Cerca de 200 bancários e bancárias empunhassem suas faixas, bandeiras, cartazes e tomassem às ruas do centro da capital paraense em mais uma demonstração pública da força do movimento grevista da categoria no Pará e no Amapá.
Nem mesmo o calor tradicional da tarde de Belém impediu que cerca de 200 bancários e bancárias empunhassem suas faixas, bandeiras, cartazes e tomassem às ruas do centro da capital paraense nesta quarta-feira (30), sétimo dia da greve nacional, em mais uma demonstração pública da força do movimento grevista da categoria no Pará e no Amapá.
A manifestação teve início em frente à agência do Bradesco da Rua Santo Antônio, no centro comercial, e seguiu pela Av. Pte. Vargas, um dos principais corredores financeiros de Belém, até a Av. Nazaré. Animados por uma bandinha e uma bike-som, os trabalhadores fizeram paradas em frente às agências do Banco do Brasil, Banpará, Itaú, HSBC, Caixa, Banco da Amazônia, Bradesco e Safra. Em todas as paradas da passeata, os bancários faziam um grande e barulhento “apitaço”, em protesto contra a intransigência dos banqueiros em dificultar as mesas de negociação geral e específicas.
O ato encerrou no Centro Integrado do Governo (CIG) onde foi entregue um documento ao Secretário Estadual de Governo e ex-presidente do Banpará, Edilson Pereira de Souza, cobrando a implementação de cláusulas firmadas no acordo trabalhista do ano passado e ainda não colocadas em prática, como o Plano de Cargos e Salários (PCS), o novo Plano de Saúde e o ponto eletrônico.
“Essa nossa manifestação tem o intuito de cobrar mais respeito dos banqueiros nas mesas de negociação, já que todas as propostas que eles apresentaram foram rebaixadas e insuficientes, seja na mesa com a Fenaban como no Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco da Amazônia e Banpará. Mas esse ato também tem o objetivo de dizer que a nossa greve não é apenas por melhores salários, mas também por tratamento digno à população, que é explorada diariamente pelos bancos através de altas taxas e tarifas que são cobradas dos clientes, sem contar com as enormes filas cotidianas em bancos públicos e privados. Os bancos abusam dos bancários e da população e isso tem que acabar”, destaca Maria Gaia, diretora do Sindicato do Bancários do Pará e Amapá e empregada da Caixa.
Repúdio – Durante a passeata, em frente à agência Círio, da Caixa, os bancários repudiam as atitudes autoritárias e discriminatórias que estão sendo tomadas pela Superintendência da CAIXA no Amapá, ao promover o descomissionamento de bancários gestores, sob o argumento de que teriam falhas em avaliações internas, quando, na verdade, essa é uma decisão que objetiva, unicamente, perseguir aqueles que tiveram iniciativas por não aceitar injustiças ocorridas dentro da empresa e por apoiar a greve.
Negociação com a Fenaban - A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) agendou uma nova rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários para esta quinta-feira, dia 1º de outubro, às 10h, em São Paulo. O presidente do Sindicato, Alberto Cunha, e o presidente da AEBA e vice-presidente da Fetec-CN, Sérgio Trindade, ambos do Comando Nacional, estarão em São Paulo acompanhando a negociação. A última reunião com a Fenaban aconteceu no dia 17 de setembro, quando os banqueiros apresentaram uma proposta rebaixada de 4,5% de reajuste para os trabalhadores, além de uma PLR menor do que a do ano passado. A expectativa da categoria é que dessa vez a Fenaban apresente uma proposta mais condizente com as reivindicações dos bancários, já que a greve segue forte e paralisa hoje 6.499 agências em todo Brasil.
Negociações específicas – Ainda nesta quinta-feira também ocorrem reuniões de negociação com o Banco do Brasil e com a Caixa, ambas em São Paulo, logo após a reunião do Comando Nacional com a Fenaban. Na sexta-feira (2), será a vez do Banpará discutir as pautas específicas de seus empregados.
Já o Banco da Amazônia cancelou a reunião de negociação que aconteceria hoje (30), às 11h, alegando que as entidades estão descumprindo um pedido da empresa sobre a entrada de empregados para trabalhar em expediente normal. As entidades esclarecem que não estão forçando nem obrigando qualquer trabalhador a permanecer em greve, mas está sim usando do poder de convencimento para que os empregados permaneçam em greve, já que isso é direito seu legitimo.
Fonte: Bancários PA/AP
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