23 março 2014

"Marcha da Família" reúne UM MILHÃO em Belém.

Em Belém a "Marcha da Família" reuniu UM MILHÃO.
Nossa equipe de reportagem tentou conversar com alguns dos organizadores, mas foi tudo em vão, pois os lideres da manifestação só conseguiam balbuciar coisas tipo "uga-uga" e "iaba daba du".
No momento em que nossa equipe de reportagem se retirava do local, ainda pôde registrar um dos organizadores esfregando duas pedras uma na outra na tentativa de fazer fogo e assar o milho. Porém, veio a chuva, que cai todas as tardes em Belém, frustou as tentativas do Neandertal e ACABOU COM A PALHA-ASSADA.




20 março 2014

Sindicato aprova contas de 2013 com déficit, sem democracia!

Belém, 20/03/2014 13h08



Mais uma vez, como é de praxe, a direção do SEEB-Pa esconde para a categoria bancária a situação das finanças da entidade, quando no fechamento do balanço anual que, segundo o Estatuto da entidade, deveria ser livre para qualquer bancário ou bancária para participar da assembléia de aprovação do balanço, com ampla divulgação para a categoria do evento, fato que não ocorre a anos. Além de não divulgar o evento, a direção do SEEB-PA escamotea a assembléia de aprovação do balanço, divulgando que seria uma palestra sobre o sistema financeiro, e que seria apenas para delegado sindical.


Que democracia é essa feita pela direção do SEEB-PA. Está esconde o quê para a categoria. Não indo muito longe, o “medo” da diretoria do SEEB-PA tem suas razões; basta ler a Demonstração do Resultado do exercício - DRE do exercício de 2013, quando o sindicato teve um déficit de R$ 484.00,59, de uma receita anual de R$ 3.874.549,18 e uma despesa de R$ 4.358.552,77. Mais espantado foram as rubricas de despesas, como a do repasse a centrais sindicais (leia-se a CUT) de R$ 388.404,91; gastos com a eleição sindical de R$ 125.764,84; encontro e congressos R$ 260.658,59 (haja diária para viagem). Se houve déficit de R$ 484.003,59, como a entidade cobriu esse “buraco”? Creio que ou se provisionou um valor elevado, ou a diretoria fez empréstimo ou reduziu o PL social da entidade. No geral, criticamos a forma como é feita a assembléia sem democracia, no esconde-esconde; mas ainda, as perguntas sobre como o sindicato gasta  de sua receita anual um valor maior do que muitas prefeituras do nosso Estado e por que repassa um valor tão elevado para a CUT, sem a mesma não trazer nenhum retorno a categoria bancária. Um absurdo o que estão fazendo com nossa entidade. E assim a águas correm para o rio....
Marlon George C. Palheta
Diretor Financeiro da AEBA
Mestre em Economia-UFPA

16 março 2014

O dia em que a PM "fatiou" uma manifestação em São Paulo!

Era pra ser. Mas não foi. 

A Polícia Militar do estado de São Paulo botou um ponto final na manifestação que não chegou a durar nem 1 hora. O raciocínio da PM foi o de acabar rapidamente com o protesto e deter o maior número possível de pessoas. Ao todo, foram 262 detenções, número que não se via desde as Jornadas de Junho. O coronel Celso Luis Pinheiro, comandante do policiamento no centro, disse para a imprensa, neste domingo, 23, que a operação policial foi um "sucesso". Não era pra menos: o número de policiais era incrivelmente superior ao de manifestantes. Para cada duas pessoas, havia três PM’s, segundo dados da própria polícia.

Até aí, nenhuma novidade. Quem está na rua há tempos, travando as lutas sociais do povo, não se surpreende mais com a violência policial desmedida e desproporcional. Há, entretanto, duas coisas novas no bailão da repressão. A primeira, foi a estreia de uma tropa especial de policiais com treinamento em jiu-jitsu e artes marciais. Essa tropa, que não anda com armamento de fogo, está sendo apelidada de “Tropa de Braço”, ou “Tropa Ninja”, e tem como tática atacar e prender individualmente manifestantes identificados como vândalos. Os critérios pra se identificar os tais “vândalos” são totalmente obscuros e aleatórios. Aliás, é preciso dizer: a ação da PM ocorreu antes de qualquer depredação.

Cerco armado pela PM. A ação foi apontada como totalmente irregular por advogados e juristas.

A segunda novidade foi a emboscada que a PM armou pra cima do ato. Na rua Xavier de Toledo, em frente à estação Anhangabaú do Metrô, os policiais “fatiaram” a manifestação, isolando e cercando quem estava na linha de frente. Todos que estavam ali, sem exceção, foram detidos e fichados. No universo das polícias do mundo inteiro, essa tática para prender manifestantes não é nova. Foi usada largamente pela polícia alemã na década de 1980, quando era chamada de “Caldeira de Hamburgo” (Hamburger Kessel). A tática consiste em cercar os manifestantes por quanto tempo for necessário até que possam levá-los detidos. Durante o cerco, os manifestantes são impedidos de comer, beber ou ir ao banheiro. A primeira utilização da "Caldeira de Hamburgo" foi em 1986 num protesto contra a energia nuclear na Alemanha. Hoje essa tática é proibida por lei, e os quatro policiais responsáveis pelo caso de Hamburgo foram condenados por crime de privação de liberdade. A PM de SP está, portanto, atrasada 30 anos em comparação com os alemães.

Violência ontem e hoje. Acima, ação da polícia alemã em 1986, a "Caldeira de Hamburgo", que hoje é proibida por lei na Alemanha. Abaixo, o cerco da PM paulista no ato de sábado.

Advogados e juristas apontam diversas irregularidades na ação policial do dia 22. O procedimento utilizado é totalmente inconstitucional, pois violou o livre direito à manifestação pública, além de outras graves infrações cometidas pela polícia. Após a confusão na Rua Xavier de Toledo, por exemplo, os advogados foram expulsos do cordão de isolamento onde estavam os detidos e não puderam acompanhar a revista. Não há dúvidas de que a PM agiu de forma deliberada para acabar com o protesto quando a passeata chegou na Xavier de Toledo. Igualmente, não há dúvidas de que isso é um sinal de que a repressão irá aumentar muito até a Copa. Manifestantes, ativistas, militantes e líderes de movimentos sociais estão sendo fichados para ficar sob vigilância do Estado e dos órgãos de segurança.

Fonte: http://www.juventudelibre.blogspot.com.br/

09 março 2014

Diante dos fatos de 12 de fevereiro na Venezuela, os trabalhadores precisam de uma saída independente!

Convocados pela Mesa da Unidade (MUD), com as bandeiras “Saída já!, a rua vence” ocorreram mobilizações em várias cidades da Venezuela, com a presença de estudantes e setores populares.
Os confrontos entre os manifestante e organismos de repressão, inclusive organizações para-policiais, deixaram um saldo de três mortos, 69 feridos e muitos detidos, entre eles, grande quantidade de estudantes.
Nós, socialistas da UST, não participamos dessas convocatórias e fizemos um chamado para as pessoas não irem às manifestações desses partidos da burguesia porque suas bandeiras e seus objetivos não são os mesmos da classe operária, mas encobrem, apoiando-se no descontentamento popular, seu próprio plano de arrocho contra o povo e a favor dos empresários e das multinacionais.
A UST repudia a violenta repressão contra os manifestantes. A classe operária e os setores populares estão sentindo na carne essa escalada repressiva que, há apenas alguns dias, prendeu 10 trabalhadores e dirigentes petroleiros por reclamar um contrato coletivo digno, os trabalhadores da Toyota Cumaná tiveram de suportar a pressão da Guarda Nacional Bolivariana quando realizavam uma ação dentro da fábrica, e o mesmo ocorreu com a  greve de Sidor, sendo que trabalhadores da Civetchi continuam presos em Carabobo. Estão criminalizando os protestos.
Nós, socialistas, defendemos o direito democrático dos trabalhadores, estudantes, camponeses e demais setores populares a manifestar-se e protestar; ao mesmo tempo, exigimos a imediata liberação de todos os que foram presos por protestar.
Por outro lado, exigimos a investigação dos assassinatos e de todos os atos repressivos e violentos, para que se faça justiça. Nesse sentido, propomos a formação de uma Comissão Investigadora independente, conformada pelos organismos de direitos humanos e organizações operárias e populares para garantir que as investigações feitas pelos organismos judiciais sejam imparciais, objetivas e amplamente divulgadas.
O governo de Nicolás Maduro atacou as mobilizações, acusando-as de “fascistas” e afirmando que “um golpe estaria marcha”, como ocorreu em 2002-2003. Com isso justifica a repressão. Para a UST, não há neste momento nenhuma possibilidade de golpe. As antigas intentonas golpistas da burguesia e do imperialismo foram derrotadas pelas massas com sua mobilização. Não existe nenhuma corrente militar importante a favor de desestabilizar o regime ou dar um golpe armado. As Forças Armadas Bolivarianas se integraram nos principais ministérios e governos locais, dirigem as principais empresas básicas (aço, ferro, cimento, entre outras), dirigem seu próprio canal de TV, sua própria empresa de construção civil, se declaram “partícipes da construção do socialismo do século XXI” e sua cúpula se homogeneizou depois de 2003.
Por outro lado, o chavismo tem a maioria na Assembléia Nacional e por essa via não poderia ser destituído. Mas tampouco, a pesar de suas evidentes divisões internas, existe dentro da chamada “burguesia de direita pró-imperialista” um setor importante disposto a apoiar uma ação golpista. Nem o próprio imperialismo tem essa política. Ao contrário. Pressiona para que o governo aprofunde o máximo possível o arrocho que já vem praticando (desvalorização, redução do gasto público, baixos salários etc.), para que se desgaste e possa ser derrotado por uma “petição de revogação do mandato” ou nas eleições de 2015 para deputados, previamente às eleições presidenciais.
Se houvesse alguma possibilidade de golpe, a UST estaria na primeira fileira enfrentando-o e exigindo do governo o confisco dos recursos das empresas imperialistas petroleiras,  medicinais e alimentícias, bancos, bem como todas as empresas da burguesia golpista. E estaríamos exigindo armamento para o povo.
Por que as manifestações foram tão massivas?
As marchas e manifestações convocadas pelos partidos da MUD foram importantes. Mas na verdade, esses dirigentes se apóiam em um grande descontentamento que existe  em todo o país entre os trabalhadores, a juventude e setores populares. Esse descontentamento se assenta na escassez de produtos de primeira necessidade e as longas filas para conseguir qualquer produto, a altíssima inflação, os baixos salários, a desvalorização encoberta, a destruição das indústrias básicas por falta de investimento, a repressão contra as lutas e um largo etc. O povo trabalhador está assistindo à aplicação de um pacote de arrocho em “cotas” que a direita vinha exigindo e que Nicolás Maduro implementa. Por isso, vivemos  cada vez  pior.
Mas alguns estão bem
Essa situação não prejudica a todos. O sistema financeiro e bancário, segundo informes oficiais, ganhou 33 bilhões de dólares, os importadores venderam até ficar sem estoques, a “preços justos”. A corrupção permite que alguns ricos fiquem mais ricos ainda e que empresas de fachada fizessem a  festa ao reter para si os mais de 20 bilhões de dólares que a Cadivi “alegremente” lhes concedeu e que até hoje nada se saiba dessa estafa monumental, pese a que os organismos oficiais tenham uma minuciosa lista com os nomes dessas empresas e seus responsáveis. As multinacionais das empresas mistas ficam, cada dia mais, com as melhores zonas gasíferas e petrolíferas (como a Repsol e a Chevrón, entre outras)
Vem mais arrocho contra o povo
Enquanto isso, a PDVSA e o Estado nacional se endividam cada vez mais. A dívida externa, segundo o Banco Central, é de 104 bilhões de dólares. Este ano o Estado e a PDVSA terão de pagar 11 bilhões de dólares. De onde vai sair esse dinheiro? O governo já está ensaiando uma “saída”. Avisou que haverá aumento da gasolina, ainda que “sem pressa” e aumento do dos serviços públicos. Mas, como isto não vai ser suficiente, vão lançar mão de seu “melhor argumento” que é o bloqueio dos contratos coletivos por anos…
E o socialismo do século XXI?
Há anos o oficialismo vem dizendo que todas as medidas tomadas vão em “direção ao socialismo”. Todos os sacrifícios pedidos aos trabalhadores foram feitos em nome das “futuras gerações e das conquistas  da revolução”. No entanto, a realidade desmente um a um os discursos: os que se beneficiam com lucros imensos são as multinacionais, empresas mistas e de alimentos, os bancos e financeiras, as empresas de fachada que embolsam dólares baratos para a especulação e a grande burocracia estatal corrupta. Por isso, Maduro não teve vergonha em admitir que suas políticas contra "a especulação e a corrupção" salvaguardaram "as regras do real e verdadeiro jogo capitalista". Disse: "Eu sei o que estou fazendo. Para aqueles que me subestimam, seja da ultra-esquerda, seja da ultra-direita, eu digo que sei o que estou fazendo” (El Universal 17-1-2014). E esta é a pura verdade.
Nem com o governo, nem com a MUD e seus dirigentes
Os trabalhadores e os setores populares devem enfrentar esse arrocho que o governo está aplicando. Para isso, devemos nos organizar e lutar. Não podemos permitir que os trabalhadores sejam aqueles que paguem a festa do dólar barato para os especuladores. Não devemos aceitar ser aqueles que paguem a dívida externa e as regalias das petroleiras multinacionais com salários de miséria, sem saúde, educação e produtos de primeira necessidade.
Não podemos cair no conto de que os partidos e dirigentes da MUD são uma saída e que por isso devemos participar de suas mobilizações. Nada disso! Eles não estão contra a desvalorização, pelo contrário, há muito exigiam essa medida. Não estão contra os baixos salários. É o que quer a Fedecamaras e toda a patronal! Eles estão contra os sindicatos independentes e a favor das multinacionais petroleiras, dos importadores e dos negócios bancários e financeiros. Sua luta é para ficar com esses negócios, hoje dominados pelo PSUV e o oficialismo.
É totalmente equivocado o apoio que dirigentes sindicais e estudantis brindam a essas mobilizações da MUD. O mesmo em relação aos dirigentes e centrais que atrelam os trabalhadores aos diferentes projetos patronais. Os trabalhadores devem lutar por uma saída independente do governo e da direita.
Um programa operário e popular
Para ter uma saída independente, a classe operária e os setores populares precisam de um programa para o país, que inclua aumento geral de salários de acordo com a cesta básica e ajustável periodicamente ao índice de inflação. Pela nacionalização de todo o petróleo e o fim das empresas mistas. Renda petroleira para a educação, saúde e moradia. Prisão para os corruptos. Comissão investigadora independente contra a corrupção e contra a repressão às manifestações. Plenos direitos democráticos para expressar-se.  Reconhecimento de fato de todos os sindicatos eleitos pelos trabalhadores. Controle operário e popular de toda a economia.
Unidade para lutar!
A cumplicidade de alguns dirigentes sindicais com o governo e a covardia de outros que não querem organizar nenhuma luta e outros que vão atrás de projetos patronais nos mantêm divididos, e de fato deixam os trabalhadores e setores populares a mercê da demagogia da MUD e seus partidos. Os trabalhadores precisam de unidade para lutar. Os sidoristas deram seu exemplo unitário. Os petroleiros de Anzoátegui, com unidade, liberaram seus presos.
Alguns dirigentes vêm se reunindo para denunciar a atual situação trabalhista diante da OIT. E também fizeram algumas declarações. Essas denúncias e declarações da Unidade Sindical (composta entre outros pela FADESS, UNETE, CCURA entre outras) são importantes mas insuficientes. Essas correntes devem fazer uma ampla convocatória a todos os setores sindicais e políticos que estejam dispostos a debater e concretizar um programa operário e popular de defesa de todos os direitos democráticos e que dê resposta aos problemas mais sentidos e proponha um plano para lutar de forma independente por esse programa. Nós, da UST, alentamos e seremos parte dessa convocatória.
Por outro lado, continuaremos lutando pela independência política dos trabalhadores e pela construção de uma ferramenta política independente e democrática que se proponha lutar por um governo da classe operária e setores populares para que nunca mais os trabalhadores tenham de optar entre as diversas opções patronais.
Tradução: Cecília Toledo
Fonte: www.pstu.org.br