30 agosto 2010

A erosão da classe média americana!

Der 
Spiegel
Thomas Schulz
Enquanto os americanos super-ricos se parabenizam por doarem bilhões para caridade, o restante do país está pior do que nunca. O desemprego a longo prazo está aumentando e milhões de americanos estão lutando para sobreviver. A desigualdade entre ricos e pobres está maior do que nunca e a classe média está desaparecendo.

Ventura é uma pequena cidade na costa do Pacífico, a cerca de uma hora de carro ao norte de Los Angeles. Casas de luxo com vista para o oceano pontilham as encostas e as praias são populares entre os surfistas. Ventura é a Califórnia da imaginação das pessoas. “É um lugar abastado”, diz o capitão William Finley. “Mas cerca de 20% da cidade corre o risco de virar sem-teto.” Finley comanda uma divisão local do Exército da Salvação.

Em meados do ano passado, Ventura lançou um programa piloto, administrado por Finley, que permite que pessoas durmam em seus carros dentro dos limites da cidade. Isso normalmente é ilegal, tanto em Ventura quanto no restante do país, onde moradores e autoridades locais temem ver vans em estado precário, cheias de trabalhadores migrantes mexicanos, estacionadas em ruas residenciais.

Mas no início do ano passado, as pessoas em Ventura perceberam que os carros estacionados em frente de suas casas à noite não eram veículos velhos, mas peruas e utilitários esportivos bem cuidados. E as pessoas que dormiam nelas não eram trabalhadores rurais ou moradores de rua comuns, mas seus antigos vizinhos.

Finley também notou uma mudança. De repente, o dobro de pessoas estava fazendo uso do programa de refeições gratuitas de sua organização de serviços sociais, e algumas até mesmo chegavam dirigindo BMWs – aparentemente relutantes em abrir mão de seus carros caros, que os recordavam de dias melhores.

O capitão os chama de “os novos pobres”. “Esta é uma categoria diferente de pessoas que estamos vendo”, ele diz. “São pessoas que nunca imaginaram que algum dia seria sem-teto.” Eram pessoas que tinham dinheiro suficiente – em alguns casos muito dinheiro– até recentemente.

“A imagem do que é uma pessoa pobre atualmente é diferente. Quando eu cresci pobre, e éramos bem pobres, nós andávamos em um carro com 10 anos de idade e com alguns amassados. Era o único carro da família e vivíamos de alimentos distribuídos por caridades”, diz Finley. “No passado, você se esforçava para sair da pobreza e então melhorava de vida.”

O modo de vida americano caminha na direção oposta

Era o modo de vida americano, um caminho trilhado por milhões. “Hoje, a imagem é a de carros último modelo, que a certa altura custaram 40 mil, 50 mil (dólares), mas essas pessoas agora não sabem mais o que fazer, e estão vivendo de comida doada por organizações de caridade. E para muitas delas, é preciso um esforço imenso para engolir o orgulho”, diz Finley.

Hoje, o modo de vida americano caminha na direção oposta: para baixo.

Por algum tempo, os Estados Unidos pareciam ter saído relativamente ilesos da pior crise econômica em décadas – com vigor e energia renovados– como fizeram após crises do passado.

O governo estava anunciando novos números de crescimento econômico já no início do último trimestre do ano passado, muito mais cedo do que o esperado. Os bancos, moribundos até recentemente, voltaram a ganhar bilhões. Empresas de todo o país estão anunciando forte crescimento e o mercado de ações quase retornou aos níveis pré-crise. Até mesmo o número de bilionários cresceu, em bons 17%, em 2009.

Há duas semanas, o fundador da Microsoft, Bill Gates, e 40 outros bilionários prometeram doar pelo menos metade de suas fortunas para filantropia, seja ainda em vida ou após a morte. Os Estados Unidos são um país tão abençoado com riqueza que pode arcar em doar bilhões, assim fácil?

Crescente ressentimento


A ação de Gates poderia também ser interpretada como uma campanha de relações públicas, em um país onde os super-ricos sentem que apesar de estarem lucrando com a crise, como seria de se esperar, o número de pessoas afetadas de forma adversa por ela cresceu enormemente. Eles também sentem que há um crescente ressentimento na sociedade americana contra aqueles no topo.

Para as pessoas nas faixas de renda mais baixas, a recuperação já parece estar falhando. Os especialistas temem que a economia americana possa permanecer fraca por ainda muitos anos. E apesar dos muitos programas assistenciais do governo, a pequena dose de esperança que proporcionam ainda precisa ser sentida pelo público em geral. Na verdade, para muitas pessoas as coisas ainda continuam piorando dramaticamente.

Segundo uma recente pesquisa de opinião, 70% dos americanos acreditam que a recessão ainda continua plenamente. E desta vez não são apenas os pobres que foram atingidos de forma especialmente dura, como geralmente são durante recessões.

Desta vez a recessão também está afetando pessoas com alta escolaridade e que ganhavam bem até recentemente. Essas pessoas, que se consideram solidamente como sendo de classe média, agora se sentem mais ameaçadas do que nunca na história do país. Quatro entre 10 americanos que se consideram como parte da classe média acreditam que não conseguirão manter seu status social.

O desemprego persiste


Em uma recente história de capa intitulada “Adeus, Classe Média”, o “New York Post” apresentou aos seus leitores “25 estatísticas que provam que a classe média está sendo sistematicamente erradicada da existência na América”. Na semana passada, a importante colunista online Arianna Huffington emitiu um alerta quase apocalíptico de que “a América corre o risco de se transformar em um país de Terceiro Mundo”.

De fato, os Estados Unidos, após as crises imobiliária, financeira, econômica e agora da dívida, que ainda não foram superadas, corre o risco de uma Era Glacial social mais severa do que qualquer coisa que o país viu desde a Grande Depressão.

Mais de um ano após o fim oficial da recessão, a taxa de desemprego geral permanece consistentemente acima de 9,5%. Mas esse é apenas o número oficial. Quando corrigido para incluir as pessoas que já desistiram de procurar emprego ou mal sobrevivem com as poucas centenas de dólares que ganham em empregos de meio expediente e estão usando suas economias, a taxa real de desemprego sobe para mais de 17%.

Em seu relatório anual atual, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos nota que a “insegurança alimentar” está aumentando, e que 50 milhões de americanos não tiveram condições de comprar comida suficiente para permanecerem com saúde em algum momento do ano passado. Um entre cada oito adultos americanos e uma entre quatro crianças atualmente sobrevive de cupons de alimento do governo. São números inacreditáveis para o país mais rico do mundo.

Ainda mais perturbador é o fato dos Estados Unidos, que sempre foram caracterizados por sua crença inabalável no Sonho Americano e em sua convicção de que qualquer um, mesmo aquele na mais baixa das condições, pode ascender ao topo, estarem começando a perder seu famoso otimismo. Segundo dados recentes, uma minoria significativa de cidadãos americanos atualmente acredita que seus filhos estarão em situação pior do que eles.

Muitos americanos estão começando a perceber que para eles, o Sonho Americano ultimamente mais parece um pesadelo. Eles enfrentam a realidade amarga de cada vez menos empregos, décadas de salários estagnados e aumentos dramáticos na desigualdade. Apenas nos últimos meses – à medida que a economia crescia, mas sem o retorno dos empregos, à medida que os lucros voltavam, mas os números de pobreza aumentavam semanalmente– o país parece ter reconhecido que está lutando com uma crise estrutural profunda, que se desenvolveu por anos. Como escreve o “Washington Post”, a crise financeira foi apenas o último passo – para pior.

Para onde foi todo o dinheiro?

O boom em ações e imóveis, o endividamento louco do país e seu consumo excessivo por muito tempo mascararam o fato de que a grande maioria dos americanos não se beneficiou quase nada com os 30 anos de crescimento econômico. Em 1978, a renda per capita média para os homens nos Estados Unidos era de US$ 45.879. O mesmo número para 2007, corrigido pela inflação, era de US$ 45.113.

Para onde foi todo o dinheiro? Todos os enormes ganhos de mercado e lucros corporativos, os lucros com o boom dos mercados financeiros e o aumento de 110% no produto interno bruto nos últimos 30 anos? Eles foram para aqueles que sempre tiveram mais do que o suficiente.

Enquanto 90% dos americanos viram ganhos apenas modestos em suas rendas desde 1973, as rendas quase triplicaram para as pessoas no topo da pirâmide. Em 1979, um terço dos lucros produzidos pelo país foi para o 1% mais rico da sociedade americana. Hoje são quase 60%. Em 1950, um presidente-executivo corporativo ganhava 30 vezes mais que um trabalhador comum. Hoje ele ganha 300 vezes mais. E hoje, 1% dos americanos é dono de 37% do total da riqueza nacional.

A desigualdade de renda nos Estados Unidos é muito maior hoje do que desde os anos 20, exceto que até agora quase ninguém se importava.

Pouca chance do sonho americano

Nos Estados Unidos, o livre mercado é rei e as pessoas de baixa renda têm apenas a si mesmas para culpar. Aqueles que ganham muito dinheiro são aplaudidos – e copiados. O único problema é que os americanos há muito ignoram o fato de que o Sonho Americano estava se tornando uma realidade para cada vez menos pessoas.

Estatisticamente, os americanos mais pobres têm uma chance de 4% de ingressarem na classe média alta – um número menor do que em quase metade dos países industrializados.

Até o momento, os políticos fracassaram em apresentar soluções para a crescente crise social. Washington ainda está aguardando por empregos que não estão aparecendo. O presidente Barack Obama e seu governo parecem estar depositando suas esperanças na noção de que os americanos no final se reerguerão por meio de iniciativa própria – preferivelmente fazendo o mesmo que sempre fizeram: consumindo. O consumo doméstico é responsável por dois terços do produto econômico americano.

Mas apesar do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, continuar injetando dinheiro no mercado, e apesar do déficit do governo já ter atingido o nível vertiginoso de US$ 1,4 trilhão, esses esforços permanecem malsucedidos.

“As luzes estão apagando por toda a América”, escreveu na semana passada o ganhador do Nobel de economia, Paul Krugman, descrevendo comunidades que nem mais conseguem arcar com a despesa de manter suas ruas.

O problema é que muitos americanos não podem mais gastar dinheiro em produtos de consumo, porque eles não têm economias. Em alguns casos, suas casas perderam metade de seu valor. Eles não mais se qualificam a empréstimos a juros baixos. Eles estão ganhando menos do que antes ou estão desempregados. Isto, por sua vez, reduz ou elimina sua capacidade de pagar impostos.

Apagando as luzes

Como resultado, muitos governos estaduais e prefeituras estão com enormes déficits orçamentários. No Havaí, por exemplo, as escolas estão fechando em algumas sextas-feiras para economizar dinheiro do Estado. Um condado na Geórgia eliminou todos os serviços públicos de ônibus. Colorado Springs, uma cidade de 380 mil habitantes, desligou um terço de seus postes de iluminação para economizar eletricidade.

Há muitas discrepâncias nos Estados Unidos após a crise financeira. De um lado, o Fed está imprimindo dinheiro constantemente e o governo gastou US$ 182 bilhões para resgatar uma só empresa, a seguradora AIG. Por outro, as luzes estão de fato apagando em algumas áreas, porque Washington, citando a necessidade de reduzir gastos, não está disposto a fornecer ajuda financeira aos governos locais. “A América está atualmente na estrada não pavimentada, sem luz, para lugar nenhum”, alerta o economista Krugman.

Chanelle Sabedra já está nessa estrada. Ela e seu marido dormiram em seu carro por três semanas. “Nós nunca imaginávamos que isso aconteceria, nunca”, diz Sabedra. Ela começa a chorar. “Eu sou uma adulta, eu posso cuidar de mim mesma de uma forma ou de outra, e meu marido também, mas meus filhos são pequenos demais para passar por essas coisas.” Sem condições de continuar pagando o aluguel, os Sabedra foram despejados de sua casa em agosto.

Amigos e parentes tinham poucos recursos para ajudá-los. Agora eles vivem em um quarto no abrigo de moradores de rua do Exército da Salvação, no centro de Ventura, que é dirigido pelo capitão Finley.

A queda repentina para moradores de rua é uma realidade difícil de entender, dada as imagens dos Estados Unidos que estamos acostumados a ver nas séries de televisão e filmes. Elas sempre descrevem lares com jardins bem cuidados e dois carros na garagem, com cestas de basquete penduradas sobre a entrada. Essa América ainda existe, mas está encolhendo. E frequentemente aqueles que estão conseguindo manter a ilusão viva têm dificuldade para fazê-lo.

Os americanos estão lutando com um aumento do custo de vida nos últimos 20 anos. No início da década, as famílias já estavam pagando o dobro pelos planos de saúde e hipotecas do que a geração anterior.

“Para lidar, milhões de famílias colocaram os dois pais na força de trabalho”, diz a professora de Harvard, Elizabeth Warren, que foi nomeada pelo presidente Obama para presidir o painel do Congresso para supervisão do programa do governo de resgate aos bancos. Segundo Warren, a família média gastou toda sua renda e gastou todas suas economias “apenas para se manter mais um pouco à tona”.

Dívida crescente


Por carecerem de economias, os americanos começaram a tomar empréstimos para cobrir todas as suas outras despesas, incluindo educação, saúde e consumo. A dívida do consumidor americano atualmente totaliza cerca de US$ 13,5 trilhões.

Muitas pessoas correm o risco de sufocar sob o peso de sua dívida. Aproximadamente 61% dos americanos não têm reservas financeiras e estão vivendo de contracheque a contracheque. Basta uma única conta hospitalar para levar à ruína financeira.

O marido de Chanelle Sabedra encontrou outro emprego, desta vez como funcionário de depósito de uma empresa que produz turbinas para aviões. Mas ele não ganha o suficiente para tirar sua família do abrigo de moradores de rua. “Eu ainda não consegui um novo emprego”, diz Sabedra. O emprego de seu marido não paga o suficiente e o casal agora ingressou nas fileiras de trabalhadores pobres, para quem até dois empregos mal remunerados são insuficientes para alimentar suas famílias. “Nós precisamos de uma segunda renda”, diz Sabedra. “Só a creche do bebê custa US$ 600 por mês por meio dia.”

Nos Estados Unidos pré-recessão, ela e seu marido tinham dois empregos cada para arcar com as despesas. Eles trabalhavam como caixas no Wal-Mart durante o dia e fritavam hambúrgueres no McDonalds ao anoitecer, além de que às vezes passavam metade da noite trabalhando como vigias noturnos ou realizando a limpeza de prédios. Todos eram empregos mal remunerados, longe de serem carreiras, mas a renda somada bastava para manter a família à tona. Nos Estados Unidos pré-recessão, a vida não era luxuosa para Chanelle Sabedra, mas dava para levar se eles estivessem dispostos a trabalhar arduamente e sacrificar o suficiente para permanecer à tona.

Que tipo de emprego ela está procurando agora? “Por qualquer coisa. Em geral estou procurando no varejo, qualquer coisa para começar, mas no momento não há nada”, diz Sabedra.
Tradução: George El Khouri Andolfato

29 agosto 2010

Senadores 'caciques' sob risco de degola.

O fim de uma era?

Senadores experientes que ganharam os holofotes nos últimos oito anos estão ameaçados de sair de cena no início de 2011. Apesar de terem ocupado as páginas dos jornais e frequentado de maneira assídua a tribuna do Senado por quase uma década, eles, agora, têm a eleição ameaçada. Alguns mantiveram o discurso ultrapassado e utilizam a campanha não para apresentar novas ideias, mas para denegrir a imagem dos oponentes. Outros, além de envolvidos com esquemas de corrupção, fazem campanha semelhante à de coronéis que dividiam os Estados em currais eleitorais. De acordo com especialistas, o eleitor, cada vez mais bem-informado, vem mostrando que quer sangue novo e exige competência. “Há dois terços do Senado em disputa e haverá uma grande renovação”, diz o diretor do Diap, Antônio Augusto Queiroz. “Dos 30 que tentam a reeleição, quase a metade não deve se reeleger.”

A degola ameaça principalmente os senadores de oposição do Nordeste, que apostaram num discurso surrado e de crítica sistemática ao governo Lula no Congresso. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que utilizou a CPI dos Bingos para minar o governo, corre sério risco de ficar sem mandato. Ele está em terceiro lugar nas pesquisas, com 24% dos votos, atrás do ex-governador Wellington Dias (PT-PI), que tem 55%, e de Mão Santa (PSC-PI), com 30%. “Estou recebendo um bombardeio direto do Palácio”, reclama Heráclito. “Eles não têm o direito de usar a máquina do governo, de distribuir verbas e convênios para favorecer seus aliados. As candidaturas mais caras são as do governo”, justificou. Outro que usou a CPI para atingir o governo foi o senador Efraim Morais (DEM-PB). Com uma diferença: Efraim é acusado de envolvimento em esquemas de corrupção.

As denúncias vão desde a distribuição de cargos a servidores fantasmas no Senado até a cobrança de propinas em contratos de serviços públicos. Na Paraíba, o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) lidera as pesquisas ao Senado, com 52% dos votos. Em segundo lugar está o prefeito de Campina Grande, Vital do Rego Filho (PMDB), com 25%. Efraim tem 22%.
Outra figura carimbada da política brasileira que corre o risco de ficar sem mandato é o senador Arthur Virgílio (PSDB). Dono de um discurso ácido e de críticas pesadas, ele aproveita sua campanha para desferir duros golpes nos concorrentes. Mas essa estratégia não tem garantido votos para Virgílio. O ex-governador do Amazonas Eduardo Braga (PMDB) tem 82% e a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB) está em segundo lugar, com 39,3%. Virgílio aparece com 39%. No Rio Grande do Norte, o senador José Agripino Maia (DEM), que chegou a bater boca com a ministra Dilma Rousseff em audiência no Senado, está em segundo lugar nas pesquisas, com 39%, mas vê o avanço de sua oponente, a ex-governadora Wilma Maia (PSB), que já tem 32%. Em primeiro lugar está o ex-presidente do Senado Garibaldi Alves Filho (PMDB), com 41%.

A ameaça de esses caciques perderem seus cocares deixa claro dois fenômenos que estão ocorrendo nas eleições de 2010. O primeiro é a impressionante popularidade do presidente Lula, que conseguirá fazer como sucessora uma candidata completamente virgem em disputas eleitorais. Se Lula não consegue eleger todos os candidatos que apoia, como o ex-senador Aloizio Mercadante, em São Paulo, ele, ao menos, tem minado a campanha de seus adversários políticos. O outro é o desejo de renovação do Congresso. Após anos de escândalo sobre escândalo no Senado, boa parte da população não quer eleger ninguém que tenha passado os últimos anos por lá.

fonte: Congresso em Foco

Campanha Salarial: Na primeira rodada de negociação, saúde, condições de trabalho e definição do calendário de discussões

  A primeira rodada de negociação da Campanha 2010 aconteceu ontem(23), em São Paulo. Representantes dos bancários e a Fenaban iniciaram o debate sobre saúde do trabalhador e condições de trabalho, com foco no assédio moral, e definiram o calendário de discussões. E ainda, reivindicações contra as metas abusivas, isonomia de tratamento para os bancários afastados por problemas de saúde e avanços nos direitos dos trabalhadores com deficiência.

O primeiro tema de discussão continua no dia 1° de setembro, incluindo a segurança bancária.

Calendário de negociações com a Fenaban
1º e 2/09: Saúde do trabalhador e segurança bancária
8 e 9/09: Emprego e condições de trabalho
15 e 16/09: Remuneração
Calendário de luta aprovado pelos bancários do Maranhão
- 25/08, hoje: Assembleia de Avaliação
- 31/08 a 03/09: Assembleias específicas por banco
- 09/09: Paralisação em um dos bancos privados
- 11/09: Encontro de Isonomia
- 14/09: Assembleia de Avaliação
- 15/09: Indicativo de Greve no Banrisul
- 22/09: Indicativo de greve nacional

Fonte: Com informações da ContrafCUT

28 agosto 2010

Aniversario de Mauro Leao!

Ocorreu ontem, nas dependencias do Rotary Club de Ananindeua,  o aniversario de um grande lutador das causas sociais, o companheiro  Mauro. Foi uma festa linda onde tiveram presentes varias lideranças
da sociedade, nao so de Ananindeua, como tambem de Belem, como  a presença de Sandra Batista, vice-prefeita de Ananindeua e candidata  a deputada estadual(13.123), Stefani Henrique, coordenador de 
mobilizaçao da coligaçao Acelera Para, Carlos Esdras, presidente  do SEPUB(sindicato dos servidores publico do estado do Para, dentre outras...) O companheiro Mauro merece todo respeito e prestigio que tem,  pois sempre esteve lutando pelos mais carentes e com certeza tera um  futuro politico promissor. Parabens companheiro, voce merece muito mais....
Vejam as fotos do evento:
Na hora da entrega do presente: Marlon, Alberto e o aniversariante Mauro.
Bruno, Marlon, Sandra Batista e Ely(pres. associaçao Parque Joao Batista).
Sandra Batista e o aniversariante Mauro.

24 agosto 2010

A Revolução Traída: do Stalinismo à restauração do capitalismo




João Ricardo Soares
da Secretaria Nacional de Formação e Propaganda e da Direção Nacional do PSTU
 


• No próximo 21 de agosto, completa-se 65 anos da morte de Leon Trotsky, assassinado a mando de um agente de Stalin. Para homenageá-lo, a editora José Luís e Rosa Sundermann reeditará “A Revolução Traída. O que é e para onde vai a URSS”.
A última publicação dessa obra em português data de 1980. Muitos podem nos perguntar o porquê de publicar um livro sobre a URSS escrito em 1936.

A essa pergunta responde Martín Hernández na Introdução escrita para esta edição: “A Revolução Traída (...) é um instrumento insubstituível para todo aquele que pretenda compreender as causas e conseqüências dos chamados processos do Leste europeu.

Quando nos referimos a esses processos, estamos falando centralmente de dois grandes fatos contraditórios entre si. Por um lado, da restauração do capitalismo nos ex-Estados Operários e, por outro, das mobilizações de massas que derrubaram os regimes stalinistas”.

Os temas tratados por Trotsky na obra: as razões que levaram a vitória da contra-revolução stalinista, quando e porquê a burocracia assume o poder, o caráter do Estado e a dinâmica da URSS, seja para negá-las ou afirmá-las, são fundamentais para compreender os acontecimentos de 1989 e 90. As conclusões desses processos afetaram o programa de todas as organizações revolucionárias e reformistas em todo o mundo.

Revolução mundial
Trotsky inicia a sua análise demonstrando a superioridade da economia planificada em relação ao capitalismo. Graças a ela, um país atrasado, como a Rússia e as repúblicas que compuseram a URSS, pôde transformar-se na segunda potência industrial do planeta.

Ao mesmo tempo, no entanto, afirmava que as grandes conquistas na economia, obtidas com a expropriação da burguesia, estavam ameaçadas. Na época em que foram feitas, essas afirmações pareciam uma insensatez, pois a URSS crescia a uma taxa de mais de 10%, e o nível de vida das massas melhorava com a industrialização, apesar do terror stalinista.

Trotsky dizia que, na época do imperialismo, seria impossível que a URSS pudesse se desenvolver para o estágio que Marx e Engels chamaram de socialismo, ou seja, um estágio prévio ao comunismo, sem antes derrotar o imperialismo mundialmente.
A possibilidade de que a URSS pudesse seguir aumentando o nível de vida de sua população dependia, sobretudo, do nível da técnica e dos recursos materiais do que das formas de propriedade. Esse estágio de desenvolvimento, entretanto, não se alcançaria dentro das fronteiras da URSS e sim expropriando o imperialismo. O “socialismo em um só país” era impossível.

A burocracia
Para Trotsky, a jovem República dos Sovietes teve que pagar um preço muito caro, em função de dois elementos fundamentais: o fato dos operários chegarem ao poder num país atrasado e a derrota da revolução alemã pelas mãos da socialdemocracia, o que levou ao islolamento da URSS. O preço foi uma contra-revolução que, se não chegou a destruir as formas da propriedade socialista, causou uma profunda deformação no Estado Operário.

Antes de Trostky, Lenin perguntava-se: “Quais são as raízes econômicas da burocracia? E respondia: “o fracionamento, a disperção do pequeno produtor, sua miséria, sua incultura, a falta de comunicações, o analfabetismo, a falta de intercâmbio entre a agricultura e a indústria, a falta enlace e interação entre elas”.

Coube a Trotsky aprofundar essa análise de Lenin e desenvolvê-la: “A autoridade burocrática tem como base a pobreza dos artigos de consumo e a luta de todos contra todos (...). Quando há bastante mercadoria nos armazens, as pessoas podem chegar a qualquer momento; quando há poucas mercadorias, é necessário fazer uma fila na porta. Se a fila é longa, impõe-se a presença de um agente de polícia que mantenha a ordem. Esse é o ponto de partida da burocracia soviética, “sabe” a quem deve dar e quem deve esperar”.

Segundo Trotsky, a burocracia, formada inicialmente como resultado do baixo desenvolvimento econômico, com o fim de servir ao proletariado, transformou-se em árbitro entre as classes, adquirindo uma autonomia que subjugou o proletariado pelo terror e pela repressão.

O duplo caráter do Estado
Muitas foram as polêmicas sobre o caráter da URSS; neste artigo não poderemos entrar nesse tema, mas recomendamos o trabalho de Martín Hernández sobre o caráter da URSS e a Introdução para esta edição de A Revolução Traída. Alguns afirmaram que a contra-revolução havia conduzido a uma espécie de “capitalismo burocrático de Estado” (Tony Cliff). Outros diziam havia um novo modo de produção o “coletivismo burocrático” (Bruno Rizzi).

Para Trotsky, a tensão que a sociedade soviética estava submetida como uma sociedade de transição, e o fato histórico inédito que representou a contra-revolução burocrática, se expressava na definição do Estado.

Se as formas de propriedade estatizadas representavam um avanço em relação ao capitalismo, elas por si só não geravam a abundância material que permitisse o fim da desigualdade. A desigualdade na distribuição gerou a burocracia que, por sua vez, aumentava a desigualdade. A burocracia era a expressão das formas burguesas de distribuição do produto social. E nisso resumia o duplo caráter do Estado.

Três hipóteses
Qual futuro estaria reservado para a URSS como uma sociedade de transição? Trotsky insistiu que a última palavra ainda não tinha sido dada pela História; nem do próprio caráter da transição, se iria ao socialismo ou regrediria ao capitalismo.
Formulou então três hipóteses: a primeira, à qual dedicou o restante de sua vida, era que o proletariado destruísse a burocracia por meio de uma revolução, que definiu como uma Revolução Política, pois ela não deveria mexer no caráter da propriedade.

A segunda era que houvesse uma contra-revolução burguesa que recuperasse o poder do Estado, como tentou fazer Hitler em 1941, ao invadir a URSS.

E a terceira hipótese: “Admitamos que nem um partido revolucionário, nem um partido contra-revolucionário se apoderem do poder e que seja a burocracia a que se mantenha à frente do poder (...). A evolução das relações sociais não cessa... ela (a burocracia) restabeleceu as patentes e as condecorações; será, então, inevitavelmente necessário que busque apoio nas relações de propriedade.

Provavelmente será possível argumentar que pouco importa ao funcionário a forma de propriedade da qual retira seus lucros. Mas isso significa ignorar a instabilidade dos direitos da burocracia e o problema de sua descendência... Os privilégios que não se podem legar a seus descendentes perdem a metade de seu valor. O direito de legar é inseparável do direito de propriedade. Não basta ser diretor de um truste, é necessário ser acionista”.

Conforme Trotsky, a burocracia, pela sua própria natureza de casta, se converteria em restauracionista: “Quanto mais tempo a URSS ficar cercada de capitalismo tanto mais profunda será a degeneração dos tecidos sociais. Um isolamento indefinido deve trazer inevitavelmente, não o estabelecimento de um comunismo nacional, mas a restauração do capitalismo”. Assim, a aparição de Gorbachev e sua Perestroika obedeceu à seqüência dos acontecimentos históricos que marcaram a profunda crise de direção do proletariado depois da destruição do partido bolchevique e da III Internacional pelas mãos do stalinismo.

Mais do que uma análise da URSS, nesta obra, Trostky faz uma aplicação magistral da teoria do desenvolvimento desigual e combinado e da Revolução Permanente. Temos, portanto, que concordar com Martín que afirma na Introdução “o mínimo que podemos dizer é que se trata de uma obra brilhante, da primeira à última página”.

22 agosto 2010

Sandra Batista: Participaçao na carreata Acelera Para!

Ocorreu neste domingo uma grande carreata Acelera Para, com a participacao da governadora e bancaria Ana Julia e a equipe da campanha de Sandra Batista, candidata a Deputada Estadual, com o nº 13.123. Foi   um evento democratico e que contou com a presença de mais de 3.000 carros. Este blogueiro nao poderia deixar de registrar este evento, que com certeza fara com que Sandra Batista voltara para a ALEPA.
Carreata de Sandra Batista na Cidade Nova V.
Saindo da cidade Nova com muita euforia!
Ate um caminhao estava na carreata de Sandra Batista!
Equipe da Sandra Batista na Praça da Republica!
Luzia e Fatima na praça da republica, grandes mobilizadoras da carreata!

19 agosto 2010

Por um Parlamento digno!

Deu no blog da Francinete Florenzano

“O Conselho Episcopal de Pastoral (CONSEP) da CNBB, reunido em Brasília, entre os dias 17 e 19 de agosto, avaliou o andamento do processo eleitoral no País. E vem a público reconhecer a vitória da sociedade, legitimada pelo Legislativo e sancionada pelo Executivo, com relação à chamada “Lei da Ficha Limpa”, fruto de iniciativa popular que reuniu 1 milhão e 600 mil assinaturas, com a participação decisiva da Igreja Católica e das entidades do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

A conquista da Lei da Ficha Limpa mobilizou o povo brasileiro na esperança de ver banidas as práticas da corrupção no cenário político do País. Nesta perspectiva, a sociedade almeja a sua plena aplicação nas eleições de 2010. É histórico o fato de que 25% dos pedidos de impugnação tenham sido acatados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Até o momento, foram 169 negações de registros de candidaturas que alcançaram candidatos aos cargos de Governador, Senador, Deputado Federal, Estadual e Distrital.

Lamentamos que quatro dos vinte e sete TREs não tenham aplicado plenamente a Lei da Ficha Limpa, mas estamos seguros de que seus eventuais equívocos serão reparados pela posição segura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse passo, reconhecemos a atuação do TSE por haver confirmado a aplicabilidade imediata da Lei Complementar nº 135/2010 (Ficha Limpa).

A Lei da Ficha Limpa nada mais fez que atender a uma necessidade de se fixar critérios objetivos para análise dos pedidos de registro de candidaturas. O parágrafo 9º do artigo 14 da Constituição Federal já estabelecia desde 1994, que fosse “considerada a vida pregressa do candidato”, para admissão do registro da candidatura.

Assim, esperamos das instâncias do Poder Judiciário que têm a missão institucional de arbitrar as controvérsias em torno da aplicação da lei, marcadamente do Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal, o mesmo empenho efetivo que houve no Congresso Nacional na aprovação da iniciativa popular.

Com as demais entidades que compõem o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, a CNBB convida a todas as pessoas de boa vontade a se unirem em vigília cidadã para que tenhamos eleições limpas e éticas, a fim de consolidar a democracia brasileira.

Brasília (DF), 19 de agosto de 2010”

17 agosto 2010

Correios: Oposição à maioria da direção da Fentect define pauta para os trabalhadores.



 
No último Sábado (7), o Bloco de Oposição à maioria da direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) se reuniu em São Paulo, para discutir os rumos e encaminhamentos  para o próximo período da categoria ecetista (trabalhadores dos Correios).
Este fato ocorreu, pois a ala governista da FENTECT não permitiu que os trabalhadores encaminhassem a Campanha Salarial desse ano no Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Correios CONREP que ocorreu de 21 a 23 de julho em Brasília.
O Bloco de Oposição composto pelas forças políticas CSP-Conlutas, MRL, MR, Ecetistas em Luta e Independentes, vem se fortalecendo e está disposto a levar adiante a luta dos trabalhadores dos Correios contra o Governo, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e a FENTECT.
Este bloco acredita que os interesses dos trabalhadores dos Correios estão sendo rifados pela ala governista ligada à ARTSIND/PT, CTB/PCdoB e ASS/PT que apoia políticas como o POSTALPREV, o PCCS da ECT, o Acordo BIANUAL, entre outros, que não trazem nenhum beneficio para os trabalhadores ecetistas.
Assembleias vão ocorrer até o dia 1° de Setembro em todos os Sindicatos. O Bloco de Oposição à FENTECT estará disputando nestas reuniões à consciência dos trabalhadores e trabalhadoras, buscando dar encaminhamentos as deliberações aprovadas na reunião que ocorreu em São Paulo.
 
Segue deliberações:
  • Reposição da inflação dos últimos doze meses 5,21 %;
  • Aumento real de salário de R$ 300,00 Linear a toda categoria;
  • Contra os Correios S.A;
  • Pela imediata realização do Concurso Publico e
  • Reposição das perdas salariais dos últimos anos de 35%;
Calendário de Mobilização
  • 10 a 17/08 – Assembléia para aprovar Estado de Greve, Pauta de Reivindicação e Eixos da Campanha Salarial;
  • 18/08 – Sistematização da pauta aprovada nas Assembléias e Confecção do Jornal do Bloco;
  • 25/08 – Ato Público em Brasília contra os Correios S.A, pela realização imediata do Concurso Público e efetivação dos aprovados, pela imediata reintegração dos Anistiados e protocolo da Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial de 2010 na ECT;
  • 25 a 31/08 - Distribuições do Jornal do Bloco de Oposição a Fentect com a Pauta e os principais Eixos da Campanha Salarial aprovada na base da categoria no país;
  • 01/09 – Assembléia de Avaliação da Campanha Salarial e votação do Indicativo de Greve;
  • 03/09 – Reunião do Bloco de Oposição em Brasília;
  • 04 e 05 - Participação no CONSIN ( Conselho dos Sindicatos da Fentect);
  • 14/09 - Assembléia de Greve;
  • 15/09 – Greve por tempo indeterminado.

Trabalhadoras da construção civil em Belém participam do 1º Encontro de Mulheres da categoria

 
 
    Plenário do encontro de mulheres em Belém

• Quarenta pessoas, entre elas 27 operárias da construção civil, participaram do 1º Encontro de Mulheres da categoria nesse dia 7 de agosto na sede do Sindicato em Belém. Além das operárias, estiveram como convidados: CSP- Conlutas, ANEL, Movimento Mulheres em Luta, MTL, além da companheira Ana Rosa, dirigente nacional do Movimento Mulheres em Luta da Conlutas.

O encontro durou o dia todo e contou com café da manhã para as operárias, creche para as crianças e almoço, além de uma sessão de vídeo e grupos de trabalho. O 1º Encontro teve como tema: “Operárias na luta, pela classificação profissional e contra a exploração capitalista”. Em Belém, as trabalhadoras da construção civil ainda não conseguiram sua classificação profissional, todas são serventes de pedreiro e mesmo aquelas que possuem cursos, não conseguem ascender profissionalmente. Além desta questão, há dentro dos canteiros de obras muitos casos de assédio moral e sexual a estas mulheres. Foi no sentido de tentar mudar esta situação que o encontro aconteceu.

Os candidatos estaduais do PSTU nas eleições do Pará também estiveram no encontro saudando as trabalhadoras. Cleber Rabelo, candidato do PSTU a governador, falou da importância das mulheres operárias. Sobre as candidatas da burguesia, Dilma Roussef, Marina Silva e Ana Júlia, Cleber ressaltou que não basta ser mulher, é preciso defender um programa para as trabalhadoras. Ângela Azevedo, candidata a deputada federal, também falou das candidaturas de mulheres que representam a burguesia e enfatizou a importância de sua candidatura como uma mulher da classe trabalhadora. Após as saudações, o encontro teve sua mesa de abertura composta por Ana Rosa do Movimento Mulheres em Luta Nacional, Josy Quemel do Movimento Mulheres em Luta do Pará e Deusarina Soares, a Deusinha, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.

Ana Rosa falou da opressão histórica que sofre a mulher trabalhadora, sobretudo se for negra e lésbica. Com relação às trabalhadoras da construção civil disse: “As mulheres são invisíveis na construção civil” . Ela também falou sobre a organização das mulheres no sindicato: “O sindicato tem que ser um espaço político para as mulheres trabalhadoras” . Sobre o Encontro comentou: “O Encontro é fundamental, pois cada vez que um grupo de mulheres se reúne para se organizar, fortalece toda a categoria. Uma vitória das trabalhadoras, é uma vitória de toda a categoria” , falou Ana Rosa.

“O Pará é o 2º maior estado do Brasil na economia da Construção Civil” , segundo Josy Quemel do MML do Pará. Também segundo ela, para cada 270 homens num canteiro de obras existem 10 mulheres e a maioria não trabalha com carteira assinada. Deusinha, única mulher na direção do sindicato, também falou da pequena participação das mulheres: “Ainda é um setor predominantemente masculino” , disse.

Após a mesa, as trabalhadoras foram divididas em grupos de trabalho e formularam propostas para serem aprovadas na plenária final do encontro. Entre as propostas aprovadas, está a criação da Secretaria de Mulheres do Sindicato e o início de uma campanha pela classificação profissional para todas as trabalhadoras do setor. Ao final, as trabalhadoras e os convidados presentes comemoraram a realização do encontro em um coquetel animado.



11 agosto 2010

Bancarios: Campanha salarial 2010 X aloprados

O Itaú-Unibanco, o Bradesco e o Santander lucraram, respectivamente, R$ 6,4 bilhões, R$ 4,6 bi e R$ 2,3 bi. O Banco do Brasil marcou o dia 16/08 para publicar o balanço do 1º semestre de 2010. Decerto o BB figurará entre os três maiores outra vez. Até o final de agosto, todos os bancos já deverão ter consolidado seus resultados. E a cada resultado consolidado, acompanhamos a saúde econômico-financeira dos bancos evoluir de forma exponencial. É notável e invejável a capacidade dos banqueiros de duplicarem seus patrimônios a cada três anos.

Do ponto de vista da categoria bancária, que diuturnamente se esbalda de trabalhar para cumprir as metas que proporcionam essa fantástica acumulação de riqueza dos banqueiros, estamos na contramão do bom momento das empresas para as quais dedicamos os melhores anos das nossas vidas. Afirma-se isso porque há anos sequer conseguimos recuperar o poder aquisitivo que detínhamos antes do Plano Real, em 1994. Por isso, o Sindicato dos Bancários do Maranhão, o de Bauru e o do Rio Grande do Norte desafiam o comodismo irresponsável da Contraf/CUT em se contentar com as migalhas de reajustes acima da inflação, reajustes que nem mesmo nos aproximam do poder de compra de outrora.

Em momento coincidente com o final do governo Lula, o Brasil é a sétima ou oitava economia do mundo, mas o 75º em desenvolvimento humano, segundo a última aferição da Organização das Nações Unidas (ONU). O cenário de concentração de renda é brutal para grande parte da sociedade. Não apenas por conta e obra do governo. Contudo, se bem observarmos, veremos que outras categorias vinculadas ao Executivo avançaram na recuperação do poder de compra nos últimos oito anos. Logicamente, categorias não manietadas pela burocracia cutista, cuja preocupação tem passado muito longe dos interesses de qualquer trabalhador.

Após a edição 2177 da revista Veja, muitos enxergarão a quem realmente serve a atual estrutura da Contraf/CUT. Gerardo Santiago, ex-membro da Comissão de Empresa do BB, que migrou da corrente petista DS para a Articulação Sindical logo no início do primeiro mandato de Lula, em 2003, é entrevistado na referida edição. Vindo das entranhas da poderosa Previ/BB, sabe-se lá porque hoje Gerardo desnuda o caráter dos ex-dirigentes da Contraf/CUT que se embrenharam de corpo e alma nos cargos e benesses oficiais. Sólida mesmo, só a certeza de que a categoria bancária tem servido de moeda de troca para que os interesses pessoais ou de grupelhos sejam atendidos.

Talvez agora fique mais claro o que sempre repisamos: não é a troco de nada que o governo Lula tem sido poupado de negociar diretamente com os grevistas nas sucessivas campanhas salariais a partir de 2003. As traições da Contraf/CUT têm rendido bons resultados, principalmente para: Paulo Bernardo, ministro do Planejamento e ex-dirigente bancário do Paraná; José Pimentel, ex-ministro da Previdência, ex-dirigente do SEEB-CE e candidato ao senado pelo PT-CE; Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência e ex-do Trabalho, ex-dirigente do SEEB-SP e novamente candidato a dep. federal pelo PT-SP; João Vaccari, ex-dirigente da CUT e do SEEB-SP, atual tesoureiro do PT e conselheiro do fundo de pensão de Furnas. A lista de beneficiários é enorme e não dá para exibir todos neste exíguo espaço. Mas que pelo menos a categoria tenha presente que o Sindicato dos Bancários do Maranhão nunca compactuou e sempre tem denunciado o desvio de finalidade que a CUT e seu braço na categoria bancária, a Contraf, tem nos submetido desde antes mesmo de Lula ter chegado ao Palácio do Planalto.

Fonte: SEEB MA

10 agosto 2010

No debate da BAND: Parabéns, Plínio


Eduardo Almeida Neto
da Direção Nacional do PSTU e editor do Opinião Socialista
 



• Plínio, antes de mais nada, parabéns pelo desempenho no debate da Band. Aquilo estava uma chatice enorme. O Serra não pode bater no governo para não perder votos, a Dilma tem as limitações mais que conhecidas como debatedora. Você, ao contrário, teve uma presença importante. Questionou todos eles em defesa de bandeiras caras a todos nós como reforma agrária e redução da jornada de trabalho. Com suas tiradas irônicas, deu um ar mais divertido àquela mesmice sonolenta.

Vivemos um monstruoso boicote da mídia que impede que outras candidaturas sejam conhecidas pelo grande público. Por isso foi muito importante ter alguém de esquerda como você nesse debate, com todos os outros na direita.

Não queria, no entanto, me somar ao coro bastante grande dos que só te elogiam. Como dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Vai então aqui, depois do elogio, dois reparos.

O debate não foi “democrático”
O primeiro foi você ter classificado o debate como “democrático” logo em sua fala inicial. Todos sabem -e você também- que não houve democracia. Excluíram no campo de esquerda tanto o PCB como o PSTU. As emissoras têm obrigação de convidar os partidos com representação parlamentar, como o PSOL. Mas podem, se quiserem, convidar outros partidos, e não o fizeram.

Não pode ser que o PSOL fique satisfeito por estar incluído, deixando de protestar pela exclusão do resto da esquerda. Creio que teria sido mais justo ter falado sobre isso no debate, ao contrário de elogiar a democracia que não existiu. Essa, aliás, é uma reivindicação concreta: creio que seria importante fazer isso nos próximos debates.

A ausência do socialismo
O segundo tema é a ausência do socialismo de todo o debate. O único que poderia defender isso seria você, o que não aconteceu. O motivo é claro: esse não é seu programa. De acordo com sua entrevista na Folha de S. Paulo (01/08/2010): “Eu não pretendo implantar o socialismo no Brasil e nem é a pretensão do meu partido agora. Vou fazer uma proposta dentro do marco do capitalismo. As únicas formas socializadas que vamos ter são a saúde e a educação”.

Você defende um programa de redução da desigualdade social no marco do capitalismo, um capitalismo com rosto humano. Esse foi um dos motivos fundamentais pelo qual o PSTU e o PSOL não chegaram a uma aliança nessas eleições. Nós discordamos dessa proposta e defendemos um programa socialista.

Não acreditamos em reforma do capitalismo, embora lutemos por reformas parciais. As grandes empresas não estão dispostas a reduzir sua taxa de lucros. Ao contrário, brigam com todos os recursos que têm- o que inclui disputas eleitorais e golpes- para aumentar os lucros e não reduzi-los. No momento atual da globalização, podem simplesmente mudar as empresas para outro país.

Como você seguramente se lembra, a redução das desigualdades no marco do capitalismo foi a proposta do PT por 19 anos, antes de chegar à presidência. Esse é o famoso programa “democrático e popular”. Por anos e anos se educou a vanguarda brasileira que era possível governar junto com a burguesia progressista para reduzir a pobreza. Ao chegar ao governo, o PT passou simplesmente a administrar o capitalismo. Hoje, depois de dois mandatos de Lula, pode-se ver o resultado dessa estratégia.

Nós vamos defender nessa campanha eleitoral um programa socialista. Não acreditamos que estamos à beira de uma revolução, e menos ainda que através das eleições possamos chegar ao socialismo. O motivo pelo qual estamos defendendo um programa socialista não é nenhum desses. Nós simplesmente acreditamos que a revolução socialista é a estratégia correta, e vamos aproveitar a eleição para discutir isso com os trabalhadores. Não vamos ficar, evidentemente, só receitando fórmulas abstratas. Vamos trazer o programa estratégico para propostas simples em relação aos salários, emprego, saúde e educação.

Não queria terminar esse texto sem voltar a te cumprimentar pelo debate. Você defendeu muito bem uma proposta com a qual não concordo.

06 agosto 2010

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO!

A Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Norte 2, integrante do Movimento Nacional e Estadual de Combate à Corrupção Eleitoral e as demais pastorais e organismos da CNBB Norte 2, vêm externar a decepção com que receberam a notícia de que o Tribunal Regional Eleitoral decidiu, por maioria do colegiado, manter as candidaturas de políticos publicamente envolvidos em malversação do dinheiro público e outro condenado por estupro contra criança.

A decisão causou tristeza, indignação e sensação de impunidade, especialmente porque a lei da FICHA LIMPA (135/2010), de iniciativa popular com mais de um milhão e setecentas mil assinaturas, sancionada pelo Presidente da República, veio ao encontro dos anseios de toda a sociedade brasileira, que clama por uma democracia plena, e o TRE do Pará se mostrou, com essa decisão, completamente divorciado dos novos tempos.

Não é possível concordar com o fundamento da decisão, uma vez que os candidatos impugnados não podem se valer da alegação do princípio da presunção da inocência, já que tal princípio se volta apenas a impedir a aplicação imediata das sanções de natureza penal, não se estendendo a todo ordenamento jurídico. E inelegibilidade não é pena, mas medida preventiva. Trata-se do direito da sociedade de definir em norma o perfil esperado dos seus candidatos. Não se trata de considerá-los culpados, embora haja elementos suficientes para tal, mas de, à vista de circunstâncias objetivas, prevenir a sociedade da possível candidatura de alguém que não tem condições de exercer a função pública.
A indignação é tão grande que se há de perguntar de você leitor, deixaria sua casa, seus bens, serem administrados por políticos que renunciaram porque foram flagrados utilizando-se do dinheiro público? Ou deixaria sua família, sua filha de nove anos de idade sob os cuidados de um candidato condenado por ter estuprado, violentado sexualmente uma criança?
Conclamamos, neste momento de tristeza e decepção, o povo a não votar nesses candidatos e a refletir sobre a decisão do TRE, reconhecendo, todavia, a postura dos dois magistrados que votaram a favor do cumprimento da lei da Ficha Limpa.

Reafirmamos o nosso compromisso para com a justiça e continuaremos exigindo, através dos meios legais, que a decisão seja revista. Jamais nos intimidaremos, pois nosso compromisso maior é com o clamor de todo um povo, de uma sociedade, por eleições limpas, livres dos que não souberam honrar o mandato conferido pelo povo.

Belém, 05 de agosto de 2010.

Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Norte 2, integrante do Movimento Nacional e Estadual de Combate à Corrupção Eleitoral e demais pastorais e organismos da CNBB Norte 2.

01 agosto 2010

Banco da Amazônia S/A - Imposto de Renda sobre Férias e Abono!

O SINTEC TO, ingressou com ação na justiça federal em 2007 no que se refere a retenção de imposto de renda sobre o valor do abono assiduidade, sobre férias indenizadas e licença-prêmio, por parte da receita federal, por entender ser indevido o aludido tributo.

Reprodução / Divulgação
A ação é de 2007
O sindicato em abril de 2010 conseguiu vencer a ação em sua integralidade, não cabendo recurso as partes, no sentido de que a delegacia da receita federal fosse obrigada a não descontar o imposto de renda sobre as verbas acima.

Assim, caso tenha sido descontado o imposto em seu contracheque de 2008 até a presente data, favor entrar em contato, com urgência, com o diretor jurídico do sindicato, Sr. Ivan Ribeiro Guimarães (Deivan) para as devidas providências cabíveis.

Fonte: SINTEC-TO