das entidades, Marlon(AEBA) e Silvio(SEEB-MA).

No dia 04/09, o SEEB-MA e a AEBA estiveram reunidos com o Banco da Amazônia para a 1ª mesa de negociação da Campanha Salarial 2012. Na ocasião, a comissão de negociação do Banco se manifestou sobre a minuta de reivindicações entregue no dia 09/08, e informou que aguardará a posição da FENABAN com relação às cláusulas econômicas. Já em relação às demaiscláusulas, o Banco foi taxativo ao afirmar que não há interesse da instituição em avançar ou sequerdiscutir possíveis avaliações em relação às reivindicações dos empregados.
    A AEBA ressalta que este posicionamento do Banco já era esperado, pois agiu em conformidadecom a postura adotada durante as negociações do ano passado.Já é tradição do Banco da Amazônia a indiferença em pontuar questões de interesse do trabalhador na mesa de negociação, da mesma forma, a categoria já conhece o caminho para proporcionar ao Banco momentos de reflexão em relação aos direitos e às melhorias necessárias a seus empregados: GREVE!
Conheça nossos principais pontos de reivindicação:
- Reajuste Salarial de 23%.
- Reposição das Perdas Salariais de 6% ao ano.
- Ticket alimentação de 2 salários mínimos.
- PLR de 25% do lucro, distribuída linearmente (2 parcelas: 12/12 e 03/13).
- Novo PCS.
- Reembolso do Plano de Saúde referido no valor do Plancasf.
- Elevação imediata do Reembolso Saúde para 27%, referente ao congelamento 2012 – 2011.
- Atualização da tabela de enquadramento  do Amazônia Saúde pelo índice de reajuste salarial acumulado desde 2007.
- Salário Educação de ½ salário mínimo (RS 311,00).
- Valorização do Quadro de Apoio.
- Piso profissional no vencimento básico dos Engenheiros de acordo com a Lei 4950 A- 66
- Indenização por morte ou invalidez decorrente de acidente de trabalho.
- Garantia de transferência para empregados vítimas de trauma resultantes de assalto ou seqüestro.
- Ponto Eletrônico Já!
- Democracia na CIPA – Cipeiros 100% eleitos
- Retirada dos Planos Saldados da CAPAF e reconhecimento das sentenças da justiça do trabalho.
- Fim das terceirizações.
- Valorização dos pilotos do SPB.
- Fim do seguro para os alto-executivos do Banco.
- Licença paternidade de 180 dias.
Confira na íntegra a Pauta de Reivindicação

Zé Maria: Até onde vai a criminalização da pobreza?

• A Folha de São Paulo estampou em sua primeira página, dias atrás, a foto de uma menina, Júlia Rafaela, de apenas 7 anos. A foto ilustrava a reportagem que tratava do despejo efetuado pela Polícia Militar, a pedido da prefeitura, que desalojara a família da pequena Júlia, e dezenas de outras, de um hotel abandonado que tinham ocupado. Júlia não estava conseguindo ir à escola pela situação em que ficara sua família e as demais, dormindo em barracas numa calçada do centro da cidade, exposta ao frio do inverno paulistano. O hotel? Ora, continua abandonado, mas para a prefeitura e para a especulação imobiliária é melhor assim, vazio, do que abrigando famílias que não têm onde morar.

Cenas como essas deveriam fazer a todos nós, seres humanos, refletirmos acerca da natureza da sociedade em que vivemos. Trata-se de uma injustiça tão flagrante que é difícil crer que seja vista e tida como situação normal, e ainda por cima, protegida por lei. Qual o crime que a família de Júlia Rafaela e as demais cometeram para serem tratadas com tamanha brutalidade pelo Estado? Estavam lutando pelo direito a moradia. Mas isto não é direito de todos garantido na Constituição Federal? Porque então a polícia não interpela as autoridades que deveriam assegurar a estas famílias o direito a moradia, ao invés de despejá-las na rua, ao relento?

Se olharmos em volta, vamos ver que este caso não é isolado. Pelo contrário, trata-se cada vez mais de uma rotina dura e cruel, de criminalização da pobreza em nosso país. E isso não se dá apenas através dos despejos que, atendendo aos interesses da especulação imobiliária ou dos grandes eventos (Copa, Olimpíadas, etc), são cada vez mais comuns e violentos. Para não me alongar cito apenas dois outros exemplos.

Alguns meses atrás os noticiários da grande mídia foram tomados pela revolta dos operários da construção pesada que trabalham nas obras das usinas de Jirau e Santo Antonio, em Rondônia. Foram semanas inteiras de paralisação das obras, e de intensa mobilização dos operários. Os barracões onde estes trabalhadores eram amontoados como bichos pelas empresas, a título de alojamento, foram incendiados. A despeito de o Ministério Público do Trabalho e de Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho terem constatado no local um ambiente de total desrespeito aos direitos mais básicos dos trabalhadores por parte das empresas, quem foi chamado para resolver o problema foi a polícia.

Operários que se revoltaram entre outras coisas porque eram agredidos fisicamente pela segurança das empresas, foram então espancados pela polícia. Muitos trabalhadores estão desaparecidos até hoje, vários presos, pelo menos 12 deles processados criminalmente, e há dois operários presos até hoje no presídio de Urso Branco em Rondônia. O crime que cometeram? Lutar para serem tratados como seres humanos, trabalhadores, e não como escravos.

O descumprimento dos direitos trabalhistas e humanos dos trabalhadores que vinha sendo praticado pelas empresas, por outro lado, segue livre leve e solto. E por incrível que possa parecer, depois de tudo que ocorreu, as autoridades estaduais e federais não tomaram a decisão de instalar na região, ou dentro da obra mesmo, uma delegacia do Ministério do Trabalho para fiscalizar e garantir o cumprimento por parte das empresas de suas obrigações para com os operários. Foi instalada, e está em pleno funcionamento, uma delegacia de polícia para vigiar e reprimir os trabalhadores. Não, não estamos falando de algo ocorrido no início do século passado, antes ainda da vigência da CLT. Estamos falando de algo que está acontecendo em 2012, sob governo do PT.

Deixemos a região norte, e vamos ao centro sul, mais precisamente no Rio de Janeiro, onde está o outro exemplo que ilustra bem o assunto em pauta. No Rio, mais precisamente dentro da UFRJ, maior universidade federal do país, está instalado o CENPES – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, lugar de excelência científica, digno do chamado primeiro mundo. Pois bem, dentro deste Centro de pesquisa há um restaurante que, por sua vez conta com trabalhadores terceirizados que são encarregados da limpeza do mesmo. Dias atrás o chefe encarregado do local resolveu submeter os trabalhadores da limpeza a uma revista no momento em que deixavam o local de trabalho, no termino de sua jornada. Encontrou-se restos de comida nas mochilas de três trabalhadores. Restos de comida que seriam jogadas fora, pois eram sobra do almoço servido mais cedo.

A polícia foi chamada e os três foram presos. Acusação? Roubo. Corre-corre, desespero das famílias, consegue-se pagar a fiança e os três são libertados. Passados alguns dias, como os três trabalhadores - por falta de condições e de esclarecimento - não cumpriram os procedimentos legais previstos em lei para a situação em que se encontravam, nova ordem de prisão. Dois conseguem refugiar-se, mas um deles é novamente preso. Está neste momento na penitenciária de Bangu. Seu crime? Pegar alguns pedaços de galinha, que seriam atirados no lixo, para levar para casa, para alimentar sua família. Este cidadão está na cadeia, na cidade maravilhosa, enquanto o ex-senador Demostenes Torres exerce garbosamente seu cargo de “promotor de justiça”, em Goiás.

A este ponto chegamos. Até onde mais?

*José Maria de Almeida é metalúrgico, participa da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas e é presidente nacional do PSTU. Artigo originalmente publicado no site Congresso em Foco.

03 setembro 2012

UFPA desponta como a 20º instituição pública para o mercado.

Quais são as instituições de ensino mais eficientes? Depende a quem se pergunta.
Para o mercado de trabalho, pode ser uma escola privada. A Unip, por exemplo.
Para o universo acadêmico, o melhor ensino está basicamente nas públicas. Na Unicamp, por exemplo. A discrepância ficou evidente nos indicadores do RUF que analisaram os dois grupos, a partir de levantamento feito pelo Datafolha. Os profissionais de Recursos Humanos foram entrevistados para que apontassem as universidades, faculdades e centros universitários cujos formados têm preferência nos seus processos seletivos.