Este atentado não passará impune. Exigimos apuração e punição dos responsáveis pelo incêndio criminoso que destruiu a casa de um ativista dos movimentos sociais de Nova Lima- MG
Na noite de Natal, um incêndio criminoso atingiu a casa de um militante do movimento popular e sindical de Nova Lima. Nelson Pereira Ramos, rodoviário, diretor do sindicato dos trabalhadores da carga, ativista da Associação dos Moradores do Galo Açafrão, liderança do Projeto João de Barro e filiado do PSTU, teve sua casa destruída. Por sorte, toda a família estava fora, evitando que a tragédia fosse ainda maior.
Interesses de pobres e ricos em conflito
Nova Lima é uma cidade fonte de muito lucro para a especulação imobiliária, onde convivem interesses de mineradoras, como a Vale e Anglo Gold, e construtoras especializadas em condomínios. Nos últimos 20 anos houve uma migração de parte da classe média alta de Belo Horizonte e outras regiões para a cidade, o que engordou o lucro dessas empresas. Diversos movimentos sociais da cidade, entre eles a Associação Galo Açafrão, questionam a doação de terras públicas para construtoras e a grilagem por parte das mineradoras.
Nova Lima é uma cidade fonte de muito lucro para a especulação imobiliária, onde convivem interesses de mineradoras, como a Vale e Anglo Gold, e construtoras especializadas em condomínios. Nos últimos 20 anos houve uma migração de parte da classe média alta de Belo Horizonte e outras regiões para a cidade, o que engordou o lucro dessas empresas. Diversos movimentos sociais da cidade, entre eles a Associação Galo Açafrão, questionam a doação de terras públicas para construtoras e a grilagem por parte das mineradoras.
No caso do bairro Galo e da ocupação, existe uma disputa com a Anglo Gold Ashanti, antiga Morro Velho, pela posse do terreno desde a década de 1960. A Associação Galo Açafrão teve acesso a documentos que comprovam que a terra pertencia à outra família e não à Anglo.
Por outro lado, os preços dos imóveis são altíssimos, o que leva ao aparecimento de ocupações urbanas reivindicando o direito a moradia. Em 2010, o terreno foi ocupado por 400 famílias. Na época foi criado o Projeto João de Barro que passou a negociar a legalização da ocupação diretamente com o verdadeiro proprietário, que propôs o pagamento de um preço bem abaixo do mercado para cada lote.
Um crime que não pode ficar impune
Ainda não sabemos de onde veio o atentado. Mas certamente estão a serviço de interessados em desmobilizar a luta por moradia na cidade.
Ainda não sabemos de onde veio o atentado. Mas certamente estão a serviço de interessados em desmobilizar a luta por moradia na cidade.
Uma filmagem do momento do crime identificou que o incêndio foi criminoso, feito por dois capangas que entraram por volta de 1 hora da manhã do dia 25 de dezembro na casa e atearam fogo, fugindo em seguida num carro de cor cinza. É de responsabilidade dos poderes públicos e da Polícia Militar que este crime seja investigado a fundo para a efetiva punição dos verdadeiros responsáveis. Não aceitaremos que este crime fique impune.
Como pano de fundo deste caso está um conflito social. Os governantes, portanto, tem que assumir sua responsabilidade e ter um papel ativo para que o terreno em questão fique nas mãos das famílias que moram na região. Exigimos do prefeito Cassio Magnari (PMDB), de Fernando Pimentel (PT) que assumirá o Governo de Minas Gerais na próxima semana e de Dilma Roussef (PT) que se posicionem em favor das famílias e pela investigação e punição imediata dos responsáveis por este atentado criminoso.
Toda solidariedade ao companheiro Nelson e família
Prestamos o nosso apoio e solidariedade ao companheiro Nelson e sua família. Um ataque deste tipo é um ataque a todo o movimento social. Pedimos aos sindicatos, às centrais sindicais, aos movimentos de luta pela terra da cidade e do campo, ao movimento estudantil e todos os demais movimentos e entidades que façam o mesmo. Também pedimos doações em dinheiro e em bens (móveis e roupas) para que o companheiro possa reconstruir sua casa junto com sua família. Mexeu com um, mexeu com todos.
Prestamos o nosso apoio e solidariedade ao companheiro Nelson e sua família. Um ataque deste tipo é um ataque a todo o movimento social. Pedimos aos sindicatos, às centrais sindicais, aos movimentos de luta pela terra da cidade e do campo, ao movimento estudantil e todos os demais movimentos e entidades que façam o mesmo. Também pedimos doações em dinheiro e em bens (móveis e roupas) para que o companheiro possa reconstruir sua casa junto com sua família. Mexeu com um, mexeu com todos.