22 setembro 2010

Sem negociação. Greve é a solução!


Durante apresentação da proposta global à categoria, bancos propõem 4,29% de reajuste, enquanto que o percentual reivindicado foi de 11%. Sem alternativas, a greve agora é a única forma de pressionar os banqueiros a apresentarem um novo reajuste. O indicativo de greve vai ser decidido em assembleia nesta sexta-feira (24), em Belém.

Depois de exatos 30 dias de negociações, a Fenaban rejeitou nesta quinta-feira (22) a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010, como o reajuste de 11%. Os bancos apresentaram apenas a proposta de reposição da inflação dos últimos 12 meses, que é de 4,29% segundo o INPC.

"O que os bancos estão fazendo é uma provocação aos bancários. A economia está crescendo como nunca, o lucro dos bancos aumentou em média 32% no primeiro semestre e eles oferecem apenas a reposição da inflação", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Com essa posição, os bancos não estão apostando no diálogo e sim na greve."
 
“O que os bancos apresentaram para a categoria na mesa de hoje é uma vergonha, que não condiz com a realidade de seus lucros. Nós não estamos pedindo esmolas, queremos um reajuste salarial digno, com reposição da inflação do período e mais aumento real; porém os banqueiros mais uma vez insistem em negar, não nos restando outra alternativa que não seja a greve”, adverte a presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional, Rosalina Amorim.

Os representantes dos bancos disseram na negociação desta quarta-feira que "o reajuste salarial de 11% é exageradamente alto".

O Comando Nacional reafirmou as reivindicações da categoria e deixou claro que, além dos avanços econômicos (como aumento real de salário, melhoria na PLR e valorização dos pisos), os bancários exigem melhores condições de trabalho e preservação da saúde, principalmente o fim das metas abusivas e do assédio moral, além de medidas que preservem o emprego.

Assembleia - O Comando Nacional encaminhará documento à Fenaban reafirmando a pauta de reivindicações da categoria e dando prazo até a segunda-feira, dia 27, para apresentação de nova proposta que possa ser apreciada nas assembleias do dia 28, mas em Belém, a assembleia para apreciação da proposta apreciada e deliberação da greve acontece nesta sexta-feira (24), às 19h, na sede do Sindicato – Rua 28 de setembro, 1210 – Reduto.

“Precisamos mostrar para os banqueiros que somos uma categoria forte e que merecemos sim um reajuste de 11%, afinal somos nós os responsáveis pelo aumento nos lucros dos bancos. Por isso, convido todos os bancários e bancárias da Região Metropolitana de Belém a estarem presentes nesta assembleia!”, convoca Rosalina.

O que os bancários reivindicam:

● 11% de reajuste salarial.

● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.

● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.

● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.

● Previdência complementar em todos os bancos.

● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.

● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas e fim das terceirizações.

● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.

● Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.

Fonte: Contraf-CUT, com Bancários PA/AP

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