30 maio 2014

Longe de sindicatos, mobilizações se multiplicam no país, junto com a CSPConlutas!


Nos primeiros dias de maio a cobradora Maura Lúcia Gonçalves e outros três colegas organizaram pela primeira vez uma passeata. Insatisfeitos com o reajuste de 10% assinado pelo sindicato em abril, que elevou o salário dos motoristas para R$ 1.957,86, eles conduziram "debaixo de chuva" 500 rodoviários pelas ruas do Rio. A marcha não teve muita repercussão. Maura pediu ajuda a conhecidos do sindicato dos petroleiros do Rio e da Central Sindical Popular, a Conlutas. Conseguiu imprimir panfleto, emprestou um carro de som e, em paralelo, passou a convocar "no boca a boca e pelas redes sociais" os funcionários que, como eles, não estavam satisfeitos com os termos da convenção coletiva. Uma das principais reclamações dos rodoviários do Rio é a dupla função, instituída em 2003, que obriga motoristas a atuarem também como cobradores. No dia 8 de maio aconteceu a primeira grande paralisação, com quase 500 ônibus depredados. Na semana seguinte, 30 mil dos 40 mil rodoviários do Rio cruzaram os braços por dois dias.

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25 maio 2014

Fifa garante lucro recorde na Copa de 2014 no Brasil!


Apesar de dizer que o objetivo não é ganhar dinheiro com a Copa 2014 no Brasil, a Fifa já garantiu receita recorde com o Mundial do ano que vem. Isenta pelo governo brasileiro de pagar aproximadamente R$ 1 bilhão em impostos e com mais de 900 contratos comerciais fechados, a entidade ganhará no mínimo R$ 8,8 bilhões com o torneio. Apesar das manifestações do povo brasileiro, a Fifa não deve abrir mão de realizar a Copa mais lucrativa de sua história.

A Copa no Brasil terá receita de pelo menos R$ 1,7 bilhão superior à do Mundial da África do Sul, em 2010, que rendeu aproximadamente R$ 7 bilhões. A edição de 2006, na Alemanha, gerou R$ 4,4 bilhões, metade da receita conseguida no Brasil. Segundo reportagem publicada no Portal Copa 2014, até o começo de 2012, a Fifa já havia assinado 921 vínculos (ligados às comunicações, ao marketing e à venda de pacotes de turismo) nas 12 cidades-sede.

O mundial e as despesas do governo!

19 maio 2014

15M é marcado por protestos e repressão.

Dia internacional de luta contra as injustiças da Copa contou com manifestações em todo o país

Ato no Rio de Janeiro durante o 15M
Foto Agência Brasil

Quase um ano após junho e a menos de um mês do início dos jogos, o dia internacional de luta contra as injustiças da Copa mostrou que segue a disposição de luta dos trabalhadores e da juventude. Manifestações, cortes de estradas e greves deram o tom do 15M em todo o país. No centro das reivindicações: moradia, transporte, saúde e educação, contra os bilhões gastos com as empreiteiras para a Copa.
Além de expressar a revolta da população contra os gastos da Copa, o dia de mobilizações integrou as diversas categorias em luta. O dia de mobilizações foi integrado ao calendário definido pelo Espaço Unidade de Ação, da qual a CSP-Conlutas faz parte, e que realizou o encontro "Na Copa vai ter Luta" em março.

Foto Sérgio Koei
São Paulo
Em São Paulo, o 15M começou cedo com uma assembleia dos metroviários do setor da manutenção e uma passeata pelas ruas do centro logo de madrugada. De manhã bem cedo, as famílias da Ocupação Esperança, de Osasco, organizadas pelo movimento Luta Popular, bloquearam a Rodovia Anhanguera, importante via industrial do estado, com pneus e faixas, exigindo moradia digna.
Os metalúrgicos paralisaram 15 fábricas e realizaram um ato na Zona Norte da cidade. Os professores municipais em greve também realizaram uma manifestação que reuniu mais de 10 mil pessoas. A greve dos professores se enfrenta com a prefeitura de Fernando Haddad (PT) e exige não só reajuste, mas ampliação do número de vagas, redução do número de alunos por sala de aula, entre outras medidas em defesa da educação pública no município.
No final do dia, um grande ato unificado tomou a Avenida Paulista reunindo algo como 5 mil pessoas. Meia hora após o início do protesto, a Tropa de Choque da Polícia Militar investiu com violência contra o protesto, com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Vários ficaram feridos, incluindo jornalista. Uma mulher que sequer fazia parte da manifestação foi atingida por uma bala de borracha no rosto.
Rio de Janeiro
Cerca de 3 mil pessoas saíram da Central do Brasil e fizeram uma passeata pela Avenida Presidente Vargas até a frente da prefeitura do Rio. Os manifestantes exigiam mais investimentos em saúde, educação e habitação e questionaram os gastos públicos com a Copa. Participaram várias categorias em luta, como as redes estadual e municipal de educação do Rio, os servidores públicos federais, entre outras.
Assim como em São Paulo e em outras cidades do Brasil, o dia começou agitado na capital carioca. Mais de mil profissionais de educação das redes municipal e estadual que estão em uma greve unificada por melhores salários e condições de ensino realizaram uma assembleia no Club Municipal, na Tijuca, subúrbio do Rio, onde decidiram pela continuidade da greve.
A tarde foi a vez dos rodoviários, que em uma rápida assembléia, avaliaram o movimento que parou a cidade por 48 horas nos dias 13 e 14 de maio, e decidiram realizar uma nova assembleia na próxima terça-feira, 20 de maio, onde podem decidir por novas paralisações, desta vez com a adesão de rodoviários de outras cidades da região metropolitana.
No final da tarde, ocorreu a concentração das entidades e movimentos que convocaram o 15M em frente a Central do Brasil e, apesar do forte aparato de repressão, os manifestantes dialogaram com a população que transitava pelo local retornando do trabalho. Depois, cerca de 3 mil pessoas iniciaram uma passeata pela Avenida Presidente Vargas em direção à prefeitura da cidade.
Pará
Em Belém, um protesto unificado reuniu mais de 1500 pessoas, entre estudantes e ativistas do movimento popular. Na capital paraense, o protesto ocorreu também contra o aumento das passagens do transporte público. Antes do ato, a ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre) realizou um ato na Universidade Federal do Pará e um “catracaço”, pulando as roletas do ônibus em protesto contra o aumento.
Alagoas
Em Maceió, aconteceram atos e mobilizações desde cedo contra as injustiças da Copa. Às 6 horas da manhã já se podia ver a movimentação na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Estudantes, a Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL) e o DCE UFAL Quilombo dos Palmares, junto aos servidores técnicos, promoveram um “trancaço” na entrada da Universidade. Este ação somou-se ao ato “Negocia, Dilma”, do Sindicato dos trabalhadores da UFAL (SINTUFAL). Os servidores estão em greve desde o dia 17 de março, e tentam negociação com o governo federal, que se recusa a atendê-lo.
Na Copa vai ter luta!
O dia de mobilizações mostrou a revolta da população contra as injustiças da Copa, as remoções forçadas e os bilhões gastos com o evento. Também serviu como um passo na unificação dessas lutas com as diversas categorias em greve ou mobilizadas em todo o país, que lutam contra o descaso com os serviços públicos e a corrosão dos salários causada pela inflação.
O governo Dilma, além de não atender as reivindicações, desdenhou dos protestos, classificando-o como um “fracasso”.  “Se foi sincera em sua declaração, a presidenta apenas mostra que não está entendendo nada do que acontece no país”, critica Zé Maria, presidente nacional do PSTU e pré-candidato à República. “O descontentamento dos trabalhadores, da juventude, do povo pobre nas periferias das grandes cidades está crescendo a olhos vistos, vamos ter mais luta até a Copa; e depois dela também” afirma.
Com informações dos núcleos de comunicação do PSTU-SP, PSTU-Rio, PSTU-Pará, PSTU-Alagoas

08 maio 2014

Notícia do jornal 'Valor' surpreende meios políticos.

Jornal do Brasil 
Arrecadação recorde do Partido dos Trabalhadores em ano não eleitoral 
O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) registrou recorde de arrecadação em ano não eleitoral (2013), alerta matéria publicada pelo jornal Valor Econômico na quarta-feira (7). Foram R$ 79,7 milhões captados de empresas, 57,3% a mais que o registrado no ano não eleitoral anterior, 2011. Entre as maiores doadoras, figuram justamente algumas das empreiteiras que protagonizam os maiores escândalos deste país. A notícia espanta os meios políticos, o que justifica sua reprodução neste espaço, e não deve ser singular, tem que vir acompanhada de medidas do Ministério Público. São notícias como essa que chocam cada vez mais os brasileiros, aumentando a desesperança no poder público de um país contaminado pelos corruptores.

Os principais doadores, ressalta o jornal, foram justamente as empresas que têm interesse em projetos e influência no governo federal - as já conhecidas empreiteiras, como Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS; o frigorífico JBS, empresas de transporte e de engenharia ambiental. A Camargo Correa foi a maior doadora da legenda, com R$ 12,3 milhões. Ela recebeu R$ 592,6 milhões em pagamentos por obras e serviços prestados ao governo federal no ano passado, reforça o Valor.

O JB vem falando sobre a participação dessas empresas nos principais casos de corrupção, sem serem efetivamente punidas, e a necessidade dos brasileiros verem respostas efetivas para os desmandos impetrados. A corrupção comanda um processo de anomia no país, com abusos em todas as esferas que contaminam a sociedade, que acaba desacreditada. Isso se reflete na revolta que faz diversos brasileiros desafiarem a justiça continuamente, vide os casos de bala perdida, "justiceiros", manifestações com depredações do patrimônio, entre outros casos que vêm assustando a população.

De acordo com a reportagem do Valor, baseada na prestação de contas do PT encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se levarmos em conta apenas a contribuição dessas empresas para custear as atividades partidárias, 2013 foi o ano de maior arrecadação desde 2007, quando o TSE iniciou a divulgação desses dados na internet. Entre as empresas que mais contribuíram, logo após a Camargo Correa, vem a Revita Engenharia, com R$ 8 milhões, a JBS, também com R$ 8 milhões, a Queiroz Galvão, com R$ 7 milhões, a OAS, com R$ 6,67 milhões, e a Odebrecht, com R$ 6 milhões.
Blog do mocorongo

05 maio 2014

Com inflação em alta e escândalo na Petrobras, cai intenção de votos de Dilma!

Desgaste do governo não é capitalizado pela oposição de direita

Quase um ano após as mobilizações de junho, nada foi feito em relação às principais reivindicações colocadas nas ruas, como saúde e educação. Mesmo a tarifa do transporte público, estopim para a onda de protestos, passa hoje por uma nova rodada de aumentos. Com isso o governo Dilma, identificado pela população como o responsável por essa situação, se desgasta cada vez mais.
 De acordo com levantamento do Instituto MDA, encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e divulgado nesse dia 29 de abril, houve uma nova queda nas intenções de voto de Dilma. A pré-candidata do PT à reeleição caiu de 43,7% para 37%, uma significativa redução de 6,7%. Ao mesmo tempo, a avaliação positiva do governo também caiu de 36,4% para 32,9%.
Pouco antes dos protestos, Dilma contava com 55% de aprovação, segundo pesquisa CNI/Ibope. Em julho, após as manifestações que varreram o país, a popularidade do governo despencou para 31%. De lá até o final do ano, houve uma relativa recuperação, chegando a atingir 43%. Mas desde o início, ocorre uma degradação crescente desses índices, chegando a se aproximar hoje da popularidade de junho do ano passado. Mais que isso, pela última pesquisa divulgada, o desempenho pessoal de Dilma, com 47,9% de aprovação, é até mesmo inferior ao registrado em julho último, quando marcava 49,3%.
Inflação e corrupção
Segundo avaliação da CNT, o resultado da aprovação e da intenção de votos de Dilma reflete a queda na avaliação dos indicadores sociais."Houve uma deterioração de todos os índices sociais: emprego, renda, saúde, educação", afirmou em coletiva à imprensa o Diretor-executivo da entidade, Bruno Batista. Além disso, o escândalo da Petrobras teria também atingido a presidente, assim como a alta da inflação, sobretudo dos alimentos, no último período.
À inflação se somam também as recentes notícias que mostram a desaceleração da economia e seus efeitos sobre os trabalhadores, como a ameaça de demissão em massa pelas montadoras. As mesmas que já receberam bilhões em subsídios e isenções do Governo Federal. Além disso, dados do Banco Central mostram o aumento do endividamento das famílias. Segundo o banco, 45,86% do orçamento familiar é destinado ao pagamento de dívidas com os bancos, um número recorde.
Diante dos números e temendo pelas próximas eleições, Dilma realizou um pronunciamento para o 1º  de maio anunciando a correção da tabela do Imposto do Renda e o reajuste do Bolsa Família. No entanto, a correção da tabela, de 4,5%, está muito abaixo da estimativa de inflação para 2014, calculada em pelo menos 6%. Segundo o Sindifisco Nacional, a defasagem da tabela está em 61,42%. Já o reajuste do Bolsa Família vai custar ao governo R$ 1,7 bilhão este ano. Menos do que o país vai gastar com segurança e repressão durante um mês de Copa do Mundo, ou R$ 1,9 bilhão.
Construir alternativa nas lutas e eleições
A pesquisa que mostra a queda na popularidade e intenção de votos de Dilma revela também que se mantém uma tendência já observada nos meses anteriores. O desgaste do governo do PT não está sendo capitalizado, pelo menos não na mesma proporção, pela oposição de direita. A pesquisa do CNT/MDA mostra uma leva alta na intenção de votos de Aécio Neves, de 17% para 21,6%, mas isso pode ser relativizado pelo fato de a pesquisa ter sido realizada logo após a propaganda partidária do PSDB na TV. Eduardo Campos (PSB), por sua vez, apenas oscilou de 9,9% para 11,8%, o que está dentro da margem de erro. Ou seja, a população e os trabalhadores que confiavam no governo e estão se decepcionando, não querem também a volta da direita tradicional.
Isso mostra a importância da construção e fortalecimento de uma alternativa à esquerda, claramente socialista, que expresse em seu programa as jornadas de junho e as transformações que o país precisa.
Fonte: www.pstu.org.br