31 dezembro 2012

Análise: Oriente Médio está sujeito a forte abalo em 2013.


*DAVID GARDNER DO "FINANCIAL TIMES"
Nos últimos dois anos, desfez-se a ideia de que o mundo árabe estava seguro nas mãos de tiranos maleáveis -uma preguiçosa equação de autocracia com estabilidade que ignorava as muitas maneiras pelas quais o despotismo nos países árabes resultava em uma espécie de linha de montagem de islamitas.
Ainda assim, no início do terceiro ano dos confusos desdobramentos da Primavera Árabe, a região se aproxima de quatro situações de grande potencial sísmico.
A revolução na Síria e a iminente queda da dinastia dos Assad, o perigoso impasse em relação ao Irã, a sucessão na casa real da Arábia Saudita e a morte -prestes a acontecer- da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino testarão os nervos e a habilidade dos formuladores de políticas.
Ainda que os EUA desejem se voltar para a Ásia, e a Europa se volte para dentro, o Oriente Médio não oferecerá nenhum descanso aos atores internacionais ou regionais.
A invasão anglo-americana do Iraque reacendeu o histórico confronto de sunitas e xiitas. Síria e Líbano são hoje os principais fronts da disputa. A minoria alauita de Bashar Assad é a representante do xiismo em torno do qual Irã e Hizbollah se reuniram.
Na prática, a decisão do Ocidente de permanecer longe das tentativas da maioria sunita síria de se libertar de Assad deixa o fornecimento de ajuda e armas aos rebeldes nas mãos das monarquias do golfo Pérsico, lideradas por Arábia Saudita e Qatar.
Na Líbia, os EUA escolheram "liderar dos bastidores". Na Síria, os americanos e seus aliados europeus decidiram "subcontratar" os supremacistas sunitas da região.
A consequência foi tornar o país um ímã para jihadistas (extremistas islâmicos) e fortalecer dentro da Síria a influência dos islamitas radicais.
A queda de Assad privará o Irã de seu maior aliado árabe. Isso pode encorajar Israel, sob o comando de um virtualmente reeleito Binyamin Netanyahu, a atacar as instalações nucleares iranianas.
Se Barack Obama quiser evitar ser arrastado a um conflito com o Irã, ele e seus aliados precisarão negociar metas realistas. Teerã tem de ser autorizada a enriquecer urânio em níveis baixos, sob estrita supervisão internacional e com o claro entendimento de que qualquer tentativa de desenvolver armas nucleares será cruzar a linha vermelha.
Se Israel continuar com a política de que a "linha vermelha" é não enriquecer urânio nenhum, a guerra parece inevitável. Isso permitirá a Teerã encurralar ainda mais seus cidadãos, consolidar bases no Iraque e no Líbano e se reafirmar no Oriente Médio.
Além disso, nada agradaria mais aos mulás do que reemergir como vanguarda da resistência contra grandes e pequenos Satãs e líderes dos xiitas contra os sunitas.
Na Arábia Saudita, a casa real vive crise sucessória. Dois príncipes morreram em pouco mais de um ano, e as cautelosas reformas do idoso e enfermo rei Abdullah evaporaram ante as revoltas na região e a assertividade do Irã.
A família real, ao mesmo tempo em que subsidia tudo -de moradia barata ao perdão de dívidas-, reprime a oposição e reforça o establishment religioso, sectário e contrário a reformas.
Por fim, Israel está perto de um ponto sem volta na relação com a Palestina. Os planos recentes de Netanyahu para expandir assentamentos em território ocupado matam por completo a ideia de um Estado palestino viável -os palestinos acabarão agrupados em bantustões.
É o tipo de situação que só pode levar à luta contra o "apartheid" e à provável reunificação dos palestinos, manchando o nome de Israel e colocando em questão o legítimo direito dos judeus a um Estado na Terra Santa.
Não há bússola infalível para esse campo minado. Mas hesitação sobre a Síria, ambiguidade estratégica em relação ao Irã e alinhamento automático a sauditas e israelenses não são o caminho.

30 dezembro 2012

Eu quero Tchu!


Eu quero tchu

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Tunísia: “Eu quero ter direitos!”
Egito: “Eu quero democracia!”
Líbia: “Eu quero liberdade!”
Brasil: “Eu quero tchu…!”
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23 dezembro 2012

Entrega de cestas básicas!

 Como todo ano faço, antecedendo ao Natal, entrego cesta básica a pessoas carentes.
Sei que não resolve o problema, mas ameniza para essa pessoas que estão à margem
do sistema capitalista. E a única forma de mudarmos essa realidade é a transformação
para uma sociedade socialista, onde não haverá excluídos e muito menos discriminação
para com as pessoas. 

Momentos da entrega de uma cesta a um trabalhador avulso, na Cidade Nova IX.

22 dezembro 2012


AEBA se confraterniza com os associados.

Belém, 21/12/2012 13h07

A  AEBA recebeu na manhã de hoje seus associados para um café da manhã em comemoração às festas de fim de ano. Com o oferecimento da Associação também houve comemorações nas regionais. Em Brasília os associados se reuniram ontem durante um almoço, hoje em Altamira e no Maranhão houve também café da manhã para os associados. Já no Mato Grosso e em Rondônia todos se reunirão hoje durante um almoço. Desde já a AEBA agradece aos seus Diretores Regionais pela parceria na realização dos eventos. Na foto, momentos de confraternização entre os diretores Marlon George, Diretor Financeiro da AEBA, Neynaldo da GESUP e um colega da matriz. 

15 dezembro 2012

Chapa da CSP-Conlutas vence novamente eleição entre os trabalhadores da educação de Belo Horizonte!


 

O Sind-REDE é um sindicato importante na capital mineira, protagonista de muitas lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores em educação e da educação pública, um sindicato que enfrenta a política dos governos de plantão na prefeitura e os denuncia à população, uma ferramenta importante na busca da unidade dos trabalhadores da cidade. O Sindicato é filiado à CSP Conlutas.

A eleição desse ano teve uma novidade. Mesmo sendo eleições com proporcionalidade, em que todas as chapas podem compor a direção do Sindicato, formou-se uma única chapa de oposição, que aglutinou desde os militantes do PT e PCdoB que estavam na prefeitura de BH até bem pouco tempo, até os militantes da corrente Travessia, identificados com o PSOL.

Uma aliança, no mínimo, esquisita, pois o PT e o PCdoB governaram BH por vinte anos, saindo somente agora, em que a aliança com o PSDB foi desfeita. Foram anos marcados por um enfrentamento constante com os trabalhadores da educação e seu sindicato.

O mais lamentável é que a campanha foi dirigida pelos quadros do PSOL que compuseram a aliança e o centro da campanha foi caluniar a direção do Sindicato e atacar a militância do PSTU, que participa do Coletivo “Fortalecer o Sind-REDE” e reivindica a CSP Conlutas.

O resultado obtido pela CHAPA 2 – a Chapa do Sindicato/CSP Conlutas – é muito expressivo. Foram 56% dos votos válidos (1513 votos) contra 1.188 dados ao blocão governista. Para o Conselho Fiscal e de Ética, a vitória foi ainda mais expressiva. Assim, a CSP Conlutas terá 14 diretores efetivos e 3 suplentes na nova gestão enquanto o bloco PT/PCdoB/PSOL terá apenas 10 efetivos e 3 suplentes.

Com essa composição, o Sind-REDE BH seguirá independente dos governos e firme na defesa dos trabalhadores em educação.

Na eleição passada, derrotados nas urnas, os setores que hoje se uniram na chapa de oposição, se negaram a compor a direção do Sindicato, desrespeitando a vontade de seus próprios eleitores. Não sabemos qual será a postura desses setores agora, em que a categoria refirmou o apoio à diretoria do Sindicato e ainda ampliou a presença da CSP Conlutas na diretoria, dizendo um sonoro não aos defensores das políticas do PT no governo municipal e aos seus aliados de última hora.

A Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas acompanhou de perto as eleições, com as presenças de Joaninha Oliveira (Santa Catarina) e Mário Sérgio (Rio de Janeiro) apoiando a Chapa 2, além da companheira Conceição Oliveira, membro da categoria e também da SEN.

Parabéns aos trabalhadores em educação da rede municipal de ensino de BH!

CSP CONLUTAS também avança na eleição do sindicato estadual

Já na eleição do Sind-UTE (sindicato estadual dos trabalhadores em educação) de Minas Gerais, o Movimento Educação em Luta/CSP-Conlutas teve um importante avanço na sua implantação.

O MEL venceu a eleição de sub-sedes importantes, como Juiz de Fora, Barreiro (BH), Patrocínio, Monte Carmelo e Barbacena. Vai compor ainda as diretorias de outras sub-sedes muito importantes, como Contagem e Uberlândia.

O MEL fez um chamado à unidade de todos os setores de oposição ao governo Anastaisa/PSDB numa única chapa, como forma de fazer o enfrentamento ao governo e sua política de ataques aos diretios dos trabalhadores.

No Sind-UTE não tem a proporcionalidade nas eleições e os enfrentamentos com o governo tem sido muito duros. Em 2011 a categoria realizou uma greve de 110 dias, duramente reprimida pelo governo e que levou o Sindicato a assumir uma postura de enfrentamento e unidade na condução da luta, diferenciando-se das políticas da CUT e da CNTE na maior parte do país.

Apesar de não ter sido composta uma chapa unitária para a direção geral, os militantes da CSP Conlutas buscaram fortalecer ao máximo as sub-sedes, tendo em vista que os outros setores que se reivindicam oposição (setores da intersindical e CTB) estão muito fragilizados em sua atuação. Com isso o setor da CSP Conlutas avançou bastante em sua presença na direção da entidade. Boa sorte aos companheiros nas novas tarefas.

05 dezembro 2012

A traição do PT!


Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.
Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.
Constatação. Apresentamos o verdadeiro relator da CPI do Cachoeira. Foto: Monique Renne/ D.A Press
A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.
Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.
Era o PT uma agremiação de nítida ideo­logia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.
O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza.CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.
Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.
Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.
O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?
Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, ­obrigados, certamente, a não descansar em paz.
Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.
Fonte: carta capital