31 janeiro 2013

O aniversário de 30 anos do processo da LSN contra oito militantes da Convergência Socialista em Belém.







Há 30 anos, sede da Convergência Socialista/Alicerce é invadida pela Polícia Federal


CONCEIÇÃO MENEZES (CONCHA), MILITANTE DO PSTU


Mobilizações contra o aumento da passagem na década de 80

• Há 30 anos, a ditadura militar enquadrou na famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN) vários militantes da Convergência Socialista (CS) em Belém do Pará. Este episódio foi mais um dos tantos ataques sofridos pela CS em virtude da sua participação na luta contra a ditadura.

A ditadura militar vivia seus dias de agonia, as mobilizações contra o regime dos militares era uma realidade em todo país. As greves dos trabalhadores e as manifestações da juventude ganhavam as ruas, e Belém do Pará não era uma exceção. Com os ventos que sopraram das greves dos operários do ABC paulista, em 1981, os estudantes secundaristas de Belém iniciaram as primeiras manifestações exigindo o direito à meia passagem. Foi uma grande jornada de lutas com a participação de milhares de estudantes duramente reprimida pela polícia. A cada manifestação, havia dezenas de presos e duros enfrentamentos com a cavalaria, que a todo custo tentava impedir que as passeatas chegassem até a casa do governador.

Na cabeça desta luta estava o GREMPS, um grupo de estudantes secundaristas fundado em 1980. Este grupo de jovens, após um longo processo de debate interno, se define pela necessidade de construir uma alternativa revolucionária. Assim, em sua maioria, aderem à Convergência Socialista em 1981. Em 1983, já não éramos um grupo de secundaristas senão que intervíamos na construção das oposições sindicais e participamos de forma ativa na construção do PT. Nas eleições de 1982, nossa candidata Bernadete Menezes foi a segunda candidata mais votada do PT em Belém.

O rápido crescimento da CS, em particular na juventude, chamou a atenção do regime. Neste momento, o jornal Alicerce da Juventude Socialista chegou a vender 800 exemplares nas escolas e universidades. Assim, a resposta não tardou. Em fevereiro de 1983, a sede da CS/ Alicerce, na Nove de Janeiro, foi invadida pela Polícia Federal.

De metralhadoras em punho, ocuparam durante 11 horas nossa sede. Chegaram de manhã e já detiveram os militantes que residiam na parte superior. Todos os que chegavam eram identificados, fotografados e detidos. Neste dia, pela noite, estava convocada uma reunião para a formação de uma chapa que concorreria ao DCE da UFPA. Compareceram mais de 50 ativistas do movimento estudantil e todos foram fichados.

Ao final da “operação”, 16 pessoas foram chamadas a depor na PF e 8 foram indiciados na Lei de Segurança Nacional: Bernadete Menezes, João Batista (Babá), Francisco Cavalcante, Fernando Carneiro, Carlos Vinicius Teles, Luziu Horácio, Maristela dos Santos e Conceição Menezes (Concha). Fomos indiciados no artigo 36 e 42, ameaçados de pegar de 8 a 30 de prisão.

Segundo a ditadura militar “cometemos os crimes” de: incitar a subversão da ordem política e social, de pregar a luta pela violência entre as classes sociais e de fazer propaganda subversiva e aliciamento de menores. Um episódio interessante do julgamento foi quando os textos de Trotsky foram apresentados como “prova” pelos militares para “demonstrar” como éramos pessoas “perigosas”. Os textos apresentados pelos militares se referiam à necessidade da unidade do movimento de massas contra o nazismo na Alemanha. O advogado da Anistia Internacional, Carlos Castro, diga-se de passagem, de forma brilhante, evocou o legítimo direito de luta contra a barbárie nazista e desconcertou os acusadores na medida em que o Exército Brasileiro participou da segunda guerra junto com os aliados. Transformou, assim, a “prova” em defesa dos acusados.

A Lei de Segurança Nacional foi a principal lei repressiva da ditadura e um instrumento para perseguir ativistas sindicais e estudantis, jornalistas e lideranças que combateram o regime militar. No Pará, também foram enquadrados na LSN e expulsos do Brasil dois padres de origem francesa. No mesmo período, os donos da Gráfica Suyá, que editava o Jornal Resistência, foram processados e a Livraria Jinkings foi invadida. Em 1983, existiam 17 presos políticos no Brasil.

Respondemos esse processo por quase dois anos, fomos à julgamento no final de 1984. Durante este período, sofremos muitas ameaças. As agendas telefônicas apreendidas foram utilizadas para telefonar para a casa dos militantes e suas famílias com ameaças, muitos foram demitidos de seus empregos. Éramos monitorados permanentemente.

O Brasil é o país mais atrasado da América Latina em punir repressores da ditadura. Nunca se puniu um torturador. Na Argentina, Uruguai, Chile, vários militares acusados de assassinatos e torturas cumprem penas. Recordar a luta contra a ditadura, reivindicar que toda a verdade venha à tona, que se possa reconstituir a memória das vítimas desta perseguição e que haja justiça, ou seja, punição aos torturadores e assassinos, não é um exercício de nostalgia das lutas do passado. Neste sentido, o ato convocado em Belém pelo gabinete do vereador Fernando Carneiro (PSOL), no aniversário dos 30 anos dos processados pela LSN, ajuda na reconstrução da memória histórica da luta contra a ditadura no Brasil, dos jovens que dedicaram o melhor de suas vidas a esta luta e das organizações, como a CS, que estiveram nesta batalha.

30 janeiro 2013

Ataque sem precedentes no BB. Dilma impõe corte de salários, ameaça de retirada de comissões e ainda mantém jornada abusiva de 8h aos bancários.


O dia 28 de janeiro vai ficar marcado como o dia em que o Banco do Brasil, sob ordens da presidente Dilma, apresentou a íntegra do novo plano de funções comissionadas de 6 horas, que não foi negociado e foi imposto goela abaixo de todos os bancários! A Instrução Normativa 917-1 organiza as funções previstas em dois planos: a) de funções gratificadas, com jornada de 6 horas; e b) de funções de confiança, sujeitos à jornada de 8 horas e/ou não sujeitos ao controle de jornada.
No primeiro caso, estão enquadradas as funções consideradas pelo BB como de apoio operacional e técnico, o que envolve assistente A e B, tanto em unidades de negócios como de apoio. Também estarão sujeitos à jornada de 6 horas os empregados que detinham a função de analista A e B, em unidade de apoio ou unidade tática, assessor júnior, em unidade estratégica, e analista de CA, além da evidente manutenção da situação funcional dos atendentes de CA. De maneira geral, as demais funções permanecerão com previsão de jornada de 8 horas.
Boa parte das explicações deste plano absurdo, antissindical e neoliberal nos foram dadas através do próprio BB, por meio de uma espécie de “prospecto” ou cartilha, que tem até uma seção de “perguntas e respostas” no final.

Matemática cruel. Entenda o ataque do BB/Dilma em números práticos
Pelos próprios exemplos dados no “prospecto” interno que o BB atirou aos seus trabalhadores, fica patente a agressão draconiana que está sendo implementada. O BB dá alguns exemplos sobre como ficarão os salários de funcionários com determinados proventos hoje em dia.
No “caso I”, o BB trata de um funcionário que tem atualmente um Vencimento Padrão de R$ 2.095,17 e ganha R$ 11.756,11 de Proventos Brutos totais. Este colega, após este famigerado plano, seguirá recebendo o mesmo valor como Proventos Brutos em seu contracheque, pois é o caso daqueles que não terão cumprido seu direito de trabalhar 6h. Para estes trabalhadores, enquadrados como “Funções de Confiança”, ou FC, o trabalho segue igual, mas a remuneração da função vai diminuir! Basta que o comissionado seja trocado por outro e o banco fará economia, num incentivo à “dança das comissões”.
Mas, considerando que o que será reduzido será o valor dos novos comissionamentos, o sujeito que já está comissionado, ao menos individualmente, não terá redução de salário, como promete o banco. Certo? Errado! Isso existirá por pouco tempo, já que R$ 389,13 deste valor passará a ser a título de “Ajuste de Plano de Funções”, o que significa dizer que, à medida que seu salário for aumentando por outras formas (promoção, reajuste salarial, etc.) este “Ajuste” vai sumindo, até desaparecer por completo.
Isto representa dois problemas gravíssimos: a) a falta de isonomia fica ainda mais gritante, pois dois funcionários farão a mesma coisa com salários diferentes. O novo funcionário que for nomeada a esta função, receberá R$ 11.366,98. com quase R$ 400 a menos que quem estiver ganhando provisoriamente o “Ajuste”; e b) Em algum tempo, esta discrepância sumirá, mas será para menos! O “Ajuste” terá sido engolido e ambos estarão ganhando estes R$ 400 a menos!
Isso por que uma coisa é se ganhar R$ 4000 mensais, sendo R$ 2000 em salário e R$ 2000 em função; outra coisa é ganhar os mesmos R$ 4000, mas sendo R$ 2000 em salário, R$ 1400 em função e R$ 600 em “Ajuste do Plano de Funções”, que, com os demais reajustes no salário, vai sendo engolido! Em 5 anos, por exemplo, o 1o trabalhador poderia estar ganhando R$ 2500 de salário e R$ 2500 em comissão, num total de R$ 5000, por exemplo. Já o 2o trabalhador estaria ganhando R$ 2500 em salário e R$ 1900 em comissão, perdendo os R$ 600!
No “caso II” apresentado pelo BB, a cartilha apresenta a situação de um colega que tenha um Vencimento Padrão de R$ 1605,78 e ganhe R$ 7.593,99 de Proventos Brutos totais. Este colega, ao contrário do exemplo acima, terá sua função considerada “Técnica” e, portanto, sua jornada migrará para 6h, com seu enquadramento sendo o de “Função Gratificada” ou FG. Neste caso, a jornada de trabalho diminui, mas o salário despenca muito mais! Despenca para os indivíduos já imediatamente, e para as funções mais duramente ainda.
Neste 2º exemplo, o colega passará a ganhar R$ 6.359,97 brutos, numa redução pura e simples de sua comissão e de seu salário final, consequentemente.
Mas há ainda um 3º tipo de caso, que será talvez o mais freqüente entre aqueles que terão seus proventos reduzidos e direitos atacados. É o “caso III” que o próprio BB nos dá de bandeja, quanto à situação de um colega que tenha um Vencimento Padrão de R$ 1.559, com R$ 3.715,14 de Proventos Brutos totais. No caso deste bancário, sua comissão terá uma queda brutal de 35,23%, superior a 1/3! A comissão cai, somando-se as diferentes rubricas que a compõe, de R$ 1.413,11 para R$ 915,36. Neste caso, assim como no dos FCs, o governo Dilma/BB faz um “truque”, que é pelo menos dar ao bancário o tal “Ajuste do Plano de Funções”, no valor de R$ 173,88 neste exemplo. Ainda assim, com o “Ajuste”, os proventos brutos passam de R$ 3.715,14 para R$ 3.111,42, o que só se manterá para o bancários que já tem a função e enquanto tal valor não for corroído. Em relação aos demais, e a ele mesmo depois de um tempo, o salário final seria de R$ 2.937,54.
Quer dizer: perde o bancário que seguir com 8h (ao não ter seu direito às 6h reconhecido, e no salário reduzido em médio prazo); perde o bancário que migrar para 6h e aparentemente não perder salário (pois perderá a médio prazo, com a extinção gradual do “Ajuste”, e com a ameaça de ser descomissionado para o comissionamento de alguém “mais barato” no lugar); e perde o bancário que, ao passar a trabalhar 6h, vai ter um rebaixamento imediato de salário, que pode chegar a 31,25% do valor de sua função de forma imediata e muito mais que isso a médio prazo, quando o “Ajuste” pago não mais impuser barreira alguma à redução salarial. No “caso III” citado pelo próprio BB, esta perda seria de 35,23%, mas pode ser ainda maior, a depender do caso.

Nem 15 minutos sequer de redução de jornada!
Outra parte do pacotão de Dilma é a imposição da jornada de 6h e 15 min aos trabalhadores, com o intervalo de 15min sendo considerado extra-jornada, diferentemente da CEF, por exemplo, em que este intervalo é intra-jornada. Tal medida, por mais que pareça secundária, é mais uma prova que o BB de Dilma não é capaz de conceder um minuto sequer aos trabalhadores, caso possa transformá-lo em mais um minuto de exploração.

Pelegos da Contraf/CUT comemoram ou se fazem de desentendidos!
Por mais neoliberal que seja o plano imposto pelo governo Dilma através da diretoria do BB, os pelegos da Contraf/CUT conseguiram a proeza de defender este ataque com se fosse uma coisa boa! O superpelego sindicato de Brasília, composto pelas correntes Articulação e DS/CSD, ambas do PT, por exemplo, escreveu: “Pressão dos trabalhadores faz BB reconhecer ilegalidade e criar mais de 20 mil cargos com jornada de 6 horas”! Uma festa com confetes e banda de música para festejar a perda de salário de dezenas de milhares de empregados!
O igualmente pelego e traidor sindicato de POA e região, formado pela mesmas DS/CSD e Articulação, mas também pelas, tão contraf/cutistas quanto, correntes “Bancários podem mais” e PCdoB, simplesmente não escreveu uma única linha sobre este ataque no dia em que a bomba explodiu no BB!
Da parte dos chefes destes sindicatos inimigos dos bancários, as confederações governistas e vendidas Contraf/CUT e Contec, a resposta foi no mesmo nível.
A CONTEC essencialmente faz um relato jornalístico da questão, quando os comissionados têm uma semana com os dias se esgotando para perderem seus direitos! Diz que “faz uma avaliação negativa do novo plano”, mas logo em seguida se resume a dizer que “RECOMENDAMOS que os companheiros se reúnam, debatam a medida unilateral do empregador e realizem uma criteriosa avaliação da parte de cada funcionário, com imediatos informes a esta CONTEC.”. Ou seja: NÃO TEMOS NADA A LHES DIZER ATÉ QUE VOCÊS MESMOS DECIDAM O QUE FAZER!
A CONTRAF/CUT parece ter lido o site da Contec antes de se manifestar, pois repete o mesmo tom: “A Contraf-CUT e a Comissão de Empresa orientam as entidades sindicais a realizarem reuniões e plenárias com os trabalhadores para dar informações e orientações jurídicas e políticas, bem como para recolher informações dos bancários para que, juntos, bancários e sindicatos, possam embasar a tomada de decisões por parte dos funcionários. ”
Então os sindicatos servem para isso? Serem um serviço de reunião, em que permitem que os bancários possam sentar-se uns ao lado dos outros e resolver por si mesmos, sem orientação nem orientação nenhuma? Ora, foram estes mesmos sindicatos traidores e confederações governistas que permitiram que as 6 horas fossem letra morta nas últimas campanhas salariais e que a direção do BB pudesse lucrar todo este tempo com a exploração ilegal da jornada dos trabalhadores!

Resistir aos ataques de Dilma/BB e barrar o Plano de reestruturação
A Frente Nacional de Oposição Bancária, ao contrário das pelegas Contraf e Contec, conclama os bancários a resistirem a este plano. Não há mais nada que precise ser dito para que concluamos que este é um grave e histórico ataque aos trabalhadores. Não assistiremos sentados à manutenção da jornada de 8horas para muitos colegas, à redução salarial generalizada e a maiores desigualdades e ataques à isonomia. Nem lavaremos as mãos, fazendo de conta que o problema não é nosso!
Chamamos os trabalhadores a não assinarem este acordo até que não haja nenhuma outra possibilidade. Ingressaremos com medidas judiciais para sustar este processo ilegal e chamamos a todos a se manifestarem e lutarem contra a implementação deste plano. Nesta semana, devemos tentar construir uma jornada de lutas por todo o Brasil, culminando com a proposta de paralisação do BB até a revogação desta agressão que afetará a todos os funcionários, ainda que não diretamente.
 Fonte: blog da frente de oposição bancária

18 janeiro 2013

Justiça do Trabalho: Banco do Brasil teme acúmulo das ações


No momento em que busca se adequar aos cortes dos juros e acaba de desembolsar R$ 1 bilhão para capitalizar o Banco Votorantim, o Banco do Brasil enfrenta um outro problema que ameaça a sua rentabilidade. De acordo com fontes da instituição ouvidas pelo GLOBO, o principal desafio do BB atualmente está na Justiça do Trabalho. Preocupado com o custo de uma avalanche de ações trabalhistas, o banco tem freado gastos e investimentos e prepara um pacote de medidas para evitar que processos se acumulem e criem um rombo na instituição.
A preocupação cresceu com a previsão da cúpula do banco de que os resultados financeiros vão piorar a partir do último trimestre, porque os correntistas estão quitando os empréstimos mais caros e só os mais baratos continuarão na carteira.
O foco da aflição da direção do BB é a ação dos bancários que trabalham em cargos administrativos nas sedes da instituição. Eles são sindicalizados, como os funcionários que ficam nas agências bancárias. Só que, ao contrário dos que atendem ao público, quem trabalha na direção-geral não tem carga horária de seis horas. A ação é conhecida como 7 e 8 horas. E os funcionários que ganharam na Justiça conseguiram o reconhecimento dessa parte da jornada como horas extras.
— Por causa dessa contenda judicial, o BB está segurando investimentos para fazer caixa. Os gastos que podem ser adiados estão sendo, porque o pessoal sabe que isso vai estourar neste ano — disse uma fonte ligada à instituição sob condição de anonimato.
Antigamente, apenas funcionários que se aposentavam entravam com o pedido de horas-extras. No entanto, desde o início deste ano, vários bancários da ativa começaram a recorrer à Justiça para receber as duas horas diárias a mais. Isso fez aumentar a preocupação com o tamanho da fatura e também a previsão dessa despesa na contabilidade da instituição.
De acordo com fontes, a apreensão maior do BB é em relação às ações trabalhistas na Justiça de Brasília. A adesão ao grupo de funcionários que entram na disputa tem aumentado nos últimos meses. E na capital federal os juízes têm determinado que os bancários recebam a diferença de horas relativa ao trabalho dos últimos dez anos e não dos cinco anos anteriores, como é de costume.
Por causa desse aumento exponencial dos processos, o BB está prestes a concluir um plano com reforço em algumas áreas, realocação de pessoal e uma divisão de trabalho que faça com que os bancários da área administrativa trabalhem no máximo seis horas.
Questionado sobre o assunto, o Banco do Brasil respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que “a sétima e oitava horas são discutidas no âmbito de todo o sistema financeiro. O BB faz provisões conforme metodologias adequadas às diversas demandas judiciais e, no caso específico, o Judiciário tem se pronunciado favoravelmente ao banco, em alguns estados. O Banco do Brasil avalia internamente medidas sobre a sétima e oitava horas que possibilitem a condução do tema de acordo com a necessidade da empresa e dos funcionários.”
Com a escalada dos processos na Justiça, o Banco do Brasil aparece em segundo lugar no ranking de empresas com maior número de ações trabalhistas. A lista do Tribunal Superior do Trabalho (TST) com cem empresas já condenadas pela Justiça a pagar indenização por violar direitos dos empregados foi divulgada há duas semanas. O BB ficou em segundo lugar, com 2.472 processos.
A relação foi elaborada a partir do Banco Nacional de Devedores Trabalhistas, criado por lei ano passado, e será divulgada pelo TST anualmente como desestímulo aos devedores.

16 janeiro 2013

CONTRA FATOS, NÃO HÁ ARGUMENTOS.

Sempre fugindo do que é central e se escondendo de assumir as denúncias, à atual direção do Sindicato só resta atacar para tentar se defender. Porém, contra fatos não há argumentos. Todas, repetimos - todas as denúncias feitas por esta AFBEPA estão comprovadas por testemunhas que são os próprios bancários, e por imagens, fotos, dezenas de depoimentos que mostram muito bem quem é quem no sindicalismo bancário.

A intensidade e o tom dos ódios que destilam contra esta Associação dos Funcionários do Banpará em suas respostas desqualificadas, apenas revelam o tamanho do medo que tem, porque a categoria está vendo a verdade, porque os próprios bancários estão desvelando, retirando as máscaras, mostrando quem são esses diretores inexperientes, confusos, autoritários, atrelados e mentirosos, infelizmente.

Acreditamos sim, que nosso Sindicato, construído e mantido com nosso dinheiro, dos bancários e bancárias, mereça ter uma nova diretoria, comprometida com as lutas, que não traia a força da categoria, que não rebaixe as reivindicações como faz esse grupo partidário atrelado que hoje domina nossa entidade maior.

Mas, daí a delirar e achar que há um "grupo de oposição" ao qual esta AFBEPA está vinculado?! Psicanálise neles, por favor!! A Presidenta da AFBEPA foi candidata a Presidenta do Sindicato na Chapa 2, Sindicato Livre, de oposição, que venceu as eleições, nos votos, em 2010; no entanto, após muitas manobras que feriram de morte o Estatuto do Sindicato (que determina que as urnas devem ser apuradas imediatamente após o término da eleição, mas as urnas ficaram quatro dias e quatro noites sob 'cuidado' da chapa 1), o resultado da vontade da categoria, até hoje, é desconhecido. Fato.

Quem trancou os portões impedindo a entrada dos bancários para uma assembléia legalmente convocada? Essa atual diretoria sindical. Fato.

Quem votou contra a Ação de Cumprimento do PCS dos bancários do Banpará na assembléia, com a ata e testemunhas comprovando? Essa atual diretoria sindical. Fato.

Quem enganou a categoria dizendo que tinha conquistado 3,5% a mais no reajuste em 2010, apenas para encerrar a greve e beneficiar seu governo petista de então, e quando o ACT foi publicado simplesmente não existia esses 3,5% a mais? Essa atual diretoria sindical. Fato.

Quem anulou a eleição para o Consad em 2010, sem motivo algum porque ia perder a eleição e sabia disso, prejudicando, mais uma vez, a vontade democrática da categoria?  Essa atual diretoria sindical. Fato.

Quem usou dinheiro do Sindicato, dinheiro da categoria, para pagar salários a um ex-bancário apenas porque era da panelinha, diretor sindical que foi demitido por duplo vínculo?  Essa atual diretoria sindical. Fato.

Quem aceitou negociar apenas as cláusulas sociais abrindo mão de nossas conquistas econômicas na campanha salarial 2012?  Essa atual diretoria sindical. Fato.

E há muitos, muitos, muitos, muitos mais fatos como esses que, realmente, fazem com que os bancários e bancárias saibam muito bem separar o joio do trigo.

Quanto aos documentos da AFBEPA estão todos disponíveis na sede da Associação. Todos: estatuto, atas, participação em atividades, prestação de contas detalhada, item a item, nada de despesas injustificadas escondidas por trás de rubricas incompreensíveis, como se vê na prestação de contas do Sindicato.

Quanto às denúncias de que tiveram suas filiações impedidas, formuladas pelos bancários do Banco da Amazônia, divulgadas no site da AEBA e assumidas pela própria diretoria sindical, lamentamos e repudiamos tal conduta antissindical. Analisem, agora, com bastante cuidado, estas palavras escritas pela diretoria do Sindicato em seu próprio site:

"Agora que estamos há menos de 4 meses para a eleição da gestão 2013/2016 do Sindicato dos Bancários, o grupo de oposição resolve filiar trabalhadores."(no site do Sindicato)

Vejam: os próprios trabalhadores bancários foram ao Sindicato e tiveram suas filiações negadas por um diretor do Sindicato. Nenhum "grupo de oposição" foi filiar trabalhadores. Quem é que é nazista, então? Quem é que pratica esse método de exclusão dos que pensam diferente?? Quer dizer que se não concordar, se não baixar a cabeça, se não for da panelinha, não se filia ao Sindicato??!! Quer dizer que quem não se dispuser a votar na atual diretoria do Sindicato não se filia ao Sindicato??!!

Agora leiam mais este trecho da matéria postada no próprio site do Sindicato:

"...a entidade está de portas abertas para receber qualquer bancário ou bancária que queira espontaneamente se associar à entidade, ou se não quiser ou não puder vir pessoalmente à sede ou às subsedes do Sindicato, pode utilizar o site da entidade onde há a opção permanente de sindicalização." (no site do Sindicato)

Ora, mas se está disponível no site, porque o diretor sindical não abriu a página do Sindicato, imprimiu as fichas e entregou aos bancários que estavam ali, dentro do Sindicato??!! Porque negou a filiação dizendo que não tinha fichas disponíveis??!!

Vejam mais:

"A filiação sindical é um ato de vontade individual e deve ser feita pessoalmente pelo bancário junto ao Sindicato ou ao diretor eleito para a entidade." (no site do Sindicato)

Mas se reconhecem que é um ato de vontade individual, porque não permitiram que os bancários, ali, na sede do Sindicato, se filiassem? Nenhum grupo de oposição, nenhuma Associação foi ao Sindicato para filiar alguém. Não. Foram os próprios bancários que escutaram de um diretor do Sindicato que não havia fichas disponíveis.

Como podemos observar, em uma leitura mais atenta, eles mesmo revelam suas condutas autoritárias, excludentes, fascistas, desrespeitosas para com a categoria.

A verdade é que além de terem que respeitar a AFBEPA pelo trabalho que é real e efetivo junto aos bancários e bancárias, também temem, temem porque sabem o quanto enganaram e traíram a categoria nesses anos, mal dirigindo nosso Sindicato.

Sigamos adiante, lutando com independência e coragem pelos nossos direitos, interesses e conquistas, o que já seria difícil tendo o Sindicato a favor, imaginem tendo o Sindicato contra!!!

fonte: blog da afbepa

13 janeiro 2013

Mais uma vez os trabalhadores do Banco da Amazônia sofrem o desrespeito da atual gestão do SEEB-PA.


Belém, 10/01/2013 13h26

“O autoritarismo, de qualquer tipo, nunca poderá prosperar porque a alma humana é por natureza livre”.
Hideraldo Montenegro

O autoritarismo já é marca da atual gestão do SEEB-PA
A sindicalização é a manifestação da vontade do trabalhador em associar-se e contribuir para com a entidade que o representa, portanto, um direito dos trabalhadores. A Constituição Federal garante esse direito, tanto o de se sindicalizar, como o de se desfiliar da entidade sindical.
Para uma entidade sindical que preze pelo espírito democrático e coletividade da categoria, primar por ter o maior número de filiados e atender aos interesses destes são questões fundamentais. Mas não é o que acontece com o Sindicato dos Bancários do Pará.
Ontem, 09 de janeiro de 2013, o delegado sindical Neynaldo Silva (membro do conselho fiscal da AEBA) e a delegada sindical Karla Ferreira (suplente de diretoria da AEBA) foram impedidos de receber no sindicato fichas de filiação à entidade sindical. Foram informados pelo diretor que estava presente que não havia no sindicato fichas de filiação! Pasmem, como pode uma entidade não ter cadastro de filiação em sua sede? Claro que não passava de uma mentira grosseira do diretor sindical.
As fichas existem e até ontem estavam no sindicato, pois no mesmo dia outro delegado sindical, de outro Banco recebeu mais de 30 fichas de filiação. Além do que, ainda nessa semana diretores do sindicato foram até a agência Círio da Caixa Econômica para filiar trabalhadores, e estavam com formulários para a filiação.
Essa atitude mentirosa, grosseira e desrespeitosa, porém muito bem articulada de acordo com os interesses da atual gestão, já que a diretoria do SEEB-PA sabe que há no Banco da Amazônia um amplo descrédito da direção sindical e os trabalhadores do banco querem, e podem mudar essa situação.
É fato! A atual gestão do SEEB-PA não tem interesse em filiar os empregados do Banco da Amazônia, que suspenderam seus registros por conta do descontentamento. Com tal atitude, a diretoria do sindicato viola o direito Constitucional dos empregados. É uma vergonha perceber a prática de uma politicagem tão baixa e mentirosa.

A AEBA lamenta e repudia essa postura autoritária, anti-democrática.

E desafiamos: O sindicato não quer que os trabalhadores do Banco da Amazônia participem das eleições sindicais deste ano? Por que os diretores do SEEB-PA não fazem uma forte campanha de filiação no Banco da Amazônia, no prazo para a participação dos empregados no pleito eleitoral vindouro? Por que a diretoria do sindicato mente para os trabalhadores e delegados sindicais do Banco da Amazônia?  
Com a palavra, a atual gestão do Sindicato dos Bancários do Pará!

Fonte: site da AEBA.

Dez anos depois, população pobre do País permanece refém de programas de renda.


Veja também:
Hotel construído para receber visitantes em Guaribas está abandonado - Lisandra Paraguassu/Estadão
Lisandra Paraguassu/Estadão
Hotel construído para receber visitantes em Guaribas está abandonado
Implantados há uma década, os planos de combate à miséria dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff têm registrado sucesso em dois aspectos: a ampliação dos benefícios de transferência de renda à maioria das famílias mais necessitadas, garantindo alívio imediato, e a melhoria de indicadores sociais. Eles patinam, porém, quando se trata de aumentar as oportunidades de inclusão no mercado de trabalho.
Uma das cidades que simbolizam essas políticas, Guaribas, no interior do Piauí, espelha tal realidade, conforme constatou a reportagem do Estado. Foi ali que, em fevereiro de 2003, logo após a posse do presidente Lula, o então ministro do Combate à Fome, José Graziano, formalizou o lançamento do Programa Fome Zero, proposta de campanha de Lula que prometia erradicar a fome no País a partir de uma série de ações coordenadas. A escolha para o lançamento era precisa. Tratava-se da mais miserável das cidades do Piauí, o Estado mais pobre do Brasil.
Após desembarcar na cidade, Graziano distribuiu os primeiros 50 cartões do programa e previu: “Quero voltar aqui em quatro anos e dizer que vocês não precisam mais do cartão (Alimentação) porque a fome acabou.” O programa Fome Zero fracassou, mas logo foi substituído pelo bem sucedido Bolsa Família.
Passados dez anos, as melhorias para os 4.401 habitantes são notáveis:
Guaribas ganhou água encanada, agências bancárias, uma unidade básica de saúde, mais escolas e ruas calçadas. Os índices de mortalidade infantil e de analfabetismo caíram, o grau de aproveitamento escolar subiu e a fome praticamente desapareceu. Ao contrário do que previu Graziano, porém, a dependência do cartão de benefícios só aumentou.
‘Nem pensar’. Guaribas tem 956 famílias pobres vinculadas ao Bolsa Família - o que representa 87% do total da população. O maior temor dos moradores é o fim do programa. “Ave Maria, nem pense numa coisa dessas. A gente ia viver de quê? Todo mundo ia morrer de fome. Eu era uma”, diz Márcia Alves, que tem 31 anos, dois filhos, e recebe R$ 112 mensalmente do governo.

10 janeiro 2013

Brasil tem média de crescimento abaixo dos demais países latinos nos últimos 3 anos do governo Dilma


O quadro econômico do Brasil nos últimos três anos do governo Dilma teve média de 2,4%, sendo o menor de todos os países da América do Sul.

Em 2011, o país cresceu 2,7%, ficando abaixo do índice de toda a América. Em 2012, houve recuo no crescimento, tendo apenas 1% de desenvolvimento, superando apenas o Paraguai.

Os números são com base num levantamento feito pela consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit) e acompanham projeções Itaú Unibanco e do HSBC nas economias da América do Sul.

Ainda segundo levantamento, apesar dos estímulos concedidos pelo governo no setor privado em 2012, a taxa de investimento recuou em cerca de 18% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), uma das mais baixas do mundo emergente.

Entretanto para a maioria dos economistas ligados à burguesia, a projeção do PIB brasileiro para 2013 seria entre 3% e 3,5%. Um pequeno crescimento em relação a 2012.

Outros fatores que também contribuem para avaliar se o quadro econômico será favorável ou não são a análise dos juros aplicado no país.

No Brasil, a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) tem o maior juro real do mundo, chegando a 7,25%.

Outro fator econômico é a inflação, que chega aos patamares de 5,5%. O valor ideal, segundo economistas do Banco Central é de 2% a 4,5%. Uma inflação instável ou elevada pode provocar desaquecimento do consumo e do mercado financeiro. Isso, relacionado com a crise econômica mundial, poderá contaminar bastante a economia do país.

“Se persistir o declínio, haverá probabilidade de estagnação ou maior recuo do PIB em relação a 2012. Apoiado nisso, o grande capital terá uma política mais agressiva de redução de salários e demissões”, avaliou o membro da Secretaria Executiva Nacional, Mauro Puerro.

Quando questionado sobre se os trabalhadores podem ser otimistas diante da projeção do PIB para 2013 (entre 3% e 3,5%), Mauro ressalta que os dados ainda são muito recentes para se pressupor que 2013 será um ano de crescimento ou de estagnação.

“É preciso esperar para ver se os dados que apontam crescimento refletem a realidade econômica do país, pois caso realmente cresça, poderão ter lutas em busca de maiores salários e benefícios, caso haja recuo, a preocupação será lutar para proteger o que já foi conquistado”, avaliou.

“O fato é que, com PIB pequeno, médio ou grande, o lucro das grandes empresas tem sido imenso em nosso país, enquanto os salários e condições de vida e trabalho da população trabalhadora continuam muito ruins”, acrescentou Puerro.

Portanto, 2013 , com qualquer cenário, será ano de muitas e importantes lutas, tanto para defender salários, empregos e direitos, quanto para buscar avançar nas pequenas conquistas. A isso tudo devem se somar a luta por moradia e demais reivindicações da classe trabalhadora na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, uma sociedade socialista.


Com informações da Folha do Estado de São Paulo e do Banco Central

07 janeiro 2013

Militante do PSTU morre em Belém. Adilson, presente!

Camarada Adilson estará presente enquanto houver mulheres e homens que lutam pelo socialismo e pela revolução


PSTU-BELÉM (PA)
 


 
 
  O jovem operário e militante do PSTU, Adilson Duarte

• O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) manifesta seu pesar e sua solidariedade à família e aos amigos do jovem operário, Adilson Duarte Monte, 25 anos, que faleceu neste domingo na Ilha de Cotijuba, região das ilhas de Belém.

Militante do partido desde 2006, Adilson ingressou no PSTU quando ainda era estudante da Universidade do Estado (UEPA). Apesar de não falar muito, dificilmente via-se Adilson de mau humor, ou indisposto a cumprir qualquer tarefa, fosse no trabalho ou na militância.

"Harry Potter", como era conhecido no canteiro de obra da construção civil, foi vitimado por uma tragédia: afogou-se nas águas escuras da praia do “Vai-quem-quer”. Mas infelizmente essa era uma tragédia anunciada, o local é conhecido pelos diversos casos de afogamento, assim como acontece em vários balneários da capital e do interior paraense.

Mesmo já tendo ocorrido a morte de vários banhistas no local, no momento do ocorrido não havia nenhum guarda-vida presente. Apenas depois de vários minutos foi encontrado um agente do corpo de bombeiros, que informou que nada poderia fazer, pois não dispunha de nenhum tipo de equipamento de resgate. Durante cerca de uma hora, amigos e ribeirinhos fizeram buscas por conta própria até encontrá-lo já morto.

Nossa imensa dor pela perda de um grande camarada mistura-se com a indignação pela falta de ação das autoridades para impedir que tragédias como esta sigam ocorrendo e cobramos providências da prefeitura e do governo do estado, para que menos famílias tenham que chorar a perda de jovens e trabalhadores que vão às nossas praias em busca de lazer.

Adilson tinha um sonho, um sonho de construir um futuro justo e humano, em que as pessoas pudessem viver plenamente, uma sociedade socialista. E a morte de um camarada é um peso desumano pra carregar nos ombros. Alguém que compartilha sonhos e luta pelo mesmo propósito, torna-se parte de todos nós.

Camarada Adilson estará presente enquanto houver mulheres e homens que lutam pelo socialismo e pela revolução!

Belém, 06 de Janeiro de 2013

Diretório Municipal de Belém
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado 

03 janeiro 2013

Operário da construção civil eleito vereador em Belém.


Por JC
Do Diário Liberdade
Brasil - PSTU - Cleber Rabelo, vereador eleito pelo PSTU na capital paraense, toma posse no dia 1° de janeiro.
O ano de 2012 vai ficar para a história dos operários da construção civil no Brasil e em Belém do Pará. Houve um levante dos trabalhadores do setor em várias capitais e nas grandes obras do PAC e da Copa do Mundo. Desde Jirau (RO) até o Comperj (RJ), passando por Belo Monte (PA), Sueape (PE), Mineirão (MG), Maracanã (RJ) e capitais como Fortaleza e Belém, os trabalhadores demonstraram desde o início do ano enorme disposição de luta para enfrentar o arrocho salarial, as péssimas condições de trabalho e a superexploração por parte dos empresários do setor. O resultado dessas lutas, em geral, foi positivo. Os operários conquistaram reajustes salariais acima da inflação e avançaram em sua organização enquanto classe, muitas vezes passando por cima de sindicatos pelegos, como no caso de Belo Monte, onde o SINTRAPAV foi expulso pelos operários ao fechar um acordo rebaixado com o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) pelas costas dos trabalhadores.
Mas uma das principais vitórias dos operários neste ano de muitas greves e mobilizações foi sem dúvida alguma uma vitória política: a eleição de Cleber Rabelo, um servente de ferreiro, para vereador de Belém. A vitória veio depois de 16 dias de uma greve duríssima contra a patronal, cuja principal preocupação era derrotar a greve para impedir a eleição de um vereador operário e socialista na cidade.
Esta vitória será celebrada com muita alegria pelos trabalhadores e pelos socialistas da cidade, que preparam uma grande festa de posse.
O dia 1° de janeiro de 2013 entrará para a história da classe trabalhadora da cidade. Há um clima de muita expectativa e mesmo de alvoroço entre os trabalhadores de Belém, em particular na categoria da construção civil. Durante a campanha, houve um envolvimento extraordinário dos trabalhadores do setor e ativistas do movimento popular da periferia de Belém.
Todos os dias Cleber, acompanhado de militantes do PSTU e apoiadores da campanha, visitava dois ou três canteiros de obra da cidade – na hora do café da manhã, no almoço e no fim do expediente. Nas visitas, debatia-se e encaminhavam-se soluções imediatas para os problemas cotidianos da exploração e da opressão capitalista sobre os operários, como atraso no pagamento, assédio moral, descontos indevidos, comida estragada. Também se discutia politicamente as razões e as saídas estratégicas para a classe trabalhadora se libertar da tirania desta sociedade comandada pelos patrões, associando o tema com a necessidade dos operários votarem em um trabalhador socialista para fortalecer as lutas diretas no dia-a-dia.
O apoio às lutas dos trabalhadores e a relação direta e cotidiana do vereador eleito com os trabalhadores, o povo pobre e os estudantes é algo que está surpreendendo muitos dos seus eleitores. Cleber tem retornado aos bairros e nos locais de trabalho para agradecer os votos e a reafirmar seus compromissos com as pautas históricas e imediatas dos trabalhadores de Belém.
Apoiando os trabalhadores de Belo Monte
Recentemente Cleber esteve em Altamira, cidade localizada no oeste do Pará, às margens do rio Xingu, onde está sendo construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para fortalecer a luta dos operários da Usina que foram brutalmente reprimidos em sua greve por melhores condições de trabalho e reajuste salarial, resultando na prisão de cinco trabalhadores. Cleber foi o único parlamentar, mesmo antes de sua posse, que prestou solidariedade ativa à luta dos operários e está empenhado no processo para libertar os presos políticos do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM).
"E um verdadeiro absurdo o que está sendo feito com os operários presos. Todos os fatos indicam que se trata de prisões políticas, para 'dar o exemplo' pra outros 12 mil operários de Belo Monte que se rebelaram contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho. Não há nenhuma prova que incrimine os cinco companheiros, que estão sendo acusados de formação de quadrilha, dano ao patrimônio e incêndio criminoso", explica Cleber. Ele lembra que o próprio laudo do corpo de bombeiros de Altamira concluiu que não há como responsabilizar ninguém pelos incêndios nos canteiros da usina.
"Já solicitamos ao Ministério Público do Estado e à Defensoria Pública que intervenham no sentido da libertação dos cinco trabalhadores. Vamos continuar lutando e denunciando as arbitrariedades dos empreiteiros contra os operários", afirmou Cleber Rabelo.
Os primeiros projetos
A festa da vitória da posse vai ocorrer no dia 5 de janeiro, na sede campestre do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. A festa também será um ato político que vai discutir com os trabalhadores e estudantes as primeiras iniciativas do mandato. Entre os primeiros projetos de lei a serem apresentados está a luta pela redução dos salários e o fim dos privilégios dos parlamentares. "Afinal, é um absurdo que os servidores públicos municipais ganhem R$ 220,00 de auxílio-alimentação enquanto um vereador receba R$ 13.000,00", afirma Cleber.
Também já estão sendo preparados projetos que visam instituir o passe-livre para estudantes e desempregados, além de um projeto que aumenta os recursos para saúde e educação, em particular para construção de creches públicas, gratuitas e de qualidade nos bairros. Todas as proposições do mandato operário e socialista do PSTU já estão sendo planejadas junto com os movimentos sociais.
Fonte: Luis Nacif on line