20 março 2022

GUERRA CULTURAL!

 GUERRA CULTURAL 

Este ano ficaremos em uma disputa, talvez a mais acirrada de todos os tempos, pelo comando do país a partir de janeiro de 2023. Essa disputa terá algumas pautas, mas o assunto gás de cozinha, gasolina, cesta básica estará nos pontos mais questionados.  A economia do país esta na UTI, depois de uma condução errada do controle da pandemia e falta de políticas para este setor, o Brasil amarga hoje com 22 milhões de desempregados somando-se aos 10 milhões que vivem na informalidade, saldo atual, 32 milhões de desempregados que vivem com menos de 500 reais mensais. Se por um lado temos candidatos de esquerda e de centro direita, que fariam diferente nesse cenário temos também um candidato de extrema direita que mantém seu curral eleitoral em torno de 28%. 
Segundo o professor da UERJ, João Cezar de Castro Rocha, essa militância, não está morta e nem se esgotou, ele cita que estamos numa guerra cultural. Ele segue dizendo que “a guerra cultural é a ponta de lança da extrema direita transnacional” que tem uma “inteligência aguda” que desconsidera o retrospecto. “O tempo político despolitizado da extrema direita é o aqui e o agora”. O tempo da ação política da extrema direita é esta ‘agoridade’, que é a característica do universo digital. “É uma poderosíssima máquina eleitoral”. Aliado a esse fator a mídia oligárquica e ultraconservadora, esta confabulando uma nova manipulação. A guerra da Rússia e Ucrânia. 
Nos telejornais vemos apenas uma retórica capitaneada nos bastidores sórdidos dos países mais ricos, EUA, Alemanha, França, Inglaterra, de que a Rússia é o grande vilão a ser combatido, associada ao pragmatismo retórico de que a ameaça vermelha, o comunismo, deve ser derrotado pelo bem geral do planeta.
Nos bastidores do conservadorismo brasileiro, está acontecendo uma intensa articulação para associar o perigo da guerra e suposto totalitarismo vermelho, ao partido de esquerda, principalmente o partido dos trabalhadores (PT). A enxurrada de informações erradas tanto de um lado como do outro, inviabilizam todo raciocínio de imparcialidade neste conflito. Ratifico, porém, que toda guerra seja ela de um dia ou de 100 anos é devastadora contra o bem mais preciso, a vida. Não vou entrar nos detalhes de uma guerra do ponto de vista prático é distante dos brasileiros, mas sim a retórica que possa influenciar as eleições de 2022. 
A extrema direita tem um curral eleitoral aguerrido, entretanto isso não se reflete na popularidade positiva do atual comandante do país.  O jornalista Rodrigo Vianna analisou as últimas pesquisas que apontam um tímido crescimento do atual presidente no pleito eleitoral, como apontou a pesquisa Quaest divulgada na sexta-feira (18). De acordo com o levantamento, Lula tem 44% das intenções de voto contra 26% do segundo colocado. 
O jornalista apontou que o novo aumento dos combustíveis vai bloquear o aumento do segundo colocado nas pesquisas. "É um voo de galinha. Eu não considero que ele vá passar desses 30% das intenções de voto", avaliou. O que contrapõe o professor João Cézar de Castro Rocha.  Vianna considera que o segundo colocado cresceu nas pesquisas após receber votos do ex-juiz suspeito. "Seus eleitores percebem a inviabilidade de sua candidatura e voltam para o atual mandatário", observou.  Vianna seguiu sua análise eleitoral e ponderou que "o atual mandatário não tira votos de Lula". "Ele cresce um pouco acima da margem de erro, mas é justamente por conta desse regresso de votos de eleitores que desistiram do Moro ou da terceira via", finalizou.
O que nos resta saber é qual posição o povo, diante dos mais de 650 mil mortos, gasolina a R$ 8, fila de osso, carcaça de frango vendida em supermercado, inflação galopante, aumento do número de desempregados, retorno do Brasil ao mapa da fome, situação do Brasil como pária internacional, se posicionará.
A guerra cultural ditará essa resposta.

Prof. Dr. Danilo Almeida
Epidemiologista

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