A devassa na Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará, feita pelo Ministério Público Estadual, juntamente com policiais da Polícia Civil, sob o comando do delegado Rogério Moraes, da DIOE, a Delegacia de Investigações e Operações Especiais, certamente acaba por esfarinhar a credibilidade do deputado tucano Manoel Pioneiro (foto). Afinal, ela se dá oito dias depois da divulgação das conclusões do simulacro de sindicância patrocinado pelo novo presidente da Alepa, encenada por uma comissão presidida por Geraldo Rocha Cavaleiro de Macedo Pereira Filho e também constituída por Vera Lúcia Faraco Maciel e Cláudio da Silva Carvalho. As conclusões da comissão, na verdade um embuste que ofende o decoro e agride a inteligência, varrem para baixo do tapete os indícios de um colossal desfalque, reduzidos, na versão oficial, a suspeitas de ilícitos restritas a Mônica Alexandra da Costa Pinto, comissionada nomeada por Domingos Juvenil chefe da Seção da Folha de Pagamento, e só demitida por Domingos Juvenil ao final de seu mandato, quando vazou a notícia sobre um colossal desfalque.
São robustas as evidências de que o desfalque atribuído a Mônica Alexandra da Costa Pinto, ex-chefe da Seção da Folha de Pagamento, em um primeiro momento estimado em R$ 2 milhões, chega, em verdade, a R$ 6 milhões e obviamente envolve a máfia legislativa, que comanda a burocracia do Palácio Cabanagem. Na esteira do escândalo do desfalque vazou também que a Alepa trabalha com duas folhas de pagamento. São fortes os indícios de que há quase 20 anos existe uma folha de pagamento fictícia, para consumo externo, e outra real, mas secreta, que embute aberrações como desrespeito ao redutor constitucional, remuneração indevida e concessão ilegal de vantagens.
As circunstâncias sugerem que o novo presidente da Alepa aposta, mesmo, na impunidade que historicamente blinda os envolvidos em falcatruas no Palácio Cabanagem, onde, nas últimas décadas, lei é potoca, como evidencia o episódio do Plano de Cargos e Salários. Obviamente em troca de privilégios e/ou movidos pelo corporativismo, até mesmo deputados supostamente comprometidos com princípios éticos – como Arnaldo Jordy e João Salame – permaneceram silentes, a despeito de desmoralizados pelo ex-deputado peemedebista Domingos Juvenil, então presidente da Alepa. Na undécima hora Juvenil tirou do bolso do colete um Plano de Cargos e Salários imoral e ilegal, aprovado pela maioria dos deputados, dentre os quais Jordy e Salame, sem tugir e nem mugir.
Fonte: blog do Barata
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