*Marlon George C. Palheta
O Modelo de Desenvolvimento Econômico no Pará
O modelo desenvolvimento implantado em nosso Estado deixou relegados setores da sociedade a mais profunda desigualdade social, pois no período de 1991 a 2000, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil do PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a taxa de indigentes manteve-se estável em 27,09%, o que representa em termos absolutos cerca de 1.677.495 pessoas que vivem na mais absoluta miséria. A taxa de crianças indigentes aumentou de 36,20% para 36,27%, ou seja, na era do tucanato o estado não fez investimento em políticas públicas para a redução da indigência de nossas crianças.
A distribuição de renda entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos da população do Pará, no período acima, há uma disparidade muito grande. Em 2000 só 1,53% da população pobre se apropriavam da renda enquanto os ricos abocanhavam 68,93%, conclui-se que os 20% de pobres ficaram mais pobres em 42,88% e os 20% dos mais ricos aumentaram sua riqueza em 3,7%. Este diagnóstico mostra os beneficiários do processo de crescimento econômico do governo do tucanato no Pará.
O Pará apresenta um dos piores perfis de distribuição de renda do Brasil. Pegando, por exemplo, o índice de Gini, que expressa o grau de concentração na distribuição do rendimento da população e é medido por um valor que varia de 0(zero), situação de perfeita igualdade, a 1(um), situação de desigualdade máxima, sendo que um valor mediano- 0.5, é considerado um valor representativo de fortes desigualdades. A taxa do Pará oscilou de 0,599 em 1991 para 0,629 em 2000, explicado em função do aumento de pessoas subempregadas ou ocupadas em atividades de baixa produtividade que percebem baixos rendimentos.
Urge construir um projeto de governo para o Estado do Pará que seja frontalmente antagônico ao modo atual de governar, e favorável aos anseios da maioria do povo paraense. Este projeto seria o da participação popular e a reconstrução do Estado do Pará a serviço da população com a recuperação de serviços públicos como saúde, saneamento e assegurar efetivamente a segurança pública em nosso Estado; Desenvolvimento Sócio-Ambiental que valoriza a historia e o conhecimento do conjunto de população que vive nos campos, nas florestas, no interior e nas cidades, como os indígenas, quilombolas, ribeirinhos e os produtores familiares e que promova, efetivamente, a inclusão destes homens e mulheres a uma melhor qualidade de vida.
Artigo publicado no Jornal *Diretor do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá
Diário do Pará, em 16/05/06.
Primeiro caderno, Cartas.
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