DIRCEU NA LAVA JATO l Ninguém pode dizer que foi uma surpresa. Na manhã desta segunda, 3, o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula (PT), José Dirceu, foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Sua prisão preventiva foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele já cumpria pena de prisão domiciliar em Brasília por conta do escândalo de corrupção conhecido como mensalão.
Dirceu foi preso com o irmão, Luiz Eduardo Oliveira e Silva, sócio de sua antiga empresa de "consultoria" e o ex-assessor Roberto Marques. A polícia nomeou a nova fase da operação de "Pixuleco", nome que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, dava às propinas que tomava das empresas com contratos com a Petrobrás.
José Dirceu é acusado de receber propina na forma de pagamento de consultoria. Por meio da delação premiada, o empreiteiro Júlio Camargo, da Camargo Correa, afirmou que repassou R$ 4 milhões a Dirceu. A empresa aberta por Dirceu, a JD Assessoria e Consultoria, é investigada junto a outras 31 empresas por lavagem de dinheiro. A empresa de Dirceu recebeu dinheiro ainda da EMS, OAS, UTC, Monte Cristalina, Ambev, entre outras, que pagaram valores que totalizariam R$ 9,5 milhões. Por serviços não realizados, ou seja, propinas, teria recebido outros R$ 39 milhões, segundo a Polícia Federal.
José Dirceu é a triste expressão do que se transformou o PT. Não é coincidência que o antigo dirigente petista tenha sido um dos principais executores de sua guinada à direita e adaptação do partido à ordem burguesa. Não é também coincidência que Dirceu tenha sido o dirigente que se colocou à frente da expulsão da então corrente Convergência Socialista do PT (a principal corrente que daria origem ao PSTU), por esta corrente defender o "Fora Collor". José Dirceu atuou para transformar o PT como os outros, e aceitou todo o pacote que isso implicava: das políticas neoliberais à corrupção.
Fora do poder, se tornou lobista de bilionários como o mexicano Carlos Slim. Ou seja, há muito o seu nome já não representa nada para os trabalhadores. Esterilizou o PT e virou serviçal de grandes burgueses, e ele mesmo um burguês menor.
A tarefa da esquerda e dos trabalhadores não é, portanto, denunciar a prisão de José Dirceu como uma “injustiça”, ou um ataque ao movimento. Mas, ao contrário, exigir a prisão de todos os corruptos, incluindo o picareta Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que o PSDB defende, e o confisco de todos os seus bens, além da estatização das empresas e empreiteiras envolvidas no esquema da Lava Jato.
Leia mais sobre José Dirceu http://www.pstu.org.br/node/20147
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(assessoria)
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