por Avanilson Araújo[1]
Recentes matérias veiculadas na
imprensa dão conta de que a CUT e o PT esboçam uma reação ao que seria uma
tentativa de golpe da mídia e de setores da direita, no esquema que ficou
conhecido como “Mensalão”, no momento em que o STF (Supremo Tribunal Federal)
se prepara para julgar o caso.
O Mensalão foi o maior escândalo de
corrupção do governo Lula. Entre aqueles que ficaram chocados e incrédulos, há
os fatos. O esquema envolvia o pagamento de “mensalidades” aos deputados para
votarem projetos de interesse do governo, além disto, o esquema envolvia
favorecimentos ilegais de empresas, corrupção ativa, lavagem de dinheiro,
gestão fraudulenta e evasão de divisas. Esses são os crimes que o STF irá
julgar no próximo período.
Mas será então que isto foi uma
tentativa de golpe da mídia e da direita ou absurda adaptação do PT ao estado,
aprofundando-se num antro de corrupção nunca antes visto?
Segundo o presidente da CUT, Artur
Henrique, ao expor sua tese de uma possibilidade de golpe da direita: “Basta aprofundar o processo eleitoral
elegendo um Congresso conservador para se utilizar da legislação para derrubar
um presidente”. Em outro trecho cita que irá defender os atos de corrupção
no governo Lula: “Não temos vergonha de
defender o que foi feito no governo do presidente Lula”.[2]
Quer dizer que se aprofundarmos a
democracia corremos o risco de um golpe?
Em 2005 e 2006 o então Deputado
Federal Gustavo Fruet (PSDB) foi uma das principais vozes da oposição de
direita no Brasil, ao lado de figuras como Álvaro Dias (PSDB), Demóstenes
Torres (ex-DEM – do esquema de Carlinhos Cachoeira) e outras figuras da velha
direita que denunciaram o mensalão, esquema parecido com o ocorrido no governo
FHC, mas que agora atingia Lula, a maior liderança operária construída no país
nos últimos anos.
Fruet foi uma voz estridente contra o
governo Lula, o que nos faz deduzir pelo raciocínio do PT e da CUT que poderá
ter sido também um dos principais articuladores de um golpe contra o governo
Lula.
Mas, para a surpresa de alguns, veio
o processo eleitoral de 2012 e quem o PT (a mesma tendência de Lula e de José
Dirceu) impuseram como opção para a base social do PT e para seus filiados? Fruet...
Isto mesmo, Gustavo Fruet. Numa aliança construída diretamente pelos senadores
petistas Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
É preciso questionar se Gustavo Fruet
deixou de ser um eventual golpista ou se o PT fez uma aliança com ele, mesmo
sabendo desta condição.
Nem Gustavo Fruet (agora no PDT) nem
os “mensaleiros” têm qualquer base moral para falar em ética ou compromisso com
os trabalhadores. Os “esquemas” da governabilidade os colocam na mesma
situação, daqueles que têm rabo preso com que determinam para que eles devem
governar e que, com certeza, não é para o povo trabalhador.
Cabe retomar a pergunta do título
deste breve artigo: então em Curitiba o
PT está apoiando um suposto golpista?
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