30 maio 2021

 



Combustíveis: de quem é a culpa pelos aumentos sucessivos?

Criou-se um debate sobre de quem é a culpa dos aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis no Brasil, sobretudo o óleo diesel e a gasolina. Debate esse puxado principalmente pelo presidente Jair Bolsonaro, onde coloca como o centro de tudo os governadores dos Estados. Mas qual é a realidade da precificação dos combustíveis no Brasil? Por que tanto aumento em tão período curto?

A política de precificação dos combustíveis até no governo Dilma(PT)  consistia na variação dos preços internacionais e era repassada de forma defasada aos valores praticados no país, sendo o mecanismo usado para tentar segurar o aumento da inflação, praticamente obrigando a Petrobras a vender os produtos a preços abaixo do mercado, o que refletiria em não aumento dos preços de vários produtos dependentes do transportes que utilizam a gasolina e o óleo diesel.

O governo de Michel Temer, em 2016,  nomeou Pedro Parente, na presidência da Petrobras, e afirmando que a “ política de preços passaria a ser guiada pelos interesses da empresa, sem influência do governo”. Então o valor dos combustíveis começou a acompanhar a tendência do mercado internacional. E em de julho de 2017, a empresa passou a realizar ajustes nos preços "a qualquer momento, inclusive diariamente".

A disparada do preço da gasolina nos postos, puxada pela alta do dólar e elevação do barril de petróleo no mercado internacional, tem causado revolta na população. Revolta essa que  originou várias greves dos caminheiros no Brasil afora. E ai entra o presidente Bolsonaro alegando “ a culpa é dos governadores que cobram o ICMS.” Mas será que isso é verdade? Segundo a Petrobrás, no DIESEL, 23% do preço corresponde a tributos: 14% ICMS(estadual), 9% PIS/PASEP e COFINS(federal). A gasolina é maior, sendo de ICMS/CIDE/PIS/PASEP/COFINS na ordem de 42% do valor cobrado nas bombas. A CIDE foi zerada no diesel no governo Michel Temer.

Assim, sabendo que os reajustes ocorrem de acordo com a política do Preço de Paridade Internacional (PPI), estabelecida pela Petrobras em 2016, Bolsonaro joga para os governadores(redução do ICMS) o problema que ele tem que resolver, como presidente, como a mudança da  política de precificação dos combustíveis. E ele não vai mudar até porque quem ganha com isso são os investidores internacionais e quem paga o “pato” é o povo.

O que se tem hoje vindo de Bolsonaro é mais uma bravata para justificar os aumentos sucessivos nos combustíveis, até porque o ICMS é um dos principais tributos dos Estados e mesmo se reduzirem o ICMS, o problema vai continuar em sucessivos descontroles dos preços devido ao Preço de Paridade Internacional (PPI).

FORA BOLSONARO & MOURÃO!!!