Nesta quarta-feira (6), mais de 800 bancários demonstraram sua disposição de luta e de mobilização contra o plano do Banco do Brasil em reduzir a carga de oito para seis horas, com redução de salários.
A categoria compareceu em peso ao ato, com paralisação de uma hora, realizado em frente ao prédio administrativo do Banco do Brasil, na Avenida São João, região central de São Paulo. Os bancários de outro setor administrativo do CSI (Centro de Suporte Imobiliário), também realizaram uma assembleia massiva, na rua 15 de Novembro, no centro.
Esses trabalhadores são contra o plano do Banco do Brasil que prevê a redução do horário de trabalho com corte nos salários que, em média, chegam a 16% na remuneração final para alguns setores administrativos do Banco.
Entre as principais reivindicações estão a realização de uma assembleia para votar uma mobilização nacional, com greve de 24 horas, e a construção da greve por tempo indeterminado contra esse ataque.
A integrante do MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária) da CSP-Conlutas, Juliana Oliveira criticou a postura do Sindicato dos Bancários que não organizou a resistência os trabalhadores, mesmo já tendo o conhecimento dos planos do banco.
“O Sindicato não organizou os trabalhadores e quando tomou uma atitude chamou uma plenária na qual não podíamos votar nada. Queremos e exigimos que o Sindicato convoque uma assembleia para que a base possa votar e decidir a melhor defesa contra o banco”, ressaltou.
Juliana destacou a necessidade de uma ação judicial contra o plano e de exigir um posicionamento do governo. “Queremos a assembleia, mas também que o Sindicato entre com uma ação jurídica a exemplo do Sindicato dos Bancários do Rio fez contra o plano. Temos também que cobrar do governo Dilma se posicione contra a postura do Banco”, disse.
O membro do MNOB, Bento José, ressaltou que os bancários não estão satisfeitos e que por isso é importante chamar unidade de todos os setores. “Quem decide se tem greve, ação judicial ou paralisação de 24 horas não é diretoria e sim a base. Queremos uma rodada nacional de assembleias para votar esse encaminhamento”, destacou.
As falas dos representantes do MNOB foram aplaudidas pelos bancários e fizeram um contraponto com as vaias recebidas pelos representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Os dirigentes do sindicato tentavam a todo momento justificar que o motivo de não chamar uma assembleia era de a categoria não estar mobilizada o suficiente.
Argumento que foi rebatido pelo membro da Intersindical (Oposição Coletivo Avesso) Ubiratan Kuthlmann, o Bira. “O Sindicato diz que tem que haver disposição de luta para uma mobilização, mas o que eu vejo neste grande ato, com a participação massiva dos bancários, é disposição de luta. Vamos concretizar isso em mais luta e greve”, finalizou.
Agora a Oposição vai coletar assinaturas suficientes para convocar uma assembleia, baseada no artigo 86 do Estatuto do Sindicato dos Bancários de São Paulo no qual é estabelecido que: “Assembleias Gerais Extraordinárias podem ser convocadas por 1% dos associados, os quais especificarão os motivos da convocação e assinarão respectivo edital ”.
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