12 junho 2013

Cresce o número de greves e protestos!

Os ascenso da classe operária brasileira pode ser visto pela retomada do movimento grevista e manifestações populares como, por exemplo, as passeatas contra o aumento da passagem na cidade de São Paulo

 Manifestação dos professores por reajuste salarial
 (Foto: imagem da internet)
“Por trás de cada greve aflora o dragão da revolução”. Esta frase de Lênin contida no seu texto “Sobre as greves” revela que estas ações dos trabalhadores são um importante parâmetro do desenvolvimento revolucionário da situação política. Neste sentido, a análise feita por este periódico de que o regime político brasileiro passa por um processo de desagregação pode ser confirmada até mesmo pelos números oficiais, ou seja, por estatísticas que devem estar subestimadas.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) foram realizadas 873 greves no ano de 2012, contra 554 no ano passado. Os dados confirmam ainda a análise realizada pelo jornal Causa Operária sobre a luta da classe operária no último período. De forma resumida, analisamos em diversas situações que o golpe de misericórdia no movimento grevista iniciado no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 foi a ação repressiva do governo FHC na greve dos petroleiros de 1995. Na ocasião, o PSDB, com a ajuda do PT, em particular de Lula, que foi à TV pedir o fim da greve, reprimiu duramente os trabalhadores petroleiros e, entre outras coisas, utilizou o Exército na usina de Cubatão, além de desferir multas pesadíssimas contra os sindicatos da categoria. O marco do início do fim desta etapa foi a ocupação da reitoria da USP, em 2007. A mobilização estudantil era o prenúncio de uma enorme mobilização da classe operária e, consequentemente, do fim do refluxo.
Os números da pesquisa divulgada no dia 23 de março pelo Dieese mostram que de 1996 a 2007as greves declinaram; em compensação, de 2008 até o presente momento, o movimento paradista cresceu e, em 2012, o número de greves foi o maior desde 1996.
Fato semelhante acontece com as manifestações de rua.  Um levantamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo mostra que houve uma manifestação a quatro dias na mais importante avenida da capital paulista, a Avenida Paulista. Neste cálculo estão computadas apenas as passeatas sem autorização judicial, o que mostra ainda mais a disposição de luta da população. O último grande exemplo disto são as manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô, reajustadas de R$3,00 para R$3,20 no início deste mês.
Na gestão Gilberto Kassab (PSD), foram proibidas as manifestações nesta avenida, tradicional local de protestos na cidade. A repressão chegou a tal ponto que a cassação do direito de manifestação atingiu até mesmo os artistas de rua que, não por acaso, se concentram nos arredores da Paulista. Até mesmo a “Marcha para Jesus” foi proibida no local. O grande número de manifestações, neste sentido, expressa tanto a tendência de luta contra o governo como o de superar as medidas repressivas adotadas no período em que a classe operária exerceu pouca pressão sobre os patrões e governos, passando, assim, para uma ação mais efetiva dos trabalhadores e do povo contra a burguesia e todo o regime político burguês. 
Fonte: www.pco.org.br

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