O Itaú-Unibanco, o Bradesco e o Santander lucraram, respectivamente, R$ 6,4 bilhões, R$ 4,6 bi e R$ 2,3 bi. O Banco do Brasil marcou o dia 16/08 para publicar o balanço do 1º semestre de 2010. Decerto o BB figurará entre os três maiores outra vez. Até o final de agosto, todos os bancos já deverão ter consolidado seus resultados. E a cada resultado consolidado, acompanhamos a saúde econômico-financeira dos bancos evoluir de forma exponencial. É notável e invejável a capacidade dos banqueiros de duplicarem seus patrimônios a cada três anos.
Do ponto de vista da categoria bancária, que diuturnamente se esbalda de trabalhar para cumprir as metas que proporcionam essa fantástica acumulação de riqueza dos banqueiros, estamos na contramão do bom momento das empresas para as quais dedicamos os melhores anos das nossas vidas. Afirma-se isso porque há anos sequer conseguimos recuperar o poder aquisitivo que detínhamos antes do Plano Real, em 1994. Por isso, o Sindicato dos Bancários do Maranhão, o de Bauru e o do Rio Grande do Norte desafiam o comodismo irresponsável da Contraf/CUT em se contentar com as migalhas de reajustes acima da inflação, reajustes que nem mesmo nos aproximam do poder de compra de outrora.
Em momento coincidente com o final do governo Lula, o Brasil é a sétima ou oitava economia do mundo, mas o 75º em desenvolvimento humano, segundo a última aferição da Organização das Nações Unidas (ONU). O cenário de concentração de renda é brutal para grande parte da sociedade. Não apenas por conta e obra do governo. Contudo, se bem observarmos, veremos que outras categorias vinculadas ao Executivo avançaram na recuperação do poder de compra nos últimos oito anos. Logicamente, categorias não manietadas pela burocracia cutista, cuja preocupação tem passado muito longe dos interesses de qualquer trabalhador.
Após a edição 2177 da revista Veja, muitos enxergarão a quem realmente serve a atual estrutura da Contraf/CUT. Gerardo Santiago, ex-membro da Comissão de Empresa do BB, que migrou da corrente petista DS para a Articulação Sindical logo no início do primeiro mandato de Lula, em 2003, é entrevistado na referida edição. Vindo das entranhas da poderosa Previ/BB, sabe-se lá porque hoje Gerardo desnuda o caráter dos ex-dirigentes da Contraf/CUT que se embrenharam de corpo e alma nos cargos e benesses oficiais. Sólida mesmo, só a certeza de que a categoria bancária tem servido de moeda de troca para que os interesses pessoais ou de grupelhos sejam atendidos.
Talvez agora fique mais claro o que sempre repisamos: não é a troco de nada que o governo Lula tem sido poupado de negociar diretamente com os grevistas nas sucessivas campanhas salariais a partir de 2003. As traições da Contraf/CUT têm rendido bons resultados, principalmente para: Paulo Bernardo, ministro do Planejamento e ex-dirigente bancário do Paraná; José Pimentel, ex-ministro da Previdência, ex-dirigente do SEEB-CE e candidato ao senado pelo PT-CE; Ricardo Berzoini, ex-ministro da Previdência e ex-do Trabalho, ex-dirigente do SEEB-SP e novamente candidato a dep. federal pelo PT-SP; João Vaccari, ex-dirigente da CUT e do SEEB-SP, atual tesoureiro do PT e conselheiro do fundo de pensão de Furnas. A lista de beneficiários é enorme e não dá para exibir todos neste exíguo espaço. Mas que pelo menos a categoria tenha presente que o Sindicato dos Bancários do Maranhão nunca compactuou e sempre tem denunciado o desvio de finalidade que a CUT e seu braço na categoria bancária, a Contraf, tem nos submetido desde antes mesmo de Lula ter chegado ao Palácio do Planalto.
Fonte: SEEB MA
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