16 abril 2017

A Tática Revolucionária.


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

A tática é o conjunto de formas, métodos e procedimentos de luta pela realização do objetivo estratégico nas condições histórico-concretas. A tática abarca uma grande quantidade de questões diversas: As formas de luta econômicas, políticas, ideológicas, legais e ilegais, pacíficas ou não-pacificas; a conjugação das diferentes formas de luta: a ofensiva, a defensiva e a retirada; os compromissos e alianças; o aproveitamento das contradições e dos conflitos entre as forças inimigas; a frente única com as massas não proletárias, etc. A tática está vinculada ao trabalho diário do partido na educação e organização da classe operária e de todos os trabalhadores, com a finalidade de levá-los a intervenções revolucionárias e ao logro do objetivo fundamental do movimento.
    
Segundo Lenin: “A tática consiste na união das diferentes formas de luta; no hábil trânsito de uma a outra; na indeclinável elevação da consciência das massas e na ampliação de suas ações coletivas”.
    
Os comunistas sublinham a necessidade da subordinação das tarefas táticas aos objetivos estratégicos.
    
A estratégia é relativamente constante e estável, dependente do grau de desenvolvimento do adversário. Normalmente, as novas tarefas estratégicas surgem quando as anteriores tenham sido cumpridas. Por exemplo: se estão resolvidas as questões relativas à revolução democrática-burguesa, o partido parte para a estratégia referente à revolução socialista.
    
No que concerne à tática: as formas e procedimentos de luta mudam com a alteração de forças das classes, das condições concretas de desenvolvimento de um e outro país e da situação internacional.
    
Os movimentos de libertação nacional não podem desenvolver-se na forma de uma onda crescente e ininterrupta. A desigualdade do desenvolvimento econômico e político do capitalismo provoca fluxos e refluxos, ofensivas e retiradas do movimento revolucionário. A tática objetiva leva em conta essas mudanças.
    
No arsenal de formas de lutas táticas do proletariado revolucionário, entra, por exemplo, a luta por reformas. Em determinadas condições essa luta pode coadjuvar a educação revolucionária do proletariado, a sua preparação para a luta pelo socialismo e o debilitamento da burguesia. O marxismo-leninismo é, ideologicamente, incompatível com o reformismo, mas ensina o proletariado revolucionário a utilizar habilmente a luta por reformas no interesse do socialismo e da revolução.
    
Como já foi dito, a tática não pode ser a mesma para todos os países, pois depende do desenvolvi mento econômico do país dado, da correlação de forças de classes, do amadurecimento político da classe operária e dos demais trabalhadores, do caráter do poder estatal, da situação internacional, etc.
    
Um dos mais importantes princípios da tática é o que leva em conta, obrigatoriamente, o nacional, específico de cada país.
    
Entre as diversas formas táticas de luta, o leninismo dá uma grande importância ao trabalho dos comunistas nos sindicatos, grêmios estudantis e outras organizações de massa, sem o que o Partido Comunista não teria condições de incorporar a maioria da classe operária às suas fileiras.
     
O leninismo considera como uma importante forma tática de luta do proletariado revolucionário a participação dos comunistas nos parlamentos burgueses e nas campanhas eleitorais, sempre buscando empregar habilmente as tribunas para a conquista das grandes massas populares, para a sua educação política e a para a sua organização.
    
Uma outra exigência da tática é saber aproveitar, no interesse do socialismo, as forças dos aliados temporários, assim como as vacilações e contradições no campo inimigo. Para garantir aliados ao proletariado e aproveitar as possíveis contradições entre os inimigos do socialismo, os partidos comunistas devem saber manobrar e concertar compromissos e acordos de cavalheiros com os diferentes partidos não-comunistas, pequeno-burgueses e, em determinadas ocasiões, até com partidos burgueses. Uma tática flexível como essa ajuda a privar o inimigo do apoio popular, a unir em torno da vanguarda proletária as amplas massas trabalhadoras e, finalmente, a organizar as forças para o assalto final, revolucionário, contra o capitalismo.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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