(Belém) - O Cortejo Político-cultural que encerrou a Semana de Mobilização e Ação Global, do Fórum Social Mundial, foi o retrato da diversidade dos povos da Amazônia. No sábado, 26/01, uma profusão de cores, sons e crenças tomou conta das ruas do centro de Belém, numa caminhada onde seis mil pessoas tinham o mesmo objetivo: afirmar que, todos juntos, respeitando as diferenças e delas se alimentando, podemos construir um outro mundo, com mais justiça, igualdade e paz. O Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá estava presente no Cortejo, ratificando, junto com outras entidades sindicais, a força da Central Única dos Trabalhadores - CUT na mobilização social. Os cutistas participaram do quinto ato do Cortejo, "Colonialismo Ontem e Hoje", realizado na frente do HSBC da Presidente Vargas, sob a coordenação do Sindicato dos Bancários. O Cortejo teve início por volta das 9h30, com a chegada dos afro-religiosos pelas águas da baía do Guajará à rampa do anfiteatro da Casa das Onze Janelas, no Complexo Feliz Lusitânia, onde milhares de pessoas se reuniam desde às 8h. Representantes dos movimentos de negros, mulheres, índios, homossexuais, trabalhadores, sem terras, enfim, dos diversos segmentos sociais do Estado participaram com entusiasmo da manifestação. Destaque para o setor cultural que levou para o evento suas cores e ritmos, a exemplo da exuberância do Boi de Máscaras de São Caetano de Odivelas e o bloco Crias do Curro Velho. Em seis atos, os movimentos sociais denunciaram a exploração econômica, a globalização, as guerras, o racismo, o machismo e a devastação da natureza. O primeiro foi no Feliz Lusitânia com o tema "Globalização Neoliberal x Globalização das Lutas"; logo em seguida, na parada da Praça do Relógio foi realizado o ato "Guerra e Paz", com a queimada do boneco do presidente dos Estados Unidos, George Bush; o movimento feminista protestou contra o machismo no ato "Patriarcado e a Luta das Mulheres", realizado no Solar da Beira; no quarto ato, realizado na Praça Bento Teixeira, o movimento negro mostrou o "Racismo, um dos pilares da exclusão". Numa encenação que teve a participação dos diretores do Sindicato dos Bancários, Everton Silva e Márcio Saldanha, o ato "Colonialismo Ontem e Hoje", mostrou a apropriação do açaí, retirado das mãos de uma família ribeirinha e transformado em royalties do capital dominante. O último ato mostrou os prejuízos à humanidade causados pela destruição da natureza. "Desastres Ambientais", foi o ato realizado em frente ao Teatro da Paz. A governadora Ana Júlia Carepa se juntou ao Cortejo no início da avenida Presidente Vargas, demonstrando todo apoio do Estado para a realização do Fórum Social Mundial 2009, quando Belém será o centro das discussões sobre os problemas sociais dos povos do planeta e da necessidade urgente de inclusão de todos num mundo melhor e mais humano. A grande participação no Cortejo ratifica o engajamento dos movimentos sociais do Pará na construção do evento que vai atrair milhares de pessoas de todo o mundo. A Semana de Mobilização e Ação Global teve início no dia 22/01 e durante cinco dias várias palestras, debates, oficinas, encontros, workshops e painéis foram realizados em diversos locais de Belém, Santarém, Altamira e Itaituba. O evento foi realizado em vários lugares do mundo, com cerca de 770 ações em 89 países. No Brasil, foram 156 atividades em 19 Estados, sendo que o Pará realizou a maior programação durante a Semana. "Essa grande participação, com alegria e disposição, demonstra que o Pará abraçou o FSM 2009 e já começamos a construir esse evento que na verdade é um grito de todas as nações, de todas as culturas, todos os povos, por um mundo mais justo e fraterno. Esse mundo é possível. Nós acreditamos e lutamos por ele", afirma Alberto Cunha (Betinho), presidente do Sindicato, que acompanhou todo o Cortejo. Fonte: Seeb PA/AP, com informações da Agência Pará |