Em
apenas cinco dias de greve geral da categoria bancária, mais de nove
mil agências e locais de trabalho foram fechadas. Isso demonstra a
experiência acumulada da categoria, após anos seguidos de greves,
demonstra sua vontade de lutar. O
governo Dilma (através do BB e da CEF) e os banqueiros, não respeitando
a decisão dos trabalhadores, promovem vários tipos de ameaças e abusam
de práticas antissindicais e antigreve.
O
BB, por exemplo, gastou mais de R$ 2 milhões no aluguel de cinco
prédios na cidade de SP para fazer contingenciamento, ou seja, forçar os
bancários a se transferirem de seus locais de trabalho para escritórios
improvisados, na tentativa de furar a greve. Antes, divulgou em boletim
a todos os funcionários que pode sim demitir por “ato de gestão”, o
que, na verdade, contraria acórdão do Supremo Tribunal Federal no qual
esclarece que a demissão imotivada não é permitida em empresas públicas
ou sociedades de economia mista que prestem serviços públicos. Mas, esse
tipo de “informação suja” do BB, enviada a todos os trabalhadores em
pleno período de campanha salarial, é uma clara tentativa de
intimidação.
Além
disso, os trabalhadores ligados à área negocial (como assistentes e
gerentes nas agências), que recebem uma comissão ligada à função e um
valor extra a título de PLR de acordo com o alcance de metas abusivas,
sofrem ameaças de “descomissionamento” (perda do cargo), caso decidam
aderir à paralisação. Vale ressaltar que o movimento é nacional e quanto
maior a adesão, menos condições o banco vai ter para ameaçar quem fez
greve. A união dos trabalhadores de todos os setores do banco é nossa
única arma contra a truculência dessa diretoria patronal do BB! O
contrário também é verdadeiro: quem fura-greve prejudica o colega que
aderiu à paralisação e atrapalha a luta por reajuste salarial para
todos! Por isso, é hora de intensificar os piquetes e garantir a mais
ampla adesão à greve!
Já
os bancos privados, além do contingenciamento, ameaçam demitir quem
fizer greve e buscam obter “interditos proibitórios” na Justiça para
reabrir, na marra, agências e locais de trabalho fechados pela greve.
Garantir a participação dos bancários pra avançar!
Diante
desse quadro, para intensificar o movimento, é necessário que as
assembleias não sejam convocadas apenas para informar e referendar a
continuidade da greve. É preciso convocar os delegados sindicais do BB e
da CEF e os bancários que já aderiram à paralisação para eleger
comandos de greve e permitir que esses comandos eleitos pela base
decidam onde e como fazer para paralisar o maior número de unidades.
Somente
convocando e garantindo a real participação dos bancários no movimento
grevista é que começaremos a transformar a cultura de “greve de pijama”
(greve onde os bancários ficam em casa) em greves mais intensas e
radicalizadas. Os piquetes deixarão de ser apenas de esclarecimento e
orientação aos clientes e usuários e passarão a paralisar de fato os
locais de trabalho.
Porém,
se as direções sindicais continuarem “terceirizando” piquetes
(contratando pessoal de apoio pra ficar na porta das agências) e agindo
como se a greve fosse responsabilidade exclusiva dos dirigentes das
entidades sindicais, a categoria vai ficar cada vez mais distante de
tomar para si os rumos do movimento. É necessário avançar e parar todo o
sistema financeiro. O grande número de unidades fechadas demonstra a
grande vontade de luta da categoria, e se lhe for dada as condições para
sua plena e democrática participação, nossa força se multiplicará.
Fonte: www.marxismo.org.br
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