Os ascenso da classe operária brasileira pode ser
visto pela retomada do movimento grevista e manifestações populares
como, por exemplo, as passeatas contra o aumento da passagem na cidade
de São Paulo
Manifestação dos professores por reajuste salarial
(Foto: imagem da internet)
(Foto: imagem da internet)
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foram realizadas 873 greves no ano de 2012, contra 554 no ano passado. Os dados confirmam ainda a análise realizada pelo jornal Causa Operária sobre a luta da classe operária no último período. De forma resumida, analisamos em diversas situações que o golpe de misericórdia no movimento grevista iniciado no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 foi a ação repressiva do governo FHC na greve dos petroleiros de 1995. Na ocasião, o PSDB, com a ajuda do PT, em particular de Lula, que foi à TV pedir o fim da greve, reprimiu duramente os trabalhadores petroleiros e, entre outras coisas, utilizou o Exército na usina de Cubatão, além de desferir multas pesadíssimas contra os sindicatos da categoria. O marco do início do fim desta etapa foi a ocupação da reitoria da USP, em 2007. A mobilização estudantil era o prenúncio de uma enorme mobilização da classe operária e, consequentemente, do fim do refluxo.
Os números da pesquisa divulgada no dia 23 de março pelo Dieese mostram que de 1996 a 2007as greves declinaram; em compensação, de 2008 até o presente momento, o movimento paradista cresceu e, em 2012, o número de greves foi o maior desde 1996.
Fato semelhante acontece com as manifestações de rua. Um levantamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo mostra que houve uma manifestação a quatro dias na mais importante avenida da capital paulista, a Avenida Paulista. Neste cálculo estão computadas apenas as passeatas sem autorização judicial, o que mostra ainda mais a disposição de luta da população. O último grande exemplo disto são as manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô, reajustadas de R$3,00 para R$3,20 no início deste mês.
Na gestão Gilberto Kassab (PSD), foram proibidas as manifestações nesta avenida, tradicional local de protestos na cidade. A repressão chegou a tal ponto que a cassação do direito de manifestação atingiu até mesmo os artistas de rua que, não por acaso, se concentram nos arredores da Paulista. Até mesmo a “Marcha para Jesus” foi proibida no local. O grande número de manifestações, neste sentido, expressa tanto a tendência de luta contra o governo como o de superar as medidas repressivas adotadas no período em que a classe operária exerceu pouca pressão sobre os patrões e governos, passando, assim, para uma ação mais efetiva dos trabalhadores e do povo contra a burguesia e todo o regime político burguês.
Fonte: www.pco.org.br
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