17 maio 2015

“Será que é tão difícil saber da onde tirar?”


O cronista da Folha de São Paulo, Ricardo Mello, escreveu um artigo em sua coluna intitulado “Onde Mora o perigo”, no qual ele demonstra que em uma economia estagnada e com ataques diários aos trabalhadores os banqueiros continuam crescendo seus lucros astronômicos. E faz uma pergunta para o governo: “Será que é tão difícil saber da onde tirar?”
Em uma economia entrando em recessão o sistema financeiro mais uma vez apresenta lucros crescentes e expansão dos seus negócios. O desempenho é resultado do aumento da margem de ganhos nos empréstimos e pelo aumento nos ganhos com a dívida pública, já que esses detêm expressiva parcela (cerca de 30%) dos títulos da dívida pública federal. (fonte Dieese)
Maior banco privado brasileiro, o Itaú lucrou R$ 5,337 bilhões no primeiro trimestre, 26,8% a mais do que no mesmo período de 2014. Bradesco e Santander tiveram ganho de R$ 5,244 bilhões e de R$ 684 milhões, resultados 22,3% e 32% superiores ao registrado no mesmo do ano anterior.
O BB anunciou o maior lucro do setor bancário, atingindo 5, 818 bilhões; retirando o lucro extraordinário da parceria; com a Cielo, o lucro seria de 3,025 bilhões. Mas o aumento do lucro obedeceu a mesma lógica dos bancos privados: aumento de receitas de juros e tesouraria; além do aumento da pressão por metas, reestruturações e repressão contra funcionários.
O resultado foi o aumento do adoecimento e também dos processos disciplinares envolvendo funcionários. Enfim, o contrário dos que desejamos de um banco público que atenda as necessidades da maioria da sociedade e trate com respeito seus funcionários.
Imunes a desaceleração da economia, o lucro líquido os bancos privados do país – Itaú, Bradesco e Santander – somou R$ 11,6 bilhões. Segundo analistas este desempenho está ancorado na melhora na margem, nas receitas de prestação de serviços, ganhos de tesouraria (dívida pública) e controle de despesas. Na prática, o aumento de tarifas, o aumento no peso da carteira de títulos da dívida do governo, do spread bancário e redução de custos. Esta última, a velha e usual forma de conter gastos via redução com o custo de mão-de-obra, o que significa demissões e redução na media salarial.
Mas então porque no momento em que estamos vivendo uma crise o governo Dilma não manda a conta para os banqueiros pagarem? O congresso nacional, que diz que ter uma postura independente em relação ao governo, por que não manda a conta para os banqueiros? Por que a oposição, o PSDB, não propõem mandar a conta para os banqueiros? Enfim, “Será que é tão difícil saber da onde tirar?”
A reposta para pergunta do colunista da folha é simples. Todos sabem, mas não podem tirar porque dependem dos banqueiros. A campanha de Dilma recebeu do Itaú 4 milhões de reais e do Bradesco 10.254.769 reais; já a campanha do Aécio recebeu do Itaú: 8.353.966 reais e do Bradesco: 7.344.366 reais. As principais lideranças do congresso também receberam financiamento dos maiores grupos econômicos do país. A síntese da resposta é um ditado popular “quem paga a banda, escolha a música.”
Se depender do governo Dilma, do PSDB e do Congresso Nacional nós sabemos que quem vai pagar serão nos trabalhadores. Já estamos vendo a aprovação do PL 4330 que libera a terceirização no país, das MP´s da Dilma que cortam benefícios dos setores mais fragilizados da classe trabalhadora, aumento do desemprego...
A única solução para mudar isto é nós trabalhadores nos unirem para mudar está situação. Temos que construir dia 29 de maio, um grande dia de paralisação. Mas para isso a maioria dos sindicatos de bancários precisa mudar da postura e construir pela base o dia de paralisação. Precisamos uma rodada nacional de assembleias no país todo, reuniões nos locais de trabalho e liberação de atividade sindical dos delegados sindicais.  então poderemos inverter a lógica colocada hoje e deixar claro que os trabalhadores não vão pagar pela crise. Um dia forte de paralisação dia 29 é um passo importante para construir a greve geral do país.

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