Bancários do Pará e Amapá definem prioridades da Campanha Salarial
Após estender o debate sobre a Campanha Salarial 2007, com realização das pré-conferências regionais em Macapá (AP) e nas cidades paraenses de Castanhal, Marabá, e Santarém, o Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá realizou neste sábado (30/06), a segunda edição da Conferência Regional dos Bancários em preparação à 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, agendada para os dias 28 e 29 de julho, em São Paulo. O evento, realizado no Gold Mar Hotel, em Belém, reuniu mais de cem bancários e bancárias da base Seeb-AP/AP.Na abertura dos trabalhos, o presidente do Sindicato, Alberto Cunha (Betinho), ressaltou a importância da realização das pré-conferências regionais que pela primeira vez descentralizaram os debates, aproximando ainda mais a entidade da categoria. “Apesar das dificuldades impostas pela extensão geográfica, conseguimos alcançar o objetivo de mostrar aos trabalhadores que a participação de todos é imprescindível”, enfatizou Betinho.Além do presidente do Sindicato, participaram da mesa de abertura o vice-presidente da Contraf-CUT, Milton Rezende; o vice-presidente da CUT-PA e secretário geral do Seeb-PA/AP, José Marcos Araújo (Marcão); a representante da Fetec-CN, Vera Paoloni; o presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (Aeba), Sérgio Trindade; a presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Estado do Pará (Afbepa), Kátia Furtado; o presidente da Associação de Funcionários Aposentados do Banco do Brasil (AFABB-PA), Eduardo Pontes; e a diretora da Associação dos Economiários Aposentados e Pensionistas do Pará (Aeappa), Ana Lúcia Sousa.Os discursos iniciais registraram o apoio à mesa única de negociação para o fortalecimento da categoria e o respeito à dignidade dos trabalhadores. Eduardo Pontes, ressaltou que este é um diálogo que deve ser feito por todos, mas é também um desafio de compreensão política e de organização. Para o secretário geral do Seeb-PA/AP, Marcão, “a estratégia da Campanha Salarial não pode ser pensada apenas para os bancários, mas para todos os setores da sociedade que, de alguma forma, são prejudicados pela ação dos banqueiros”.Milton Rezende falou sobre a importância de aprofundar o debate acerca da Campanha Salarial. “Nos últimos anos, tivemos perdas significativas nos salários dos trabalhadores, e por isso é necessário discutirmos e lutarmos por índices que não apenas reponham as perdas da inflação, mas que permitam também um aumento real e justo para a categoria”, afirmou. Enfatizou também que a mobilização dos trabalhadores do ramo financeiro será decisiva para uma campanha salarial forte e unificada.Desafios e PerspectivasNo início das discussões do primeiro painel da Conferência, “Campanha Salarial: Desafios e Perspectivas”, Marcos Vandaí, diretor da Contraf-CUT, afirmou que reconhece a legitimidade da diretoria recém eleita do Seeb-PA/AP e parabenizou a iniciativa da entidade em aprofundar os debates nas pré-conferências regionais.
Para Vandaí, a mesa única é essencial para a Campanha Salarial dos bancários, pois é um objetivo perseguido há tempos e neste momento existem condições de viabilizá-la em função da conjuntura política do país. Desde 1992, os bancários consolidaram uma unidade nacional e deflagraram fortes mobilizações. Mas foi a partir de 2003, com muita luta, garra, suor e com greves nacionais que, lado a lado, os bancários de bancos públicos e privados conquistaram o aumento real de salários e substancial melhora na participação nos lucros e resultados.
“Nós temos que começar e terminar juntos a Campanha Salarial. Esta estratégia fortalece a organização e a mobilização da categoria. Temos que canalizar nossas energias para enfrentar os banqueiros, em uma ação coletiva e conjugada com a agenda nacional da CUT. Mas antes, precisamos corrigir os erros e melhorar nossos mecanismos de discussão para que o protagonista dessa história seja realmente o bancário”, disse Marcos Vandaí.
Campanha unificada e articuladaO vice-presidente da Contraf-CUT, Milton Rezende, avaliou que o equívoco das últimas Campanhas Salariais não está na negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para os temas gerais e, ao mesmo tempo, mesa específica para os bancos públicos a ser apresentada ao governo federal. Mas sim, num Comando Nacional que não respeita as resoluções das conferências realizadas pelas entidades sindicais, não permitindo incorporar à pauta reivindicações específicas, principalmente dos empregados de bancos públicos.Milton Rezende reiterou que se determinado setor da categoria tem questões importantes e quer ir à luta, o Comando Nacional da campanha deve apoiar e organizar esse processo. "Precisamos resgatar a unidade de ação dos bancários em todo o país. Precisamos ter uma única convenção que valha para todos os bancários, respeitando as especificidades de cada banco. E, construir essa alternativa, é reconhecer que precisamos de um Comando Nacional democrático e amplo que represente o conjunto das forças e entidades que atuam mo ramo financeiro para, efetivamente, debater e pensar uma Campanha Salarial unificada e articulada", ressaltou.Os participantes da Conferência defenderam também a mesa específica para o Banpará e Banco da Amazônia. Dentre os principais motivos estão a reformulação ou mesmo a implantação dos planos de cargos e salários e maior participação nos lucros e resultados.
Eleição e PosseNa seqüência das atividades, duas chapas se inscreveram para participar da 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. A chapa “Democracia, Unidade e Autonomia” foi eleita com 59 votos, contra 09 da chapa concorrente “Oposição Democrática, Independente e de Lutas”.Em seguida, os delegados sindicais eleitos entre os dias 18 e 21/06, responsáveis pela organização dos bancários no local de trabalho, tomaram posse. O presidente do Seeb-PA/AP, Betinho, saudou os novos representantes da categoria e, em nome da gestão, ratificou a necessidade de atuação do lado dos trabalhadores, resgatando o compromisso de que os delegados sindicais participem e fortaleçam a política sindical.
Reivindicações aprovadasA II Conferência Regional dos Bancários do Pará e Amapá aprovou por aclamação moções contra a privatização/fusão/incorporação/união de bancos públicos; isonomia já; repúdio às demissões do Banco do Brasil; apoio à luta dos técnicos científicos do Banco da Amazônia e à União Acadêmica Paraense.A elevação do piso salarial com base no salário mínimo do Dieese – R$ 1.613,08 – e as melhorias nos planos de cargos e salários foram apontadas para compor a pauta de reivindicações que a Contraf-CUT entregará à Fenaban. O evento avaliou que não basta apenas lutar por reposição da inflação, mas, sobretudo por uma política efetiva de recuperação de salários.O encontro aprovou ainda propostas como as que prevêem a manutenção da campanha nacional unificada, com mesas específicas para os bancos públicos federais, e a deflagração de uma campanha nacional permanente, tão logo seja concluída a campanha salarial deste ano. Também foi aprovada a luta pela isonomia de direitos para os trabalhadores dos bancos públicos federais.
Marlon
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