29 dezembro 2011

Crescimento para quem?

O Brasil já é a sexta maior economia do mundo, mas são poucos os que se beneficiaram com o crescimento dos últimos anos.
 
A economia brasileira voltou a ser notícia no exterior. Reproduzindo uma estimativa já realizada pelo FMI em outubro, uma empresa de consultoria britânica divulgou nesse dia 26 de dezembro uma nova projeção mostrando o Brasil como a sexta maior economia do mundo, ultrapassando o Reino Unido. Fica atrás apenas dos EUA, China, Japão, Alemanha e França. O levantamento foi publicado pelo Guardian e ganhou repercussão internacional.

O estudo do CEBR (Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios) leva em conta o cenário de estagnação econômica da Grã-Bretanha em 2011 (com crescimento de pouco menos de 1% segundo a OCDE), além da projeção de crescimento também reduzido de 3% da economia brasileira. Ao final do ano, a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil será o equivalente a 2,51 trilhões de dólares, enquanto que no Reino Unido ficará na ordem de 2,48 trilhões.

Como não poderia deixar de ser, o anúncio foi mote para nova rodada de comemorações ufanistas do governo e parte da imprensa. Mesmo os que relativizaram a notícia afirmaram que o feito seria um marco histórico para o país. Teríamos mesmo razão para comemorar? Qual o sentido dessa mudança no ranking das maiores economias do planeta?

Crise e a nova divisão internacional
O estudo revela uma dinâmica que não é nenhuma novidade nos últimos três anos: enquanto os países centrais enfrentam recessão ou estagnação econômica, os chamados ‘emergentes’, ou os ‘Bric’s’ continuam crescendo. Nesse contexto, o Brasil tem papel de destaque, pegando carona no aumento da demanda chinesa por matéria-primas (as chamadas ‘commodities’).

Tal posição foi possibilitada devido à relocalização do Brasil no mercado internacional. Desde o final da era FHC o país tratou de mudar sua balança comercial através do apoio e benefício dos setores agroexportadores. De sucessivos déficits, o Brasil passou a acumular superávits bilionários. Essa política foi aprofundada pelo governo Lula (que promoveu os fazendeiros a ‘heróis nacionais’). Já o crescimento da economia mundial, até o crash no final de 2008, consolidou essa nova posição do país na divisão internacional do trabalho, de grande fornecedora de matéria-primas (ainda que, regionalmente, o país tenha avançado como plataforma de exportação de produtos industrializados para as multinacionais).

Os tão aclamados ‘Bric’s’ teriam a seguinte função nessa nova configuração da economia mundial: o Brasil seria o celeiro; Rússia a fornecedora de petróleo e energia; a Índia a prestadora de serviços baratos, como de ‘call center’; China e a sua farta mão de obra barata e devidamente controlada, a fábrica do planeta. O crescimento dos emergentes no último período não muda a engrenagem do capitalismo internacional.

A dinâmica continua sendo determinada pelas potências imperialistas e a crise internacional, mais cedo ou mais tarde, vai acabar afetando o crescimento do restante do mundo. O Brasil já sente esses efeitos, como ficou registrado na estagnação econômica do terceiro trimestre deste ano, com redução de setores como a indústria e o consumo das famílias.

A própria diminuição na estimativa de crescimento para o ano, de 4,5% para 3% no melhor das hipóteses, já foi uma confissão do governo Dilma de que o país não está invulnerável ao que acontece lá fora. Assim, as ‘profecias’ realizadas pelo ministro da Fazenda Guido Mantega embalado na notícia do Guardian, de que o Brasil vai superar a França em 2015 e que terá um padrão de vida europeu daqui a 20 anos, mesmo não sendo nada ambiciosas, partem do pressuposto de que a economia vai continuar sua rota ascendente, descolada do resto do planeta. Sabemos, e o próprio governo também, que não será assim.

Crescimento para quem?
A subida do Brasil no ranking das maiores economias do mundo também foi beneficiado pela valorização cambial, que confere um aumento artificial do PIB quando convertido ao dólar. Mas isso não esconde o fato de que o país realmente cresceu nos últimos anos, com exceção de 2009 quando sentiu o baque da crise. A questão passa a ser: quem se beneficiou realmente com esse crescimento?

A capa da revista britânica The Economist de 2009, com o Cristo Redentor levantando vôo como um foguete supersônico não ilustra a real situação do país. Embora o PIB esteja entre os maiores do mundo, quando vemos o PIB per capita, ou seja, esse valor divido pela população, a coisa muda. Enquanto no Brasil ele foi de 10,7 mil dólares em 2010, no Reino Unido ele supera os 36 mil dólares.

Até mesmo em países quebrados e com alto índice de desemprego na Europa tem a renda per capita muito superior ao Brasil. Na Espanha a estimativa do PIB per capita para este ano é de 33 mil dólares, na Grécia 27,8 mil, e Portugal, 22,6 mil.

Mas é observando o chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que dá para se ter uma ligeira ideia da real situação em que se encontra a maior parte do povo brasileiro. Embora os critérios sejam questionáveis, o índice busca medir o nível de vida de uma população relacionando PIB per capita com a estimativa de vida e nível de escolaridade. Nele, o Brasil ocupa o 84º lugar entre os 187 países avaliados, abaixo de países como Bósnia e Herzegovina, Venezuela e Peru. Reino Unido está em 28º lugar.

Já os dados divulgados recentemente pelo IBGE, por sua vez, mostram que nos últimos vinte anos mais do que dobrou o número de pessoas que vivem em favelas. De acordo com os dados coletados no último Censo no ano passado, 11,42 milhões de pessoas, ou 6% de toda a população, vivem em algum tipo de habitação considerada irregular. Em 1991 esse número era de 4,48 milhões. Número que não é de se espantar num país em que 8,5% da população sobrevive abaixo da linha da pobreza e que metade das habitações ainda não contam com rede de esgoto.

A permanência de problemas estruturais, como a miséria, assim como a precariedade de serviços públicos como educação e saúde indicam que esse PIB que tanto cresceu nos últimos anos não se reverteu em benefícios para a grande maioria dos brasileiros. Não se refletiu, por exemplo, no crescimento do salário mínimo, cerca de ¼ do valor que constitucionalmente deveria ter de acordo com o Dieese. Ou no crescimento tímido da renda média no último período.

Quem então abocanha a maior parte das riquezas produzidas no país? O orçamento aprovado recentemente pelo Senado dá uma pista. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, o equivalente a 47% do orçamento federal vai ser destinado ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, ou R$ 1 trilhão. Considerando a estimativa par ao PIB em 2012, de 2,5 trilhões de dólares, equivalente a R$ 4,5 trilhões, chegamos à conclusão de que nada menos que 22% de tudo o que será produzido no país vai para a agiotagem internacional. Enquanto isso o governo promete aplicar o equivalente a 7% do PIB em educação até 2020.

Muito para poucos
O governo Dilma vem dando seqüência ao governo Lula e aposta em um modelo de crescimento econômico dependente e conservador, ao estilo do que foram os anos de ‘milagre econômico’ do período da ditadura. Com direito ao desenvolvimentisto retrógrado das grandes obras, como a transposição do rio São Francisco e a usina de Belo Monte. Com a diferença de que, ao contrário do que apregoa o governo, agora não há mobilidade social. A redução do desemprego com a abertura de vagas de trabalho com baixa remuneração, assim como a expansão do crédito, criam a ilusão de ascensão social para boa parte da população. Mas os problemas estruturais persistem.

A perspectiva de aprofundamento da crise internacional com a piora do quadro na Europa e sua enorme crise fiscal, porém, levanta dúvidas sobre o horizonte da economia no Brasil. Não dá para dizer quando virá, mas pode-se assegurar que o país, com sua economia aberta e desnacionalizada, será afetado, como foi em 2009. Quando isso ocorrer, os que realmente estão ganhando agora irão jogar a crise nas costas dos que menos ganham.

O que os trabalhadores podem esperar do Governo Dilma em 2012 .


site@pstu.org.br  
Mais lucros para capitalistas... e ataques aos trabalhadores (texto publicado no Opinião Socialista nº 436)


Eduardo Almeida e Jeferson Choma, da Redação
 


 
 
    Governo prepara mais ataques para 2012

• O governo Dilma é uma continuidade dos governos de Lula. Isso é verdade em muitas características essenciais, como a combinação entre a colaboração estreita com as grandes empresas e o apoio da maioria dos trabalhadores. Nesse momento é aplaudida pelos bancos e multinacionais instaladas no país e conta com apoio de 71% do povo brasileiro. Isso é possível pela combinação de crescimento econômico e o caráter desse governo que, aos olhos dos trabalhadores, aparece como "seu governo", quando na verdade governa para o grande capital.

Mas pode ser que Dilma represente um ataque aos trabalhadores bem maior do que seu antecessor. Tudo vai depender em que medida a economia brasileira vai ser afetada pela crise mundial. E é isso que vai afetar em maior ou menor medida a vida dos brasileiros em 2012.

O que mostra o primeiro ano do governo Dilma
Dilma já deu mostras do que é capaz: termina seu primeiro ano de governo acumulando alguns recordes nos ataques aos trabalhadores e favorecimento às grandes empresas.

Já nos primeiros dias, Dilma aplicou todo o receituário neoliberal para supostamente “combater a inflação”. Fez um corte de R$ 50 bilhões de reais do orçamento federal, o maior de toda a história. Nem FHC tinha conseguido fazer isso, e o maior corte dos governos Lula tinha sido de R$ 21,8 bilhões, em 2010. Esses cortes foram sentidos nos gastos sociais, com redução de 3,1 bilhões na educação e R$ 5 bilhões no programa de habitação Minha casa Minha vida.

Logo depois, impôs um arrocho no salário mínimo. Pela primeira vez, desde 1997, o mínimo foi reajustado abaixo da inflação (-1,3%). Ou seja, pior que na maior parte dos governos FHC e que nos dois mandatos de Lula. E fez isso exatamente quando os deputados tinham dado um reajuste a si mesmos de 62%, e quando a própria presidenta teve um reajuste de 132% no seu salário.

Por outro lado, Dilma impõe um comprometimento de toda a economia brasileira para o pagamento da dívida pública, o que é também inédito na história recente do país. Nada menos que 49,15% de todo o orçamento em 2011 foi destinado ao pagamento dos juros e amortização da dívida, segundo a Auditoria Cidadã da Dívida. Ou seja, cerca de metade de tudo o que se arrecada em impostos e taxas no país é entregue aos banqueiros para pagar uma dívida que já foi paga inúmeras vezes. O dinheiro que seria destinado à saúde, educação e reforma agrária alimenta os lucros dos banqueiros internacionais como nunca foi feito no país.

O orçamento de Dilma para 2012 repete a mesma situação. O governo vai gastar R$ 1,06 trilhão, ou seja, 48% de todo o orçamento com o pagamento aos banqueiros. Ou seja, o governo gastará muito mais com a dívida pública do que com o funcionalismo (R$ 203 bilhões), investimentos (R$ 165 bi) e Previdência Social (R$ 308 bi) juntos.

Não por acaso, os lucros dos bancos no país não param de crescer. Só nos últimos 14 anos cresceram 1.575%, uma média de 112% ao ano. Em 2010 os lucros dos bancos brasileiros cresceram 28,7%, quatro vezes mais que o PIB. Não é por acaso, a candidatura de Dilma recebeu mais dinheiro dos banqueiros do que a do próprio Serra.

As privatizações de Dilma começaram
As privatizações voltaram a cena neste ano. Apesar das promessas de campanha, o governo Dilma anunciou a entrega dos aeroportos ao capital privado. Os argumentos utilizados são os mesmos utilizados pelo governo FHC para privatizar as estatais. Ou seja, de que o setor público seria sinônimo de ineficiência e incompetência, ao contrário da iniciativa privada.

Como se não bastasse, o governo privatizou a Empresa dos Correios e Telegráficos, por meio da criação da Correios S. A., através da Medida Provisória 532. A medida ameaça o chamado monopólio postal, ou seja, a exclusividade na prestação de serviço de postagem e entrega de cartas, telegramas e correspondências em malotes. Também põe fim a universalização dos serviços postais. Associada ao capital privado que apenas visa o lucro, as regiões mais distantes do país poderão deixar de ser atendidas pelos Correios. Por fim, a privatização dos Correios também é uma ameaça aos mais de 107 mil funcionários contratados em regime celetista, que poderão enfrentar uma degradação das condições de trabalho e salários.

14 dezembro 2011

Greve dos bancários: Decisão do TST contempla funcionários do BASA.

Processo: DC - 7433-50.2011.5.00.0000 - Fase Atual :
Decisão: ATENÇÃO NO TOCANTE À CLÁUSULA RELATIVA À COMPENSAÇÃO. NA SESSÃO HOUVE ALTERAÇÃO DO TERMO FINAL DA COMPENSAÇÃO (30/4/2012)

E COM RELAÇÃO AO REQUERIMENTO DA ASSOCIAÇÃO?!?!?!
I - por unanimidade: 1) indeferir o requerimento da Associação de Empregados do Banco da Amazônia AEBA de ingresso no processo na qualidade de assistente; 2) rejeitar a arguição, apresentada em defesa pela CONTRAF, de falta do pressuposto do comum acordo para ajuizamento do dissídio coletivo a que se refere o art. 114, §2º, da Constituição Federal; 3) julgar improcedente a pretensão de declaração de abusividade da greve; 4) deferir a fixação das cláusulas insertas na proposta de acordo apresentada pelo Suscitante na representação, nos termos devidamente admitidos pelas partes, conforme esboço a seguir: "I - CLÁUSULAS ECONÔMICAS - • Reajuste de 9% sobre todas as verbas de remuneração e benefícios constantes do ACT-2010-2011 • Reajuste de 21,32%, no Piso Salarial de Ingresso, mediante Vantagem de Caráter Pessoal de R$-154,40, passando para R$ - 1.520,00; II - CLÁUSULAS SOCIAIS, COM ALTERAÇÃO AO ACT-2010-2011 • Cláusula de Assédio Moral e Sexual • Amamentação • Implantação do Sistema de Ponto Eletrônico durante a Vigência do acordo Na Impossibilidade, no máximo até ao final do ano de 2012 • III - COMPROMISSOS ASSUMIDOS PELO BANCO, A SEREM DISCUTIDOS DURANTE A VIGÊNCIA DO ACORDO • Apresentar para as entidades, no prazo de até 90 (noventa) dias, Programa de Reestruturação Financeira de Dívidas, voltado para empregados do Banco • Aumentar o volume de recurso em 20%, para as Bolsas de Graduação e Pós Graduação • Adoção da menor taxa de juros praticada pelo Banco para empréstimos consignáveis aos empregados do Banco • Quadro de Apoio - As partes se comprometem a discutir em mesa permanente a criação de um Programa de Educação Continuada, voltada para conclusão do Ensino Médio para os empregados do Quadro de Apoio • Sobreaviso - O Banco compromete-se em apurar a existência da figura do sobreaviso, debatendo com as entidades Sindicais, em até 60 dias, a solução; IV - PLR • 6,25% sobre o Lucro Líquido • Manutenção da PLR SOCIAL equivalente a 3% • TOTAL = 9,25% • Critério de Distribuição - 60% PROPORCIONAL - 40% LINEAR • Antecipação da PLR no valor de R$-500,00"; • Manutenção de todas as demais cláusulas constantes do acordo coletivo de trabalho 2010/2011; 5) deferir abono único linear de R$330,00 (trezentos e trinta reais), sem natureza salarial, pagável no prazo de até 15 dias após o retorno ao trabalho; 6) determinar o encerramento da greve, com o retorno dos empregados do Suscitante ao trabalho, a partir do dia 13/12/2011, sob pena de pagamento de multa diária pelos Suscitados no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) na hipótese de descumprimento dessa ordem; 7) fixar a vigência da sentença normativa a partir de 1º de setembro de 2011 até 31 de agosto de 2012; 8) fixar as custas processuais em R$ 1.000,00 (mil reais), calculadas sobre o valor ora atribuído à causa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), a cargo do Banco da Amazônia S/A; II - por maioria, determinar a compensação dos dias em que houve a paralisação dos serviços, na forma da cláusula a seguir especificada: "GREVE. COMPENSAÇÃO DOS DIAS EM QUE HOUVE A PARALISAÇÃO DOS SERVIÇOS - Os valores correspondentes aos salários dos dias não trabalhados, no período de 28/09/2011 a 12/12/2011, não serão descontados e serão compensados, conforme ajuste entre empregado e gestor imediato, com a prestação de jornada suplementar de trabalho até 17/01/2012, não sendo tal acréscimo, considerado como jornada extraordinária, nos termos da Lei. Parágrafo Primeiro - Para os efeitos do caput desta cláusula serão considerados dias não trabalhados por motivo de paralisação aqueles em que não se deu prestação de serviço pelo empregado durante a jornada diária integral, bem como somente serão computados os dias úteis. Parágrafo Segundo - A compensação dos dias não trabalhados será efetuada na proporção de uma hora trabalhada para compensar duas não trabalhadas, até 30/4/2012.". Vencidos os Excelentíssimos Ministros Walmir Oliveira da Costa e Dora Maria da Costa que indeferiram a compensação de dias de greve parados.

Indeferem a compesação dos dias parados - WOC - DMC


Obs.: falou pelo Suscitante Banco da Amazônia S. A. o Dr. Marçal Marcellino da Silva Neto, pela Suscitada Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro - Contraf a Dr.ª Deborah Regina Rocco Castaño Blanco, pela suscitada Confederação Nacional dos Trabalhaodres nas Empresas de Crédito - Conteco o Dr. José Tôrres das Neves e pelo suscitado Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Estado do Maranhão o Dr. Antônio de Jesus Leitão Nunes,que requereu da tribuna e teve deferida a juntada de instrumento de mandato.

Fonte: www.tst.gov.br

O 3º Encontro Nacional das Oposições Bancárias acontece em dezembro no MA .


Nos dias 17 e 18 de dezembro a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) realiza, em São Luiz no Maranhão, o terceiro Encontro Nacional das Oposições Bancárias. O evento é aberto a todos.
É essencial o comparecimento ds companheiros lutadores e que estejam empenhados em melhorar as condições de trabalho e de vida dos bancários.
Em pauta para o encontro estão: o balanço da campanha salarial 2011, eleições sindicais, a construção da FNOB e Unidades de Oposição, as conjunturas Nacionais e Internacionais, entre outros assuntos de interesse dos bancários.
O evento é aberto a todos os companheiros bancários contrários a conduta da CONTRAF/CUT nos últimos anos.

13 dezembro 2011

Acabou a greve no BASA


Depois de uma greve de 77 dias, amanhã os empregados do Banco da Amazônia retornam ao trabalho. Hoje à tarde foi julgado pelo TST o dissídio. Os bancários terão reajuste de 9% sobre todas as verbas salariais (tabela de cargos, anuênios e quinquênios, auxílio creche, auxílio funeral, tíquete alimentação e função comissionada) - o Banpará deu 10% aos seus funcionários -, piso de ingresso de R$ 1.520, através de Verba de Complementação de caráter pessoal de R$ 154,40 a ser aplicada apenas para o salário do TB1 (do TB 2 em diante, aplica-se 9%), adiantamento de PLR no valor de R$ 500, e manutenção das demais cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho 2009/2010.
Os dias parados não serão descontados e sim compensados integralmente, a contar de amanhã até 30 de abril de 2012 (2 horas/dia). O Basa pagará abono de R$ 330, para compensar o não reajuste do plano de saúde.

11 dezembro 2011

Afinal, o que se deve dividir: o estado ou a riqueza?

Gilberto Marques, de Belém (PA)
 


• O plebiscito sobre a divisão territorial do Pará ocorre neste domingo, dia 11, mas pouco serviu para esclarecer as propostas, escondendo os grandes interesses por trás da defesa da criação das novas unidades federativas. A propaganda de TV não discutiu as raízes dos verdadeiros problemas enfrentados pela população que vive no Pará. A razão é que por trás daqueles que conduzem as frentes pró e contra a criação dos novos estados não há um projeto de desenvolvimento voltado aos anseios dos trabalhadores, ao contrário.

Não há diferença entre quem dirige as campanhas do pró e contra a divisão. São setores oligárquicos locais com interesses muito semelhantes. Em Santarém, por exemplo, PT e DEM estavam em palanques opostos nas últimas eleições, mas na campanha sobre a divisão estão abraçados. Em comum, o interesse de formar uma nova máquina administrativo-governamental para se apropriar.

Um Estado rico, mas para o grande capital
O estado do Pará, com florestas e rios, conta com uma riqueza em biodiversidade tão imensa que se torna impossível mensurá-la, ainda que aproximadamente. O rebanho bovino paraense, com aproximadamente 18 milhões de cabeças, está entre os maiores do país. Ele se concentra no Sudeste do estado (Carajás), com aproximadamente 60% do efetivo, seguido do Oeste (Tapajós) com mais de 20%. São Félix do Xingu, no Sudeste paraense, já superou a cifra dois milhões de bovinos, tornando-se o município com maior rebanho do Brasil.

O que até pouco tempo era uma única província mineral, localizada em Carajás, tem se espacializado, de modo que imensos projetos minerais surgem em todas as regiões paraenses, em destaque a extração de ferro e outros minerais do Sudeste e a bauxita do Oeste.

Em 2010, o Pará exportou um valor total de US$ 12.835.420.476, em grande medida decorrente da produção mineral. A cada dia do ano passado o estado mandou para o exterior nada menos que 204 mil toneladas de ferro. Isso tem colocado o Pará como um dos principais contribuidores para os saldos positivos na balança comercial do Brasil e, nos próximos anos, deve superar Minas Gerais como principal produtor e exportador mineral do país. China, Japão, Europa e EUA são os destinos da riqueza produzida na Amazônia.

Um estado pobre para a população trabalhadora
Mas com tanta riqueza produzida por que o estado continua pobre, amargando os últimos lugares no ranking do desenvolvimento humano do país? Por que metade da população do Pará vive com até R$ 100,00 de renda mensal? Essa resposta nenhuma das frentes do plebiscito se interessa em dar.

Acontece que para elaborar um verdadeiro projeto de desenvolvimento para o estado é preciso enfrentar a estrutura excludente da propriedade e da renda, o que os setores dominantes, espalhados por todas as frentes do plebiscito, não estão dispostos a fazer. Isso exige um projeto de classe: um governo verdadeiramente dos trabalhadores contra o imperialismo e a burguesia (regional ou nacional, rural ou urbana).

Do PT ao PSDB, os governos que se sucedem à frente do governo estadual e das prefeituras apresentam em grande perfil em comum: não questionar a estrutura da propriedade que alimenta um quadro social que concentra riqueza nas mãos de poucos e generaliza a pobreza e degradação ambiental para os demais. Por isso, continuar-se-á reforçando os dados da concentração fundiária do país: menos de 1% das propriedades detém mais de 44% das terras. Essa composição conservadora da renda e da propriedade rural e urbana acumula riqueza em poucos e generaliza a pobreza para o restante.

Interesses do grande capital, nacional e multinacional
Diante deste impasse, surge outra pergunta: quais interesses estão por trás de quem defende a divisão? No município de Curuá (Oeste/Tapajós), na fronteira entre o Pará e o Amazonas, praticamente não há rua pavimentada, saneamento básico é um sonho distante, os serviços públicos são muito deficitários. O sentimento de abandono denunciado pela população das regiões mais distantes é verdadeiro, mas essa situação não se alterará caso o plebiscito aprove a criação dos novos estados. Este mesmo sentimento é encontrado na população que morre nas portas dos hospitais da capital do Pará.

As oligarquias do Carajás e do Tapajós estão ávidas por se apropriar e dilapidar uma nova máquina governamental, mas há muito mais em jogo. O rebanho bovino paraense está concentrado nas áreas que viriam a ser os estados de Carajás e Tapajós. A Cargill e outras multinacionais pretendem transformar o rio Tapajós na grande hidrovia da exportação de soja, ainda que para isso a frente de Santarém (que seria a capital do novo estado) suma para dar lugar aos terminais graneleiros. Afora isso, com a pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém se intensificaria novamente a corrida por novas áreas para o plantio de soja sobre a floresta. O Sudeste e Oeste do estado estão reservados para abrigar dezenas de imensas hidrelétricas que em operação vão gerar mais da metade de toda a energia produzida pelo Brasil atualmente. As grandes construtoras e mineradoras agradecem e pretendem transformar o Pará numa imensa colônia energético-mineral.

De tudo que o Pará exportou em 2010, mais de 85% decorreu da produção mineral, sendo que 54% foi ferro bruto (sem beneficamento), essencialmente extraído no Sudeste do estado (Carajás). A mineradora Vale, declara que 40% de seu capital é estrangeiro. Na realidade ela já está majoritariamente nas mãos de capitais externos. Apesar de suas cores verde e amarelo, o que a movimenta é a busca de um lucro cada vez maior e não o “desenvolvimento” do Brasil ou do Pará. No ano passado, ela foi responsável por 59,26% de todo o valor exportado pelo estado paraense. Sua principal produção localiza-se no viria a ser o estado de Carajás e o ferro bruto é sua mais importante fonte de faturamento.

Diferente do que se apregoa, ao invés de nos industrializarmos estamos regredindo e consolidando o perfil de um estado primário-exportador. No ano passado, para cada US$ 100,00 exportado US$ 72,98 foram na forma de produtos básicos (sem industrialização). Isso se reflete na projeção dos investimentos para os próximos anos, onde 66% serão concentrados na indústria extrativa mineral, limitando o potencial de geração de emprego e renda mais elevada para nossa população. É riqueza bruta sendo literalmente saqueado com o apoio governamental, pois os minérios exportados não pagam ICMS e ainda contam com outros benefícios e financiamento estatal.

Dividir a riqueza a favor dos trabalhadores
Para os interesses das oligarquias locais, da grande pecuária, mineração, construtoras de barragens e multinacionais do agronegócio é melhor ter um estado frágil, governado por oligarquias vendidas antecipadamente e submissa aos grandes interesses econômicos. Atualmente, a Vale já concentra um enorme poder diante do governo brasileiro e paraense. Isso se intensificará muito mais diante de um possível estado de Carajás.

Em maio deste ano um casal de agricultores e ambientalistas foi assassinado no Sudeste do Pará. O motivo do conflito foi a denúncia feita contra as madeireiras que extraem madeira ilegal. Outros crimes decorrentes da questão agrária e ambiental ocorrem constantemente. Para a grande propriedade interessa um possível governo estadual de Carajás ou Tapajós, onde seus componentes sejam diretamente originários destes interesses. A fiscalização ambiental e a repressão aos crimes agrários ficarão ainda mais deficientes.

Fica, então, uma grande questão, exigindo uma reflexão sobre um projeto de sociedade: para resolver os problemas sentidos pela população pobre do Pará deveríamos estar discutindo a divisão da riqueza e não a divisão territorial do estado.

Fonte: www.pstu.org.br

01 dezembro 2011

Contraproposta encaminhada ao Banco foi recusada pela Instituição.



Belém, 25/11/2011 12h42

Os funcionários do Banco da Amazônia comemoram hoje, 25/11, 60 dias em greve e de luta por seus direitos. Sessenta dias onde a diretoria não demonstrou nenhum interesse em negociar realmente com a categoria, demonstrou sim um profundo desrespeitando os seus funcionários, apresentando propostas indecentes, que não supriam as necessidades dos bancários.
Durante a manifestação de hoje, realizada em frente à matriz do Banco, os diretores da AEBA, José Hermógenes, Marlon George e Andrea Amaral, e o Conselheiro Fiscal suplente da AEBA, Neynaldo Silva reiteraram a importância da continuação da greve até o julgamento do Dissídio.
O presidente da AEBA, Silvio Kanner, frisou “esses 60 dias em greve significa muita coisa para a categoria: a luta para se conquistar a vitória, fechando um acordo que atenda as nossas necessidades. Ontem, abrimos mais um importante processo de negociação com o Banco, apresentamos a eles, formalmente, uma contraproposta articulada com as entidades representativas da categoria. Esperamos que seja fortalecido este processo de luta entre os empregados, precisamos estar unidos e mobilizados, pois muita coisa ainda precisa ser conquistada.”
Com ênfase na questão do reembolso Saúde, a contraproposta elaborada em conjunto com representantes da categoria, AEBA, SEEB/MA e apresentada ontem, 24/11, ao Banco, foi recusada pela diretoria e encaminhado à AEBA no final da manhã de hoje alegando que as negociações encerraram-se no dia 19/10, véspera das assembleias que rejeitaram a última proposta apresentada oficialmente por eles, e que dois dias depois, 21/10, o Banco interpôs ação de Dissídio Coletivo perante o TST, voltando a apresentar soluções negociais, de única e exclusivamente atendimento às autoridades judiciais, a quem compete, agora, decidir o Dissídio instaurado.
Confira na integra a proposta apresentada pelas entidades.
Carta de Recusa da proposta enviada pelo Banco.
 Manifestação pelos 60 dias de greve no BASA, na porta da matriz.
Na hora da assembléia que rejeitou a proposta d diretoria do BASA.

Solidariedade à greve dos empregados do BASA

    Todo o apoio aos bancários do BASA

    SEEB/RN, SEEB/MA e FNOB apoiam a greve
    Poucos acreditavam, mas os funcionários do Banco da Amazônia (BASA) estão mostrando ao país a força da base. Numa greve histórica, que já ultrapassa 60 dias, os trabalhadores enfrentaram os patrões, o governo Dilma e as direções pelegas do sindicato da categoria e da Contraf-CUT, que teve a cara de pau de defender em assembleia a proposta rebaixada dos patrões.
    Os bancários do BASA sabem que vão para o dissídio coletivo.
    Depois de mais uma assembleia histórica na qual mais de 300 trabalhadores voltaram a rejeitar a proposta do Banco, o governo Dilma Rousseff ameaça os funcionários com a retirada de função.
    O Banco enviou gerentes para tentar aprovar a proposta na assembleia, mas foram atropelados pela maioria dos trabalhadores, revoltados com a exploração do Banco.
     A coordenadora geral do Sindicato do RN, Marta Turra acompanhou a greve durante quatro dias e sentiu a força do movimento. Ela levou o apoio dos bancários do RN e da Frente Nacional de Oposição Bancária, que acredita no sucesso desta greve.
    Os funcionários do BASA reivindicam 12% de reajuste para todas as verbas, 6% de reajuste como início de plano para repor as perdas e 9% de reembolso do plano de saúde.

22 novembro 2011

Cerca de 400 empregados do Banco da Amazônia compareceram ontem à assembléia para dizer NÃO à proposta do BASA.

Belém, 22/11/2011 11h20

A assembléia que avaliou a proposta apresentada pelo Banco na última sexta-feira feira (18), foi a maior assembléia dos últimos 5 anos, com a presença de aproximadamente 400 pessoas. A proposta da instituição mais uma vez não convenceu a categoria, não esteve a contento dos empregados do Banco da Amazônia e a grande maioria rejeitou a proposta. Votaram a favor da proposta apenas os gerentes executivos que compareceram em massa coagidos a fazer a vontade da diretoria do Banco e tentar pôr fim à greve.
Proposta informal não convence a categoria.
No início da tarde de ontem o Banco encaminhou Outlook a seus empregados contendo proposta informal. A análise do conteúdo da mensagem encaminhada pelo Banco mostra que se trata de uma variação do mesmo conteúdo que já havia sido apresentado, ilustrando mais uma tentativa do Banco de confundir a categoria e desqualificar a vontade dos empregados. A proposta que é válida e reconhecida pela categoria foi a avaliada em assembléia, apresentada pelo Banco durante a reunião com as entidades na Procuradoria Geral do Trabalho. Tal iniciativa da instituição tenta confundir seus empregados através de propostas ilusórias pelo e-mail interno, mas os empregados do Banco estão convencidos de que somente algo formal, concreto e satisfatório, que contemple a melhoria para todos, será aceita para pôr fim à maior greve protagonizada pelos guerreiros do Banco da Amazônia nos últimos 20 anos.
O movimento grevista continua por tempo indeterminado e desta vez, muito mais forte!
O que nós queremos:
- Reajuste de 12% em todas as verbas salariais (com reflexo em todo o PCS);
- 6% de reposição salarial referente a perdas salariais dos últimos 10 anos;
- Reajuste mínimo de 9% no reembolso do Plano de Saúde;
- Compensação dos dias parados durante a greve na mesma fórmula de 2010 (1h compensada para cada 2h de greve);
- PLR na regra de 60% linear mais 40% proporcional;
- Não desconto pecuniário dos dias parados.
O que o Banco propôs:
- 10% de reajuste linear a ser aplicado sobre a tabela de cargos dos empregados, o anuênio e o quinquênio, sendo que 9% desse reajuste seriam aplicados a partir de setembro de 2011, e o 1% restante a partir de março de 2012;
- 9 % de reajuste sobre as demais verbas salariais;
- Equiparação do piso dos empregados ao modelo da Fenaban R$ 1.520,00 (durante a reunião na PGT a proposta do Banco foi de piso de R$ 1.400,00);
- E compensação dos dias parados na mesma fórmula do ano passado (1h compensada para cada 2h de greve), sendo que o prazo para compensação até o dia 10 de janeiro de 2012.
 Marlon em discurso defendendo a rejeição da proposta apresentada pelo banco.

20 novembro 2011

AEBA orienta o não aceite da proposta apresentada pelo BASA.

BASA mantém intransigência a respeito do Plano de Saúde e reunião termina sem acordo. Sindicatos convocam assembléia para a segunda-feira para apresentar a proposta para apreciação e deliberação da categoria. AEBA orienta rejeitar a proposta.

Em quase 6 horas de reunião presidida pelo procurador do Trabalho, Otávio Brito, o Banco mais uma vez chega à reunião com as entidades com a intransigência à frente do processo negocial, a proposta apresentada pelas entidades mais uma vez não foi levada em consideração pela instituição. O Banco e as entidades foram chamados a se pronunciarem, cada um apresentou sua proposta tendo como parâmetro para a negociação a proposta formulada pela ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, com a sinalização de 9% no reajuste do reembolso do Plano de Saúde.
 Veja a proposta da categoria:
·         Reajuste de 12% em todas as verbas salariais (com reflexo em todo o PCS);
·         Reposição salarial de 6% referente a perdas salariais dos últimos 10 anos;
·         Reajuste de no mínimo 9% no reembolso do Plano de Saúde;
·         Compensação dos dias parados durante a greve seguindo o mesmo parâmetro do ano de 2010 (1h compensada para cada 2h de greve);
·         PLR na regra de 60% linear, mais 40% proporcional;
·          Não desconto pecuniário dos dias parados.
Veja a proposta do Banco da Amazônia:
·         10% de reajuste linear a ser aplicado sobre a tabela de cargos dos empregados, o anuênio e o qüinqüênio, sendo que 9% desse reajuste seria aplicado a partir de setembro de 2011, e o 1% restante a partir de março de 2012;
·         Sobre as demais verbas, o Banco mantém a proposta de reajuste de 9%;
·         O Banco propõe equiparar o piso dos empregados ao modelo da Fenaban (R$ 1.400,00);
·         O Banco propõe a mesma fórmula de compensação dos dias parados (1h compensada para cada 2h de greve), sendo que o prazo para compensação é até o dia 10 de janeiro de 2012.

A quem interessa a divisão do Pará?

No dia 11 de dezembro de 2011 ocorrerá um plebiscito no Estado do Pará que irá ouvir a opinião da população paraense sobre a criação de dois novos Estados: Carajás e Tapajós. A disputa política já está a todo vapor. As frentes parlamentares contrárias e a favor da divisão, todas hegemonizadas pelos grandes empresários e latifundiários das diferentes regiões do Estado, no fundo só estão brigando por espaço político e um maior controle das riquezas naturais do Pará.
O PSTU é contrário à divisão do Estado, porque dividi-lo em nada vai melhorar a vida dos trabalhadores e do povo pobre. A divisão é uma proposta que surgiu e é defendida pelos ruralistas e mega-empresários que vieram para o Pará nas últimas décadas no contexto de implantação dos grandes projetos na Amazônia levados a cabo pelos governos desde a ditadura militar. Os planos de colonização dos governos militares, a construção da hidrelétrica de Tucurui, a construção da rodovia Belém-Brasília, da Transamazônica, a implantação do projeto Grande Carajás, entre outros projetos de mineração e agropecuários incentivados e financiados pela SUDAM, propiciou um imenso crescimento da migração para as regiões sul, sudeste e oeste do Pará de trabalhadores desempregados vindos de vários estados do país, processo esse que, combinado com um padrão de desenvolvimento capitalista extremamente selvagem imposto pelas grandes empresas e latifundiários, resultou em escabrosos crimes ambientais e na enorme exploração dos trabalhadores, gerando inúmeros bolsões de miséria no interior do Estado do Pará.
O sentimento de abandono dos trabalhadores das regiões sul, sudeste e oeste do Pará em relação ao Estado é cinicamente utilizado pelos ruralistas divisionistas para defender seu projeto de criação de Carajás e Tapajós, afirmando que a divisão vai gerar mais empregos e que vai garantir os serviços públicos que hoje o Estado não garante, como saúde, educação, transporte etc.
Ou seja, os próprios deputados e prefeitos das regiões separatistas que são também responsáveis pela ausência e precarização de direitos sociais básicos de seus municípios querem criar seus Estados para ele próprios administrarem e ainda dizem que isso vai melhorar a vida das pessoas.
Na realidade, o que querem políticos como Giovanni Queiroz (PDT), Lira Maia (DEM) Asdrúbal Bentes (PMDB) e Maria do Carmo (PT) é maior espaço político para controlar mais diretamente as riquezas da região, sem ter que dividir os lucros com os políticos e a burguesia tradicionalmente ligados à capital, Belém. Se criados os Estados de Carajás e Tapajós, serão mais 6 vagas de senadores, mais 16 de deputados federais e mais 24 de estaduais para os políticos corruptos da região fazerem a farra nos cofres públicos.
A divisão interessa também às multinacionais, pois no sudeste do Pará existe a maior província mineral do planeta e no oeste do Pará uma quantidade incalculável de biodiversidade, terras agricultáveis e rios com enorme potencial energético. Empresas como a Vale, Cargill e Alcoa tem interesse em terem seus próprios estados para conseguirem melhores vantagens fiscais e ambientais para explorarem as riquezas naturais da Amazônia paraense com menos “dores de cabeça”.
Em estudo recente, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) afirmou que, caso cheguem a ser criados, os estados de Carajás e Tapajós dependerão de ajuda federal para arcar com as novas estruturas de administração pública que precisarão ser instaladas. Tapajós e Carajás teriam, respectivamente, um custo de manutenção de R$ 2,2 bilhões e R$ 2,9 bilhões ao ano. Diante da arrecadação projetada para os dois estados, os custos resultariam num déficit de R$ 2,16 bilhões, somando ambos, a ser coberto pelo governo federal. O IPEA ressalta em sua análise que o PIB do Pará em 2008 foi de R$ 58,52 bilhões, e o estado gastou 16% disso com a manutenção da máquina pública. Para o mesmo, o Estado do Tapajós gastaria cerca de 51% do seu PIB e o de Carajás, 23%. A média nacional é de 12,72%. Segundo o parecer desse estudo, “nessas bases, não tem estado que se sustente”.
   Os mais prejudicados com a divisão do Estado serão os trabalhadores, de todas as regiões do Estado, pois faltarão verbas para sãs áreas sociais que serão consumidas pelos políticos corruptos da região. Se o tamanho do Estado fosse sinônimo de elevados índices de desenvolvimento social e de competência administrativa, Estados como Alagoas e Sergipe, por exemplo, deveriam ser exemplos em âmbito nacional de atendimento às necessidades dos trabalhadores. E a realidade não é essa.
Por outro lado, não basta somente votar contra a divisão no plebiscito. É preciso organizar a luta da classe trabalhadora pelo controle de suas riquezas. Se alguma coisa precisa ser dividida no Pará, com certeza não são suas fronteiras, mas a riqueza e o poder para os trabalhadores, que trabalham, mas vivem na miséria, que são maioria na sociedade, mas que não governam o Estado.
A população paraense não precisa de mais políticos e de mais fronteiras. Precisa sim que a enorme riqueza gerada em nosso Estado deixe de ser sugada por meia-dúzia de multinacionais, banqueiros e latifundiários e passe a ser investida em saúde pública de qualidade, em melhores salários para os servidores públicos, em reforma agrária, saneamento básico e num grande plano de obras públicos para combater o desemprego. Mas para isso, é preciso romper com esse modelo de desenvolvimento capitalista que destrói a natureza e super-explora os trabalhadores.
Ao invés de um plebiscito para dividir o Estado, deveríamos sim fazer um plebiscito para discutir a reestatização da Vale e da Celpa; penas mais duras para os corruptos e um plano para fazer a reforma agrária e construir comitês populares para que o povo pudesse decidir sobre como empregar o orçamento do Estado.
O Abandono e o descaso com os trabalhadores e o povo pobre é geral. De norte a sul, de leste a oeste do estado. Chamamos os movimentos sociais, partidos de esquerda, trabalhadores e estudantes para organizarmos uma campanha contra a divisão que seja classista e socialista para que possamos organizar a luta pela nossa soberania, para que os trabalhadores possam usufruir da riqueza que produzem e governar de fato a sociedade.
A divisão do Estado não é a saída, porém também não basta somente votarmos contra a divisão, pois tudo vai permanecer como está. No dia 11 de dezembro vamos votar no 55 para não dividir o Estado e lutar por:
O minério tem que ser nosso. Aumento dos impostos sobre as mineradoras!
Reestatização da Vale e da CELPA sob controle dos trabalhadores!
Contra o novo código florestal e a construção de Belo Monte!
Reforma agrária já!
Por um plano de obras públicas para combater o desemprego e a falta de moradia e saneamento!
Triplicar os investimentos em saúde e educação com o lucro das multinacionais que exploram nosso Estado (Vale, Cargil, Alcoa, Albrás etc.)!
Prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores!
Por conselhos populares que decidam sobre 100% do orçamento!
Por um governo socialista dos trabalhadores!
Fonte: blog do Pstu Belém

13 novembro 2011

Baby Show do Nicolas!

Aconteceu agora a pouco, o baby show do Nicolas,
filho dos companheiros Leo(BB) e da Luana(Caixa).
Foi uma festa linda, muito emocionante e deu para
perceber o quanto esses dois companheiros são
queridos no meio da militância. Parabéns aos dois
e tenho a certeza de que tanto o Nicolas quanto o Leo
e a Luana são pessoas importantes para a mudança da
sociedade capitalista para o socialismo. Parabéns aos
dois por esta festa linda e maravilhosa. Vejam as fotos
do evento:

 Norma(Caixa) e uma amiga sua.
 Na hora do beijo do JP e ao fundo, a companheira Flávia(BASA)
 Luana, Fátima e a Marllen
 Marlon, Luana, Fátima e a Marllen
 Idem!
 Leo(BB), Priscila, Luna(Caixa) e Marlon
 Maria Clara, bem quietinha!!!!!
Que bebê lindo: Marília, filha de Silvio e Flávia(BASA)

12 novembro 2011

Em Fortaleza, Cyro Garcia lança livro que conta a trajetória do PT .


Na noite da última sexta-feira, 4 de novembro, a cidade de Fortaleza recebeu, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), Cyro Garcia, presidente estadual do PSTU no Rio de Janeiro que, na ocasião, lançou o livro “PT: de oposição à sustentação da ordem”. A atividade foi realizada pelo Instituto Latinoamericano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese) com o apoio do Sintro, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e da CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular.

As Metamorfoses do PT
“Falar da história do PT é falar de alegrias e muitas decepções”, diz Cyro Garcia. Deparar-se hoje com o Partido dos Trabalhadores (PT) e, sobretudo com os ataques que ele tem representado ao nosso país, é sem dúvida deparar-se com a traição de uma grande história de luta que se iniciava em 1980, ano de sua fundação. Partido composto majoritariamente por sindicalistas e, naquela década, representante de uma ruptura com a lógica da diferença e com a forma de fazer campanha, a partir da década de 1990 o PT deixa de ser um partido radical e passa a ser um grande gestor do capital financeiro e mantenedor da lógica neoliberal.

Para Cyro Garcia, “Na verdade, o PT nunca foi um partido revolucionário. Ele falava em independência de massas, tinha um caráter classista, mas daí a ter uma alternativa de ruptura com o projeto burguês, nunca!”. Ainda assim, na década de 80, o PT cumpriu um importante papel na mobilização da sociedade o que o tornou referência na esquerda internacional, sobretudo na América Latina. Foi o partido que inaugurou, em seu modo de fazer política, o debate sobre a importância de realização de campanhas de independência de base e sobre a necessidade de organização de uma estrutura sindical livre do Estado. Fundada em 1983, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi um exemplo disso e, passadas quase três décadas, hoje é sinônimo de atrelamento e subserviência.

A chegada do PT a diversas prefeituras em 1988, a por pouco não eleição de Lula em 1989 e a ocupação de cargos por seus dirigentes durante a década de 1990 – não apenas cargos em instituições políticas estatais, mas também em órgãos de gestão direta do capital financeiro – foram acelerando a burocratização do partido e a mudança de sua base e composição social. Refém da lógica do mercado eleitoral, muda-se a política de alianças, e entram em jogo as campanhas milionárias, com apoio de empreiteiras e bancos privados.

No governo, o PT passava de partido que defendia a ética na política aquele dos grandes escândalos a exemplo do que foi o esquema de compra de votos de parlamentares, o mensalão, entre 2005 e 2006, período do governo Lula ou, como mais recentemente, os sucessivos escândalos envolvendo ministros durante a presidência de Dilma. Em relação aos movimentos sociais, como é o caso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o PT deixa de ser apoio e passa à cooptação; e em nível sindical, a palavra de ordem da CUT, que até então era, “Sindicato é pra lutar”, passa a ser “Sindicato cidadão”, diluindo assim, com a mudança do conceito, todo o caráter de classe tido naquela reivindicação.

O livro
O livro "PT: de oposição à sustentação da ordem" baseia-se em pesquisa realizada para tese do doutorado em História da Universidade Federal Fluminense (UFF), em abril de 2009. A pesquisa teve como ponto de partida a dissertação de mestrado em História da mesma Universidade apresentada pelo autor em 2000, quando analisava o partido desde sua fundação até 1994. Agora, o recorte abrange um período mais recente, como o que compreende as duas últimas campanhas eleitorais que levaram o PT à presidência da República.

No prefácio do livro, Valério Arcary, professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), explica que o livro de Cyro relata uma história política que foi, ao mesmo tempo, emocionante e terrível, e fala também que esta era uma publicação que fazia falta tanto porque não se havia ainda narrado uma história do PT que estivesse para além dos elogios a Lula e ao seu partido, como também porque evidencia como este partido, visando aproximar-se dos trabalhadores para ganhar votos, realizou um espantoso giro à direita.

Fortaleza
Ao final do lançamento, enquanto Cyro Garcia autografava os livros e conversava com alguns ativistas, perguntei-lhe sobre qual era a importância de reivindicar a História de um partido como o PT. Sorridente, Cyro respondeu, por meio da citação do teórico italiano Antônio Gramsci, que se podia dizer que “escrever a história de um partido significa escrever a história geral de um país”.

Perguntei-lhe, então, sobre o que representava o lançamento daquele livro na capital cearense, onde tínhamos a experiência presente de uma prefeitura municipal do PT, seus constantes ataques e a consequente ascensão de algumas categorias, como vimos com a greve municipal de professores. Cyro conta que, coincidentemente, os locais onde ocorreram os primeiros lançamentos do livro – Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre – também vêm de experiências com o PT e que, neste sentido, acredita que seu livro possa contribuir para a compreensão e dissolução do mito que se tornou esse partido e, mais ainda, de estímulo às lutas dos trabalhadores pela transformação de sua realidade.

Cyro Garcia nasceu em 1954 e em 1978 formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Concluiu o mestrado em 2000 e o doutorado em 2008, ambos em História na Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi fundador do PT e da CUT. Exerceu, entre 1992 e 1993, na condição de suplente, o mandato de deputado federal e em 1992 sua corrente, a Convergência Socialista, foi expulsa do PT. Participou em 1994 da fundação do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), integrando-lhe até os dias hoje. Em 2003 rompeu com a CUT e participou da fundação da Conlutas, atualmente CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular.

Greve dos bancários: Banco da Amazônia continua firme na greve.


Um ato na porta da matriz marcou o quadragéssimo sexto dia
de greve dos empregados do Banco da Amazônia. Várias
lideranças políticas estiveram presentes como o Deputado
Estadual Edmilson Rodrigues, Neide Solimões, Edson. O
ato tinha como finalidade o fortalecimento do Banco como
agente de desenvolvimento da Amazônia, partindo do
princípio de que o seu enfraquecimento como instituição
pública de crédito irá aumentar as disparidades regionais no
que tange ao crescimento econômico da população amazônida.
O principal mote da campanha será a destituição de toda a
diretoria do banco, que se mostrou incompente para gerir um
banco de extrema relevância para o fomento. Além disso, a
AEBA enviou para a Presidenta Dilma uma carta relatando
todos os acontecimentos de nosso banco e pedindo providências
para que se resolva o processo que está em curso na instituição:
o de transformar o banco em agência de desenvolvimento,
via processo de "bberização". Vejam as fotos do evento:
 Deputado Estadual Edmilson Rodrigues discursando na porta da matriz do BASA
  Marlon George, diretor da AEBA, no ato em frente à matriz do BASA

10 novembro 2011

GREVE no BASA: Ato em favor do Banco da Amazonia.


Na manhã desta quinta-feira a AEBA lançou campanha que tem como objetivo viabilizar a exoneração de toda a diretoria do Banco da Amazônia, em especial, do presidente, Abidias Junior.  Como primeira ação da campanha “Queremos o Banco da Amazônia no Rumo Certo”, a Associação encaminhou uma carta à presidenta, Dilma Rousseff, denunciando a realidade vivida pela instituição como a precariedade das agências, as dificuldades dos seus empregados, além das carências acumuladas pela instituição que permanece muito atrás das demais instituições financeiras. A problemática CAPAF também faz parte das denúncias e, principalmente, a má gestão e a intransigência exacerbada da diretoria do Banco nas negociações da campanha salarial.
Em solidariedade ao movimento grevista e ao lançamento da campanha estiveram presentes o deputado estadual Edmilson Rodrigues, a sindicalista Neide Solimões, do SINTSEP-PA e Marta Turra, presidenta do SEEB-RN.
Edmilson Rodrigues ressaltou em seu discurso que o banco ao deixar de cumprir com seu papel com seus empregados, deixa de lado seu comprometimento econômico social. “A greve é mais forte quando todos se unem nesse espírito de solidariedade e isso se confirma no corpo a corpo com a categoria”, enfatizou o deputado.
Já a presidenta do SEEB-RN, Marta Turra, parabenizou os bancários do Banco da Amazônia pela luta que estão travando “Os bancários têm sido atacados e desrespeitados e esses 45 dias de greve se justificam diariamente com a persistente indiferença do Banco. Os empregados já estão colocando o Banco da Amazônia no rumo certo, essa campanha tem sido iniciada pela categoria com essa luta incansável para que seus anseios sejam atendidos, e os empregados da instituição já começaram a somar esforços para que o Banco caminhe no rumo certo. Esta já é or uma greve histórica e vitoriosa, pois a categoria está convicta da luta necessária aos seus anseios enquanto empregados e à necessidade de avanços do Banco”.
Neide Solimões ponderou “É inacreditável que com tantos dias de luta, o Banco ainda não tenha se sensibilizado com a greve dos seus trabalhadores, sendo assim, que a greve continue, pois ela é justa, e essa indignação da categoria deve continuar até que suas reivindicações sejam atendidas”.
Para Marlon George, Diretor da AEBA, "precisamos continuar unidos na greve até o julgamento do dissidio, bem com mantar a posição na defesa do BASA como instituição de desenvolvimento regional", finalizou.



Marta Turra, Presidenta do SEEB-RN, e o diretor da AEBA, Marlon George
Marlon George discursando na porta da matriz do BASA

07 novembro 2011

Greve dos bancários: BASA continua firme na greve.

Hoje completa 42 dias de greve dos funcionários da Banco
da Amazônia. Uma greve histórica para a categoria e que
se originou pela intransigência da diretoria do banco em não
querer negociar com as entidades, levando a greve para os
tribunais em Brasilia. Isso fez com com os bancários se
indignassem com a diretoria e, mesmo com o interdito
proibitório, muitos colegas continuaram em greve e vão
continuar até o julgamento do dissídio coletivo, que deverá
ocorrer ainda esta semana. Hoje pela manhâ houve um ato
em frente à matriz do banco, na Pres. Vargas, onde
compareceu a Senadora Marinor Brito, dando todo apoio
à categoria, além de lideranças sindicais, como o Paulo
Braga, da CSPConlutas e  Thais Gomes,
representando a ANEL- Assembléia Nacional do
Estudantes Livres.
Thais Gomes discursando na matriz do BASA, ao lado o Diretor da AEBA, Marlon George

06 novembro 2011

Manifesto do PSTU por uma Frente de Esquerda em Belo Horizonte!




PSTU MG
 


• Falta apenas um ano para as eleições municipais de 2012. Enquanto os trabalhadores, a juventude e o povo pobre estão lutando para melhorar sua vida, os políticos que representam os banqueiros, empresários e latifundiários já pensam em como se (re) eleger.

Hoje eles estão tentando derrotar as greves e mobilizações dos trabalhadores, para defender os patrões e evitar que tenhamos conquistas. Isso é o que aconteceu nas greves dos correios e bancários, nas mobilizações de metalúrgicos, petroleiros; nas ocupações de reitorias do movimento estudantil; e recentemente na greve de 112 dias dos trabalhadores em educação. Amanhã, vão jurar que defendem os mais pobres, e que querem melhorar a educação, a saúde, o transporte, a moradia e gerar empregos.

A Disputa Nacional
Dois grandes projetos políticos vão estar em disputa nas próximas eleições. De um lado, teremos a base de sustentação do governo Dilma (PT, PMDB, PDT, PSB, PcdoB, etc) buscando eleger o maior número de prefeitos e vereadores país a fora, com o objetivo de reeleger Dilma presidenta em 2014. Do outro lado, estará a oposição de direita (PSDB, DEM e Cia), que tentará rachar a base do governo e ganhar aliados para disputar a presidência em 2014, talvez com Aécio Neves. Nenhum destes dois projetos representa as reivindicações e interesses dos trabalhadores e da maioria da população.

O governo Dilma, apesar de se apresentar como um governo democrático e popular, que diz governar para os mais pobres e garantir crescimento econômico com distribuição de renda, na verdade se utiliza da popularidade de Dilma (e de Lula) e das ilusões e esperanças que os trabalhadores têm no governo, para fazer ataques profundos aos nossos direitos: arrocho salarial, terceirização, privatizações, reforma da previdência, péssimas condições de saúde e educação, projetos de moradia e transporte que só favorecem as grandes empresas, e programas sociais compensatórios, como o bolsa-família, para os mais pobres.

Já a oposição de direita, representa o velho projeto neoliberal, que busca se apresentar como “moderno” e “que sabe administrar” para tentar enganar os trabalhadores.

Portanto, o desafio para os trabalhadores nestas eleições, é construir um terceiro campo. Contra os projetos de apoio ao governo federal e da oposição de direita, precisamos apresentar uma frente de esquerda, dos trabalhadores, socialista, que além dos partidos de esquerda, como o PSTU, o Psol e o PCB consiga unificar o movimento sindical combativo, os movimentos sociais, ambientais, de luta por moradia, a juventude.

A disputa em Minas e em BH
Em Minas, a disputa eleitoral aparece invertida. Quem governa é a direita neoliberal, representada pelo governo Anastasia e seus aliados. Um governo inimigo dos trabalhadores e da população pobre.

Em BH, quem representa este projeto é o atual prefeito Márcio Lacerda. Durante a sua gestão, Lacerda atacou salários e direitos dos servidores municipais; enfrentou com o truculência os movimentos de luta por moradia e comunidades das regiões que serão atingidas pela Copa; favoreceu as grandes empreiteiras e a especulação imobiliária na cidade.

Apesar deste papel nefasto cumprido, tanto por Lacerda, quanto por Anastasia, a maioria dos partidos que têm alguma influência no movimento sindical e nos movimentos sociais de Minas, como o PT e o PC do B, pretendem optar pelo apoio a Lacerda.

O PT vem cumprindo um papel vergonhoso: quer reeditar a aliança PT-PSDB que elegeu Lacerda nas últimas eleições. Isso é uma verdadeira traição a todos os militantes e movimentos sociais que ainda tinham alguma esperança em que o PT mineiro pudesse ser uma alternativa de luta. O PT abandona à sua própria sorte os movimentos que passaram estes anos todos lutando contra Lacerda e Anastasia. E faz isso por objetivos mesquinhos: a ocupação de cargos na prefeitura.

O PC do B, ainda considerado de esquerda por um setor importante dos movimentos sociais, já anunciou seu apoio formal a Lacerda, retirando a pré-candidatura de Jô Moraes, em troca da nomeação de Zito Vieira para a secretaria de esportes¹.

Estes fatos demonstram que nem o PT nem o PC do B estão dispostos a ser oposição consequente à prefeitura de Márcio Lacerda e ao governo Anastasia.

A Necessidade da Frente em BH
Diante deste quadro, de falta de alternativas de oposição a Márcio Lacerda, é urgente que a esquerda socialista consiga viabilizar uma candidatura unificada, que possa canalizar todo o descontentamento dos trabalhadores contra Lacerda e Anastasia e apresentar propostas que defendam os verdadeiros interesses dos trabalhadores e do povo pobre.

Por isso, o PSTU propõe a construção de uma frente de esquerda em BH, composto pelos
partidos que são oposição de fato à prefeitura e ao governo, como o PSOL e PCB, e que além disso possa aglutinar os movimento sociais da cidade em torno a esta alternativa.

Na nossa opinião, esta frente deverá se apresentar como oposição de esquerda à prefeitura de Lacerda e aos governos Anastasia e Dilma, para que possa ser uma alternativa à aliança PSDB/PSB/PT/PCdoB; não deverá aceitar coligações nem com partidos da burguesia, nem com a base de sustentação dos governos estadual e federal, rejeitando ainda qualquer figura identificada com a política tucana; deverá receber contribuições financeiras apenas dos trabalhadores, e não de empresas e bancos, denunciando o financiamento das demais candidaturas pelas grandes empresas; deverá respeitar as opiniões e a representatividade de cada organização na definição das candidaturas.

A frente deverá apresentar um programa socialista dos trabalhadores para governar BH, que comece pela defesa dos interesses mais básicos da população, como o direito ao emprego com salário digno e direitos, educação e saúde públicas, moradia e transporte público de qualidade, e termine por defender uma prefeitura dos trabalhadores, que lute pela estatização das grandes empresas, terras, e bancos para que tenha recursos para beneficiar os trabalhadores.

Para a construção desta frente, o PSTU defende a realização de reuniões e debates entre todos os interessados, que possa culminar em um Encontro dos Movimentos Sociais para definição do programa, alianças e candidaturas da frente.
Desde já, colocamos a disposição o nome da companheira Vanessa Portugal, companheira com larga trajetória de luta em BH e em nosso estado, para composição dos nomes a serem debatidos e definidos pela frente.

Nos colocamos a disposição para iniciar a construção desta frente o mais breve possível, para que possamos apresentar uma alternativa socialista para os trabalhadores de Belo Horizonte.


Belo Horizonte, 20 de Outubro de 2011

05 novembro 2011

Debate sobre a divisão do Pará!

O tema sobre a divisão do Pará está em foco na sociedade paraense. No dia
11/12 haverá o plebiscito sobre a divisão do Estado de Carajás e do Tapajós.
O Comitê Dalcídio Jurandir promoveu um debate sobre o tema na sede do
Centro Comunitário da Cidade Nova I. O debate foi muito produtivo à medida
que esclareceu para os presentes alguns pontos sobre a divisão. Compareceram
várias lideranças de Ananindeua, como também representantes do PT, PTC, RC.
Na foto, Marlon(PSTU), Daniel(RC), Fernando e Jim(PT)