28 março 2010
Sem diálogo, Banco da Amazônia prepara extinção da agência Porto Alegre!
Crédito: SindBancários
O Banco da Amazônia anda na contramão do diálogo. A instituição não respondeu as correspondências enviadas pela Contraf-CUT, Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) reivindicando a manutenção da agência Porto Alegre, uma vez que o Conselho de Administração decidiu no dia 29 de janeiro encerrar as suas atividades.
Enquanto silencia, o banco prepara o fechamento da unidade para o próximo dia 14 de maio. Os clientes já estão sendo inclusive avisados e um cartaz foi afixado na fachada interna da agência.
Presidente faz reunião-surpresa com os funcionários
No início da manhã do dia 18, o presidente do Banco da Amazônia, Abidias José de Sousa Júnior, fez uma reunião-surpresa com os funcionários, explicando que a extinção ocorre em função da política de centralizar a atuação na Região Amazônica. Ele garantiu a realocação dos interessados em outras dependências, a critério do empregado.
Abidias também informou que os funcionários que optarem pelo desligamento terão os mesmos benefícios concedidos por ocasião do fechamento da agência Rio de Janeiro. Após o contato com os trabalhadores, voltou para Belém, sem qualquer diálogo com o Sindicato.
Descaso com a representação dos bancários
"Ao optar por ignorar as entidades sindicais e representativas e dialogar diretamente com os funcionários, no melhor estilo neoliberal, o presidente do banco desrespeita o processo de negociação coletiva, o que é inaceitável numa empresa pública", critica o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, que conversou com os empregados na quinta-feira, dia 25, junto com o diretor do SindBancários, Sérgio Teixeira.
"Ele perdeu uma excelente oportunidade para discutir com o movimento sindical os motivos que levaram o banco a fechar a agência. A nosso ver, essa medida se contrapõe à política do governo federal de fortalecimento dos bancos públicos para ampliar o crédito e melhorar a prestação de serviços aos clientes e usuários", destaca Sérgio.
Na avaliação da Contraf-CUT, SindBancários, é positivo a abertura de agências na Região Amazônica, a exemplo da unidade em Várzea Grande, no Mato Grosso, inaugurada nesta semana. Mas a manutenção de agências em outras regiões do Brasil, como Porto Alegre, São Paulo e Brasília, é estratégica para o crescimento da instituição, considerando-se que muitas empresas atuam hoje em todo país e a existência de uma rede nacional é importante para qualificar o atendimento, a realização de negócios e o fortalecimento da instituição.
"O fechamento da agência Porto Alegre é uma verdadeira crônica da morte anunciada, uma vez que o banco não investiu para revitalizar a unidade, há muitos anos não realiza concurso público na capital gaúcha, quase todos os funcionários já estão aposentados pelo INSS e a reestruturação ocorrida há dois anos encolheu ainda mais o quadro de pessoal e a capacidade de alavancar resultados", conclui Ademir.
Fonte: Contraf-CUT
Popularidade de Lula ainda pode atingir Dilma
A pesquisa Datafolha divulgada neste domingo e disponível para assinantes do jornal e do UOL mostra que Dilma Rousseff (PT) possui 33% de intenção de votos entre os eleitores que dão 76% de aprovação ao governo Lula. Já José Serra (PSDB) registra 32% dos votos nesse segmento. Ciro Gomes (PSB) recebe 11% dos votos dos eleitores que aprovam Lula, e Marina Silva (PV), 7%.
Segundo Kennedy Alencar, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília, em uma avaliação apressada pode-se dizer que a capacidade o presidente Lula de transferir votos para a ministra da Casa Civil está esgotada.
Porém, segundo ele, deve-se observar que, entre os 87% dos eleitores que dizem conhecer Dilma, apenas 58% sabem que ela é a candidata do presidente Lula.
"Em uma avaliação mais inteligente pode-se dizer que já houve uma primeira onda de transferência do prestígio de Lula para Dilma e há forte possibilidade de haver uma segunda onda -- que se confirmada, poderá levar a petista à liderança", diz o jornalista neste podcast.
A pesquisa, feita nos dias 25 e 26 de março, ouviu 4.158 pessoas em 168 cidades em todas as regiões do país. O número de registro no TSE é 6.617/2010. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Segundo Kennedy Alencar, colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília, em uma avaliação apressada pode-se dizer que a capacidade o presidente Lula de transferir votos para a ministra da Casa Civil está esgotada.
Porém, segundo ele, deve-se observar que, entre os 87% dos eleitores que dizem conhecer Dilma, apenas 58% sabem que ela é a candidata do presidente Lula.
"Em uma avaliação mais inteligente pode-se dizer que já houve uma primeira onda de transferência do prestígio de Lula para Dilma e há forte possibilidade de haver uma segunda onda -- que se confirmada, poderá levar a petista à liderança", diz o jornalista neste podcast.
BNB assina Acordo Coletivo na quarta-feira
Finalmente, a direção do Banco do Nordeste vai assinar o Acordo Coletivo de Trabalho 2009/2010. A cerimônia acontece na próxima quarta-feira (31/03), às 11h, em Fortaleza. O diretor Antonio Galindo participa do ato representando o Sindicato dos Bancários da Bahia e a Federação da Bahia e Sergipe. Os bancários aproveitam a ocasião, para cobrar questões pendentes como a implantação do Plano de Funções em Comissão, PCV (Plano de Contribuição Variável) da Capef, a revisão do PCR (Plano de Cargos e Remuneração), além do ponto eletrônico. PLR Apesar da assinatura, os empregados do BNB ainda terão de esperar até o dia 19 de abril para ter depositada a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A empresa é a última organização financeira estatal que ainda não pagou o benefício aos bancários, enquanto a Caixa e o BB fizeram o pagamento no início deste mês. |
Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia |
Ministro do STF nega recurso ao banqueiro Daniel Dantas
O juiz Fausto De Sanctis permanecerá à frente das ações da Operação Satiagraha, que investiga os crimes financeiros do empresário Daniel Dantas. A decisão, tomada nesta quinta 25, é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eros Grau.
No início do mês, o banqueiro recorreu ao STF contra a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que cassou a liminar concedida pelo ministro Esteves Lima que paralisaria os processos decorrentes da Satiagraha. Iniciada há dois anos, a operação da Polícia Federal investigava os crimes financeiros que teriam sido praticados pelos donos do Grupo Opportunity.
O ministro Esteves Lima, em dezembro passado, aceitava a tese que colocava em suspeição a atuação do juiz De Sanctis e interrompiatodas as ações penais abertas contra Dantas, o que resultaria num golpe mortal à Operação Satiagraha.
Eros Grau escreveu agora em sua decisão: "Tal e qual sublinhado no acórdão do Superior Tribunal de Justiça, a exceção de suspeição resulta de relação subjetiva instalada entre magistrado e partes. A complexidade da questão e a impossibilidade de cotejo, em sede de medida cautelar, das razões da impetração com os elementos constantes dos autos (compostos de aproximadamente duas mil laudas) recomendam o indeferimento da liminar".
Agora, o recurso da defesa de Dantas vai para o Ministério Público Federal e depois será submetido ao plenário do STF.
A Agência Brasil lembra em seu site hoje que "na denúncia apresentada ao TRF-3, em São Paulo, o Ministério Público sustenta que Dantas, sua irmã, Verônica Dantas, e o presidente do Banco Opportunity, Dório Ferman, constituíram ‘um verdadeiro grupo criminoso empresarial, cuja característica mais marcante fora transpor métodos empresariais para a perpetração de crimes, notadamente delitos contra o sistema financeiro, de corrupção ativa e de lavagem de recursos ilícitos’".
O grupo em questão acaba de receber mais um golpe, De Sanctis sai fortalecido do processo.
24 março 2010
Bancos lucram R$ 37,4 bilhões em 2009, mas desligam 30.034 funcionários
Crédito: Contraf-CUT
Os bancos, mesmo com lucros em 2009 acima de R$ 37,4 bilhões, desligaram 30.034 funcionários e admitiram 29.413, o que significa uma redução de 621 postos de trabalho. Esses números fazem parte do estudo elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o emprego no setor bancário, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Apesar de o Caged não disponibilizar os dados por empresa, é possível perceber a responsabilidade do setor privado no fechamento de postos de trabalho. O cadastro revela um aumento de 3.360 ocupações no setor de Caixas Econômicas. Dessa forma, se fossem excluídos os números desse setor, o saldo negativo geral passaria para menos 3.981 postos de trabalho.
"Esse corte brutal mostra que o sistema financeiro privado está na contramão da economia brasileira, que criou 995.110 novos empregos formais em 2009", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. O estudo revela também que essas instituições estão usando a rotatividade para baixar a média salarial dos trabalhadores e que mantêm a discriminação em relação às mulheres, que estão sendo contratadas com salários inferiores aos dos homens.
O fechamento de vagas acontece num período em que os seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal e HSBC) registraram, juntos, um lucro de R$ 37,404 bilhões, aumento de 5,41% em relação ao ano anterior, mesmo em um ano de crise financeira mundial em que o PIB do país apresentou uma queda de 0,2%. "Os bancos brasileiros não foram abalados pela turbulência dos mercados internacionais, garantiram os seus lucros astronômicos, mas cortaram empregos, o que é inaceitável", protesta o dirigente sindical.
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No último trimestre de 2009, o saldo do Caged foi positivo, com 1.455 empregos criados, resultado de 8.686 admissões e 7.231 desligamentos. No entanto, essa recuperação não foi suficiente para reverter o quadro negativo que se acumulou desde o início do ano. No mesmo período de 2008, os dados do Caged mostram uma situação diferente com um saldo positivo de 15.229 ocupações, fruto de 54.627 admissões e 39.398 desligamentos.
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Há mais bancários que morrem do que se aposentam nos bancos privados
Em relação ao tipo de desligamento, os dados do Caged mostram que a maior concentração do tipo de desligamento é a demissão sem justa causa, responsável por 16.786 do total de trabalhadores desligados ou 55,89%. Além disso, cerca de 35,65% dos desligados pediram demissão de seus empregos, representando um total de 10.706 trabalhadores. "Esse dado é reflexo das más condições de trabalho a que são submetidos os bancários, com pressão constante pelo cumprimento de metas abusivas, assédio moral e outros problemas, levando a adoecimento e demissões. As demissões imotivadas comprovam a alta rotatividade do setor, o que expõe os trabalhadores a grande vulnerabilidade", avalia Carlos Cordeiro.
Outro dado que chama atenção é o pequeno número de aposentadorias entre os motivos de desligamento de funcionários dos bancos. "Isso é um reflexo do alto número de demissões, que as empresas usam para diminuir a folha de pagamento. Considerando que os bancários que se aposentam são quase todos de bancos públicos, podemos concluir que há mais bancários que morrem do que se aposentam nos bancos privados", denuncia o presidente da Contraf-CUT.
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Com demissões, bancos gastam menos com salários
Em 2009, segundo o Caged, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.099,83 e a dos desligados R$ 3.509,59, o que significa uma redução de -40,17%. A diferença vinha caindo ao longo do ano, tendo alcançado índices abaixo de -30% nos meses de julho, agosto e outubro, mas voltou a crescer acentuadamente nos dois últimos meses de 2009, atingindo patamares de -40%. Em 2008, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 1.959,84 e a dos desligados R$ 3.325,89, o que significa uma diferença de - 41,07%.
Os dados mostram ainda que o saldo positivo de emprego no setor bancário situa-se nas faixas até 3,0 salários mínimos, com destaque para a faixa de 2,01 a 3,0 salários mínimos, que teve um saldo de 10.578 ocupações. A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de ocupações, com destaque para a faixa de 5,01 a 7,0 salários mínimos (-3.179).
Bancos privados dispensam mais trabalhadores
O corte de empregos fica ainda claro também ao analisarmos os balanços de 2009 das principais instituições. Enquanto Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal tiveram saldo positivo de 972 e 3.131 novos funcionários, respectivamente, os quatro maiores bancos privados (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC) reduziram seus quadros em 11.582 trabalhadores. O banco que mais reduziu funcionários foi o Itaú Unibanco, que se encontra em processo de fusão.
Importante lembrar que os números do Caged são baseados somente em empregados com carteira assinada do banco, não sendo considerados terceirizados, estagiários e outros profissionais. Nos balanços, os bancos divulgam o número total de funcionários, sem transparência, uma vez que não especificam o tipo da relação de trabalho.
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"Todos esses indicadores reforçam a nossa luta pela geração de empregos e melhoria dos salários e das condições de trabalho no sistema financeiro", avalia o presidente da Contraf-CUT. Na campanha salarial de 2009, os bancários conquistaram 10 mil contratações até o final de 2011 no BB e 5 mil até dezembro deste ano na Caixa. "Os bancos, com seus lucros abundantes, têm de fazer a sua parte para o crescimento da economia e oferecer contrapartidas sociais, sobretudo as instituições privadas, a fim de valorizar os trabalhadores e o povo brasileiro", conclui Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT
20 março 2010
Lembrando a História!
Esta foto é histórica: Lula em visita ao bairro do Atalaia, em 1981.
Lula em visita aos moradores da Atalaia, em uma das primeiras visitas ao Pará, no início dos anos 80, na
construção do Partidos dos Trabalhadores. É para ficar na história. Na foto, o companheiro Lula ao centro
e os companheiros do COMBAT - Centro de Organização dos Moradores do bairro do Atalaia, inclusive
eu no fundo. Viva o PT! Viva o companheiro Lula!
Lula em visita aos moradores da Atalaia, em uma das primeiras visitas ao Pará, no início dos anos 80, na
construção do Partidos dos Trabalhadores. É para ficar na história. Na foto, o companheiro Lula ao centro
e os companheiros do COMBAT - Centro de Organização dos Moradores do bairro do Atalaia, inclusive
eu no fundo. Viva o PT! Viva o companheiro Lula!
18 março 2010
Crise do capitalismo pode gerar maior protagonismo da periferia!
* Márcio Pochmann Nestas circunstâncias, nada mais apropriado para países periféricos considerarem a possibilidade real e efetiva de assumirem algum grau de protagonismo até então impossibilitado pela divisão hierárquica do poder mundial. O Brasil, em especial, mostrou condições de aproveitar oportunidades geradas durantes momentos de crise e reestruturação capitalista mundial. Na Grande Depressão capitalista entre 1873 – 1896, por exemplo, observa-se a realização de um conjunto de reformas reivindicadas por diversas décadas. Destacam-se, por exemplo, a reforma eleitoral de 1881 que aboliu o princípio da democracia censitária (voto masculino para maiores de 21 anos e alfabetizados), a reforma trabalhista de 1888 que aboliu o trabalho escravo, a reforma política de 1889 que implementou a República e a reforma jurídica estabelecida pela Constituição de 1891. Dado conservadorismo da oligarquia rural, os esforços reformistas foram contidos frente o ciclo de prosperidade da economia primário-exportadora, sobretudo do café. O anacronismo da República Velha acomodado pelo liberalismo fez postergar por mais tempo a longa transição do agrarismo para a sociedade urbano-industrial. Com a Grande Depressão iniciada em 1929, o Brasil, novamente experimentou uma onda de reformas inéditas até então. Pelas mãos da ampla maioria política liderada por Getúlio Vargas, o país avançou significativamente em direção do desenvolvimento industrial, acompanhado de importantes conquistas em termos de políticas de bem estar social, especialmente para a parcela da sociedade urbana. O Brasil volta a ter condições de protagonizar um novo salto civilizacional em plena vigência do regime democrático sem paralelo em toda a sua história nacional. Para isso, contudo, o país não pode se perder em aspectos marginais, especialmente quando se trata de convergir para a consolidação de uma nova maioria política que seja capaz de escrever a trajetória brasileira em novas bases econômicas, sociais e ambientais. Dois aspectos dessa perspectiva são tratados: a relação do Brasil como o mundo e a reconfiguração econômico-política interna. Antes disso, todavia, considera-se o movimento maior de reestruturação no centro do capitalismo mundial. 1. Crise e nova fase da acumulação capitalista A crise mundial nesta primeira década do século 21 poderá ser identificada no futuro próximo por ter promovido as bases de uma nova fase de desenvolvimento capitalista. Isso porque a crise atual se apresenta como a primeira a se manifestar no contexto do capital globalizado, uma vez que as depressões anteriores (1873 e 1929) se deram num mundo ainda constituído por colônias ou pela presença de experiências nacionais de economias centralmente planejadas. A nova fase do desenvolvimento do capital tende a depender diretamente da retomada do capitalismo reorganizado, após quase três longas décadas de hegemonia neoliberal. Os quatro pilares do pensamento único (equilíbrio de poder nos Estados Unidos, sistema financeiro internacional fundado nos derivativos, Estado mínimo e mercados desregulados) tornaram-se cada vez mais desacreditados. A reorganização capitalista mundial pós-crise deve apoiar-se numa nova estrutura de funcionamento. O tripé da expansão do capital consiste na alteração da partilha do mundo em função do policentrismo, na era da associação direta do ultramonopolista privado com o Estado supranacional e na revolução da base técnico-científica da produção e consumo sustentável ambientalmente, conforme sinteticamente apresentado a seguir. - Nova partilha do mundo Com os sinais de fracasso do equilíbrio do mundo hegemonizado pelos Estados Unidos, após a queda do muro de Berlim, tornam-se cada vez mais evidente o movimento de deslocamento relativo do centro dinâmico. Diferentemente da experiência anterior de transição de hegemonia da Inglaterra para os Estados Unidos, gradualmente consagrada a partir da crise de 1929, nota-se a possibilidade da atual ser conferida ao mundo pós-crise com características policentrista. Nos dias de hoje, os controversos sinais de decadência dos Estados Unidos parecem ser mais relativos do que absolutos, tendo em vista a desproporção econômica, tecnológica e militar ainda existente em relação ao resto do mundo. Apesar disso, observa-se que no contexto de emergência da crise no centro do capitalismo mundial ganham maiores dimensões os espaço mundiais para a construção de uma nova polaridade no sul da América Latina, para além dos Estados Unidos, União Européia e Ásia. No âmbito sul-americano, as iniciativas de coordenação supra-regional remontam ainda à instituição do Mercosul, mas que tem anho maior impulso a partir da recente articulação supranacional em torno da Unasul. Isso tudo, entretanto, não pode representar apenas iniciativas de vontades políticas, pois passa a depender cada vez mais de decisões governamentais mais efetivas, por intermédio de políticas publicas que procurem referendar o protagonismo de um novo centro regional de desenvolvimento. Essa possibilidade real de partilha do mundo em novas centralidades regionais implica, ademais de coordenação de governos em torno de Estados supranacionais, compreensão positiva por parte dos Estados Unidos. Do contrário, cabe resgatar o fato de a fase de decadência inglesa desde a Primeira Grande Guerra Mundial ter sido demarcada por grandes disputas econômica e, sobretudo, militar entre as duas principais potencias emergentes da época: Estados Unidos e Alemanha. - Inédita relação do Estado com a ultramonopolização privada O modelo de globalização neoliberal produziu, entre outras coisas, uma inédita era do poder monopolista privado. Até antes da crise mundial, não eram mais do que 500 corporações transnacionais com faturamento anual equivalente a quase a metade do Produto Interno Bruto mundial. No contexto pós-crise, poderá ser um contingente ainda menor de corporações transnacionais a governar qualquer atividade econômica, o que resultaria na ultramonopolização privada sem paralelo histórico. Essa realidade possível faz com que os países deixem de ter empresas para que empresas passem a ter países. A ruína da crença neoliberal explicitada pela crise atual tornou profundamente desacreditada tanto a vitalidade dos mercados desregulados como a suficiência do sistema financeiro internacional assentado dos derivativos. Por isso, espera-se que algo de novo deva surgir das práticas de socialismo dos ricos praticadas por enormes ajudas governamentais às corporações transnacionais (bancos e empresas não financeiras). A maior interpenetração governamental nos altos negócios do ultramonopolista privado global deve dar lugar ao fortalecimento de Estados supranacionais capaz de melhorar as condições gerais de produção dos mercados (regulação da competição intercapitalista e apoio ao financiamento das grandes empresas). A viabilização do capital ultramonopolista global dependerá crescentemente o fortalecimento do Estado para além do espaço nacional. Diante da maior instabilidade do capitalismo submetido a poucas e gigantescas corporações transnacionais, muito grandes para quebrarem pela lógica própria do mercado, amplia-se o papel do Estado em relação à acumulação de capital no mundo. A coordenação entre os Estados supranacionais poderá permitir a minimização das crises frente à regulação da competição intercapitalista. Todavia, o estreitamento da relação cada vez mais orgânica do Estado com o processo de acumulação privada do capital global pode reverter-se no aprofundamento da competição entre os Estados nacionais. - Revolução na base técnico-científica e produção ambientalmente sustentável O terceiro elemento do novo tripé do possível capitalismo reorganizado encontra-se associada à mais rápida internalização da revolução técnico-científica no processo de produção e consumo. Pelo conhecimento produzido até o momento acerca da insustentável degradação ambiental gerada pelas atuais práticas de produção e consumo, sabe-se que a saída da crise global não deveria se dar por meio da reprodução do passado. Nesse sentido, o padrão de produção e consumo precisa ser urgentemente reestruturado. Para isso, não apenas a matriz energética mundial está sendo alterada como as alternativas de sustentabilidade ambiental tornam-se cada vez mais viáveis do ponto de vista econômico (lucrativas). Assim, as penalizações governamentais às atividades de produção e consumo degradantes ambientalmente devem crescer e serem politicamente aceitas, permitindo que um conjunto de inovações técnico-científicas possa fazer emergir um novo modelo de produção e consumo menos estimuladoras das mudanças climáticas. Da mesma forma, o avanço da sociedade pós-industrial, cada vez mais apoiada no trabalho imaterial tende a viabilizar uma profunda reorganização dos espaços urbanos, frutos das exigências do exercício do trabalho em locais apropriados (fazenda para a agricultura e pecuária, fabrica e indústria para a manufatura, entre outros). Pelo trabalho imaterial, a atividade laboral pode ser exercida em qualquer local, não mais em locais previamente determinados e apropriados para isso, bem como em qualquer horário. Com isso, a reorganização social em comunidades territoriais torna-se possível, o que pode evitar o comprometimento temporal cotidiano com os deslocamentos da casa para o trabalho e vice-versa, entre outras tarefas comuns. Nesses termos, o fundo público precisará ser fortalecido em cima da tributação de atividades de produção e consumo ambientalmente degradantes como nas novas formas de riqueza vinculadas à expropriação do trabalho imaterial. Somente com a maior ampliação do fundo público apresenta-se possível postergar o ingresso no mercado de trabalho a partir dos 25 anos, com educação para a vida toda e jornada laboral de até 12 horas por semana. Tudo isso, contudo, pressupõe maioria política necessária para tornar o que possível em realidade. Do contrário, o excedente de força de trabalho cresce, com atividades cada vez mais precárias e empobrecedoras em meio à acumulação de nova riqueza global. O nosso país encontrará no futuro próximo a possibilidade concreta de dar o exemplo ao mundo, desde que, não haja grande ruptura de ordem política, de como se constrói uma nova maneira de reorganizar a sociedade com mais justiça e oportunidades de uma melhor qualidade de vida e distribuição da riqueza entre os membros da sociedade. * Márcio Pochmann é professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas. Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). |
17 março 2010
Estudantes fazem manifestação em frente à Câmara de ananindeua!
Estudantes de várias escolas de Ananindeua fizeram, nesta quarta-feira, uma manifestação em frente à Camara Municipal de Ananindeua, reivindicando uma antiga luta: a do passe livre escolar no transporte no município, lembrando que foi uma promessa de campanha do atual prefeito, Sr. Helder Barbalho. Foi uma manifestação pacífica, alegre e descontraída. Havia uma audiência pública no órgão onde se estava debatendo o projeto do Governo do Estado em transformar a residência oficial da Governadora, a Granja do Icuí, em casas populares ou a um pólo da UFPA, UEPA e IFPA como quer o alcaide de Ananindeua. Estavam presentes na audiência várias autoridades, como o Secretário de Integração Regional, Sr. André Farias, que discorreu para os presentes sobre a importância de construir as 1.500 casa populares, no âmbito do projeto do Governo Federal "Minha casa minha vida". André disse que o Governo do Estado não é contra a instalação de qualquer pólo educacional em Ananindeua; mas que no momento o projeto "minha casa minha vida" tem verba e o pólo é uma projeto de longa maturação e por isso, no curto prazo, não está sendo prioridade do Governo. O ato dos estudantes foi programado pelas entidades UNE, UBES, UMES e UECSP e que, depois de muitas palavras de ordem, foi feito uma comissão para ser recebida pelo presidente da Câmara. O blog parabeniza aos estudantes pela manifestação democrática e deseja sucesso em seu pleito.
Os estudantes estavam com garra e determinação.
Olha Eu na foto dando apoio aos estudantes!
Os estudantes fazendo pose para a foto!
André Farias com a DS/Ananin e PTpvaler!
Dá-lhe Fernando Bim Laden
11 março 2010
Ananindeua ganha um Centro de Referência “Maria da Penha”
A Governadora Ana Júlia, a Ministra da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire e a Vice-prefeita de Ananindeua, Sandra Batista, inauguraram hoje pela manhâ, na Cidade Nova III, um Centro de Referência "Maria da Penha", onde as mulheres vítimas de violência serão atendidas por cerca de 12 profissionais, entre psicólogos, assistentes sociais, terepêutas ocupacionais e fisioterapêutas. Para a Governadora Ana Júlia, " É inadmissível que as mulheres, em pleno século XXI sejam discriminadas e tratadas como objetos pelos homens". Segundo a Vice-prefeita de Ananindeua, Sandra Batista, " Este ano é o ano das mulheres no Brasil e no Pará". O Centro de Referência "Maria da Penha" fica localizado na SN 11, nº 62, na Cidade Nova III, no Coqueiro.
Na primeira fotos, a Governadora Ana Júlia, Ministra
Nilcéia Freire e a Vice-prefeita de Ananindeua, Sandra
Batista. Na segunda foto, Eu, a Ministra Nilcéia Freire e
o companheiro Jim Marcelo, dos Correios.
10 março 2010
Ipea: desemprego seguirá alto, apesar de novas vagas
O mercado de trabalho brasileiro deverá criar 2 milhões de vagas formais em 2010, o dobro das 995 mil criadas em 2009, caso a previsão de crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano seja realizada. A expansão econômica, contudo, ainda deverá deixar de fora um grande contingente de desempregados no País: cerca de 6,5 milhões, segundo o estudo "Emprego e Oferta Qualificada de Mão de Obra no Brasil: Impactos do Crescimento Econômico Pós-Crise", divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em São Paulo.
Do contingente total de desempregados, apenas 1,9 milhão têm qualificação e experiência profissional. O restante "não possui, lamentavelmente, as mesmas condições de competir no mercado de trabalho, escasso em ocupações para todos", diz o estudo, que defende políticas públicas de combate a esse tipo de exclusão.
O levantamento ainda ressalta um paradoxo conhecido dos trabalhadores brasileiros. Apesar dos quase 2 milhões de trabalhadores qualificados à disposição do mercado em 2010, deve faltar mão de obra especializada em alguns setores, diz o Ipea. No Estado de São Paulo, por exemplo, deve faltar pessoal para os setores da saúde, educação e serviços sociais, alojamento, alimentação, e construção civil. Paraná e Santa Catarina também poderão registrar escassez de mão de obra qualificada e com experiência profissional, em especial na indústria. Estados como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, por outro lado, devem ter excesso de mão de obra qualificada nos mesmos setores registrados em São Paulo.
No âmbito nacional, os setores com excesso de mão de obra qualificada devem ser o de outros serviços sociais, coletivos e pessoais (612,2 mil trabalhadores), o setor industrial (145,9 mil) e o agrícola (122,5 mil). Na outra ponta, a da escassez, deve faltar especialistas em comércio e reparação (187,6 mil), saúde, educação e serviços sociais (50,1 mil), alojamento e alimentação (45,2 mil) e construção civil (38,4 mil).
Campeão de vagas
O setor econômico com maior geração de vagas em 2010 deverá ser o de comércio, com 850 mil postos de trabalho, quase o triplo do segundo colocado, a indústria, com 300 mil novas ocupações. Em terceiro, virá a construção civil, com 271 mil empregos, e, em quarto, alojamento e alimentação, com 250 mil. Em compensação, diz o estudo, esses mesmos setores deverão ser os principais responsáveis pela prática da rotatividade da mão de obra (demissão e admissão de trabalhadores, geralmente por salário menor), com rompimento de mais de 16,6 milhões de contratos de trabalho.
A administração pública nos três níveis - municipal, estadual e federal - deverá gerar 21 mil vagas, 65% das quais em São Paulo (13,7 mil). Em números absolutos, São Paulo deverá ser, em 2010, o Estado com maior abertura de empregos (700 mil).
O estudo foi elaborado com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego.
Do contingente total de desempregados, apenas 1,9 milhão têm qualificação e experiência profissional. O restante "não possui, lamentavelmente, as mesmas condições de competir no mercado de trabalho, escasso em ocupações para todos", diz o estudo, que defende políticas públicas de combate a esse tipo de exclusão.
O levantamento ainda ressalta um paradoxo conhecido dos trabalhadores brasileiros. Apesar dos quase 2 milhões de trabalhadores qualificados à disposição do mercado em 2010, deve faltar mão de obra especializada em alguns setores, diz o Ipea. No Estado de São Paulo, por exemplo, deve faltar pessoal para os setores da saúde, educação e serviços sociais, alojamento, alimentação, e construção civil. Paraná e Santa Catarina também poderão registrar escassez de mão de obra qualificada e com experiência profissional, em especial na indústria. Estados como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, por outro lado, devem ter excesso de mão de obra qualificada nos mesmos setores registrados em São Paulo.
No âmbito nacional, os setores com excesso de mão de obra qualificada devem ser o de outros serviços sociais, coletivos e pessoais (612,2 mil trabalhadores), o setor industrial (145,9 mil) e o agrícola (122,5 mil). Na outra ponta, a da escassez, deve faltar especialistas em comércio e reparação (187,6 mil), saúde, educação e serviços sociais (50,1 mil), alojamento e alimentação (45,2 mil) e construção civil (38,4 mil).
Campeão de vagas
O setor econômico com maior geração de vagas em 2010 deverá ser o de comércio, com 850 mil postos de trabalho, quase o triplo do segundo colocado, a indústria, com 300 mil novas ocupações. Em terceiro, virá a construção civil, com 271 mil empregos, e, em quarto, alojamento e alimentação, com 250 mil. Em compensação, diz o estudo, esses mesmos setores deverão ser os principais responsáveis pela prática da rotatividade da mão de obra (demissão e admissão de trabalhadores, geralmente por salário menor), com rompimento de mais de 16,6 milhões de contratos de trabalho.
A administração pública nos três níveis - municipal, estadual e federal - deverá gerar 21 mil vagas, 65% das quais em São Paulo (13,7 mil). Em números absolutos, São Paulo deverá ser, em 2010, o Estado com maior abertura de empregos (700 mil).
O estudo foi elaborado com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego.
09 março 2010
Radiografia da classe média num país injusto!
R$ 4.807 não é salário de dar tranquilidade financeira a ninguém. O aluguel de um apartamento de dois quartos na capital paulista consome metade desse valor. Mas, dentre os ricos, muitos recebem remunerações astronômicas, além de possuírem patrimônio invejável. Nas grandes empresas de São Paulo, o salário mensal de um diretor varia de R$ 40 mil a R$ 60 mil. Análise recente da Fundação Getúlio Vargas, divulgada em fevereiro último, revela que integram esse segmento privilegiado apenas 10,42% da população, ou seja, 19,4 milhões de pessoas. Elas concentram em mãos 44% da renda nacional. Muita riqueza para pouca gente. A classe C, conhecida como média, possui renda mensal de R$ 1.115 a R$ 4.807. Tem crescido nos últimos anos, graças à política econômica do governo Lula. Em 2003 abrangia 37,56% da população, num total de 64,1 milhões de brasileiros. Hoje, inclui 91 milhões – quase metade da população do país (49,22%) – que detêm 46% da renda nacional. Na classe D – os pobres – estão 43 milhões de pessoas, com renda mensal de R$ 768 a R$ 1.115, obrigadas a dividir apenas 8% da riqueza nacional. E na classe E – os miseráveis, com renda até R$ 768/mês – se encontram 29,9 milhões de brasileiros (16,02% da população), condenados a repartir entre si apenas 2% da renda nacional. Embora a distribuição de renda no Brasil continue escandalosamente desigual, constata-se que o brasileiro, como diria La Fontaine, começa a ser mais formiga que cigarra. Graças às políticas sociais do governo, como Bolsa Família, aposentadorias e crédito consignado, há um nítido aumento de consumo. Porém, falta ao Bolsa Família encontrar, como frisa o economista Marcelo Néri, a porta de entrada no mercado formal de trabalho. Dos 91 milhões de brasileiros de classe média, 58,87% têm computador em casa; 57,04% frequentam escolas particulares; 46,25% fazem curso superior; 58,47% habitam casa própria. E um dado interessante: o aumento da renda familiar se deve ao ingresso de maior número de mulheres no mercado de trabalho. Já foi o tempo em que o homem trabalhava (patrimônio) e a mulher cuidava da casa (matrimônio). De 2003 a 2008, os salários das mulheres cresceram 37%. O dos homens, 24,6%, embora eles continuem a ser melhor remunerados do que elas. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o governo Lula tirou da pobreza 19,3 milhões de brasileiros e alavancou outros 32 milhões para degraus superiores da escala social, inserindo-os nas classes A, B e C. Desde 2003, foram criados 8,5 milhões de novos empregos formais. É verdade que, a maioria, de baixa remuneração. No início dos anos 90, de nossas crianças de 7 a 14 anos, 15% estavam fora da escola. Hoje, são menos de 2,5%. O aumento da escolaridade facilita a inserção no mercado de trabalho, apesar de o Brasil padecer de ensino público de má qualidade e particular de alto custo. Quanto à educação, estão insatisfeitas com a sua qualidade 40% das pessoas com curso superior; 59% daquelas com ensino médio; 63% das com ensino fundamental; e 69% dos semi-escolarizados (cf. A Classe Média Brasileira, Amaury de Souza e Bolívar Lamounier, SP, Campus, 2010). A escola faz de conta que ensina, o aluno finge que aprende, os níveis de capacitação profissional e cultural são vergonhosos comparados aos de outros países emergentes. Quem dera que, no Brasil, houvesse tantas livrarias quanto farmácias! Hoje há mais consumo no país, o que os economistas chamam de forte demanda por bens e serviços. Processo, contudo, ameaçado pela instabilidade no emprego e o crescimento da inadimplência – a classe média tende a gastar mais do que ganha, atraída fortemente pela aquisição de produtos supérfluos que simbolizam ascensão social. A classe média ascendente aspira a ter seu próprio negócio. Porém, o empreendedorismo no Brasil é travado pela falta de crédito, conhecimento técnico e capacidade de gestão. E demasiadas exigências legais e trabalhistas, somadas à pesada carga tributária, multiplicam as falências de pequenas e médias empresas e dilatam o mercado informal de trabalho. Embora a classe média detenha em mãos poderoso capital político, ela tem dificuldade de se organizar, de criar redes sociais, estabelecer vínculos de solidariedade. Praticamente só se associa quando se trata de religião. E revela aversão à política, sobretudo devido à corrupção. Descrente na capacidade de o governo e o Judiciário combaterem a criminalidade e a corrupção, a classe média torna-se vulnerável aos "salvadores da pátria" — figuras caudilhescas que lhe prometam ação enérgica e punições impiedosas. Foi esse o caldo de cultura capaz de fomentar a ascensão de Hitler e Mussolini. Reduzir a desigualdade social, assegurar educação de qualidade a todos e aumentar o poder de organização e mobilização da sociedade civil, eis os maiores desafios do Brasil atual. * Frei Betto é escritor, autor de Calendário do Poder (Rocco), entre outros livros |
Caixa causa insegurança nos bancários com extinção de áreas sem aviso prévio
Os empregados da Caixa Federal, em especial os que atuam nas Gifus (Gerências de Administração de Fundos e Seguros Sociais), foram surpreendidos com a implementação de um processo de reestruturação de filiais realizado pela empresa sem comunicação prévia ou mesmo abertura de negociação com os bancários.
Desta forma, o banco deixou ciente os 578 empregados de que as filiais na quais trabalham serão extintas. Esses locais irão se transformar em duas centralizadoras, uma em São Paulo e outra ainda a ser definida. A Caixa prometeu realocar os bancários que não seguirão para as centrais, porém até o momento nada foi divulgado.
"O banco está agindo sem o mínimo de cuidado com os empregados. Quais as alternativas e prazos para que os bancários deixem seus locais de origem?", questiona Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa). "Não houve nenhuma discussão sobre remuneração e garantias aos empregados", completa Jair.
A postura da Caixa vem causando preocupação entre inúmeros empregados, não só aos que atuam nas Gifus, mas a todos que estão em filiais, já que há um grande contingente de bancários trabalhando em setores como este, presentes na maioria dos estados. "E quanto aos demais empregados de filiais, há também a possibilidade de passarem pela mesma situação?", questiona Jair.
A Contraf-CUT cobra que a Caixa tenha mais responsabilidades com a vida dos trabalhadores. "Devidas ou não as modificações, exigimos respeito aos bancários, e que sejam apresentadas alternativas a todos envolvidos no processo de reestruturação", conclui Jair.
"A Contraf/CUT tem solicitado insistentemente na mesa de negociação permanente que os representantes da empresa apresentem para os trabalhadores o chamado 'novo modelo de gestão', já que há rumores desde o final do ano passado de que isto representaria um grande enxugamento nas áreas meio", afirma Plínio Pavão, secretário de saúde da Contraf-CUT e empregado da Caixa.
Segundo Plínio, "o que também tem preocupado os empregados são os comentários não confirmados oficialmente pela Caixa que estariam sendo inclusas no mesmo plano de reestruturação a redução das Gipes das atuais quinze para apenas cinco em todo o País", diz.
"Além de colocar os empregados que nelas trabalham na mesma situação de insegurança, ainda trarão reflexos negativos à gestão do Saúde Caixa e dos programas de Saúde do Trabalhador. Nesse sentido as entidades sindicais estão colhendo assinaturas em abaixo assinado, cujo prazo de retorno à Confederação se encerra em 20 de março", conclui Plínio.
Fonte: Contraf-CUT
Desta forma, o banco deixou ciente os 578 empregados de que as filiais na quais trabalham serão extintas. Esses locais irão se transformar em duas centralizadoras, uma em São Paulo e outra ainda a ser definida. A Caixa prometeu realocar os bancários que não seguirão para as centrais, porém até o momento nada foi divulgado.
"O banco está agindo sem o mínimo de cuidado com os empregados. Quais as alternativas e prazos para que os bancários deixem seus locais de origem?", questiona Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa). "Não houve nenhuma discussão sobre remuneração e garantias aos empregados", completa Jair.
A postura da Caixa vem causando preocupação entre inúmeros empregados, não só aos que atuam nas Gifus, mas a todos que estão em filiais, já que há um grande contingente de bancários trabalhando em setores como este, presentes na maioria dos estados. "E quanto aos demais empregados de filiais, há também a possibilidade de passarem pela mesma situação?", questiona Jair.
A Contraf-CUT cobra que a Caixa tenha mais responsabilidades com a vida dos trabalhadores. "Devidas ou não as modificações, exigimos respeito aos bancários, e que sejam apresentadas alternativas a todos envolvidos no processo de reestruturação", conclui Jair.
"A Contraf/CUT tem solicitado insistentemente na mesa de negociação permanente que os representantes da empresa apresentem para os trabalhadores o chamado 'novo modelo de gestão', já que há rumores desde o final do ano passado de que isto representaria um grande enxugamento nas áreas meio", afirma Plínio Pavão, secretário de saúde da Contraf-CUT e empregado da Caixa.
Segundo Plínio, "o que também tem preocupado os empregados são os comentários não confirmados oficialmente pela Caixa que estariam sendo inclusas no mesmo plano de reestruturação a redução das Gipes das atuais quinze para apenas cinco em todo o País", diz.
"Além de colocar os empregados que nelas trabalham na mesma situação de insegurança, ainda trarão reflexos negativos à gestão do Saúde Caixa e dos programas de Saúde do Trabalhador. Nesse sentido as entidades sindicais estão colhendo assinaturas em abaixo assinado, cujo prazo de retorno à Confederação se encerra em 20 de março", conclui Plínio.
Fonte: Contraf-CUT
08 março 2010
Amor, aborto e Dia Internacional da Mulher!
A reação da direita à proposta de descriminalização do aborto, contida na terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos, deve ser objeto de reflexão nessa segunda feira, 8 de março. A celebração do centenário da declaração do Dia Internacional da Mulher não pode passar ao largo de bandeiras caras ao movimento feminista que, nas últimas três décadas, lutou pelo direito da mulher de deliberar sobre seu corpo, sua vida e o permanente questionamento da divisão sexual no trabalho e na vida cotidiana.
A questão de fundo, por trás da gritaria dos setores conservadores e da sua grande imprensa, é a apropriação sistemática do corpo feminino por uma ideologia autoritária que se julga no direito de legislar para a mulher, negando a ela qualquer protagonismo. Sem contar a falácia da defesa do "livre-arbítrio" que seduz parcelas expressivas da classe média, sempre contando com discursos inversamente proporcionais aos seus atos cotidianos. Argumentar, simplesmente, que não cabe ao Estado programar políticas públicas sobre o que deve ser decisão privada das famílias, é incorrer em três erros fundamentais.
Em primeiro lugar, tal visão supostamente esclarecida, coloca a família como uma instituição à parte da sociedade, sem levar em conta seu papel na reprodução, organização e manutenção da força de trabalho, já fartamente regulamentado pelo Estado, através do Código Civil e da proibição do aborto. Admite, em última instância, que cabe à estrutura familiar- leia-se à mulher- a responsabilidade não só pela reprodução, mas também pela educação, alimentação e saúde dos filhos. E é nesse ponto que se juntam “liberais”, reacionários e a Igreja Católica. Ao fechar os olhos às diferenças econômicas que obrigam grande parte das mulheres pobres a recorrer a procedimentos abortivos arriscados ao invés de ter assistência médica devida, os arautos da criminalização, alimentam a linha de montagem da saúde que só prospera a partir de um aparelho reprodutor lesado em " açougues" sem qualquer estrutura de atendimento. Por tudo, bem diferentes das clínicas caras a que recorrem suas congêneres mais abastadas.
Os que atacaram o Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, por defender uma ”bandeira feminista”, fingem ignorar um fato que é de conhecimento internacional: em todos os países onde o aborto foi descriminalizado a redução do número de casos foi enorme. O acesso a uma clínica-ginecológica obstétrica normal inscreve a mulher em um programa de controle da reprodução. Ao invés do risco cirúrgico, a orientação clínica prestada por consultórios legalizados de interrupção voluntária da gravidez. Uma mudança que faz toda a diferença quando o valor maior é a integridade do ser humano.Lutar pela vida é querer que o Estado se responsabilize pelo atendimento à saúde das mulheres nas diferentes fases da vida. Que coloque à disposição de todas elas o conhecimento e acesso a métodos de contracepção, ampliando o número e a qualidade dos postos de saúde. A opção por não ter filhos deve vir acompanhada por investimentos que facilitem a opção pela maternidade desejada.
Planejamento familiar significa, antes de qualquer coisa, condições reais de alternativas que não existem numa conjuntura de preconceito, exploração econômica, racismo, e onde o aborto é considerado um ato criminoso. Se, por volta dos anos 1970, a luta feminista era tratada pela Academia e pelos meios de comunicação como ideologia importada, há um bom tempo ela é reconhecida como expressão social interna da sociedade brasileira.
Repensar o pacto doméstico, atenuando a dupla jornada e reivindicar, como faz a CUT, a “ratificação da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)– atualmente aguardando votação na Câmara dos Deputados –, que determina a equidade de tratamento e oportunidades para os trabalhadores dos dois sexos com responsabilidades familiares, e a ampliação das licenças maternidade e paternidade para seis meses" são maneiras explícitas de declarar amor às mulheres.
Como explica em entrevista ao Portal Mundo do Trabalho, a Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores, Rosane Silva, “um dos argumentos para não contratar ou não promover nossas companheiras é que ficamos muito tempo fora da empresa devido à licença-maternidade". É a lei do valor redefinindo o significado da Lei do Ventre Livre.
Reconhecer o valor da mulher é lutar ao lado dela por conquistas legais e pela implementação de políticas públicas que respondam satisfatoriamente a reivindicações seculares. Avançar com propostas globais, estruturais é acariciar uma síntese de múltiplas gerações. Convém mandar flores.
Repensar o pacto doméstico, atenuando a dupla jornada e reivindicar, como faz a CUT, a “ratificação da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)– atualmente aguardando votação na Câmara dos Deputados –, que determina a equidade de tratamento e oportunidades para os trabalhadores dos dois sexos com responsabilidades familiares, e a ampliação das licenças maternidade e paternidade para seis meses" são maneiras explícitas de declarar amor às mulheres.
Como explica em entrevista ao Portal Mundo do Trabalho, a Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores, Rosane Silva, “um dos argumentos para não contratar ou não promover nossas companheiras é que ficamos muito tempo fora da empresa devido à licença-maternidade". É a lei do valor redefinindo o significado da Lei do Ventre Livre.
Reconhecer o valor da mulher é lutar ao lado dela por conquistas legais e pela implementação de políticas públicas que respondam satisfatoriamente a reivindicações seculares. Avançar com propostas globais, estruturais é acariciar uma síntese de múltiplas gerações. Convém mandar flores.
Fonte: Agência Carta Maior
06 março 2010
Uma homenagem à mulher!
Sempre guerreira, mãe, amante e amiga.
Ela é a dona da casa, profissional, intuitiva.
Vê sem que a mostrem, escuta longe e sente perto.
Cuidas das suas crias, de seus amores e suas dores.
Sofre calada, ri quando está triste, só para não preocupar os outros...
Dá comida, abrigo, conselhos, dá a roupa do corpo se preciso for.
Ela é nosso socorro, nosso porto seguro, nosso norte
Ela é a muralha e a flor. A vida e a morte.
A mão que bate, afaga e constrói.
Ela é o amor incondicional, a ausência que dói.
Porque ela faz melhor, ela faz mágica, se divide em mil.
E tudo sai perfeito, na hora certa, porque ela é surpreendente.
Ela corre, batalha, cansa e sai linda do banho.
Ela tem uma força só dela, única, um poder escondido.
Ela têm muitas dentro dela...
Ela sempre tem a palavra certa, ela sempre dá um colo ás amigas,
ao filho, ao seu amor, ao seu cachorro... ela carrega o mundo!
Ela é amorosa, solidária, uma Deusa aqui na terra.
E ela é isso diariamente
Mesmo frágil, muitas vezes com medo
Ela têm dúvidas e inseguranças
Mas ela arrisca e ousa, ela vai em busca
E ela sempre alcança.
Porque ela é sempre ela
Ela é sempre grande
Sempre Mulher.
Carolina Salcides
Ela é a dona da casa, profissional, intuitiva.
Vê sem que a mostrem, escuta longe e sente perto.
Cuidas das suas crias, de seus amores e suas dores.
Sofre calada, ri quando está triste, só para não preocupar os outros...
Dá comida, abrigo, conselhos, dá a roupa do corpo se preciso for.
Ela é nosso socorro, nosso porto seguro, nosso norte
Ela é a muralha e a flor. A vida e a morte.
A mão que bate, afaga e constrói.
Ela é o amor incondicional, a ausência que dói.
Porque ela faz melhor, ela faz mágica, se divide em mil.
E tudo sai perfeito, na hora certa, porque ela é surpreendente.
Ela corre, batalha, cansa e sai linda do banho.
Ela tem uma força só dela, única, um poder escondido.
Ela têm muitas dentro dela...
Ela sempre tem a palavra certa, ela sempre dá um colo ás amigas,
ao filho, ao seu amor, ao seu cachorro... ela carrega o mundo!
Ela é amorosa, solidária, uma Deusa aqui na terra.
E ela é isso diariamente
Mesmo frágil, muitas vezes com medo
Ela têm dúvidas e inseguranças
Mas ela arrisca e ousa, ela vai em busca
E ela sempre alcança.
Porque ela é sempre ela
Ela é sempre grande
Sempre Mulher.
Carolina Salcides
02 março 2010
BNB cresce 9% em 2009 e lucra R$ 459 milhões
O Banco do Nordeste (BNB) fechou o ano de 2009 com um desempenho 9% superior ao apresentado no final de 2008. De acordo com o balanço anual divulgado pelo banco, no ano passado o lucro líquido foi de R$ 459 milhões, dos quais R$ 325,1 milhões são referentes aos resultados do segundo semestre. Em 2008 foi alcançada a marca de R$ 421 milhões. Para o superintendente da Área de Operações Financeiras e Mercado de Capitais, Fernando Passos, entre os fatores que contribuíram para o alcance dos bons resultados estão as ações no âmbito da recuperação de crédito, redução de inadimplência, o bom desempenho na área de microcrédito e o empenho na busca por novas fontes de recursos. ``Em relação ao mercado de capitais, o Banco conseguiu arrecadar R$ 2,3 bilhões, o que representa um crescimento de 342% em relação ao obtido em 2008``, destaca. Ele explica ainda que devido ao bom desempenho, o Banco atingiu o oitavo lugar no ranking da origem de ações e o nono lugar no ranking da distribuição de ações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, consolidando o BNB como instituição financeira de referência na estruturação de operações desse tipo. Aplicações Ainda segundo o balanço anual, o BNB aplicou R$ 20,8 bilhões nas áreas de atuação em 2009, o que representa um crescimento de 51% em relação ao total obtido em 2008. Foram mais de dois milhões de operações contratadas, com destaque para os financiamentos de longo prazo, que somaram R$ 11, 4 bilhões (26% a mais que no ano anterior). De acordo com Passos, o aumento no montante de depósito totais e dividendos obtidos por meio da atuação no mercado de capitais possibilitaram o incremento da participação do BNB no crédito de curto prazo. ``Nos contratos de curto prazo houve um incremento de 68,8%, somando R$ 7,2 bilhões em operações como capital de giro e crédito ao consumidor``, comemora. E-Mais > O programa de microcrédito rural Agroamigo aplicou R$ 443,5 milhões em toda a área de atuação do Banco. Os valores estão no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do qual o BNB é o principal agente financeiro no Nordeste. Em 2009, foram contratadas 356,8 mil operações pelo Pronaf, totalizando R$ 890,1 milhões em investimentos. > Por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) foram realizadas 308,4 mil operações de crédito, com um total de R$ 9,1 bilhões em investimentos em vários setores da economia. Para as micro e pequenas empresas, foram destinados R$ 1,8 bilhão. No setor de microfinança urbana, o BNB investiu R$ 1,5 bilhão por meio do programa de microcrédito produtivo, o Crediamigo. >Investimentos em projetos de infraestrutura, exemplo do Programa de Aceleração do Crescimento, Transnordestina e Parcerias Público-Privadas; além dos financiamentos ao comércio exterior por causa da carência de crédito, atingiram a soma de R$ 1,3 bilhão em 2009, crescimento de 83,4% em relação ao ano anterior. |
Fonte: O Povo |
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