11 julho 2012

Mensalão: então em Curitiba o PT está apoiando um suposto golpista?


por Avanilson Araújo[1]
Recentes matérias veiculadas na imprensa dão conta de que a CUT e o PT esboçam uma reação ao que seria uma tentativa de golpe da mídia e de setores da direita, no esquema que ficou conhecido como “Mensalão”, no momento em que o STF (Supremo Tribunal Federal) se prepara para julgar o caso.
O Mensalão foi o maior escândalo de corrupção do governo Lula. Entre aqueles que ficaram chocados e incrédulos, há os fatos. O esquema envolvia o pagamento de “mensalidades” aos deputados para votarem projetos de interesse do governo, além disto, o esquema envolvia favorecimentos ilegais de empresas, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Esses são os crimes que o STF irá julgar no próximo período.
Mas será então que isto foi uma tentativa de golpe da mídia e da direita ou absurda adaptação do PT ao estado, aprofundando-se num antro de corrupção nunca antes visto?
Segundo o presidente da CUT, Artur Henrique, ao expor sua tese de uma possibilidade de golpe da direita: “Basta aprofundar o processo eleitoral elegendo um Congresso conservador para se utilizar da legislação para derrubar um presidente”. Em outro trecho cita que irá defender os atos de corrupção no governo Lula: “Não temos vergonha de defender o que foi feito no governo do presidente Lula”.[2]
Quer dizer que se aprofundarmos a democracia corremos o risco de um golpe?
Em 2005 e 2006 o então Deputado Federal Gustavo Fruet (PSDB) foi uma das principais vozes da oposição de direita no Brasil, ao lado de figuras como Álvaro Dias (PSDB), Demóstenes Torres (ex-DEM – do esquema de Carlinhos Cachoeira) e outras figuras da velha direita que denunciaram o mensalão, esquema parecido com o ocorrido no governo FHC, mas que agora atingia Lula, a maior liderança operária construída no país nos últimos anos.
Fruet foi uma voz estridente contra o governo Lula, o que nos faz deduzir pelo raciocínio do PT e da CUT que poderá ter sido também um dos principais articuladores de um golpe contra o governo Lula.
Mas, para a surpresa de alguns, veio o processo eleitoral de 2012 e quem o PT (a mesma tendência de Lula e de José Dirceu) impuseram como opção para a base social do PT e para seus filiados? Fruet... Isto mesmo, Gustavo Fruet. Numa aliança construída diretamente pelos senadores petistas Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
É preciso questionar se Gustavo Fruet deixou de ser um eventual golpista ou se o PT fez uma aliança com ele, mesmo sabendo desta condição.
Nem Gustavo Fruet (agora no PDT) nem os “mensaleiros” têm qualquer base moral para falar em ética ou compromisso com os trabalhadores. Os “esquemas” da governabilidade os colocam na mesma situação, daqueles que têm rabo preso com que determinam para que eles devem governar e que, com certeza, não é para o povo trabalhador.
Cabe retomar a pergunta do título deste breve artigo: então em Curitiba o PT está apoiando um suposto golpista?


[1] Presidente estadual PSTU-PR, Advogado, candidato a prefeito de Curitiba.
[2] Jornal Gazeta do Povo, edição de 10.07.12, Pág. 16.

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